Prova final
Não fossem suficientes as longas e persistentes
experiências que tivemos com as lideranças políticas, os recentes episódios que
vivemos sob o império da corrupção tornaram-se mais que suficientes para dar
prova cabal de que nossos partidos estão falidos. Definitivamente falidos e
corrompidos, dignos de sepultamento em cova profunda, de forma que não possam
ser retocadas suas entranhas apodrecidas.
Tomemos por base os três maiores - PT, PMDB e PSDB.
Foram precisamente nesses que prosperaram as grandes bandalheiras, as
fontes inesgotáveis de favorecimentos espúrios e tráfico de influências.
E as legendas mais modestas? Não são melhores.
Geralmente elas nascem deformadas, com pequenas cabeças para pensar pouco e
estômagos insaciáveis para comer muito. Pior: como prostitutas nos bordéis da
política, alugam-se em véspera de eleição, sem qualquer esforço para simulações
e disfarces. Escrúpulos? Nem pensar.
Dentre os partidos de hoje qual escaparia do garfo
do tinhoso? Todos irremediavelmente condenados. O que faz supor que a reforma
política, tão falada e tão adiada, precisa começar por uma faxina rigorosa na
velha, viciada e prostituída estrutura partidária; sem relegar a primeira entre
as prioridades: o enxugamento, como o banimento de uma dúzia das legendas que
estão reconhecidas e registradas pelo Tribunal Superior Eleitoral. Com meia
dúzia delas já teremos o suficiente.
Aos que ficassem, a pretendida reforma impusesse
normas rigorosas para aceitar candidatos. Mas, neste dia de aniversário da
cidade, tudo isso, lamentavelmente, parece ser apenas um sonho. Sem
chance de presente.