quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016





BEIRA DO ABISMO


Não só os partidos de oposição guardam, ainda que escamoteando alguma reserva, a  esperança de verem a presidente Dilma realmente complicada num processo de impeachment. Nas salas e na cozinha do governo há intenções semelhantes, e elas são encontradas também no PMDB. O partido, fazendo um balanço de riscos e dos abismos que estão abertos na política brasileira, conclui que melhor é não criar dificuldades para a tramitação do impeachment no Congresso, onde Dilma, e somente ela, seria sacrificada. Eis a forma de evitar sua condenação no Tribunal Superior Eleitoral, onde evidências de corrupção podem condenar a chapa vencedora, e nesse caso também cai o vice Temer, presidente do PMDB. Talvez seja esta a razão de a presidente voltar tentar articular uma convivência mais estreita com seu vice.

Entre os peemedebistas não é unânime o entendimento de que no TSE a condenação de Dilma  não significa automaticamente a condenação de Temer. Para esses a campanha presidencial que venceu Aécio deixou claro que os aportes irregulares de recursos financeiros foram para benefício exclusivo da candidata do PT; não para a chapa, da qual o PMDB fez parte. Mas é bom não confiar em tal interpretação, pois se houve dinheiro farto para eleger Dilma ele também elegeu Temer.



ASSUNTO MORTO


Em Brasília já não se tem falado no projeto do governo de eliminar meia dúzia de ministérios, como forma de reduzir os sacrifícios do erário. Para explica isso não há necessidade de especialistas, pois o governo, ainda que alimente a boa intenção com o enxugamento, criaria dificuldades paralelas e consequentes, como não ter cargos para contemplar a base aliada. Um impasse visível.

Interessante observar que quanto menos importante um setor da administração pública é exatamente ali que melhor se ajustam as premiações.  

Agora, o governo Fernando Pimentel, também asfixiado por dificuldades financeiras, quer eliminar, ajustar ou fundir alguns órgãos da administração mineira. Se o fizer estará enfrentando as mesmas dificuldades com que se depara a presidente.



SKATES


Antigo ditado mineiro lembra que só depois de a casa estar arrombada é que o dono vai providenciar a trava da porta. Sabedoria nunca negada e que sobrevive em nossos dias. Pois só quando ocorrer uma tragédia e que se pensará na proibição dos skates nas pistas centrais da Rio Branco e ruas adjacentes. Entre ônibus e carros deslizam os skatistas, nem todos jovens, cada dia mais numerosos nas suas aventuras, sem o mínimo de proteção, sem chance de levar vantagem num choque com o mais pesado. É preciso esperar que alguém morra?        






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