terça-feira, 14 de agosto de 2012
Bons amigos?
Não apenas para o PT, como para os partidos que se apresentam como socialistas, comunistas ou de esquerda a sucessão municipal deste ano, como a de 2008, para não se falar de situações mais pretéritas, a candidatura de Margarida Salomão é via única. Ou ela ou a derrota antecipada, porque qualquer projeto daqueles segmentos não teria fôlego para ir longe com outra candidatura.
Sendo ela a única em condições de avançar com um projeto de conquista do poder municipal para os partidos de esquerda, são estranhas as defasagens que vem enfrentando. Primeiro os comunistas e o PSTU, sabendo que lhes escapa qualquer chance de desempenho razoável, partem para a corrida solo, uma aventura que confisca da candidata do PT, mesmo que apenas no primeiro turno, uns seis mil ou sete mil votos que seriam naturalmente dela, e que podem fazer a diferença no caso de uma disputa apertada com Custódio ou Bruno Siqueira.
Mas nas últimas horas, como novidade, o próprio Partido dos Trabalhadores se surpreendeu e surpreendeu a todos, quando cerca de 30 de seus dirigentes ou militantes se rebelaram e protocolaram (sic) documento em que revelam indisposição de trabalhar na campanha de Margarida. Um pretexto é a presença e o apoio do ex-prefeito Tarcísio Delgado, acusado de comprometer as águas petistas com as manchas do PMDB. Não foi o mesmo sentimento que manifestaram em 2008, quando o receberam calorosamente no embate do segundo turno. Nas alegações do abandono recusam outras adesões, mas estas de conteúdo político menos significativo.
Será este o momento adequado para a direção estadual do PT mostrar que tem real empenho em ajudar sua candidata em Juiz de Fora: o presidente Reginaldo Lopes desembarcar aqui e impor a unidade.
Pelo dedo
Mostra-se frágil a possibilidade, que antes era quase uma promessa, de a sucessão presidencial de 2014 eliminar totalmente a identificação do eleitor pelo título, adotando-se o processo biométrico. É que neste ano, dos 5.650 municípios brasileiros apenas 299, segundo o TSE, vão permitir que os eleitores se identifiquem pelo toque do dedo. Se hoje a inovação corresponde a apenas 5% dos colégios eleitorais, parece difícil que a totalidade seja atingida nos próximos dois anos.
Prioridade
Esta é uma semana fraca em relação a visitas e reuniões políticas dos candidatos a prefeito. Para eles e suas equipes o momento é de dedicação total à produção dos programas que levarão à TV nos horários de propaganda gratuita do Tribunal Regional Eleitoral.
Predomina entre os candidatos a certeza de que a campanha começa efetivamente pela telinha, e por ela é que a maioria dos eleitores se orientaria.
Agitação
Pouco se fez, ontem, nos gabinetes políticos do governo, porque todas atenções se dirigiam à denúncia do advogado Luiz Fernando Barbosa de que Lula não apenas sabia de tudo sobre o mensalão, como foi quem deu a ordem para que o esquema executado por Marcos Valério começasse o ”acerto” com os deputados que apoiavam seu governo. Foi uma bomba, que ainda ontem espalhava estilhaços pelos palácios.
Acreditava-se que, transcorrida a segunda semana de julgamento no STF, Lula sairia ileso. Mas o que o advogado indagou foi apenas o que milhões já indagavam: como pode tudo aquilo se passar sob suas barbas sem que ele soubesse?
Mudanças 1
Na Assembleia Legislativa, onde transitam vários especialistas em diagnósticos eleitorais, ainda não há quem se sinta à vontade para fazer previsões sobre mudanças que sofrerá o plenário por causa dos deputados (quantos?) vão se tornar prefeitos. Mas, para alguns, não menos de quatro vão se despedir das atividades na Casa.
Não diferente a incerteza em relação à Câmara dos Deputados, embora com a garantia, nada capaz de surpreender, de que PSDB, PT e PMDB é que provocarão o maior esvaziamento do plenário.
Mudanças 2
"A maneira única de fazer mudanças profundas na política, afora as revoluções, cujas consequências certamente ninguém deseja, é substituir os velhos eleitores pelos jovens, quando aqueles demonstrarem que não conseguiram mudar os rumos do mundo. Não vejo outra solução, nem outro caminho. É preciso escalar a juventude para o terrível jogo do poder."
Erasmo Salvador Brito, filósofo.
Espaço apertado
Os candidatos deixaram de ter, nos últimos anos, um instrumento importante para reunir e atrair a atenção dos eleitores: os showmícios, que se utilizavam de artistas consagrados para animar as concentrações nos bairros. Faz dez anos que a proibição entrou em vigor, praticamente decretando a morte dos comícios na sua forma tradicional.
Restou, como dizem os candidatos, a visita domiciliar. Mas esta também tem suas inconveniências, pois só podem ser realizadas à noite, quando o eleitor já retornou do trabalho. E nessas horas os concorrentes são a novela e o futebol pela televisão.
Pedir votos durante o dia é impossível nos locais de trabalho. À noite, os inconvenientes conhecidos. Nos fins de semana o eleitor quer descansar e não ouvir candidatos. Dizia o vereador Ignácio Halfeld, cujo centenário de nascimento foi recentemente comemorado, que “ainda vai chegar o dia em que o candidato, sem poder falar e visitar, terá de ficar na rua só dando adeusinho para o eleitor”.
( publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))
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