Importância
de um bom vice
Quando começa a esquentar o
período eleitoral - e nós já vamos caminhando para isso – as
atenções voltam-se primeiramente para os candidatos a prefeito; o
que tem lógica, porque trata-se de escolher o administrador da
cidade em que vivemos e nela esperamos ficar.
Pois bem, a definição das
candidaturas é precedida por uma série de articulações políticas
para a construção de alianças, definição dos cargos a serem
ocupados pelos aliados, e também algo que muitas vezes acaba batendo
de frente com os melhores interesses da população – é a escolha
dos candidatos a vice, os que ajudam a compor as chapas. Mas -para
mal dos pecados – não raro o nome do vice é apenas resultado da
ditadura de conveniências.
Ignora-se que o vice-prefeito
não é e não pode ser peça figurativa, mas tem de estar
competentemente pronto para assumir o comando do município, muitas
vezes em momentos graves e circunstâncias adversas. Nem se pode
dizer que é um eventual. Desde Dilermando Cruz, primeiro prefeito,
em 1947, substituído por Eudóxio Vieira, sete prefeitos tiveram de
ceder a cadeira ao vice. E se vamos mais longe, basta lembrar que
metade de nossa história republicana foi escrita pelos
vice-presidentes. Para ilustrar, lembremo-nos que um brasileiro, José
Sarney, entrou para a História política do mundo como o vice que
mais tempo ficou na Presidência.
Portanto, tenham os candidatos
e candidatas a prefeito cuidado, probidade, espírito público e
segurança para evitar as ciladas e as armações na hora de escolher
o vice. Porque depois a população é que vai pagar o pato.
Vírus
a caminho
Não
deixa de preocupar. O
ex-ministro Mandetta, que
não conseguiu conviver com Bosonaro, enquanto dirigiu a
Saúde, tem uma previsão sinistra: para os mineiros os problemas
com a Covid 19 vão se acentuar nos próximos dias.
Não disse exatamente o que
o leva a pensar assim, mas ele sempre pareceu preocupado com o
problema da subnotificação dos casos da doença confirmados.
Partido
esvaziado
Em 2011 o MDB promoveu uma
avaliação de sua estrutura no interior de Minas, constatando que,
mesmo tendo representação em todos eles, em 100 os diretórios ou
comissões provisórias encontravam-se totalmente desativados. Depois
de passar por três governadores de outros partidos, o quadro deve
ser mais desalentador.
Circula em Belo Horizonte que
na região de Juiz de Fora o MDB deve ter cerca de dez representações
desativadas.
Eleição
mais difícil
Para se ter à mão o volume
de votos necessários para o partido assegurar uma cadeira na Câmara
Municipal, onde são 19 as vagas em disputa, é preciso avaliar os
números do colégio eleitoral participante. Neste ano as previsões
têm se revelado ainda mais difíceis, porque são sombrias as
expectavas quanto à participação dos eleitores idosos. Se o
colégio eleitoral fechar seus mapas em torno de 450 mil títulos é
possível que o quociente exigível fique em torno de 15 mil
votos. Não é uma previsão agradável para as legendas mais
modestas.
Mandatos
sinistros
Em
uma de suas
últimas
aparições para
saudar os apoiadores o presidente Bolsonaro não foi muito claro, mas
insinuou que tem planos de disputar a reeleição. Se
for assim, deve trabalhar para interromper os azares do segundo
turno. Lula e Dilma tropeçaram ao retornar ao poder. Antes deles,
Fernando Henrique teve melhor desempenho na primeira gestão.
A
lista das maldições do segundo turno vai longe: Lincoln foi
assassinado, Nixon caiu com o impeachment, um câncer interrompeu o
mandato de George Pompidou, De Gaulle teve de renunciar e Getúlio
suicidou-se.
Aliança
sob comando
É
o critério em moda: eleições em municípios com mais de 200 mil
eleitores (como Juiz de Fora) as alianças partidárias devem ser
orientadas pelas executivas estaduais, que, por sua vez, consultam os
dirigentes nacionais. O
critério certamente é
inspirado
no interesse dos deputados, que não abrem mão de influir.
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