segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016





 PT NA ENCRUZILHADA

  

A história das republiquetas e ditaduras desmedidas geralmente confundem política e corrupção, como se siameses fossem, onde o organismo de uma depende da outra. Oxigenam-se mutuamente.  O Brasil, lamentavelmente, tem servido de cenário para mostrar que aquela dependência é real e substancial, e de certa forma mostra-se até mais indecente. Não é outra coisa a que estamos assistindo. De fato, o jogo interdependente dos interesses de empreiteiras e dirigentes políticos chegou a um nível que nos permite saber porque estamos aquinhoados com a distinção de país que convive com a maior corrupção conhecida no mundo ocidental.  Em nosso caso, a imensa corrupção gerada nas entranhas da Petrobras.

O Brasil padece dessa doença, cuja gravidade faz lembrar o quadro epidêmico que se agrava e se robustece todo dia com novas descobertas policiais. Nos jornais as editorias política e policial trabalham embreadas, porque as pautas são as mesmas. Pergunta-se:  Quem se salva no governo do mosquito dessa dengue imoral?

As denúncias de gravidade crescente contra o ex-presidente Lula, das quais não escapam a mulher e o filho, se deixam a sociedade perplexa e envergonhada, por outro lado vão arrastando o PT, seu partido, a uma encruzilhada a ser traçada nas convenções municipais que se aproximam. Naquela hora, que chegará dentro de cinco meses, será posto diante do dilema de ter decidir entre o seu futuro, renovar-se como partido, ou abraçar solidário o passado de Lula que hoje sobrenada em mar tenebroso. O futuro do PT significa retomar antigos sonhos, fazer o mea-culpa e assumir o compromisso com novos tempos. Mas se ao contrário preferir a lealdade a Lula e acobertá-lo terá, como tarefa imediata, de descobrir candidatos a prefeito que se disponham a carregar a sigla nos ombros e enfrentar uma batalha em que o apoio do ex-presidente, outrora tão desejável,  agora se afigura perigoso e infrutífero. Quem na TV e no palanque diria que essas coisas que estão acontecendo, essa orquestra desafinada e desencontrada, não teve e tem a regência dele.   

A esses corajosos o PT, sem ignorar a jornada tenebrosa, terá de oferecer garantias reais, a começar por lhes dar certeza de que não sairiam pessoalmente endividados da campanha. Na eleição passada candidatos houve que ainda hoje amargam o dissabor de herdar dívidas que foram autorizados a assumir, com promessa de ressarcimento,  e ainda hoje têm seus bens nas mão de credores.  Confiaram no partido e se endividaram, sem terem recebido um naco das imensas fortunas que as empreiteiras distribuíam. Haja coragem.












Nenhum comentário:

Postar um comentário