quinta-feira, 11 de maio de 2017







O depoimento de Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi na quarta feira a Curitiba (PR) para depor na ação em que é acusado de receber propina da empresa OAS em troca de ajuda em contratos da Petrobras. O ex-presidente, mais uma vez, negou ser dono do apartamento (tríplex) em Guarujá (SP) atribuído a ele, e classificou o processo como uma “farsa”.
   
O petista, demonstrando impaciência com algumas perguntas, disse que dona Marisa Letícia, sua esposa morta em fevereiro, chegou a ter interesse em comprar o imóvel como investimento, mas desistiu do negócio por não atender às expectativas da família. 

Este foi o primeiro encontro do ex-presidente e o juiz federal Sérgio Moro, que comanda a Lava Jato na primeira instância. No início da audiência o juiz afirmou ao ex-presidente que não tinha “nenhuma desavença” contra ele. 

Transcorreram quase cinco horas de audiência na sede da Justiça Federal na capital paranaense, que foi tomada por manifestantes pró-Lula e também contou com atos contrários ao ex-presidente. No final do depoimento, o petista discursou em um palanque no centro de Curitiba, como se fosse um comício eleitoral de um candidato à presidência da República (em uma campanha fora de época). Disse Lula que quer ser “julgado pelo povo”, reafirmando sua vontade de disputar a eleição presidencial de 2018.

O episódio é o primeiro de uma série de depoimentos que Lula deverá fazer em cinco processos onde ele é réu. O Partido dos Trabalhadores esforça-se para fazer uma narrativa dos fatos relativos à Operação Lava Jato como se fosse uma perseguição política ao seu ídolo maior. Tentam os líderes nacionais do partido preservar o seu líder, e o único candidato viável do PT para a próxima eleição. Mas, tal projeto eleitoral depende mais das decisões da justiça do que da vontade do candidato. 







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