TESTEMUNHA
O
ex-deputado Milton Reis, que morreu no Rio, aos 86 anos, não gostava de falar
sobre isso, mas ele testemunhou um fato raro: tiros e morte no Congresso
Nacional. Há anos, ao entrevistá-lo na antiga Rádio Sociedade, consegui alguma
coisa, com esforço.
Milton
conversava num dos acessos ao plenário da Câmara com o colega Souto Maior (pai
do piloto Nélson Piquet), que, vendo aproximar-se o deputado Nélson Carneiro,
não conteve a ofensa, chamando a atenção do mineiro que estava ao lado:
”Lá vem o mulato baiano”. E repetiu isso até que o ofendido pudesse ouvi-lo.
Resultou daí um tiroteio, com as balas passando perto de Mílton, que nada podia
fazer além de tentar escapar. Souto Maior, que foi ministro da Saúde no governo
Jango, morreu meses depois de complicações que começaram com a bala que o
atingiu no peito.
O
jornalista Hélio Fernandes, da Tribuna da Imprensa, escreveu sobre o episódio, que,
como se disse, figura entre as raridades da vida parlamentar. Outros tiroteios
narrados tiveram como protagonistas o deputado Gilberto Amado, que matou o
colega Anibal Teófilo, e o senador Arnon de Mello (pai de Fernando Collor) que
atirou em Silvestre Péricles com a intenção de matar, mas acertou Jorge Cailara,
que nada tinha a ver com o caso.
NO
ESQUECIMENTO
As
campanhas educativas no trânsito não têm oferecido resultados satisfatórios.
Condenam-se os pedestres por abuso e desatenção, mas a fiscalização sempre se
mostra muito tolerante com os ciclistas, que fazem o que bem entendem sem serem
admoestados. Motoqueiros há que também ofendem as leis do trânsito, mas estes,
ao contrário dos ciclistas, costumam pagar com a vida.
Chegamos
agora ao ponto em que o sujeito desce o Calçadão da Rua Halfeld, fazendo
piruetas na bicicleta sem que seja advertido pelos agentes da lei. Duas pessoas
já saíram gravemente feridas. Uma delas morreu. Mas foram tragédias que caíram
no esquecimento.
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