BEIRA DO ABISMO
Não só os partidos de oposição
guardam, ainda que escamoteando alguma reserva, a esperança de verem a
presidente Dilma realmente complicada num processo de impeachment. Nas salas e na
cozinha do governo há intenções semelhantes, e elas são encontradas também no
PMDB. O partido, fazendo um balanço de riscos e dos abismos que estão abertos
na política brasileira, conclui que melhor é não criar dificuldades para a
tramitação do impeachment no Congresso, onde Dilma, e somente ela, seria
sacrificada. Eis a forma de evitar sua condenação no Tribunal Superior
Eleitoral, onde evidências de corrupção podem condenar a chapa vencedora, e
nesse caso também cai o vice Temer, presidente do PMDB. Talvez seja esta a
razão de a presidente voltar tentar articular uma convivência mais estreita com
seu vice.
Entre os peemedebistas não é
unânime o entendimento de que no TSE a condenação de Dilma não significa
automaticamente a condenação de Temer. Para esses a campanha presidencial que
venceu Aécio deixou claro que os aportes irregulares de recursos financeiros
foram para benefício exclusivo da candidata do PT; não para a chapa, da qual o
PMDB fez parte. Mas é bom não confiar em tal interpretação, pois se houve
dinheiro farto para eleger Dilma ele também elegeu Temer.
ASSUNTO MORTO
Em Brasília já não se tem falado
no projeto do governo de eliminar meia dúzia de ministérios, como forma de
reduzir os sacrifícios do erário. Para explica isso não há necessidade de
especialistas, pois o governo, ainda que alimente a boa intenção com o
enxugamento, criaria dificuldades paralelas e consequentes, como não ter cargos
para contemplar a base aliada. Um impasse visível.
Interessante observar que quanto
menos importante um setor da administração pública é exatamente ali que melhor
se ajustam as premiações.
Agora, o governo Fernando
Pimentel, também asfixiado por dificuldades financeiras, quer eliminar, ajustar
ou fundir alguns órgãos da administração mineira. Se o fizer estará enfrentando
as mesmas dificuldades com que se depara a presidente.
SKATES
Antigo ditado mineiro lembra que
só depois de a casa estar arrombada é que o dono vai providenciar a trava da
porta. Sabedoria nunca negada e que sobrevive em nossos dias. Pois só quando
ocorrer uma tragédia e que se pensará na proibição dos skates nas pistas
centrais da Rio Branco e ruas adjacentes. Entre ônibus e carros deslizam os
skatistas, nem todos jovens, cada dia mais numerosos nas suas aventuras, sem o mínimo
de proteção, sem chance de levar vantagem num choque com o mais pesado. É
preciso esperar que alguém morra?
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