sábado, 25 de julho de 2020


Um viaduto, urgente!

Dizíamos, na semana passada, que a sociedade organizada faria bem se se antecipasse aos candidatos a prefeito – sem esperar o que eles propõem, mas o que a cidade deseja que façam. Uma questão essencial, entre muitas, é - sem dúvida – um novo plano para o tráfego na zona urbana. Corremos o risco de logo, logo não ser possível mais transitar ou trafegar, porque a população cresce e aumenta o número de veículos; mas o centro da cidade continua sufocado num vale, espremido entre dois morros, um rio e a linha férrea. As demandas sobem, mas as ruas e avenidas não têm como enfrentar os desafios, não se alargam, não podem se estender.

O novo prefeito ou a prefeita terá de partir firme para um ambicioso plano viário, fixando logo as prioridades. E uma delas, de rigorosa urgência, é o viaduto ou passagem de nível inferior sob os trilhos ferroviários na Rua Benjamin Constant. Sem isso – ( tomemos nota para conferir depois ) - dentro de alguns meses haverá estrangulamento dos fluxos. Porque do outro lado da linha dos tens temos funcionando quase todos os órgãos da prefeitura, serviços da polícia federal, e, em breve, o novo Fórum, já em construção no antigo Terreirão do Samba. Além de ser ali o acesso à região de Vitorino Braga.

Há como avaliar a importância dessa obra com uma outra, que veio dos tempos do prefeito Mello Reis - o Mergulhão da Rio Branco. Numa manha de 1970, seu antecessor, Agostinho Pestana, foi pessoalmente medir quantos veículos eram obrigados a parar para o trem passar na travessia do Sport. Uma média de trinta em poucos minutos. Isso 50 anos atrás! Não fosse o Mergulhão, hoje a Avenida estaria congestionada em toda a sua extensão. Um desastre inimaginável!
Não há como negar prioridade para o projeto da Benjamin. Sem ele, boa parte do cento da cidade estará condenada à asfixia. E de tal forma estrangulado, que o prefeito ou prefeita terá de perder muitas horas de sono.

A reação dos empresários

Fala-se muito sobre o que será de nós depois que o vírus passar; o que teremos de fazer na grande obra da reconstrução da economia. Entrando no assunto, falo sobre o papel dos empresários de Juiz de Fora; até porque foram eles ontem, como são hoje e serão amanhã o principal instrumento do progresso; isso a despeito de serem tratados pelo poder público como setor marginal; setor pobre de talentos, proscrito, excluído. Numa visão caolha, o empresário é apenas uma antena voltada para os lucros,; nada mais que isso..

O que não impede que a boa consciência da cidade veja nas empresas o melhor caminho para recuperar o tempo perdido na epidemia. Sim, os empresários, e pouca coisa é justo esperar fora deles e além deles.

Uma primeira tarefa que se inscreve entre os desafios que aguardam esse setor é consolidar – se necessário redefinir - as vocações de nossa economia, dando a ela o fôlego para enfrentar os novos tempos cheiros de inseguranças.

Essa é uma tarefa que demanda maturação, investimento político e uma dose de confiança misturada com arrojo. Mas enquanto isso não acontecer, é preciso propagar mais o que temos e o que podemos, nesse tripé de que tem se valido nossa economia: indústria, comércio e prestação de serviços. Uma ideia para pensar: os empresários podiam tomar ao estado, por empréstimo, o ExpoMinas, aquele paquiderme branco abandonado à margem da rodovia; e ali, com algum investimento, montar mostra permanente a sugerir a outros mercados o que temos e sabemos fazer. Seria aproveitar e convidar os milhares e milhares de olhos que por ali passam diariamente e veem esse imenso pavilhão que a nada serve.


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