quarta-feira, 20 de março de 2013
Tempo de cisão
Vai se confirmando, dia após dia, a previsão de que será intenso o debate em torno das eleições do próximo ano em Minas. Há sinais de resistência às acomodações elaboradas e impostas por Brasília, o que diz respeito, principalmente, ao PMDB, que se especializou em transferir apoio ao governo.
Dois dos peemedebistas mais influentes, Newton Cardoso e Hélio Costa já antecipam sua posição favorável à candidatura própria ao governo de Minas.
O nome
Tanto Newton como Hélio não apenas advogam o PMDB disputando em faixa própria, como avançam, para afirmar que o candidato à sucessão do governador Anastasia deve ser o atual senador Clésio Andrade. Com isso, criam uma situação de fato, começando pela tentativa de esvaziar a nomeação do peemedebista mineiro Antônio Andrade para o Ministério da Agricultura; nomeação que não teve outra razão a não ser forçar o PMDB a se incorporar ao projeto do PT de eleger Fernando Pimentel.
Modelo
Não é preciso maior esforço para saber que os defensores do projeto de levar o partido a andar com as próprias pernas, sem servir de muleta do PT, vão ter entre seus argumentos a experiência recente de Juiz de Fora, um dos quatro maiores colégios eleitorais do estado. No ano passado, o diretório, muito próximo da unanimidade, rejeitou a proposta de abrir mão da candidatura própria e elegeu o prefeito com grande maioria de votos, distante do PT.
Velha carteira
Faz 80 anos que o presidente Vargas e o ministro Melo Franco assinaram decreto instituindo a carteira do trabalho, o que seria, a partir de então, um instrumento de defesa e segurança do operariado.
Pois, passado esse tempo, admite-se que alguns milhões de trabalhadores, mergulhados na informalidade ou em regime semi-escravo, suam sem o documento. E, pior, não há uma pesquisa séria para se saber quantos realmente estão nessa situação.
Logo depois
Entrevistado, na madrugada de ontem, na Rede Vida, o presidente estadual do PSDB, deputado Marcus Pestana, disse que, passada a convenção nacional, prevista para maio, o partido vai ”mergulhar fundo” nas questões mais complexas da atualidade brasileira, e mostrar que o projeto de Aécio Neves tem consistência para encaminhar soluções. Mas, independentemente de ver todas as virtude na candidatura do senador mineiro, Pestana também acha que fará bem ao País assistir, em 2014, a uma disputa plural, da qual participem Marina, Dilma, Eduardo, Buarque e quantos mais vierem.
Quantos são?
Por causa dos muitos recursos em tribunais e pelo fato de o TSE não providenciar uma divulgação oficial, ficaram muitas dúvidas em relação aos integrantes da sinistra lista dos fichas-sujas. Na verdade, bem contados, eles são 155, dos quais 13 de Minas.
Para despertar
A Universidade Federal tem, hoje e amanhã, um seminário para debater questões do desenvolvimento regional, do qual se espera que lideranças da Mata reativem ações já propostas em encontros anteriores. É preciso insistir nas vias políticas para que os objetivos sejam alcançados.
Não pode nem deve ser tarefa confiada apenas a deputados e prefeitos. O novo seminário terá alcançado grande êxito se conseguir engajar na luta por antigas reivindicações os empresários, entidades representativas, sindicatos e estudiosos dos problemas regionais.
O reitor Henrique Duque tem insistido ser um entusiasta da ideia. O que já é um bom começo.
Protagonistas
Os exemplos são muitos e as consequências funestas. As coligações partidárias precisam ser celebradas em bases mais sérias e menos dependentes de interesses circunstanciais. Esta devia ser uma preocupação imediata, de forma que as eleições do próximo ano contassem com acordos mais claros e sérios.
O primeiro objetivo a ser perseguido é vencer o que hoje se caracteriza por total ausência de critérios para a celebração de coligações, que se fazem à revelia de mínima identidade ideológico-programática, mas apenas refletem fusão de conveniências. Disso resulta que o eleitor entra em cena como protagonista de farsas.
Os convencionais
Outra questão, nesse mesmo campo, diz respeito ao papel dos convencionais, cuja missão acaba reduzida a referendo das escolhas e decisões que lhes chegam prontas dos gabinetes. Não há discussões pelos plenários, que nada podem fazer a não ser dizer amém, contribuindo para acentuar a artificialidade das coligações.
(( publicado também na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))
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