O depoimento de Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva foi na quarta feira a Curitiba (PR) para depor na ação em que é
acusado de receber propina da empresa OAS em troca de ajuda em contratos da
Petrobras. O ex-presidente, mais uma vez, negou ser dono do apartamento
(tríplex) em Guarujá (SP) atribuído a ele, e classificou o processo como uma
“farsa”.
O petista, demonstrando
impaciência com algumas perguntas, disse que dona Marisa Letícia, sua esposa
morta em fevereiro, chegou a ter interesse em comprar o imóvel como
investimento, mas desistiu do negócio por não atender às expectativas da
família.
Este foi o primeiro encontro do
ex-presidente e o juiz federal Sérgio Moro, que comanda a Lava Jato na primeira
instância. No início da audiência o juiz afirmou ao ex-presidente que não tinha
“nenhuma desavença” contra ele.
Transcorreram quase cinco horas
de audiência na sede da Justiça Federal na capital paranaense, que foi
tomada por manifestantes pró-Lula e também contou com atos contrários ao
ex-presidente. No final do depoimento, o petista discursou em um palanque no
centro de Curitiba, como se fosse um comício eleitoral de um candidato à
presidência da República (em uma campanha fora de época). Disse Lula que quer
ser “julgado pelo povo”, reafirmando sua vontade de disputar a
eleição presidencial de 2018.
O episódio é o primeiro de uma
série de depoimentos que Lula deverá fazer em cinco processos onde ele é réu. O
Partido dos Trabalhadores esforça-se para fazer uma narrativa dos fatos
relativos à Operação Lava Jato como se fosse uma perseguição política ao seu
ídolo maior. Tentam os líderes nacionais do partido preservar o seu líder, e o
único candidato viável do PT para a próxima eleição. Mas, tal projeto
eleitoral depende mais das decisões da justiça do que da vontade do candidato.
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