EM CAMPANHA
No ano passado, quando a Comissão
da Verdade o convidou a vir à cidade receber seus documentos pessoais embargados
na ditadura, o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, esquivou-se.
Alegava-se que guardava o trauma de, sendo preso político depois de 64
submeteu-se à humilhação de descer a Rua Halfeld sob algemas. Pode ter sido
isso realmente, embora a solenidade de restituição dos documentos, com todo o
sentido de desagravo, fosse mais significativa que um almoço com empresários.
Fato é que a tudo supera o
projeto político do prefeito da capital de disputar o governo do Estado, com
todas as credenciais e sinais visíveis de competência. Pelo menos até agora não
se conhece quem com ele possa ombrear-se nesse plano.
E já que Lacerda começa por Juiz
de Fora sua peregrinação pelo Interior, certamente sentiu que aqui seu partido,
o PSB, não se entusiasma.
POR EXTENSÃO
Pode ser que as coisas não andem
bem para a presidente Dilma, perseguida sem dó pelo astral de um horóscopo de
horrores, mas quando se trata da tentativa junto ao Tribunal Superior Eleitoral
de promover seu impeachment ela tem a solidariedade compulsória do vice Michel
Temer. O pretexto de dotações financeiras criminosas para a campanha atinge
igualmente o vice, pois disso ele também se beneficiou. No PMDB há muitos que
torcem para o impeachment, mas não pela via do TSE, pois nesse caso o tiro que
fere Dilma é o mesmo que tira sangue em Temer.
Assunto para estar resolvido até
abril.
MÃOS À OBRA
O governo do Estado dá garantias
ao prefeito Bruno Siqueira de que as obras do hospital regional serão retomadas
e não mais interrompidas. Para tanto, estaria garantida uma suplementação
mensal de verba na ordem de R$ 5 milhões.
Bom seria que tal disposição
fosse adotada igualmente pelo governo federal, do qual dependem algumas
importantes na zona urbana.
INSINUAÇÕES
O prefeito Bruno Siqueira insiste
em afirmar que ainda não se definiu sobre a candidatura a um segundo turno, o
que não impede que grupos que eventualmente o apoiariam insinuem, desde já,
nomes para figurar em sua chapa como vice.
Numa versão de antigo ditado
popular, passam-se os carros à frente dos bois.
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