quarta-feira, 6 de março de 2013
História que se repete
É aquela história de sempre. Quando os serviços essenciais e indispensáveis falham ou escasseiam, o prejuízo é sempre da população. Em greve de ônibus não é diferente. Ou o usuário vai a pé para o trabalho, se esgota e se estressa, ou disputa o táxi raro e invisível, porque integra uma frota insuficiente, incapaz de enfrentar o pico ou uma situação de emergência.
Ontem, em seu segundo dia, a paralisação dos ônibus urbanos veio para confirmar: a população, sem nenhuma culpa, paga pelo pecado que não tem. Todos os demais acabam se saindo bem do episódio. Observemos:
Os rodoviários ganham, porque têm o salário reajustado. O poder público ganha, porque pode culpar os salários pelo reajuste da tarifa que tem de conceder. O sindicato dos motoristas e cobradores ganha, porque sai fortalecido. As empresas de ônibus ganham, pois robustecem suas planilhas para subir a tarifa, e vão faturar mais. A Justiça ganha, porque cumpriu seu papel, determinando o fim da greve, mesmo que sua decisão tenha sido solenemente ignorada.
No frigir dos ovos, o povo sai humilhado, pagando a conta do imenso festival de desordem aliado a uma monumental impunidade.
As lideranças
Em recente reunião de políticos indagava-se, sob a expectativa de que ainda não há resposta possível, sobre forças partidárias da cidade que vão entrar em campo para disputar o poder em 2014. Será a primeira eleição para governador e presidente da República estando ausente Itamar Franco, exatamente na faixa em que ele gostava de atuar, mais que em eleição de âmbito municipal. Seria, como foi em quatro décadas, a principal liderança local.
Gente nova
Mas é certo que já temos, antes mesmo de 2014, importante renovação no painel dos partidos, resultado de mudanças que vieram com a eleição do ano passado, a começar pelo PMDB, onde o prefeito Bruno substituiu o grupo que comandava o partido por quase quatro décadas. Mudança também veio no PSDB, quando Custódio Mattos não conseguiu manter a hegemonia do tucanato, e, além de perder novo mandato, foi deslocado pelo partido para servir na prefeitura de Belo Horizonte.
Também no PT
Talvez nem todos os petistas tenham examinado a extensão da mudança que começou a ser operada em seu partido, como duas consequências das eleições do ano passado, o que levou Margarida Salomão à liderança natural do PT, depois de longamente exercida pelo deputado Paulo Delgado, enquanto se dedicou à atividade partidária. Realmente duas consequências: a não eleição de Margarida para a prefeitura e, logo depois, sua investidura como deputada.
Conta sem chegar
Minas, quando está em tela sua dívida para com a União, assemelha-se aos pobres diabos que caem nas malhas de certas financeiras de “dinheiro fácil”, isto é, pagam mais do que devem e continuam devendo.
Na próxima semana, quando for a Brasília tratar do assunto com seus colegas governadores, Anastasia tem números a mostrar: em 1990 Minas devia R$ 14 bilhões, já pagou R$ 21 bilhões e ainda deve R$ 60 bilhões...
Para refletir
O secretário de estado da Defesa Social, Rômulo Ferraz, estará na cidade no dia 14 para participar da instalação do seminário “Violência Urbana em Juiz de Fora”. A proposta dessa iniciativa, que reúne OAB, prefeitura, Universidade e Instituto Vianna Júnior, é refletir sobre políticas sociais e projetos de caráter preventivo para a sociedade enfrentar o problema.
O distrital
Perguntados, em uma enquete, o que pensam sobre o voto distrital, 24 entre os 53 deputados mineiros concordaram com a inovação, desde que seja pelo sistema misto. O distrital puro e radical tem apoio de apenas quatro representantes de Minas.
Interessante foi a resposta do deputado Mauro Lopes: tanto faz...
Tudo é possível
Foi um espanto geral entre católicos a renúncia do Papa, atitude que não se via há mais de meio milênio. Pois nem passou um mês, e chegam dois espantos na área dos evangélicos. Seu deputado federal Marcos Feliciano virou, apesar de tudo, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, e o “bispo” Edir Macedo foi confirmado na lista das grandes fortunas. Feliciano é conhecido pelo horror que tem aos homossexuais e negros, a quem chama de “africanos amaldiçoados por Noé”. Edir, graças à generosidade de seus fiéis, passou a ser dono de uma fortuna de R$ 1,3 bilhão.
Ontem à noite, diante de tantos protestos, Feliciano foi destituído.
Preço de remédio
O deputado federal Marcus Pestana está propondo, por meio de projeto de lei complementar, um sistema integrado de compras na área de saúde. O que se pretende é reduzir os custos e facilitar negociações de aquisição de bens e serviços ligados ao SUS. Para instruir seu projeto, o deputado lembra que ”muitas vezes, municípios, estados e hospitais filantrópicos não dispõem de estrutura técnica competente para garantir qualidade nas especificações de equipamentos nos seus editais de licitação. Além de introduzirem custos muito elevados, as compras descentralizadas reduzem o benefício econômico que poderia ser alcançado por compras realizadas em escalas”, afirmou.
((publicado também na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))
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