quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Itinerante 1

Decidiu a Câmara que suas incursões itinerantes nos bairros serão reduzidas a quatro durante o ano. O que se justifica amplamente, porque, muito frequentes, elas apenas serviram de palanque para os vereadores em seus bairros de interesse eleitoral. O que falta fazer é o balanço dos resultados práticos dessas andanças. Talvez quatro itinerantes sejam até demais.
Itinerante 2
Com a promessa de cair em campo, não fazer o gabinete de domicílio e passar o mandato visitando os bairros, o prefeito Bruno terá de se acostumar com uma realidade vivida por antecessores que haviam feito a mesma escolha. O prefeito acaba ouvindo muita reivindicação de natureza pessoal, longe dos problemas de interesse coletivo. Olavo Costa e depois Agostinho Pestana constataram isto: Quanto mais pobre e necessitado o bairro, mais os pedidos são individuais.
Grande risco
O presidente do PSDB mineiro, Marcus Pestana, continua insistindo nos riscos assumidos pelo governo federal ao prometer redução na tarifa de energia elétrica, sem considerar efeitos e problemas colaterais. Um deles, facilmente detectado, é a fuga dos investidores do setor. A cascata é inevitável: menos investimentos, menos energia...
Consumismo
… sem que se ignore um resultado que todos esperamos: ao reduzir em 16% a tarifa, os consumidores, principalmente das camadas mais modestas, vão se sentir estimulados a gastar mais. Pode-se chega ao ponto de não haver energia suficiente. Toda vez que sentir animado a praticar gentilezas, o governo deve tomar em contar o perfil consumista do brasileiro, que tender a gastar mais, quando está barato. Caso recente são os carros de passeio sem o IPI, que vêm saturando as ruas e tumultuando as cidades. Ou nos magazines de eletrodomésticos: chega uma liquidação e o sujeito leva para casa o terceiro televisor, para “aproveitar o preço”...
Pela ordem
Quando tratam de ajuda de custo, sem coragem suficiente para extinguir essa monstruosidade, os vereadores deviam considerar é o custo da ajuda. Não se trata apenas de uma inversão na ordem das palavras, porque tudo que onera desnecessariamente o erário é um crime contra a população.
Pior ainda...
…. quando se argumenta, em favor da ajuda de custo, sobre a necessidade do paletó e da gravata. Ora, são exatamente os dois artigos mais ausentes em plenário. Surgem raramente nas sessões solenes, muitas vezes em combinações de gosto discutível.
Dúvida paulista
Os tucanos estão inquietos no ninho, quando o assunto é a sucessão presidencial. O PSDB de São Paulo ainda demonstra não aceitar facilmente a candidatura natural do senador Aécio Neves à presidência da República, e nisso contraria até Fernando Henrique. José Serra insinua que, dependendo da forma como forem conduzidas as eleições internas do partido, poderá deixar o ninho e liderar a revoada de outros tucanos. Pode ser jogo de cena, destinado a valorizar posições.
Grande apetite
Ainda em relação aos paulistas, observa-se atrás das queixas que são levadas à presidente Dilma pelos partidos da base parlamentar, que se sentem desprestigiados e querem mais cargos, que eles estão insatisfeitos com os poderes que têm, e usam os parlamentares para que suas reivindicações subam a rampa do Planalto. Mas, se aos partidos faltam razões para reclamar, muito mais aos paulistas, que detêm seis ministérios, quase todos dentre os mais poderosos. Diferentemente de Minas, segundo colégio eleitoral, que fica apenas com um ministro, Fernando Pimentel.
Novos municípios
Quando o ano começou, há onze dias, o mapa do Brasil ganhou mais cinco municípios, por força do desmembramento decretado pelas Assembleias Legislativas. Agora são 5.570, resultantes de pequenos distritos e localidades iludidos com a emancipação, que certamente vai empobrecê-los ainda mais, como acabou reconhecendo Filgueiras, que propôs e obteve da Assembleia de Minas sua reintegração ao município de Juiz de Fora. Temos casos bem próximos para se avaliar a criação de novos municípios. Há 50 anos, Chácara, Coronel Pacheco e Belmiro Braga se desligaram de Juiz de Fora. Nada ganharam com a autonomia. Se melhoram, foi por causa do trabalho da população. (( publicado também na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

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