quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Rumo a Brasília
Há alguns pontos, não muitos, em torno dos quais existe concordância dos candidatos a prefeito. Um deles é que, por mais que se tenha feito na área da saúde, ainda é preciso fazer muito mais. Outro ponto de convergência: a cidade precisa gastar muito mais do que tem, e este é um ponto delicado. Como se confirmou na série de entrevistas que este jornal promoveu com eles, e a encerrou ontem ouvindo Margarida Salomão, é evidente a escassez orçamentária do município para financiar as muitas obras necessárias, o que faz com o próximo prefeito monte barraca em Brasília, exatamente no Palácio do Planalto. Sem a ajuda dos cofres federais pouco conseguirá fazer. E essa dependência leva a discussão para o campo político-partidário.
O prefeito Custódio Mattos, que representa um partido da oposição ao governo Dilma, admite como falácia a história de que um prefeito situacionista torna as coisas mais fáceis em Brasília. Ao considerar essa afirmativa superada no tempo, ele diz que os recursos já não são liberados segundo simpatias e conveniências partidárias, mas de acordo com a capacidade do município de assumir as contrapartidas.
Bruno Siqueira não nega a influência política, mas se diz tranquilo, porque o vice-presidente da República, Michel Temer, é do seu partido, PMDB, e estimulou a presença de um peemedebista na disputa da prefeitura. Ele se encarregaria de ajudá-lo a enfrentar as dificuldades na base do governo.
Margarida Salomão lança um dado para diferenciá-la dos demais, quando está em discussão o acesso ao governo federal: além de ser do PT, caberia a ela a implantação de um modelo petista de administrar, ajustado ao governo Dilma, que espera ver reeleita em 2014.
Questão de idade
O candidato a prefeito pelo PMDB, Bruno Siqueira, tem procurado falar mais sobre sua idade, 38 anos recentemente completados, não apenas para lembrar que carrega a “responsabilidade da renovação”, mas também porque na televisão parece muito mais jovem do que realmente é. E os adversários querem ver nele o garotão, que já foi há muito tempo.
Motivação
Os partidos diretamente interessados precisam medir, através de pesquisa, o tamanho da influência dos programas eleitorais sobre as candidaturas a prefeito, tomando-se por base os dez primeiros dias de divulgação. As produções têm se pautado em uma linha didática. As raras insinuações sobre adversários são indiretas ou sutis.
Na campanha de 2008, no final de agosto os programas na TV já andavam quentes por causa de graves acusações.
Pra radicalizar
Estudada a situação pré-eleitoral em Juiz de Fora, setores governistas de Minas têm sugerido que a campanha seja conduzida desde já para a radicalização, o que seria um ensaio para o segundo turno. Ensaio, quem sabe?, também para 2014, quando os tucanos esperam ver o estado coeso em torno da candidatura de Aécio Neves à presidência da República.
Os influentes
Quando se fala sobre a importância de outras pesquisas sobre o momento eleitoral, que não sejam apenas as tendências em relação aos candidatos, tem sido recomendado aferir a real influência de dois fatores que correm paralelamente: o primeiro é a internet como instrumento de propagação de ideias, fenômeno já sensível na eleição de 2010, e certamente influindo agora, mas sem que se saiba até onde vai essa influência. Na linha da mesma curiosidade, que é um desafio para os partidos e marqueteiros, o voto evangélico. Esse voto continua fiel aos pastores? Em 2010, quando as igrejas apresentaram 32 candidatos a deputado, elegendo-se 75%. Comparando com o PT: 334 candidatos e 26% eleitos.
Depois da parada
A eleição municipal de 2012 está chegando ao período decisivo com a chegada do mês de setembro. Os políticos com mais vivência em campanhas eleitorais costumam dizer que após a parada de sete de setembro o ritmo das atividades aumenta, pois a ansiedade passa a conviver no cotidiano dos candidatos devido à proximidade do dia do pleito.
A pesquisa que for realizada após o início do horário eleitoral deve apresentar um cenário mais nítido da disputa, pois os eleitores já foram estimulados pela exposição dos candidatos no rádio e na TV.( As pesquisas divulgadas até agora foram realizadas até 15 de agosto.)
Certamente, o próximo anúncio de resultado de pesquisa, por instituto não vinculado às candidaturas, dará elementos para uma análise mais concreta daqueles interessados na política municipal.
(( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
O adversário do prefeito
Ontem, na série de entrevistas com candidatos a prefeito, Custódio Mattos deixou claro que aposta muito na avaliação positiva que o eleitorado ainda vai fazer das obras que vem realizando, que são o maior volume de realizações que a cidade já viu, segundo suas próprias palavras. Mas as pesquisas indicam, e ontem o DataTempo confirmou, que o eleitor não tem revelado esse reconhecimento. Na referida entrevista não foi publicada a explicação que ele tem para a rejeição. É a que se segue.
Perguntou-se: Quando você faz esse levantamento das realizações, o momento crítico e delicado que você encontrou ao assumir a Prefeitura, a que se atribui então o fato de isso não se refletir na sua candidatura?
Resposta: “A unanimidade em opinião pública ou maciça manifestação num sentido é sempre difícil. Dificultada aqui, no meu caso, que nós herdamos uma situação dificílima e tivemos que fazer medidas de muita austeridade, algumas delas contrariam interesses localizados. E quem é contrariado se mobiliza. E quem é beneficiado por aquilo não percebe que está sendo beneficiado. Primeiro fator é isto: uma dificuldade, que narrei aqui, especialmente no primeiro ano, extremamente aguda. Segundo lugar é que por temperamento, por determinação, por opção, eu procuro sempre pensar em fazer aquilo que é certo, mesmo que os resultados sejam mais demorados, sejam mais caros. Eu costumo sempre dizer que disputo eleição para governar, e tento ganhar. Mas não governo para ganhar a próxima eleição. E as minhas eleições sempre foram mais difíceis, porque eu tenho um estilo mais franco, de não mistificar. E sou uma pessoa sem talentos de comunicação excepcionais como alguns políticos têm. Ou são falhas nossas de comunicação ao longo do processo. Um pouco porque eu decidi que, na escassez de recursos, nós tínhamos que fazer as coisas e reservar para o momento próprio, que é este, debater e divulgá-las com mais intensidade; e foi um pouco falha mesmo. Por erros nossos. Mas eu tenho tanta convicção da abrangência e do bem que nós fizemos na recuperação de Juiz de Fora, e tenho tanta confiança que as pessoas escolhem, comparam, e essa é a hora que elas decidem mesmo, que eu acho que nós vamos passar essas informações para as pessoas”.
Média das pesquisas
Para analisar as tendências do colégio eleitoral de Juiz de Fora, os políticos vinham vivendo a expectativa dos números encontrados pelos principais institutos que trabalham nesse campo.
Aos resultados das principais pesquisas aqui republicados, segue, sem valor científico, mas a título de curiosidade, a média das planilhas elaboradas pela Vox Populi, Ibope e DataTempo.
Vox Populi (20/22 de julho)
Margarida: 43
Bruno: 22
Custódio: 16
Ibope (13/15 de agosto)
Margarida: 37
Bruno: 22
Custódio: 17
DataTempo (14/15 de agosto)
Margarida: 38,4
Bruno: 26,7
Custódio 15,8
Média
Margarida: 39,46
Bruno: 23,56
Custódio: 16,26
Abaixo a fé
O assunto está de volta na campanha eleitoral de algumas cidades do Nordeste e do interior de São Paulo: aprofundar o caráter laico das instituições políticas, sendo que os mais agressivos chegam a desautorizar nomes e imagens de santos em órgãos públicos. Outros querem a retirada do nome de Deus das cédulas de dinheiro e o banimento dos nomes de todos os santos; tudo sob o pretexto de que o estado é laico.
Mas a esses radicais é preciso perguntar o que devemos fazer em referência a S. Paulo, Santa Catarina e Espírito Santo. Se nos voltamos para o caso de Juiz de Fora, o que fazer com quase 40 bairros e ruas que têm nomes de santos?
Risco é agora
Vários partidos antes das convenções fizeram advertência aos candidatos sobre desencontros e ciladas inevitáveis criadas na legislação eleitoral, no que diz respeito à propaganda em campanha. Como empregar os cavaletes? Uma camisa com o nome do candidato é proibida no dia da eleição? Há juiz que a admite, mas outros veem nela um impedimento. Melhor é não correr o risco.
Pé na estrada
O PSDB de Juiz de Fora começou a mostrar, em seus programas de ontem, a imagem e a voz do senador Aécio Neves pedindo votos para a reeleição de Custódio Mattos. Tanto o governador Antônio Anastasia como Aécio Neves têm planos de viajar com frequência nas próximas semanas. Ambos procurando mostrar que o fortalecimento do poder político depende da base no interior, como primeiro passo para Minas reivindicar junto à União.
(( publicado na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Quem é o vice?
É estranho que os debates das campanhas eleitorais primem por ignorar completamente os candidatos a vice, como ainda agora se observa em relação à prefeitura. Em rigor, sobre eles os eleitores pouco ficam sabendo, além de serem companheiros de chapa de quem disputa como prefeito. O desconhecimento em relação a esses candidatos é perigoso, porque no Brasil o vice não é apenas o que substitui, mas também sucede. Pode ocorrer, por exemplo, que o prefeito fique impedido, e a cidade se entrega a um vice não suficientemente conhecido. É um personagem que devia ser tão conhecido como o prefeito, como se dava até a década de 60, quando se elegia em cédula separada.
Esse descaso talvez não existisse se, ao olhar para o passado, constatássemos que metade de nossa história republicana foi escrita pelos vices. Caso mais recente foi Itamar Franco, que ficou com dois anos que seriam de Collor. Antes, tivemos em José Sarney o frustrante recorde mundial de quem acabou cumprindo todo o mandato de Tancredo Neves. Sarney revelou a síndrome da ilegitimidade de um presidente acidental. Aliás, a república já havia começado com um vice golpista, Floriano, de pouca ou nenhuma compostura.
Em Juiz de Fora ocorreu de o prefeito precisar do preparo e da lealdade do vice. Dilermando, para ser deputado federal, teve de transferir o cargo a Infante Vieira. Olavo Costa, pelo mesmo motivo cedeu a Arlindo Leite. Nos anos 70, para chegar ao Senado, Itamar entregou o cargo a Saulo Moreira. E José Eduardo Araújo foi o vice que teve de enfrentar a terra arrasada deixada por bejani.
Geralmente esse personagem entra em cena nos momentos difíceis, em meio a crises. Como deixar que passe sem que se saiba o que pensa, o que quer e como agiria nas eventualidades?
Pesquisa
O Datafolha, ao qual geralmente se atribui credibilidade, promete para hoje a divulgação de pesquisa sobre as tendências eleitorais em Juiz de Fora, sabendo-se que trabalhou em um campo mais amplo.
O mesmo instituto vem promovendo previsões nas 20 maiores cidades de Minas.
Apoio tucano
Alguns candidatos a vereador pelo PSDB têm se valido de conselhos e orientações do presidente estadual do partido, Marcus Pestana, que já foi vereador aqui, e sempre pode ter alguma coisa a sugerir.
Há dias, Pestana enviou carta ao coordenador da campanha de Custódio, oferecendo-se para ajudar, mas ainda não teve resposta.
Novidade
Custódio Mattos diz ter gostado da experiência que viveu na noite de segunda-feira, quando, pela primeira vez em campanha eleitoral, enfrentou uma Twitcam, que é um recurso de comunicação disponibilizado para a rede social Twitter. Por ali, ele respondeu, em tempo real, às perguntas enviadas por internautas. Apesar de ter sido sua primeira experiência com essa ferramenta, o prefeito disse que conseguiu se sentir à vontade com a tecnologia e a forma de interação com os internautas. Quer repetir.
Caso sutil
Quando a candidata do PT, Margarida Salomão, diz que tem o apoio de uma corrente significativa do PMDB, ela está jogando com um dado real? O PMDB acha que não, e foi à Justiça pretendendo interromper essa propaganda e ganhar tempo para retrucar, pois a corrente dissidente que se juntou ao PT foi derrotada. Mas o que terá a Justiça a dizer: corrente significativa deve ser avaliada numericamente ou pelo valor das pessoas que a compõem?
Pedalando
Procurando mostrar-se inovador, Marcos Paschoalin, candidato do PRP à prefeitura, realiza sua campanha pedalando uma bicicleta. Não faz questão de carro para chegar aos eleitores.
Mas não se trata exatamente de uma inovação, pois na década de 50 o ferroviário José Tavares Ladislau, que representava pequenos partidos de operários, também disputou a prefeitura em uma bicicleta, invariavelmente traja ndo terno, camisa, gravata e chapéu pretos.
Servidores
Mais uma eleição e se repete a situação histórica: nunca mais da metade dos servidores deu apoio ao prefeito do momento. Há sempre um conflito entre patrões e empregados sobre salários, vencimentos, planos de carreira e benefícios acumulados.
Exemplo
Em um artigo publicado em “O Globo” o deputado Marcus Pestana diz que presidente que se cuida como estadista não deve participar de campanha eleitoral. E elogia Dilma, que neste particular segue o exemplo de Fernando Henrique.
Sem preferência
Ainda sobre a disputa de uma vaga no segundo turno, que partidos e políticos consideram inevitável, o prefeito Custódio Mattos diz que sua luta é chegar lá. Mas sem preferência quanto ao adversário que teria de enfrentar no último domingo de outubro.
(( publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Segundo turno
Os programas que os candidatos a prefeito estão apresentando no rádio e na televisão podem ter alterado alguma coisa em relação à imagem ou conteúdo das propostas, e até podem ter mexido um pouco com os números das tendências dos eleitores, mas nada suficientemente para desautorizar as expectativas de que a luta pela prefeitura só será definida no segundo turno; não no primeiro, mas no último domingo de outubro.
Sem mudanças em relação a expectativas, a candidata do PT, Margarida Salomão, é citada como dona cativa de uma das duas vagas para o segundo turno, e estaria reeditando a experiência que viveu em 2008.
Como o segundo turno é uma eleição diferente do primeiro, em que o eleitor tem papel ainda mais decisivo, os candidatos que procuram chegar lá montam suas estratégias. Têm preferências sobre o adversário que gostariam de enfrentar, mas não o revelam publicamente.
O prefeito Custódio Mattos, PSDB, que trabalha para ter uma daquelas vagas, diz que prefere não se incomodar agora com esse problema:
“A minha experiência de vida, e mais ainda a política, indica que há uma angústia para cada dia. O meu problema agora é estar entre os dois primeiros. Esta é a questão: estar entre os dois primeiros para disputar o segundo turno. Porque eu acho que dificilmente, nas condições de Juiz de Fora, e até a experiência tem demostrado isso, teremos a eleição decidida no primeiro turno. Mas eu vou lutar muito para convencer o eleitor. Agora, dizer o que acontece na urna, a gente tem que esperar”.
Bruno Siqueira, PMDB, que também está nessa corrida, acha que goza de duas realidades que o favorecem. A primeira é que em todas as pesquisas realizadas aparece em segundo lugar na tendência do eleitorado. O segundo ponto é que carrega rejeição mais leve. Mas Bruno faz também uma avaliação pragmática do segundo turno, para concluir que estaria em posição confortável: qualquer que fosse seu adversário, aquele que não chegar lá certamente o apoiará.
Nada a mostrar
O governo, por mais que se esforce, não consegue mostrar a utilidade do Ministério da Pesca, nem o que estaria fazendo ali o pastor Marcelo Crivella. O ministério é de uma inutilidade olímpica.
Fato é que a verdade, quase um ano depois da posse, é que o ministro representa uma bancada numerosa e poderosa: os evangélicos. Bancada suprapartidária e influente. Garante a governabilidade à gestão de Dilma. E neca de peixe.
Como explicar?
Em Minas, conferidas as fichas dos candidatos, concluiu-se que nada menos de 142 foram registrados como analfabetos. Em sua quase totalidade são candidatos a vereador em pequenos municípios. O estranho é que a legislação veda candidatos analfabetos. Como foram registrados? Considerando-se que a Justiça e os partidos não ignoram o texto da lei, o Tribunal Regional Eleitoral prefere admitir que são casos de erro de cadastro.
FHC lidera
Baseado no conceito real time, que proporciona uma interação entre todos os usuários do portal iG, a nova plataforma de enquete lançada em julho apontou Fernando Henrique Cardoso como o presidente que mais fez pelo País durante seus dois mandatos. Ele governou de 1995 a 2002, recebeu 116.306 votos, superando o petista Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), com 63.312. Itamar Franco, Dilma Rousseff (desde 2011), Fernando Collor de Mello (1990-1992) e José Sarney (1985-1990) apareceram em seguida, nesta ordem. Ao todo, foram computados 195.028 votos em sete dias.
Autêntica
Ontem, fazendo uma análise da campanha eleitoral, que já vai entrando na sua fase mais movimentada, o candidato a prefeito pelo PMDB, Bruno Siqueira, constatou que a candidata do PSTU, Victória Mello, é quem hoje representa com autenticidade as forças de esquerda em Juiz de Fora. E mais: acha que ela tem algumas boas ideias, que merecem ser avaliadas.
Todas as lutas
Candidato a prefeito pelo PRP, Marcos Paschoalin teve confirmada sua impugnação pelo Tribunal Regional Eleitoral, mas não desanima e está disposto a lançar mão de “infindáveis recursos”. Dizendo-se um estudioso e conhecedor da legislação, e talvez por isso desperte antipatias de alguns juízes, ele agora promete entrar numa campanha pela ”uniformização da jurisprudência”, o que poderia ser de valia para sua eleição.
O problema que tem atravancado o registro de Paschoalin é o vácuo que ficou do prazo da desfiliação do Psol e, em seguida, sua entrada no PRP.
Exemplo único
Na contramão da gulodice de muitas câmaras municipais de Minas, a de Dores do Indaiá confirmou, com o voto unânime dos vereadores, que não vai aumentar, mas reduzir os subsídios, não apenas de seus integrantes, mas também os do prefeito e do vice-prefeito, a partir de 1º de janeiro. Estabeleceu-se que o prefeito, que ganhava R$ 16.200,00 vai agora para R$ 10.000,00; o vice-prefeito foi reduzido de R$ 8.100,00 para R$ 2.500,00. Quanto aos vereadores, o subsídio desce de R$2.900,00 para R$ 2.500,00.
Ficou decidido que o dinheiro que se vai economizar será aplicado em obras municipais.
(( publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))
domingo, 26 de agosto de 2012
História
O Instituto Histórico e Geográfico de Juiz de Fora abre, na quinta-feira, as atividades do segundo semestre, com palestra do escritor Edmar Pedreira Ferreira, que falará sobre "O Visconde do Bom Retiro, amigo do Imperador". Edmar é descendente do Visconde, que acompanhou o Imperador Dom Pedro II na visita a Juiz de Fora em junho de 1861.
As reuniões do Instituto são realizadas às 19h30m, no edifício do Museu Credireal.
Preferência
Quando conversam sobre suas perspectivas nas urnas de outubro, as chances de voltar e as previsões de uma significativa renovação na composição da Câmara, os vereadores (pelo menos alguns entre os mais experientes) preferem achar que agora cada qual deve cuidar da própria pele. Não há como pensar nas iniciativas em conjunto. Talvez tenham razão. O que se podia fazer coletivamente foi durante a legislatura.
Anastasia
O governador Antônio Anastasia havia programado para amanhã sua vinda a Juiz de Fora, com o objetivo de participar de uma concentração política de apoio à candidatura de Custódio. Imprevistos na agenda adiaram a data.
Na quarta-feira eles se encontram em Belo Horizonte para a assinatura de um protocolo de intenções com grupo empresarial que vai montar em Juiz de Fora uma unidade de produção de chips.
Lula em BH
O ex-presidente Lula começa, por Minas, suas viagens de apoio aos candidatos do Partido dos Trabalhadores e seus aliados. Na sexta-feira estará em Belo Horizonte para dar apoio à candidatura de Patrus Ananias.
Outro pouso
Dos mais votados na eleição passada, graças aos votos dos evangélicos de Juiz de Fora, desta vez o deputado George Hilton tem outro endereço de campanha eleitoral. Ele é candidato a prefeito de Contagem pelo PRB, e para tanto diz que passou os últimos meses estudando os problemas da cidade e da região metropolitana de Belo Horizonte.
Falta unidade
O balanço que se fizer no final do ano sobre as conquistas de Minas no Congresso Nacional vai mostrar que a representação de 53 deputados e três senadores continua devendo ao estado uma atuação em bloco, mais solidária. Nesse particular, há muito o que aprender com os nordestinos e gaúchos. Foram várias as oportunidades em que não foi possível a coesão política para avançar com projetos importantes, por causa do temor de alguns de que estariam fortalecendo adversários, o que é a forma menos honrosa de tratar o interesse público.
Velha reforma
Como se diz que muita coisa tem de ficar para depois das eleições, talvez esteja neste caso a cansada reforma política, que anda a passos de cágado e não consegue chegar a lugar algum. Se a matéria tiver chance, o trabalho da Câmara será retomar a comissão especial, que chegou a encaminhar o relatório do deputado petista Henrique Fontana. Ele abriu os caminhos da reforma propondo o sistema proporcional de lista flexível e o modelo de financiamento público de campanha eleitoral.
Quando a comissão caiu na escuridão, haviam se tornado mais amplas as possibilidades de aprovação da matéria, diante da garantia de que, quaisquer que sejam as decisões, elas serão submetidas a um plebiscito, antes de terem valor para as eleições de 2014.
O impossível
Costuma-se criticar os candidatos a prefeito por prometerem muito. Mas, se consideradas as candidaturas sérias, as coisas que prometem até que se ajustam às atribuições do Executivo municipal. Se vão cumprir ou não, é outra história.
Pior, muito pior, é o que se ouve e se vê na propaganda da maioria dos candidatos a vereador. Prometem o que um vereador não pode fazer, como resolver os problemas da saúde, da violência e do transporte.
Não é de hoje que se recomenda ao candidato apresentar suas propostas, por escrito, como pretende viabilizá-las e registrá-las em cartório.
No futuro - quem sabe? A Justiça Eleitoral poderá fiscalizar as campanhas e cancelar o registro de candidatos que façam promessas que não condizem com as atribuições do cargo que pretendem.
(( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Sem corporativismo
Se cada eleição é uma lição, como diz veterano jornalista, a deste ano não deve ser exceção. Ensina, por exemplo, que não é apropriado o candidato se apresentar ao eleitor com sua profissão ou filiação sindical, porque este é um modelo que ficou superado no corporativismo integralista da década de 30 do século passado. Propunha-se a câmara orgânica, isto é, o eleitor se inscreveria nos seus sindicatos. “Essas classes elegem, cada uma de per si, seus representantes nas câmaras municipais, nos congressos provinciais e nos congressos gerais. Os eleitos para as câmaras municipais elegem o seu presidente e o prefeito".
Nada mais superado e antidemocrático.
Câmara "orgânica"
A Justiça Eleitoral pouco pode fazer contra as esquisitices com que alguns candidatos a vereador se registram. O objetivo é facilitar ao eleitor a identificação de sua preferência, ainda que pela via do ridículo. Mas os partidos podem exigir que seus candidatos se apresentem sem a identificação profissional, como “Zé Panificador”, “Joãozinho do Metalúrgico” ou “Tatiana da Enfermagem”. Sem que saibam, são fantasmas das câmaras orgânicas de Plínio Salgado.
Não têm faltado propagandas de cabeleireiras, garçons e vidraceiros, que se arvoram em candidatos com base em suas profissões. São atividades honrosas, mas por si só insuficientes para se atribuir a um de seus representantes a missão de legislar para toda uma população, além do ranço corporativista. Se a Câmara não pode ser um conselho orgânico de classes representadas, como pretenderam os integralistas, que os partidos e a Justiça cuidem de pedir ideias, não delegados profissionais.
Correção
Depois de propor as primeiras condenações no processo do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa ampliou sua presença no noticiário, inclusive na imprensa estrangeira. Mas na Europa, onde ele já residiu e lecionou em inglês e alemão, os jornais continuam cometendo um equívoco: informam que ele é o primeiro negro a ser ministro do Supremo Tribunal Federal, quando, na verdade, é o terceiro, sendo precedido por Pedro Lessa (de 1907 a 1921) e Hermenegildo de Barros (de 1919 a 1937).
Pitoresco
Como em qualquer eleição nunca faltam os casos singulares, em Montes Claros é candidato a vereador, pelo Psol, um sujeito chamado Rodrigo Ninguém. Nos santinhos que circulam na cidade sua mensagem fica complicada, ao dizer que Ninguém é seu amigo, Ninguém é honesto, Ninguém é verdadeiro, Ninguém se preocupa com você...
Privilegiados
Por trás das queixas que são levadas à presidente Dilma pelos partidos da base parlamentar, que se sentem desprestigiados e querem mais cargos, percebe-se a ação dos paulistas, insatisfeitos com os poderes que já têm, e usam os parlamentares para que suas reivindicações subam a rampa do Palácio do Planalto. Mas, se aos partidos faltam razões para reclamar, muito menos aos paulistas, que detêm seis ministérios: Saúde, Fazenda, Justiça, Planejamento, Educação e Secretaria-Geral da Presidência.
Enquanto isso, Minas, segundo colégio eleitoral, tem apenas um ministro, Fernando Pimentel. Sabe-se lá a que custo.
Bons resultados
Vem obtendo bons resultados, pelo menos nestas primeiras semanas da campanha eleitoral, o apelo do TRE para que os candidatos evitem sujar as praças, ruas e muros. Exceção são os promotores do voto nulo, que dão preferência a monumentos e caixas coletoras de lixo. Na eleição de 2010 se sujou menos. Talvez agora os resultados sejam ainda melhores.
Segundo o presidente do TRE, desembargador Brandão Teixeira, a Justiça Eleitoral mineira pretende, com a campanha, “despertar nos candidatos e nos cidadãos a importância de se cumprir a legislação eleitoral”. Além disso, a intenção, segundo o desembargador, é que a campanha seja uma forma de diminuir o desconforto e o transtorno que a sujeira eleitoral provoca na vida das pessoas.
(( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
O que falta?
Esperados com grande interesse, os primeiros programas de televisão criados pelos candidatos a prefeito deixaram claro que eles ainda não querem mostrar tudo. Certamente guardam outras novidades para os momentos mais quentes da campanha, que começou na mídia eletrônica sem o calor que se imaginou.
O rádio e a TV continuam sendo considerados peças decisivas para a conquista do eleitorado.
Presidencialismo
“O presidencialismo, do jeito como o temos, é o regime em que o detentor do poder Executivo não prescinde do Legislativo e do Judiciário, desde que submissos a ele.”
(Lowenstein)
Em dupla
O governador Antônio Anastasia e o senador Aécio Neves estarão juntos no palanque de Custódio Mattos, e não mais em datas diferentes, como chegou a ser anunciado. Segundo a direção do PSDB, o dia da viagem será de acordo com a conveniência do prefeito.
Sem testemunhas
Veteranos entre os jornalistas políticos, Mauro Santayana lamentava, ontem, estarem mortos todos os participantes da célebre e decisiva reunião da noite de 23 de agosto de 1954, presidida por Getúlio Vargas, quando ele sentiu que não havia como permanecer vivo, e se suicidaria na manhã seguinte. Sem sobreviventes não há depoentes.
Em meio à grave crises do momento, Tancredo Neves, ministro da Justiça, estava entre os poucos que sugeriam a resistência, ainda que à custa de sangue.
Nova carga
Ministro Fernando Pimentel, o mais prestigiado pela presidente Dilma, está sob novo bombardeio dos investigadores. Agora, é acusado de receber favorecimentos da FSB, de Francisco Brandão, depois que a empresa foi contemplada com R$ 1,2 milhão para fazer a distribuição de material de propaganda turística de Belo Horizonte.
Super-Homem
Entre as ideias mais excitantes da atual campanha, uma, que o candidato Marcos Paschoalin pretende expor aos seus eleitores é que a prefeitura ( e ele pretende chegar lá) não precisa de secretários, supondo-se que o prefeito se encarregará de tudo. Sendo assim, o vice tem de estar preparado para assumir em uma semana, depois de o prefeito cair estafado.
Fora de hora
As pesquisas junto aos eleitores especulam quadros possíveis para o segundo turno na eleição de prefeito, mas tanto os candidatos como os partidos preferem não tratar disso, ainda que tudo sinalize para uma segunda rodada de votação. Em 2008, o PT foi levado a disputar com o PSDB, apoiado pelo PMDB, mas agora não haveria como reeditar esse entendimento, porque, em se tratando de segundo turno, as posições serão diferentes: tucanos e peemedebistas certamente estarão juntos. A nova aliança teria sido igual à anterior, se o PMDB não tivesse candidato próprio, possibilidade afastada há mais de um ano.
Sobre a remexida das pedras no tabuleiro eleitoral, a ocasião só chegará em 8 de outubro, porque não há candidato que queira antecipar a negociação da derrota.
Fermento em excesso
A candidatura de Celso Russomanno à prefeitura de S.Paulo foi recebida nos bastidores políticos como uma armação para ajudar José Serra a enfrentar o PT de Fernando Haddad. E ela realmente começou a cumprir esse papel. Só que, como os bolos em que entra fermento em excesso, a candidatura passou a crescer além do previsto. Ontem, havia ultrapassado Serra.
Ainda que não seja com números consistentes, essa performance acende a luz amarela do PSDB paulista: se Serra naufraga, as portas de 2014 se abrem ainda mais para Aécio Neves.
Educação e prioridade
Autor da lei que criou a Área de Proteção e Segurança Escolar, o vereador Wanderson Castelar quer que a educação continue sendo o centro de suas preocupações no novo mandato que está disputando. É o que ele vai dizer hoje, às 19h, no encontro que promove com representantes da comunidade no comitê central da campanha, Avenida Rio Branco, 1812, em frente ao prédio da Cesama. “Essa atividade integra o Ciclo de Debates para a construção do Plano de Lutas do próximo mandato”, informou o vereador.
Outro projeto de Castelar pretende obrigar o agente político eleito a matricular os filhos em escolas públicas. “É para chamar a atenção dos políticos e da sociedade para a situação das escolas públicas, que estão sucateadas e desvalorizadas”, concluiu.
(( publicado na ediçao desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Filme antigo
Em 31 de maio de 1963, quando veio a Juiz de Fora, João Goulart disse ao repórter da Rádio Industrial, ainda no Viscount presidencial, que o preocupavam não apenas as muitas greves que eclodiam naquele dia, algumas insufladas pelo governador Carlos Lacerda. O problema maior seria a paralisação de setores vitais para a administração pública.
Passados 49 anos, a presidente Dilma poderia fazer suas as palavras de Jango, embora já tenha preferido desdenhar, ao garantir que tem outras preocupações além dos grevistas. Fato é que as paralisações estão afetando sensivelmente os serviços federais, afora os impasses que barram a evolução das negociações.
Universidades estão com o semestre comprometido, por causa da greve de professores e técnicos administrativos. Em alguns estados, aduanas e portos ficam desativados. Polícia Federal e Polícia Rodoviária suspenderam suas atividades, como também funcionários dos ministérios do Trabalho e da Agricultura. Além de pequenas paralisações que afetam menos.
Talvez a situação de Dilma seja até pior que a de Jango. Ele contava com assessores hábeis para superar a crise. O pessoal da presidente não tem conseguido.
Roteiro
Foi anunciado, ontem, que o presidente Lula já tem pronto o seu roteiro de viagens para apoiar a campanha dos candidatos do PT. Se se mantive o critério de limitar a visita a Belo Horizonte, os petistas do interior não terão o que reivindicar; mas se incluir comícios em Contagem e Betim, como se informou, os demais vão se sentir no direito da inclusão.
Prazo final
O calendário oficial do Tribunal Superior Eleitoral estabelece que, até amanhã, todos os recursos sobre pedido de registro de candidatos deverão estar julgados e publicadas as respectivas decisões. É o que estabelece a Lei 9.504/1997.
Voto útil
É preciso lembrar que não mais os ministros e desembargadores, mas os eleitores é que podem dar cabo das artimanhas dos corruptos. Porque, cabe observar, quando se trata de barrar os maus candidatos, o que vale mesmo é o voto do cidadão; mais que o voto do ministro do Supremo. De nada adiantará ao corrupto cercar-se de artifícios se na reta final, no teste da urna, será repudiado e desembarcado de seus projetos de poder.
Estreante
Ainda esperando que a Justiça defina seu futuro, já em grau de recurso, o ex-prefeito alberto bejani apareceu no horário gratuito do TRE como candidato a vereador. Sem se incomodar com as ameaças da ficha suja, disse, confiante, que o objetivo do PSL é eleger uma grande bancada; à sua custa, é claro.
Desconhecidos
Os eleitores não podem esperar que a televisão e o rádio lhes deem condições para conhecer um mínimo sobre os candidatos a vereador. Os brevíssimos segundos que o horário eleitoral reserva a quem disputa a eleição proporcional são insuficientes. Quem vai votar com um mínimo de cuidado tem de cobrar pessoalmente do candidato as razões que o levam a querer a vereança.
“Minha casa”
O programa Minha Casa, Minha Vida que é importante por tentar reduzir o déficit habitacional entre famílias de baixa renda, mostra a necessidade de elas serem assistidas por serviços sociais, antes que suas moradias se transformem em focos de violência ou se tornem favelas. Não apenas em Juiz de Fora, mas em várias cidades contempladas com o programa, estão surgindo problemas.
É hora de o governo federal agir. Até porque, a bem da verdade, o programa não pode ser passado apenas como uma grande gentileza de Brasília. O que vem de lá é o financiamento pela Caixa, e a prefeitura fica com o ônus mais custoso: doar os terrenos, realizar obras de infraestrutura e manter, para sempre, os serviços básicos.
Jeito mineiro
“O mineiro diz, mas não diz exatamente o que quer dizer. De tal forma, que somos levados a afirmar que disse. A ciência está em aferir o que o mineiro não diz quando está dizendo, e entender a outra coisa que está querendo que você saiba.”
(Ministro Saulo Ramos)
(( publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Propaganda
O Tribunal Regional Eleitoral estabeleceu que nas terças, quintas e sábados terá seus horários de propaganda destinados aos vereadores. Portanto, é com eles que a programação é aberta hoje, sendo a coligação mais favorecida a que une PMDB e PSD, com 5'32'', seguindo-se os candidatos do PT, com 4'1' e o PSDB e DEM com 3'38'' .
Gente nova
Não é tão grande, como se esperava, a previsão otimista dos atuais vereadores sobre baixa taxa de renovação. Ela pode acabar vindo mais alta, por duas razões: entre os novos há alguns nomes de peso que estão surgindo, e outros, se não têm estofo político suficiente, vêm gastando um bom dinheiro para se promoverem.
Na ótica dos atuais, na melhor hipótese, repete-se o que o ocorreu em 2008: dos 19, só nove voltaram.
A suplência
O PT mineiro já considera possível contabilizar alguns bons resultados que virão das urnas de outubro. Acredita, por exemplo, poder contar com a vitória do deputado Gilmar Machado em Uberlândia. Acontecendo isso, terá de mexer na escala dos suplentes da coligação, onde Magarida Salomão figura com destaque.
Altos voos
O plano de governo que o PTSU traz para o eleitorado, confiando na capacidade de sua candidata, professora Victória, entra para a galeria dos mais ambiciosos. Chegando lá, ela começa por expulsar o empresariado do sistema de transporte coletivo, e rompe com o Congresso para considerar que o aborto não é crime ( tratando-se de prefeita, entende-se que se trata de descriminalização no âmbito do município). Em Juiz de Fora a estabilidade no emprego seria garantida por lei, não mais pelas sazonalidades e pelas influências de mercado.
Outro projeto sensacional, depois de chamar à órbita municipal atribuições do Executivo, Legislativo e Judiciário nacionais, não contente o PSTU invade o estado e confisca para Juiz de Fora a condução da chefia da polícia, com a eleição dos delegados pelo voto popular.
O presencial
O Partido dos Trabalhadores tem 50 cidades consideradas estratégicas para a campanha eleitoral deste ano, e pretendia colocar na ponta do estrelato o ex-presidente Lula. Várias razões contribuíam para isso, além da força pessoal que ele pode emprestar aos candidatos em centros políticos capazes de definir os rumos da sucessão presidencial em 2014. Ocorre que o sinal verde da equipe médica que orienta Lula tem limites. Os médicos sugerem sua presença em poucas cidades, o que significa: limitar-se a algumas capitais, para se evitar o inconveniente dos excessos.
Vício antigo
Sobre o julgamento do conhecido mensalão: até o momento os ministros do STF têm observado rigor técnico nos procedimentos. A defesa dos acusados adotou, coincidentemente, na maioria dos casos, caracterizar como uso de caixa dois o dinheiro para pagar despesas de campanha eleitoral. Mas o argumento é como usar um erro para justificar o outro, pois o caixa dois para financiamento das campanhas eleitorais é prática comum de pagamento das despesas. E a compra do voto vem dessa origem de recursos financeiros não contabilizados.
Lamentável que eleitores vendam seu voto e candidatos comprem os votos que estão à venda, uma prática nefasta sempre presente nas eleições brasileiras, praticada por muitos candidatos independentemente de sua ideologia. É o chamado pragmatismo eleitoral. Vencer a qualquer custo, pois com o poder é possível captar recursos financeiros para os futuros empreendimentos eleitorais. E o ciclo se repete infinitamente.
Muitas iniciativas surgiram no sentido de coibir a prática vergonhosa de corrupção eleitoral, emanadas da sociedade civil, mas ainda ineficazes para inverter a lógica perversa da mercantilização. Observe-se então que na pauta atual do STF também está em julgamento um vício antigo da política brasileira.
(( publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))
domingo, 19 de agosto de 2012
Começa a campanha
Para a maioria dos candidatos e seus colaboradores, a campanha eleitoral tem início, efetivamente, amanhã, quando entram no ar os programas de propaganda em horários gratuitos do TRE no rádio e na televisão. E confirmam isso no segredo com que até a última hora guardam o conteúdo de suas produções. Sobre elas têm falado apenas superficialmente.
Com cerca de vinte pontos que, segundo as pesquisas, distanciam o primeiro e o terceiro colocados na intenção de votos, todos os candidatos acham que podem subir, e para tanto, o rádio e a televisão haverão de influir.
Assessores da candidata do PT, Margarida Salomão, afirmam que a televisão vai mostrar um programa pautado nas questões que hoje são preocupação do juiz-forano, com base num modelo de administração pública proposto pelo partido.
Bruno Siqueira, PMDB, o mais jovem dos candidatos, sendo entre todos o que nunca disputou a prefeitura, vai jogar na proposta da renovação, para afirmar que a cidade não avançou tanto quanto podia.
Para Custódio Mattos, PSDB, que sai em busca da reeleição, e dispõe de mais tempo no vídeo que seus adversários, o enfoque dos programas está nas realizações da administração, as obras que foram iniciadas e precisam ser concluídas.
Relatividade
Sem desprezar o fato de que a candidata do Partido dos Trabalhadores, Margarida Salomão, vem liderando todas as pesquisas até agora conhecidas, é preciso considerar, relativamente, que em uma eleição com as características deste ano 20% dos votantes só se definem quando faltam 15 dias. É o raciocínio do presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana.
Está na raiz
Quem se detiver sobre os autos dos processos do mensalão ou observar que a construtora Delta investiu cerca de R$ 300 milhões em eleições, constata facilmente que no financiamento das atividades políticas é que está a raiz de todos os escândalos que hoje deixam chocada a opinião pública.
Pelo tradicional
É inegável que as redes sociais têm um papel a exercer na campanha eleitoral. Se por nenhuma outra razão, pelo fato de as pessoas poderem interagir, sendo o exemplo mais recente a eleição do presidente Obama. Os recursos que se abrem a partir da internet devem ser admitidos, mas há todas as evidências para se considerar que neste 2012 o que vai continuar prevalecendo, em grande escala, são só recursos tradicionais de campanha.
Tal e qual
Severino Cavalcanti, que se tornou famoso pelas estrepolias que andou praticando na presidência da Câmara dos Deputados, teve impugnada sua candidatura a prefeito do município pernambucano de João Alfredo, pela mesma razão que a Justiça em Minas impugnou a candidatura de alberto bejani à vereança: renúncia ao mandato para escapar da cassação. A Ficha Limpa também está funcionando no Pernambuco.
Grande fiasco
O Ministério da Justiça havia concedido prazo até abril para que os órgãos de segurança mineiros concluíssem as investigações sobre crimes contra a pessoa praticados antes de 2007. Pois as apurações não chegaram a 5%. Isto significa que cerca de 11 mil criminosos estão soltos.
Amigos do Patrimônio
A Lei 11.111 foi sancionada em 2004, instituindo, a título de reconhecimento, o troféu Amigos do Patrimônio, que chegou à sua sétima versão. Na sexta-feira, no auditório João Carriço, foram contemplados os seis agraciados deste ano: Museu Mariano Procópio, Édson Campos Porto, pela preservação do imóvel 917 da Rua Batista de Oliveira, Maria das Graças Pereira, pelo trabalho realizado no campo do artesanato, o Arquivo de Memória da Secretaria de Educação, e as irmãs Odete e Ofélia Ciampi, por manterem preservado e conservado o Edifício Ciampi, o primeiro de Juiz de Fora.
Representando a Fundação Alfredo Ferreira Lage e o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural discursaram Paulo Gawryszewski e Wilson Jabour Júnior, que destacaram a importância dos homenageados na difusão do patrimônio cultural, e pelo que servem de estímulo a pessoas e instituições que podem fazer pela memória de Juiz de Fora. Wilson lembrou o ex-prefeito Mello Reis, que em 1982 deu os primeiros passos para a implantação de uma política de preservação de imóveis históricos.
(( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Pestana vê eleição dura e confia na experiência
O PSDB e seus aliados esperam que a eleição do prefeito seja decidida no segundo turno em seis municípios mineiros, entre eles Juiz de Fora, como afirmou ontem o presidente estadual do partido, deputado Marcus Pestana, num encontro com jornalistas, em seu escritório. Para ele, já está sinalizado que será intensa a disputa entre os três principais candidatos, mas acha que a experiência de Custódio vai favorecê-lo, sobretudo quando for iniciada a temporada de propaganda e debates.
Rejeição
Queixando-se de que nem sempre o eleitor avalia dados essenciais de uma pesquisa, o deputado lembra que é preciso considerar as condições em que o prefeito tucano encontrou a administração municipal, “quando Juiz de Fora esteve em página errada do noticiário nacional”, referindo-se ao ex-prefeito alberto bejani, habitual frequentador das páginas policiais. Ainda assim – disse – Custódio conseguiu realizar mais que seus antecessores. E quando a isto se opõe uma rejeição que as pesquisas têm denunciado, o deputado adverte que elas devem ser analisadas com cuidado. Exemplos: em S.Paulo, Kassab venceu, depois de estar em terceiro lugar, da mesma forma Henriques, em Salvador, e Lacerda, em Belo Horizonte, que partiu dos 8%.
A rejeição, portanto, tem muito a ver com as condições sombrias que um prefeito candidato herda, como ocorre também em Betim e Governador Valadares. O presidente do partido acha que talvez Custódio não tenha conseguido mostrar isso suficientemente à população.
O inevitável
Baseando-se em cinco campanhas majoritárias que coordenou, Pestana admite como “praticamente inevitável” a disputa da prefeitura de Juiz de Fora ser transferida para o segundo turno, “ a menos que ocorra um desastre, algo inesperado”, estando entre os fatos que não podem ser previstos a desistência de um dos três candidatos que estão correndo na linha de favoritismo.
Há um outro detalhe que pode influenciar no segundo turno: ganha-se mais com os erros dos adversários do que propriamente com os acertos de quem está disputando. O exemplo é recente, diz ele. Em 2008 Custódio se valeu disso.
Nada a ver
Pestana insistiu, durante a entrevista, que é ”equívoco recorrente” apontar a próxima eleição dos prefeitos como um marco inicial para a disputa presidencial de 2010, ainda que reconhecendo como o grande projeto político de Minas a candidatura de Aécio Neves à sucessão de Dilma Rousseff. “Em relação aos prefeitos há uma baixa correlação”, diferentemente quando se trata de deputados, cuja eleição ou reeleição pode ser muito influenciada pelo poder político local do prefeito. Mas o deputado revela interesse do PSDB em manter as forças políticas agregadas em torno do que ele há de “PAA – Partido do Aécio e do Anastasia”... Ele está percorrendo os municípios em que os tucanos têm candidatos a prefeito ou vice, mas há um enfoque especial para aqueles em que há maior densidade eleitoral em Minas, sem escapar o detalhe meio cabalístico: os 50 maiores municípios do estado têm cerca de 50 mil eleitores e representam 50% do eleitorado mineiro.
Os golpistas
Um estudo sobre estabilidade política em todos os continentes, realizado para as Nações Unidas, revelou que em apenas oito países não ocorreram golpes de estado:Austrália, Nova Zelândia, Israel, Estados Unidos, África do Sul, Noruega, Suécia e Canadá.
Ainda bem que o estudo não se interessou pelos países mais infestados de golpistas...
Som e imagem
Para a propaganda dos candidatos a cargos eletivos o Tribunal Regional Eleitoral tem site com os nomes deles, dos partidos e o tempo de duração de suas peças em rádio e televisão.
Quanto aos candidatos a prefeito em Juiz de Fora, a disponibilidade de tempo às segundas, quartas e sextas-feiras, é a seguinte: Custódio, 10'30''; Margarida, 7'35''; Bruno, 6'44''; Victória, 1'47''; Paschoalin, 1'45'', Laerte, 1''40''.
Agressão ao TSE
O problema não é de hoje, mas nesta semana se intensificou. São as falsas mensagens em e-mails, em nome do Tribunal Superior Eleitoral, que já fez um alerta a toda população que por ventura esteja recebendo e-mail em seu nome.
“O Tribunal recebe várias ligações de eleitores informando que receberam e-mail em nome da Central do Eleitor do Tribunal, avisando que o título de eleitor está suspenso, e pedindo que regularizem a situação por meio de formulário anexo. O Tribunal esclarece que esse e-mail é falso, não foi encaminhado pela Justiça Eleitoral e pode conter vírus”, diz o comunicado. Investigações ainda não concluíram sobre o objetivo de quem emite tais mensagens.
O TSE já esclareceu, e insiste que não envia e-mails aos eleitores, nem mesmo para comunicar pendências ou cancelamento de títulos. “A Corte Eleitoral também não autoriza qualquer instituição a fazê-lo. A única exceção são e-mails em resposta a dúvidas encaminhadas. Dessa forma, caso o eleitor receba e-mail em nome da Justiça, a mensagem deve ser apagada”, determinou.
(( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Pestana faz balanço
O presidente estadual do PSDB, deputado Marcus Pestana, fala hoje à imprensa, às 11h30m, em seu escritório, para uma avaliação do quadro eleitoral em Minas e em outros estados. Nestes, ele trabalha para ajudar o senador Aécio Neves, candidato à presidência da República em 2014, a conhecer detalhes do panorama político que vai ser criado após as eleições municipais de outubro próximo. Contudo, considera que melhores perspectivas só poderão ser conhecidas quando começar a propaganda no rádio e na TV.
Na atual campanha, Pestana percorre 112 municípios, onde o PSDB tem prefeitos a reeleger ou atua na oposição.
Novos ministros
Surgem as primeiras especulações sobre futura reforma ministerial no governo Dilma. Os motivos são baseados no resultado das eleições municipais que se avizinham, e no projeto político dos partidos no governo federal com vistas à continuidade no poder. O desempenho da presidente Dilma nas avaliações de governo são, pelo menos por hora, animadoras para um projeto de reeleição. Mas o PT vai querer sua reeleição? A sombra do ex-presidente Lula paira sobre o atual governo. Em 2013 a principal pauta das reuniões do PT será a candidatura à presidência da República. Com quem será que o PT disputará?
Chance reduzida
O PSL, por mais esperançoso que seja, não deve achar que o Tribunal Superior Eleitoral vai reformar decisão unânime do TRE, que negou o registro da candidatura a vereador do ex-prefeito alberto bejani. O partido joga no impossível, não substitui o candidato que a Justiça enjeita, acaba ficando sem a vaga e sem as legendas.
Segundo tempo
Pela leitura dos jornais, os eleitores mais interessados já tomaram conhecimento das propostas básicas dos candidatos a prefeito. Todos anunciam realizações importantes, não havendo uma única pessoa que seja capaz que contestá-las. Quem condenaria a construção de escolas, creches e ambulatórios? Ou mesmo os amplos projetos de despoluição?
Mas vem agora o segundo tempo. Conhecidos os projetos, muitos deles caríssimos, cabe indagar onde o futuro prefeito vai conseguir o dinheiro? O eleitor tem de saber.
Olhar sobre o STF
Mais que as casas políticas, o Supremo Tribunal Federal tem sido um importante referencial para a população brasileira nos últimos tempos. Ocupa um espaço na mídia maior do que, por exemplo, o Congresso Nacional. Por quê? Pode-se especular que é devido a justamente ser instado a julgar os casos envolvendo políticos, quer seja por omissão, quer seja por ação. No caso da Lei da Ficha Limpa a lacuna deixada pelo Congresso Nacional ensejou uma interpretação da corte quando de sua aplicabilidade. No caso de parlamentares, o STF é chamado a julgar os casos, cumprindo dispositivo constitucional.
Procura-se um herói
Depois de ter sido nominalmente acusado, no Supremo Tribunal Federal, de saber para que serviria o dinheiro do mensalão, o ex-presidente Lula ficou precisando de um de seus antigos ministros que pratique ato heroico e assuma a responsabilidade. Alguém que coloque o peito à frente e receba o tiroteio destinado ao ex-chefe.
Imitando o marechal Machado Bitencourt, ministro da Guerra em 1897, que se colocou à frente de Prudente de Morais, e recebeu a facada mortal que Marcelino Bispo de Melo destinava ao presidente.
Destino comum
A Câmara Municipal retoma as sessões ordinárias, mas certamente condenada a ter o mesmo destino da maioria das casas legislativas do País neste período eleitoral: tempo morno, sem grandes temas em discussão. Todos os vereadores são candidatos à reeleição e têm de gastar a sola dos sapatos.
Os indicados
O PSB deve publicar, proximamente, a lista de todos os seus candidatos a prefeito que vão disputar em linha própria em cerca de 25% dos municípios brasileiros, somando-se a eles os socialistas que disputam a vice-prefeitura. Da relação figura também os casos em que, não tendo candidato, fazem parte de alianças, como em Juiz de Fora: o PSB desistiu d e concorrer em faixa própria para apoiar a candidata do PT, Margarida Salomão.
Em Belo Horizonte está um caso em que parte do PSB optou por aliar-se aos petistas, deixando de lado o correligionário, prefeito Márcio Lacerda, “marcado por um gerenciamento dito empresarial, centralizador e autoritário", que "desrespeita a tradição democrática de ouvir a sociedade".
O calendário
No sábado 50 dias antes das eleições, termina o prazo para os partidos políticos recorrerem da decisão do juiz eleitoral sobre a nomeação dos membros da mesa receptora, observado o prazo de três dias, contados da publicação da decisão (Lei nº 9.504/1997, art. 63, § 1º).
Também estará extinto o prazo para que os responsáveis por todas as repartições, órgãos e unidades do serviço público oficiarem ao juízo eleitoral, informando o número, a espécie e a lotação dos veículos e embarcações de que dispõem para o primeiro e eventual segundo turnos de votação.
( publicado na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Bons amigos?
Não apenas para o PT, como para os partidos que se apresentam como socialistas, comunistas ou de esquerda a sucessão municipal deste ano, como a de 2008, para não se falar de situações mais pretéritas, a candidatura de Margarida Salomão é via única. Ou ela ou a derrota antecipada, porque qualquer projeto daqueles segmentos não teria fôlego para ir longe com outra candidatura.
Sendo ela a única em condições de avançar com um projeto de conquista do poder municipal para os partidos de esquerda, são estranhas as defasagens que vem enfrentando. Primeiro os comunistas e o PSTU, sabendo que lhes escapa qualquer chance de desempenho razoável, partem para a corrida solo, uma aventura que confisca da candidata do PT, mesmo que apenas no primeiro turno, uns seis mil ou sete mil votos que seriam naturalmente dela, e que podem fazer a diferença no caso de uma disputa apertada com Custódio ou Bruno Siqueira.
Mas nas últimas horas, como novidade, o próprio Partido dos Trabalhadores se surpreendeu e surpreendeu a todos, quando cerca de 30 de seus dirigentes ou militantes se rebelaram e protocolaram (sic) documento em que revelam indisposição de trabalhar na campanha de Margarida. Um pretexto é a presença e o apoio do ex-prefeito Tarcísio Delgado, acusado de comprometer as águas petistas com as manchas do PMDB. Não foi o mesmo sentimento que manifestaram em 2008, quando o receberam calorosamente no embate do segundo turno. Nas alegações do abandono recusam outras adesões, mas estas de conteúdo político menos significativo.
Será este o momento adequado para a direção estadual do PT mostrar que tem real empenho em ajudar sua candidata em Juiz de Fora: o presidente Reginaldo Lopes desembarcar aqui e impor a unidade.
Pelo dedo
Mostra-se frágil a possibilidade, que antes era quase uma promessa, de a sucessão presidencial de 2014 eliminar totalmente a identificação do eleitor pelo título, adotando-se o processo biométrico. É que neste ano, dos 5.650 municípios brasileiros apenas 299, segundo o TSE, vão permitir que os eleitores se identifiquem pelo toque do dedo. Se hoje a inovação corresponde a apenas 5% dos colégios eleitorais, parece difícil que a totalidade seja atingida nos próximos dois anos.
Prioridade
Esta é uma semana fraca em relação a visitas e reuniões políticas dos candidatos a prefeito. Para eles e suas equipes o momento é de dedicação total à produção dos programas que levarão à TV nos horários de propaganda gratuita do Tribunal Regional Eleitoral.
Predomina entre os candidatos a certeza de que a campanha começa efetivamente pela telinha, e por ela é que a maioria dos eleitores se orientaria.
Agitação
Pouco se fez, ontem, nos gabinetes políticos do governo, porque todas atenções se dirigiam à denúncia do advogado Luiz Fernando Barbosa de que Lula não apenas sabia de tudo sobre o mensalão, como foi quem deu a ordem para que o esquema executado por Marcos Valério começasse o ”acerto” com os deputados que apoiavam seu governo. Foi uma bomba, que ainda ontem espalhava estilhaços pelos palácios.
Acreditava-se que, transcorrida a segunda semana de julgamento no STF, Lula sairia ileso. Mas o que o advogado indagou foi apenas o que milhões já indagavam: como pode tudo aquilo se passar sob suas barbas sem que ele soubesse?
Mudanças 1
Na Assembleia Legislativa, onde transitam vários especialistas em diagnósticos eleitorais, ainda não há quem se sinta à vontade para fazer previsões sobre mudanças que sofrerá o plenário por causa dos deputados (quantos?) vão se tornar prefeitos. Mas, para alguns, não menos de quatro vão se despedir das atividades na Casa.
Não diferente a incerteza em relação à Câmara dos Deputados, embora com a garantia, nada capaz de surpreender, de que PSDB, PT e PMDB é que provocarão o maior esvaziamento do plenário.
Mudanças 2
"A maneira única de fazer mudanças profundas na política, afora as revoluções, cujas consequências certamente ninguém deseja, é substituir os velhos eleitores pelos jovens, quando aqueles demonstrarem que não conseguiram mudar os rumos do mundo. Não vejo outra solução, nem outro caminho. É preciso escalar a juventude para o terrível jogo do poder."
Erasmo Salvador Brito, filósofo.
Espaço apertado
Os candidatos deixaram de ter, nos últimos anos, um instrumento importante para reunir e atrair a atenção dos eleitores: os showmícios, que se utilizavam de artistas consagrados para animar as concentrações nos bairros. Faz dez anos que a proibição entrou em vigor, praticamente decretando a morte dos comícios na sua forma tradicional.
Restou, como dizem os candidatos, a visita domiciliar. Mas esta também tem suas inconveniências, pois só podem ser realizadas à noite, quando o eleitor já retornou do trabalho. E nessas horas os concorrentes são a novela e o futebol pela televisão.
Pedir votos durante o dia é impossível nos locais de trabalho. À noite, os inconvenientes conhecidos. Nos fins de semana o eleitor quer descansar e não ouvir candidatos. Dizia o vereador Ignácio Halfeld, cujo centenário de nascimento foi recentemente comemorado, que “ainda vai chegar o dia em que o candidato, sem poder falar e visitar, terá de ficar na rua só dando adeusinho para o eleitor”.
( publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
CPI possível
Toda vez que o Brasil tem mau desempenho em Copa do Mundo ou em Olimpíadas, um deputado ou senador aproveita a onda de frustração para propor Comissão Parlamentar e Inquérito. Mas, tão logo as dores passam, o assunto cai no esquecimento, e não mais se fala na carência dos estímulos na base de formação dos atletas. É provável que o assunto volte às tribunas do Congresso.
Gênese das crises
"Todas as crises que pelo Brasil estão passando,e que a dia
sentimos crescer aceleradamente,a crise
política, econômica, financeira, não vêm a ser mais do que
exteriorizações parciais de um estado mais profundo, uma
suprema crise:crise moral".
Rui Barbosa
Fé e política
Em Juiz de Fora, baseada em um texto preparado pelo arcebispo, dom Gil Antônio, a Igreja vai ajudar o eleitor a refletir sobre suas responsabilidades no dia 7 de outubro. Há uma comissão que trabalha sobre temas e também propõe princípios que devem figurar na mensagem, a ser divulgada ainda neste mês, advertindo que a Igreja não tem preferência por partidos ou candidatos; mas a ausência de simpatias por nomes ou siglas não a impede de “esclarecer os fiéis sobre programas ou candidatos que não estão de acordo com a ética, a moral e a fé cristãs”, como informa a “Folha Missionária”, em sua edição deste agosto.
A mensagem de dom Gil também adverte que é inadequado anular o voto, pois o cristão tem o dever da cidadania.
Dose dupla
Nas cidades onde o PSDB tem maior interesse no resultado eleitoral, como o caso de Juiz de Fora, o governador Antônio Anastasia estará participando duas vezes da campanha. Pelo menos é o que deseja o partido, e certamente com o apoio do Palácio. Os tucanos querem que o governador dê seu aval ao que os candidatos de sua simpatia estarão prometendo aos eleitores do interior.
Os infratores
Se os números forem comparados com os de 2008, percebe-se que no primeiro mês de campanha os candidatos estão mais audaciosos no que se refere às infrações. O aumento é da ordem de 15%. Em Minas, já ocorreram 412 multas, com a novidade de que as denúncias podem ser feitas, via internet, por qualquer pessoa, não mais apenas por quem se sentir diretamente prejudicado.
Mais uma lição
Se cada eleição ensina alguma coisa, como disse recentemente um desembargador, a de 2012 não haveria de ser diferente. Não propriamente quanto à sistemática de votação, mas no que toca à preocupação dos tribunais em facilitar ao máximo a identificação dos candidatos, como forma de permitir ao eleitor escolher quem figura em sua preferência, quando o conhece apenas pelo apelido ou hipocorístico.
Ocorre que, com a liberalidade praticada quase sem limites, constata-se o problema: elege-se para vereador o sujeito que se registrou como Pé no Chão. Mas esse sujeito não existe, não tem certidão de nascimento. Como reconhecê-lo legalmente? É preciso que, perante a Justiça, para todos os fins, o vereador é quem figura no cartório ou batistério como, por exemplo, José Petrolino de Oliveira, não Zezão do Posto, porque este legalmente não existe, e não há mandato fantasma. O sujeito que só se identifica pelo apelido, ignorado pelo nome verdadeiro, é um candidato duvidoso.
É preciso que nas eleições futuras o apelido seja apenas um dado secundário, nada mais além disso.
Dilma distante
A presidente Dilma está desagradando setores do PT, devido ao seu estilo de governar. Ela se mostra mais preocupada com a administração do que com a política. A ala sindicalista está de “nariz torcido” com a presidente, sobretudo sindicalistas do serviço público federal. Quando passarem as eleições, a disputa interna no PT para a escolha da candidatura à presidencia da República poderá se tornar ferrenha. A ala sindicalista vai querer a volta do Lula. Mas, Dilma se estiver mantendo a boa aprovação do governo, poderá resistir de abdicar da reeleição.
((Publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))
domingo, 12 de agosto de 2012
Sem volta?
Para muitos pareceu, na semana passada, que, deixando solitariamente o PMDB, sem ser seguido por correligionários veteranos, o ex-prefeito Tarcísio Delgado sinalizava uma porta aberta para futuro retorno. Mas tal possibilidade pode acabar diluída, pois em sua mensagem de despedida ele não se limitou a queixas locais:
“O PMDB vem se descaracterizando, nos últimos anos, com ligações impróprias e alianças com adversários históricos e definitivos. Já faz algum tempo, vem se desligando de sua linha programática, atrás de interesses fisiológicos”, disse ele .
O que vale mais
Por saberem que grande parte dos ouvintes e telespectadores considera a propaganda eleitoral maçante, os candidatos costumam apostar mais na eficácia das inserções dos spots e jingles. Com duração de 30 segundos, eles podem ser aceitos normalmente, ainda que repetidos muitas vezes.
Durante o período da propaganda eletrônica, que começa dia 21, as inserções para Custódio, Margarida e Bruno serão, respectivamente, de 945, 680 e 606.
Voto comprado
Tomo por empréstimo trecho do “Tiro&Queda”, de Eduardo Almeida Reis, na edição de sábado do jornal Estado de Minas:
“… porque não há voto que não seja comprado. Quando o eleitor não é comprado por dinheiro, é comprado pelas promessas do candidato, por sua simpatia, pelas ideias – é um comprar sem fim. Fala-se em voto consciente. Ora, bolas, quanto mais consciente, mais comprado o voto. Se o candidato me parece honesto e tem projeto político que me agrada, compra o meu voto. E o seu, caro e preclaro leitor”
Sem dúvidas
O ex-procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza, que há cinco anos foi o primeiro a conhecer os autos do processo que logo em seguida passaria a ser conhecido como mensalão, diz que “há provas certas e determinadas” sobre os crimes praticados sob a liderança de José Dirceu. Ele entende que é furada a tese da falta de substância na denúncia do procurador Rangel.
Prioridades
Num tipo de desabafo que não está entre suas raridades, a presidente Dilma diz aos servidores em greve que tem outras prioridades a tratar, insinuando que as reivindicações da classe não podem atropelar outras questões em tela. Não havendo maiores protestos, vê-se como os tempos mudam. Se Fernando Henrique dissesse isso já estaria sendo crucificado.
Papo furado
Não falta quem diga, por maldade ou interesses indiretos, que a reeleição não faria falta ao vereador Isauro Calais porque, sendo suplente de deputado estadual, ele estaria na iminência de assumir na Assembleia, se um titular da coligação do PMN for eleito prefeito. Essa possibilidade não existe, porque nenhum dos cinco deputados da coligação de Isauro é candidato a prefeito. Não havendo candidato, não há vacância nem substituição.
Aposta
Se lhe mostrarem um bairro da cidade em que sua administração não fez, pelo menos, o dobro do que fizeram os antecessores, Custódio Mattos não irá ali pedir votos. Foi o repto que lançou, no sábado, ao inaugurar seu birô central, na Rua Halfeld. Claro, os adversários saem à caça de um furo nessa aposta.
As mulheres
Nada menos de sete entre os partidos diretamente envolvidos na campanha eleitoral deste ano têm departamentos dedicados à divulgação das causas da mulher. Como nunca antes ocorreu isso, a eleição de outubro pode servir para mostrar se o eleitorado feminino está mais sensível aos seus temas ou se prefere não levar para as urnas as diferenças de gênero.
((publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Que capa é a nossa?
Seis dias de sessões do Supremo Tribunal Federal para julgar o mais rumoroso caso da história recente do Brasil, a Nação tem dúvida se ministros nomeados pela vontade e pela simpatia do governo conseguirão se sentir suficientemente livres de pressões dos interesses, mesmo diante de evidências insofismáveis dos crimes que foram cometidos contra a população. Que capas, afinal, seriam mais poderosas? Uma é invisível, mas esconde claras insinuações dos gabinetes e das visitas não protocolares, como aquela em que o ministro Gilmar Mendes recebeu o ex-presidente Lula. A outra capa quer ser a blindagem da mais alta corte de Justiça do País, e é a que se pretender ver soberana e inexpugnável. Porque, se o Supremo fraquejar e ceder, a quem mais haveremos de recorrer?
Despedida no PMDB
Sem anunciar o assunto que pretende tratar, o ex-prefeito Tarcísio Delgado convidou a imprensa para uma coletiva, às 16h, em seu escritório, na Avenida Rio Branco. Mas na semana passada ele já havia antecipado a possibilidade de deixar o PMDB, e é o que vai confirmar hoje à tarde, dois meses depois de discordar dos rumos que o diretório adotou para a sucessão municipal. Desligado de sua história de 46 anos de vida partidária, ao anunciar o desligamento ele se sente mais à vontade para dar apoio à candidatura de Margarida Salomão à prefeitura, inclusive oferecendo sua imagem nos programas de propaganda gratuita do TRE no rádio e TV.
A decisão de Tarcísio de deixar o PMDB pode ser ou não acompanhada por membros de seu grupo. Ficando alguns, restará a expectativa de um futuro retorno do ex-prefeito.
Desrespeito
Carros de som de alguns candidatos começaram cedo a infringir as exigências da legislação eleitoral, abusando dos ouvidos das pessoas que têm a infelicidade de cruzar com eles. Nas proximidades de hospitais e escolas o som não pode ser projetado, pois nem aí os limites são respeitados.
A solução é começar a publicar o nome dos candidatos que não estão conseguido controlar suas equipes.
Os impedidos
A semana está fechando com 2.154 candidatos em Minas com pedido de registro indeferido, por razões diversas, mas principalmente documentação irregular e problemas com a Justiça. Nada menos de 90% dos impedimentos se referem a candidatos a vereador.
Exorbitante
Os gastos com a campanha eleitoral, os já realizados e os que estão por vir, andam por alturas tais, que entrar nela vai se tornando um esporte limitado para os atletas políticos. Se antes eleição era assunto para os ricos, agora pertence aos muito ricos.
A forma de conter o volume de dinheiro cada vez mais exigido é apressar a reforma eleitoral e incluir nela instrumentos eficazes de controle. A reforma como solução desse problema é o que também pensa o deputado Marcus Pestana, presidente do PSDB em Minas.
Cidade em risco
Uma razão a mais para preocupar a polícia e a cidade. Nas últimas semanas, quando se apreende cocaína, já não se trata mais apenas do pó para o consumo imediato dos dependentes, mas é a pasta que vem diretamente da Bolívia, Venezuela e Equador. Se a novidade é a pasta, significa que ela está sendo processada por aqui. E se for assim, aumenta nossa chance de estar no mapa do crime organizado do tráfico pesado. Nada bom.
O jeito é prevenir
O candidato do PMDB a prefeito, Bruno Siqueira, encerrou o terceiro encontro temático de sua campanha seguro de que a grande preocupação da cidade é a insegurança. E uma conclusão: “Em meio às inúmeras propostas elaboradas, uma unanimidade entre representantes das polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros, assistentes sociais, entidades assistenciais, servidores públicos e especialistas é que sem prevenção não haverá mudança.”
Por escala
O Partido dos Trabalhadores vai entrar na fase mais pesada da campanha eleitoral usando a imagem e o discurso do ex-presidente Lula para promover os candidatos do partido às prefeituras dos grandes centros. Para tanto, já não teria mais a contrariedade dos médicos que o acompanham no tratamento da garganta. Para uma segunda fase não está descartada a participação da presidente Dilma.
(( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
A Verdade
A Comissão Municipal da Verdade, criada através de lei que o prefeito acaba de sancionar, para colaborar com a política nacional de combate à violência, fica na dependência de regulamentação e indicação dos integrantes. Define o artigo 4º que, “de forma pluralista, será integrada por sete membros designados pela prefeitura municipal, sendo um representante da Câmara, membro de sua Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, e um representante da prefeitura. Os outros componentes serão escolhidos entre brasileiros de reconhecida idoneidade e conduta ética, identificados com a defesa da democracia, bem como com o respeito aos direitos humanos no âmbito do Município de Juiz de Fora”. Sua participação será considerada de relevante interesse público, sem remuneração.
Betinho
Foi num dia 9 de agosto, 15 anos passados, que morreu o sociólogo Herbert de Souza, Betinho, criador da ação de cidadania contra a fome e a miséria. Vítima da hemofilia, agravada com a AIDS, adquirida em transfusões, ele desejou, sem êxito, ver prosperar efetivamente sua campanha, que se baseava na constatação de que a maior forma de violência é a fome.
“Concurso”
O prefeito Custódio Mattos compara a campanha eleitoral da cidade a um imenso concurso em que o candidato envia seu currículo a 385 mil eleitores, e fica esperando a aprovação da maioria deles.
Longa espera
A tão esperada ligação rodoviária entre o aeroporto de Goianá e Barreira do Triunfo, que o governador Anastasia acaba de prometer, tem o início das obras previsto para novembro, numa extensão inferior a 14 quilômetros e término em novembro de 2014. O que significa 1,7 quilômetro/mês. Serão tantas as dificuldades do terreno?
Reeleito
Professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora, Fernando Antônio Fagundes Reis acaba de ser reeleito, no Rio, para o cargo de diretor jurídico da Light. A decisão foi tomada pela unanimidade dos votos do Conselho de Administração da companhia.
Velho hábito
Coisa que não muda na crônica das campanhas eleitorais – pelo contrário, se acentua - são as “mordidas” aplicadas sobre o bolso dos candidatos. Quem está em campo pedindo voto torna-se vítima dos pedidos de ajuda financeira, pagamento da conta de luz, conta de remédio e camisa de futebol. Tudo como dantes.
Ontem, no Calçadão da Halfeld, veterano político que está em campanha, dizia-se escandalizado.
Para 2014
Quando se conversa com deputados, em Brasília, sobre as impressões que acabam de trazer do interior em relação à campanha eleitoral, deduz-se, com frequência, que o PMDB mantém com habilidade seu comportamento de partido coadjuvante do poder. Quer consolidar, e talvez até ampliar seu possto para continuar sendo influente, independentemente de quem estiver no comando. Mas, outra observação: se o partido ficar muito forte, e, como se diz comumente, “o cavalo passar arriado”', disputará a sucessão da presidente Dilma em 2014.
Morosidade
Doze anos atrás, o deputado Newton Cardoso acusou um servidor estadual de praticar corrupção, e foi processado. Nada para justificar a demora da sentença do Tribunal de Justiça, até porque Newton sempre confirmou a acusação. Fixada a indenização em R$ 10 mil, ele vai recorrer. Provavelmente mais uma década. Quem viverá para ver?
(( publicado na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Conhecimento de causa
O que o diferencia de seus adversários, que jogam com a proposta da renovação, contra o projeto da reeleição? Foi o que se perguntou, ontem, ao prefeito Custódio Mattos, quando recebia a imprensa para expor seu plano de campanha. Entre optar pelo novo e confiar na experiência ele aposta nesta, e diz que está aí sua inspiração e decisão de buscar a reeleição. O que pode ajudar a cidade, diz ele, é o prefeito que tem conhecimento de causa, certeza que adquiriu com base em seus vinte anos de convivência com a administração pública. Vale dizer: os conhecimentos já acumulados, enquanto um principiante tem de começar do zero.
Para Custódio é seu diferencial em relação aos que estão concorrendo com ele.
Preparado
O PSDB fechou suas contas em Minas com 300 candidatos a prefeito, 249 vice-prefeitos e 6.114 vereadores, segundo balanço apresentado pelo presidente estadual, Marcus Pestana, que prometeu “uma grande mobilização política em todas as regiões, confirmando-o como o mais importante partido político do estado”. Um detalhe que ele cita para justificar seu otimismo está nas alianças, “que são uma característica dos tucanos, que sempre buscam agregar forças, respeitando os aliados”. Em Juiz de Fora o partido tem o principal exemplo das alianças, somando nada menos de 12 na disputa majoritária
Importadores
Se forem atualizados, os dados conhecidos em 2000 e anos seguintes indicavam que o município não chega a produzir 0,4% no setor de agricultura para subsistência. O que significa que nem os produtores locais conseguem o suficiente para sua mesa. Importamos tudo, principalmente de São Paulo.
É o que faz estranhar o protesto da Frente de Defesa do Restaurante Popular, que gostaria que toda a alimentação daquela unidade fosse da agricultura local. Todos gostaríamos. Mas como?
Dificuldade
Ainda que apenas em começo de campanha, é comum ouvir a queixa de candidatos a vereador, que esbarram em eleitores que já têm compromisso com parentes e vizinhos. Não é para menos, porque desta vez a Câmara de Juiz de Fora vem com mais de 16 candidatos por vaga.
Na Zona Norte, determinado bairro tem nove candidatos.
Os diferentes
Nem bem começada a campanha, ouvidos os discursos e os primeiros embates, já se vê como paulistas e mineiros são diferentes para lidar com a política. Alguém já disse que se se olha para o espaço e os mineiros parecem Vênus, mais subjetivos e sensíveis; os paulistas parecem Marte, tendem para a concretude e o enfrentamento.
Mais azedo
Com a propaganda que está começando em rádio e televisão e a natural tendência dos candidatos de procurar defeitos nos adversários, pode-se dizer que a campanha eleitoral vai se tornar acescente. Isto é, começa a azedar.
Desconfiando
O Tribunal Superior Eleitoral tem advertido para um problema que vai se tornando frequente: os falsos comunicados que circulam na internet, destinados a confundir eleitores, geralmente com ofensas e denúncias contra candidatos, suas empresas ou familiares. É preciso cuidado, porque chancelas inexistentes têm sido utilizadas.
Sobre jogo baixo, já se registrou um caso em Juiz de Fora na atual campanha. Por uma agência de correio da Rua Padre Café, uma entidade fictícia, com endereço inexistente ( número de sala do Solar do Progresso) expediu material ofensivo a candidatos do PMDB.
Plano de mídia
O juiz da 155ª Zona Eleitoral, Cristiano Álvares Lago, que preside a Comissão de Fiscalização de Propaganda Eleitoral, vai se reunir, na sexta-feira, com os representantes de coligações partidárias, quando será discutido o plano de mídia das eleições deste ano. A reunião será às 14h, na sede da Justiça Eleitoral, Rua Osório de Almeida, n° 425 - 1° andar.
(( publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Faltam dois meses
Dentro de dois meses, em 7 de outubro, os eleitores estarão elegendo seus vereadores, prefeito e vice-prefeito. Estão inscritos 386.662, mas as decisões serão tomadas, talvez, pelo voto de cerca de 310 mil, considerada nossa tradição de abstenção, votos nulos e brancos. Desses que vão chamar a si a responsabilidade de eleger, considera-se que, quando faltam 60 dias, de 35% a 40% não sabem em quem votar para prefeito. Mas uma boa parcela até que sabe, mas prefere não opinar nas pesquisas.
A partir de agora (sempre acontece assim nos dois meses antecedentes) vão se tornando mais nítidas as chances dos três principais candidatos.
Os petistas afirmam, com razão e com base em todas as pesquisas, que se a eleição fosse hoje, Margarida Salomão venceria no primeiro turno. Mas seus adversários já vão se preocupando com o segundo turno, que é uma eleição inteiramente diferente, quando os números podem mudar. As duas votações se separam por apenas quinze dias, mas são independentes. Não foi diferente o que ficou de 2008. No primeiro turno, Margarida 41 pontos e Custódio 28. No segundo turno Custódio subiu 24 pontos, indo para 52, e Margarida, subindo 7 foi para 48.
Precipitação
As tentativas de colocar as pesquisas atuais a serviço das previsões para a sucessão presidencial em 2014 devem ser tidas na conta de uma precipitação, segundo a ótica do presidente do PSDB de Minas, deputado Marcus Pestana. Ele se refere ao fato de os governistas pretenderem projetar a aceitação popular da presidente Dilma como indicativo para a eleição seguinte.
Com permanente e favorável exposição, Dilma estaria levando uma vantagem que talvez não consiga conservar nos próximos dois anos na avaliação tucana.
Outra suspeita
Não bastasse o envolvimento de tantos mineiros no mensalão, a começar pelo operador, Marcos Valério, surge agora a denúncia de envolvimento direto da Fiemg - Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais. Para contribuir no esquema de financiamento de deputados do PT, teria destinado quase meio milhão de reais. A entidade ainda não se pronunciou.
Novo debate
Fazem-se algumas previsões sobre os temas políticos que poderão voltar à discussão, quando o Congresso já não estiver com todos os seus olhares voltados para a sucessão municipal deste ano. Poderá voltar à cena um projeto do deputado Eduardo Azeredo, que pretende a unificação das datas de eleição. Não mais de dois em dois, mas de quatro em quatro. A partir de 2018, o eleitorado estaria votando, de uma só vez, para o preenchimento de todos os cargos, de vereador a presidente.
É um dos temas mais polêmicos, sustentado por argumentos que se chocam. E exatamente por ser tão polêmico é que não prospera no Congresso.
Reeleição
A Confederação Nacional dos Municípios reconhece, indiretamente, que os prefeitos que tentam um segundo mandato, sem terem de se ausentar do cargo, contabilizam certa vantagem sobre seus opositores. No levantamento que fez em todo o País, concluiu que 75% pretendem continuar. São 2.736 candidatos à reeleição. Em Minas, dos 863 municípios há 461 prefeitos lutando por mais um mandato.
Compensação
“Vou dar um pau nesse cancerzinho”, disse o ex-deputado Roberto Jefferson, depois de se constatar o maligno no pâncreas, antes tido como tumor benigno. Visível seu abatimento no pós-operatório, ele vai se preparando para ouviu a sentença do STF, onde figura como réu do mensalão, mas já se dizendo compensado: ajudou a fulminar a carreira de José Dirceu.
Azedando
Com a propaganda que está começando em rádio e televisão, com a tendência dos candidatos de procurar defeitos nos adversários, pode-se dizer que a campanha eleitoral vai se tornar acescente. Isto é, começa a azedar.
((publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))
domingo, 5 de agosto de 2012
Jogo pesado
A expectativa do dia tem o foco nos advogados de defesa dos réus do mensalão. Se já era grande, maior ainda, depois que o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, desfechou acusação fulminante contra o que chamou de “quadrilha” de José Dirceu; não mais grupo, mas quadrilha mesmo, demonstrando que, além do ex-chefe da Casa Civil de Lula, estava na primeira linha dos criminosos Marcos Valério, Genuíno e Delúbio, todos a serviço do PT.
Parecia, antes de Gurgel pronunciar sua peça, que ela seria um pouco mais branda, não tão incisiva, o que surpreendeu os defensores, a despeito de agora definirem a acusação como inconsistente.
Outro detalhe para levar preocupação aos advogados, que fazem parte da lista dos mais ilustres do País, é a análise produzida pela PGR das provas contra os criminosos.
A estrada
Prometida há seis anos, atrasada pelos obstáculos ambientais e, por fim, esbarrando na burocracia, a estrada ligando o aeroporto de Goianá à Barreira do Triunfo, vai sair do papel, segundo anúncio que o governador Antônio Anastasia fará hoje à tarde, em Belo Horizonte.
É uma solenidade que integra o programa Caminhos de Minas, e para ela o governador convidou o prefeito Custódio Mattos.
Zona Norte
O PMDB busca as suas experiências em passado recente, e constata que suas campanhas em busca da prefeitura, quando bem sucedidas, sempre começaram pela Zona Norte. O candidato Bruno Siqueira vai manter a tradição, e nesta segunda-feira faz o primeiro corpo a corpo da campanha. Vai começar por Santa Cruz.
Dois inimigos
Em sua maioria, os candidatos já somaram experiências suficientes para saber que é inconveniente precipitar otimismos e pessimismos, que costumam fazer mal às campanhas, embora nem todos os seus colaboradores sejam capazes de perceber isso.
As candidaturas têm dois inimigos associados, embora antagônicos: o já ganhou e o já perdeu.
Influência
Um movimento de jovens, que não se define nem de direita nem de esquerda, e que se identifica como Juventude Comprometida, vai promover, no dia 13, às 19h no Hotel Ritz, um seminário sobre temas políticos. Nesse primeiro encontro o tema vai tratar da influência do ex-presidente Itamar Franco na política contemporânea. Jornalistas serão os expositores. Para abrir o seminário, tratando da contextualização política, foi convidada a editoria política do TER NOTÍCIAS.
Custou caro
Para escapar das garras da Justiça, os envolvidos no caso mensalão tiveram de contratar advogados considerados habilidosos, e por isso mesmo caríssimos. Para que se tenha ideia, a soma dos honorários devidos aos advogados de defesa dos 38 acusados é superior ao orçamento anual da metade dos municípios brasileiros.
Violência e hipocrisia
A senadora Ana Rita, relatora da CPI que trata da violência contra a mulher, queixa-se do fato de alguns promotores de Justiça, evangélicos fundamentalistas, negarem a aplicação da Lei Maria da Penha, sob o argumento de que punir o marido, ainda que violento, compromete a unidade familiar. Hipocrisia desses promotores.
A CPI já apurou que 80% das mulheres que apanham em casa sofrem ferimentos no rosto, mais que em qualquer outra parte do corpo.
(( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Tarcísio prepara-se para deixar o PMDB
É quase certo que o ex-prefeito Tarcísio Delgado anuncie, na próxima semana, seu desligamento do PMDB, partido onde figura como um dos fundadores, e certamente será acompanhado de outros filiados, que integram seu grupo, em número que hoje é difícil de ser calculado. Ao confirmar, ontem, essa disposição, ele reconheceu que será “uma decisão difícil, depois de 46 anos filiado a um único partido político, o MDB/PMDB, tendo ganho e perdido nas disputas internas Não é fácil desligar-se de um convívio tão longo, em um partido que ajudei a fundar, em momento muito complicado de nossa história”, explicou.
A hipótese de desfiliação, que vem sendo esperada há algumas semanas, é resultado da fracassada tentativa do ex-prefeito de levar o partido a optar por uma aliança com o Partido dos Trabalhadores, sem candidatura própria à prefeitura, esta preferida pela maioria do diretório, decisão que ele compara: “É como ser expulso da própria casa. Foi o que as executivas estadual e municipal fizeram comigo. Proibiram-me participar da convenção de escolha de candidatos, realizada no dia 10 de junho”.
O grupo, que se tornou dissidente no PMDB, ainda não decidiu se se filia logo a outro partido ou se vai permanecer atuando independentemente.
Contra a sujeira
Ontem, o juiz eleitoral José Armando da Silveira convidou a imprensa de Juiz de Fora a aderir à campanha por uma eleição limpa, apoiando o movimento cívico que com tal objetivo acaba de ser lançado pelo TRE de Minas, em parceria com a Cemig, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Explicou o juiz que o grande objetivo é “uma campanha eleitoral limpa, segura, tranquila e transparente”.
Crime menor
Inaceitável que o discurso de defesa dos réus do mensalão insista na tese de que o dinheiro distribuído durante o governo Lula foi para engordar o caixa dois, que vem definido como crime menor. Dinheiro tirado do governo para financiar campanha seria crime menor?
Escândalo
Não é novidade, mas agora corre o mundo pela via da internet: a deputada Nice Lobão, mulher do ministro Edson Lobão, é o maior salário do mundo: R$ 88.000,00 por dia trabalhado.
Explicando: ela tirou nada menos do que 82 licenças médicas, só no ano passado, e dos 101 dias de trabalhos, na Câmara, apareceu em 19. Mesmo licenciada e afastada, continua recebendo seus vencimentos em média de R$ 100.000,00 ao mês e mais R$ 470.000,00 em verbas diversas.
Uma bolada de 1.670.000,00 para quem trabalhou 19 dias durante todo o ano.
Livro de Medina
O professor Paulo Roberto de Gouvêa Medina estará em Belo Horizonte na Escola Superior Dom Helder Câmara, em Belo Horizonte, dia 9, para o lançamento de seu livro “Teoria Geral do Processo”, editado pela Del Rey e Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. O livro oferece ao leitor “noções básicas da matéria, em linguagem acessível e didática, fundadas na boa doutrina”.
A apresentação do livro será feita a partir de 18h.
“Mal-entendido”
Na edição de ontem, a coluna estranhou e protestou contra uma atitude de cerceamento da atividade de imprensa na Câmara, onde se presume estar a sede política da sociedade. Um repórter desejou fotografar ambiente interno, foi impedido por um segurança e informado de que é questão de norma interna.
O presidente da Câmara não se explicou ao redator, nem ao repórter, mas à direção do jornal, afirmando que houve um “mal-entendido” (sic). Ficam o dito e o que foi escrito.
Os nulos
Parecendo mais orquestrada que nos anos anteriores, a campanha anônima em favor do voto nulo está evoluindo para slogans mais bem produzidos e tomando espaço nos muros, postes e caixas telefônicas. “Meus sonhos não cabem na urna eletrônica”, diz um deles.
Não custa repetir: o voto nulo de um eleitor enojado com os políticos é o voto que indiretamente se dá aos piores candidatos. Toda vez que o eleitor esclarecido anula o voto, o eleitor e o candidato safados marcam um gol.
Encontro em BH
O governador Antônio Anastasia recebe em audiência, nesta manhã, em Belo Horizonte, o prefeito Custódio Mattos. Afora questões de ordem administrativa, é certo que ele receberá o primeiro relatório sobre a posição do PSDB na sucessão municipal, para ser avaliado com as pesquisas que orientam o Palácio.
(( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Pesquisas
Para se ter uma conclusão razoável das pesquisas eleitorais que transitam pela cidade (fala-se em cinco), talvez o melhor caminho seja a soma dos resultados de todas elas e com isso tirar a média. Porque os números são desencontrados, embora as posições dadas aos candidatos sejam, na maioria das vezes, coincidentes.
O que dizem dirigentes dos partidos é que essas pesquisas são encomendadas para orientação interna. Mas como se orientar?, se os números diferem tanto.
Substitutos
A substituição de nomes nas chapas de candidatos só será aceita pela Justiça Eleitoral até o dia 8, consideradas razões diversas. Ontem, fracassaram as tentativas de saber dos partidos se há previsões nesse sentido. Quatro entre os maiores foram consultados, e não esperavam alterações de última hora.
Mas não se pode desmentir o que já foi dito: há candidatos que vão permanecer, mas sem empenho na campanha, pouco se importando se terão votação medíocre.
Sob holofotes
O julgamento do mensalão, que já vai começar, coloca o Supremo Tribunal Federal sob os holofotes da mídia, e com isto pode ensejar algumas manifestações de ministros desejosos de aparecer.
Mas, em contrapartida, o presidente da corte, ministro Ayres Brito, prometeu não admitir atrasos no julgamento. Estabeleceu, em sessão administrativa, como dar atendimento aos casos levantados pelos advogados de defesa. Melhor ainda é que os ministros convencionaram não recorrer a pedidos de vista durante o julgamento.
O único
Um argumento que os tucanos têm levantado para recomendar que as lideranças estaduais contemplem a eleição de Juiz de Fora como prioridade: entre os dez maiores municípios de Minas é o único que tem o PSDB no comando.
Critério
Discute-se nas capitais e grandes centros o critério mais adequado para a participação de candidatos em debates nas emissoras de televisão. Em Belo Horizonte, a Bandeirantes baseia-se na representação parlamentar dos partidos que têm candidatos a prefeito. Em Juiz de Fora, a se adotar o mesmo critério, participariam apenas Bruno Siqueira, Margarida Salomão e Custódio Mattos.
É claro, os partidos pequenos protestam, sob alegação de que devem ser idênticas as oportunidades de falar aos eleitores.
Muito trabalho
Reabrindo ontem seus trabalhos, depois do recesso de julho, os senadores, ainda que envolvidos na campanha eleitoral, têm muito o que fazer, como a reorganização da distribuição do Fundo de Participação dos Estados e a medida provisória que regulamenta partes vetadas pela presidente Dilma Rousseff no projeto do novo Código Florestal, que vem trazendo um texto consensual.
Para o setor econômico a expectativa está em torno de outra medida provisória importante, cuja proposta é a desoneração da contribuição previdenciária patronal relativa à folha de pagamento.
Contas na mesa
O calendário eleitoral determina: hoje é o dia em que candidatos e partidos devem apresentar a primeira prestação de contas referentes à campanha eleitoral realizada até esta data. Pode-se garantir que muitos nem sabem disso.
Só faltava essa
A Mesa da Câmara Municipal precisa explicar por que motivo e em que razões se baseou para impedir que a imprensa faça fotos do primeiro piso, quando estiver vazio. Ontem, um segurança foi orientado a transmitir o constrangimento a um repórter. É imensa a curiosidade de se saber de que mentalidade brotou isso.
Os dirigentes da Casa certamente seriam mais diligentes se proibissem fotos durante as sandices ditas por certos vereadores.
((publicado na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))
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