terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Tarefa
O perfil partidário traçado pelo secretariado do prefeito Bruno sinaliza vasto leque de siglas, o que vai exigir dele e da Secretaria de Governo habilidade para caminhar entre elas e administrar suas postulações. Interessante perceber que os pequenos partidos, quando entram no poder mostram-se modestos, mas com o passar do tempo abrem o apetite.
Sem queixas
Não só o PT, mas também políticos da região não podem se queixar do prefeito, liberal quando se trata da formação do segundo escalão. Municípios vizinhos estão sendo contemplados. O PT ganhou, além de secretaria, uma vaga na procuradoria.
Remoção
Quando se levantam os problemas que emperram a reforma política – a mais falada e mais relegada – há um consenso: a dificuldade está no sistema eleitoral, pois a maioria do Congresso teme algumas experiências, como lista fechada e voto distrital. O que tem permitido que fique uma pergunta no ar: se é o detalhe que entrava, por que não removê-lo em benefício do essencial?, deixando-o para um momento oportuno.
Siri com leite
Na primeira metade do século passado, a famosa política do café com leite ditava a alternância do poder político central entre mineiros e paulistas, acordo só rompido em 1930 por Washington Luiz. Agora, a história pode ser reeditada, com a diferença de que uniria Minas e Pernambuco. Explica-se: a candidatura de Aécio Neves à presidência da República inclui, prioritariamente, acordo com o governador Eduardo Campos e o PSB, como forma de atrair o Nordeste ao projeto mineiro. É cada vez mais evidente a necessidade desse entendimento, segundo os políticos de ambos os estados.
Consenso
Amanhã à noite os membros do Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio vão se reunir para eleger a nova diretoria. Já em sua maioria, ainda que oficiosamente, manifestam desejo de lançar o nome do arquiteto Antônio Carlos Duarte para presidente.
Quanto à lista tríplice a ser enviada ao prefeito para a escolha do diretor do Museu, é certo que o primeiro nome a integrá-la é Douglas Fasolato.
Irreal
O DEM foi o primeiro a anunciar disposição de promover a reavaliação do quadro de filiados, e atribui a essa providência o primeiro passo para sua reorganização. É o que todos os partidos deviam fazer, até por imposição da Justiça Eleitoral, pois a maioria deles promove convenções e toma decisões com base em número fictício de filiados.
Pouco muda
Pode ser que a presidente Dilma faça algumas mudanças no seu ministério e no segundo escalão, mas é certo que os homens e mulheres que saírem serão substituídos por pessoas dos mesmos grupos e partidos que representam. Como têm sido recomendadas algumas correções nos rumos da política econômica, não se afasta a possibilidade de serem chamados alguns que tiveram expressão nos tempos de FHC.
Chegam certas horas em que os governos são muito iguais, para confirmar a velha experiência da França nos tempos de De Gaulle: “Plus ça change, plus c'est la même chose”. Quanto mais muda, mais é a mesma coisa.
Para meditar
Passados três meses da eleição municipal, resta, como objeto de avaliação, o peso eleitoral das obras frente às urnas. Elas foram o carro-chefe da campanha do prefeito Custódio Mattos por um novo mandato, e não produziram e até dificultaram os resultados que ele desejou. No PSDB uma autocrítica sugere que se esperou muito delas, relegando-se as articulações políticas.
Obras, por mais necessárias que sejam, levam seus transtornos para a campanha eleitoral. Portanto, devem ser atacadas no começo do mandato, para que, chegando as eleições, as feridas estejam cicatrizadas.
Há uma fundada razão para o administrador público não jogar tudo nos dividendos eleitorais das obras estruturais na zona urbana, pois sobre elas também pesa um triplo desdém: critica-se o prefeito por não realizá-las; critica-se quando estão sendo realizadas, por causa dos inevitáveis incômodos; e continuará sendo criticado depois, porque demorou a tirá-las do papel...
(( publicado também na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))
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