Um viaduto, urgente!
Dizíamos, na semana passada,
que a sociedade organizada faria bem se se antecipasse aos candidatos
a prefeito – sem esperar o que eles propõem, mas o que a cidade
deseja que façam. Uma questão essencial, entre muitas, é - sem
dúvida – um novo plano para o tráfego na zona urbana. Corremos o
risco de logo, logo não ser possível mais transitar ou trafegar,
porque a população cresce e aumenta o número de veículos; mas o
centro da cidade continua sufocado num vale, espremido entre dois
morros, um rio e a linha férrea. As demandas sobem, mas as ruas e
avenidas não têm como enfrentar os desafios, não se alargam, não
podem se estender.
O novo prefeito ou a prefeita
terá de partir firme para um ambicioso plano viário, fixando logo
as prioridades. E uma delas, de rigorosa urgência, é o viaduto ou
passagem de nível inferior sob os trilhos ferroviários na Rua
Benjamin Constant. Sem isso – ( tomemos nota para conferir depois )
- dentro de alguns meses haverá estrangulamento dos fluxos. Porque
do outro lado da linha dos tens temos funcionando quase todos os
órgãos da prefeitura, serviços da polícia federal, e, em breve, o
novo Fórum, já em construção no antigo Terreirão do Samba. Além
de ser ali o acesso à região de Vitorino Braga.
Há como avaliar a importância
dessa obra com uma outra, que veio dos tempos do prefeito Mello Reis
- o Mergulhão da Rio Branco. Numa manha de 1970, seu antecessor,
Agostinho Pestana, foi pessoalmente medir quantos veículos eram
obrigados a parar para o trem passar na travessia do Sport. Uma média
de trinta em poucos minutos. Isso 50 anos atrás! Não fosse o
Mergulhão, hoje a Avenida estaria congestionada em toda a sua
extensão. Um desastre inimaginável!
Não há como negar prioridade
para o projeto da Benjamin. Sem ele, boa parte do cento da cidade
estará condenada à asfixia. E de tal forma estrangulado, que o
prefeito ou prefeita terá de perder muitas horas de sono.
A
reação dos empresários
Fala-se muito sobre o que será
de nós depois que o vírus passar; o que teremos de fazer na grande
obra da reconstrução da economia. Entrando no assunto, falo sobre o
papel dos empresários de Juiz de Fora; até porque foram eles ontem,
como são hoje e serão amanhã o principal instrumento do progresso;
isso a despeito de serem tratados pelo poder público como setor
marginal; setor pobre de talentos, proscrito, excluído. Numa visão
caolha, o empresário é apenas uma antena voltada para os lucros,;
nada mais que isso..
O que não impede que a boa
consciência da cidade veja nas empresas o melhor caminho para
recuperar o tempo perdido na epidemia. Sim, os empresários, e pouca
coisa é justo esperar fora deles e além deles.
Uma primeira tarefa que se
inscreve entre os desafios que aguardam esse setor é consolidar –
se necessário redefinir - as vocações de nossa economia, dando a
ela o fôlego para enfrentar os novos tempos cheiros de inseguranças.
Essa é uma tarefa que demanda
maturação, investimento político e uma dose de confiança
misturada com arrojo. Mas enquanto isso não acontecer, é preciso
propagar mais o que temos e o que podemos, nesse tripé de que tem se
valido nossa economia: indústria, comércio e prestação de
serviços. Uma ideia para pensar: os empresários podiam tomar ao
estado, por empréstimo, o ExpoMinas, aquele paquiderme branco
abandonado à margem da rodovia; e ali, com algum investimento,
montar mostra permanente a sugerir a outros mercados o que
temos e sabemos fazer. Seria aproveitar e convidar os milhares e
milhares de olhos que por ali passam diariamente e veem esse imenso
pavilhão que a nada serve.
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