terça-feira, 9 de outubro de 2012

Tempo de mudanças

Juiz de Fora não foi o caso único em que o prefeito, postulando novo mandado, esbarrou em sérias dificuldades, uma delas, fenômeno que merece ser melhor estudado, é a correnteza mudancista que levou de roldão milhares de eleitores. Em pequenos e médios municípios, e em Minas ocorreu em muitos casos: o eleitor quis mudar, às vezes até sem considerar se mudando as coisas se tornarão melhores. Tome-se por base, sem a preocupação de ir muito longe, o que ocorreu no domingo em vários municípios próximos a Juiz de Fora. Também não se reelegeram os prefeitos de Cataguases, Descoberto, Matias Barbosa, Guarará, Bicas, Pequeri, Coronel Pacheco, Piau, Leopoldina, Barbacena, Além Paraíba e Santos Dumont, entre outros.
Meia derrota
No dia 28, quando do segundo turno da disputa pela prefeitura, não se pode dizer que haverá derrota total, quem quer que seja o menos votado. No caso de Bruno Siqueira continuaria sendo deputado estadual, integrante da bancada do PMDB. Se Margarida Salomão não se elege prefeita, há uma cadeira de deputado esperando por ela na bancada do PT em Brasília. Ontem, um empresário bem sucedido dizia que se dará em Juiz de Fora uma “derrota de Pirro”, versão contrária da famosa vitória do Rei Pirro, lá pelos 200 anos a.C.
Fé na política
Uma avaliação das bancadas de vereadores nas principais cidades brasileiras indica que os evangélicos já não conseguiram a mesma performance de anos anteriores. Vão ter bancadas municipais mais reduzidas em 2013. Em Juiz de Fora, apenas um. Se não se confirmaram as previsões otimistas das igrejas, a explicação é que, encantados com os êxitos anteriores, muitos pastores e ”bispos” se aventuraram. Os votos são muitos, mas não o suficiente para tantos.
Canoa furada
Achava-se que o PSL havia cometido a imprudência de jogar todas as suas esperanças eleitorais em eventual candidatura do ex-prefeito alberto bejani, que teria votação tão consagradora ( alguns pesadelos falavam em 15.000 votos!), que arrastaria consigo mais dois ou três na garupa das legendas. Nem uma coisa nem outra. O ex-prefeito chegou ao fim da linha com 3.900 votos, e os demais candidatos do PSL tiveram votação tão modesta, que da mesma forma como não foram ajudados também não teriam como socorrer bejani nas legendas.
Prazo fixo
De volta a Brasília, depois de presidir o PSDB nas eleições mineiras, o deputado Marcus Pestana afirma que a grande preocupação continua sendo a reforma política, a mais desejada e mais adiada. Ideal é que a reforma seja aprovada em tempo de se aplicar já nas eleições de 2014. Mas o deputado acha que isso só se tornará possível se a matéria for aprovada no primeiro semestre do próximo ano.
Mais calor
Quem viveu a experiência do segundo turno em eleições anteriores afirma que a temperatura política tende a subir, facilitada pelo fato de apenas dois candidatos estarem em disputa. O que já será possível constatar a partir do próximo fim de semana. O tempo sempre esquenta, se não for por obra dos candidatos o será por iniciativa dos correligionários, entre os quais alguns exaltados nunca faltam.
Sem figurões
O embate entre PMDB e PT, no dia 28, dificilmente contará com a presença e o prestígio de figuras de prestígio nacional dos dois partidos. Se assim for, a explicação pode ser antecipada: tanto PMDB como PT são da base parlamentar do governo federal, e o entendimento é que, sendo aliados, não há como fazer opção. Mas os petistas garantem a presença de Lula.
Ausentes
Por falar em ausências, a eleição deste ano registrou dois que têm uma longa e quase sempre bem sucedida história de votação em Juiz de Fora: os ex-deputados Paulo Delgado e Sebastião Helvécio. (( publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))

Nenhum comentário:

Postar um comentário