O PSDB volta à carga com o projeto do voto distrital, discutido há duas décadas, sem que as lideranças revelem coragem para implantá-lo, mesmo com o recurso do distrital misto, que não incorpora suas virtudes, mas adquire os erros. A nova proposta, sem abrir mão da intenção de ter os deputados eleitos mais identificados com suas bases, recomenda que a eleição no novo sistema continue sendo proporcional. O estado teria um número de distritos eleitorais correspondente ao número de vagas na Câmara. São Paulo tem 70 cadeiras, contaria com 70 distritos. As cadeiras de Minas são 53; portanto, seus eleitores estariam igualmente divididos em 53 distritos.
O presidente do partido, Marcus Pestana, anima-se. Tem argumentos vários, como a redução do custo financeiro da campanha. Mais importante ainda: o deputado terá como se identificar melhor com suas bases.
PT tem critérios para alianças
Mesmo que as alianças para a eleição dos prefeitos obedeçam a peculiaridades locais, que comportam muitas variáveis, o Partido dos Trabalhadores decidiu estabelecer critérios próprios, que terão de ser obedecidos no interior, quando o município tiver mais de 150 mil eleitores, como ocorre em Juiz de Fora. Na base desses critérios, vedam-se alianças com o PSDB, PPS e DEM, o que no caso local já seria naturalmente impossível. Para os petistas, um projeto aliancista seria bem-vindo com o PSB, o que vai tomando forma em Belo Horizonte, tendo como objetivo imediato a reeleição do prefeito Márcio Lacerda.
Na capital e em Juiz de Fora, outro aliado de expressão para o PT seria o PMDB, mas essa possibilidade ficou afastada, quase impossível, pelo menos no primeiro turno, depois que a direção nacional peemedebista impôs a candidatura própria nos grandes centros; proposta que não se submeteu a prévia consulta à sua base municipal.
Duas decisões - o divisor dos 150 mil eleitores e as limitações para acertos com outros partidos – confirmam a intenção do PT de transformar a eleição dos novos prefeitos em primeiro degrau para cuidar da sucessão presidencial. Mas, como é idêntico o propósito do PSDB, prevê-se que a próxima disputa em cidades como Juiz de Fora vai se tornar cenário de um jogo pesado de recursos e prestígio político entre os governos estadual e federal.
Lei para o silêncio
Elogiável a iniciativa do vereador Figueirôa de propor uma lei que acabe com o irritante exibicionismo de alguns motoristas, que, altas horas da noite e da madrugada, gostam de perturbar o sossego público com o som de seus carros a todo volume. A intenção é preservar o silêncio possível, principalmente depois de 22h. Excelente a ideia, mas fica a pergunta: quem vai fiscalizar os infratores? Em 1970 ou 71 o vereador Raymundo Hargreaves fez aprovar lei de sua autoria proibindo alto-falantes para propaganda comercial. Ela nunca foi fiscalizada, muito menos cumprida.
A lei de Figueirôa presta outro serviço, porque quase invariavelmente o som excessivo vem de músicas horríveis e carros muito velhos...
Lupi na hora da degola
Foi dado à presidente Dilma o facão de que precisava para acabar com o ministro Carlos Lupi e
com os incômodos que sua permanência vem causando ao governo. A Comissão de Ética da Presidência da República foi lhe dizer que não dá mais para tolerar tal presença, e ele dele ser tirado logo, independentemente dos humores de seu patrono, o ex-presidente Lula. Depois disso, passou inconcebível a tolerância do Palácio do Planalto.
Pouca chance para o vice
Estava nos planos do PCdoB conquistar posição de destaque nas articulações da esquerda para a disputa da prefeitura em 2012. Wadson Ribeiro já havia se manifestado a esse respeito. Mas vieram os escândalos envolvendo o partido, e seu balão nem chegou a ser inflado.
O que objetivamente se pretendia era a indicação do vice na chapa de prefeito do PT, mas a crise inviabilizou a proposta, que agora deve ficar limitada ao esforço de eleição de um vereador. Com reduzidas possibilidades de contar com um partido forte para dar o vice, os petistas podem estar a caminho de uma solução doméstica, tal como ocorreu em 2008.
O desejo de voltar
Todos os dezenove vereadores, independentemente de eventuais alianças de seus partidos, vão disputar a reeleição, e quase todos já vêm trabalhando para isso, como revelou o resultado de um levantamento realizado junto aos partidos. Essa disposição só seria alterada se eventualmente algum deles se lançasse candidato a prefeito ou a vice.
(( publicado também na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))
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