MAIORIDADE ELEITORAL
Assistiu-se
na TV a dois depoimentos otimistas em relação às eleições deste ano. Adriano
Cardoso, conselheiro da OAB-MG, e Diogo Cruvinel, secretário judicial do TRE de
Minas. Acham ambos que o eleitor vai se revelando cada vez mais protagonista do
processo e, portanto, capaz de valorizar o voto sem comprometê-lo. Para o
secretário concorre para tal previsão otimista o fato de o eleitor saber que
também ele pode ser condenado em até quatro anos de reclusão se pedir ou
receber vantagem de candidatos.
Voto
não tem preço, tem consequência, lembra Adriano Cardoso, para quem o crime da
compra de voto vai desaparecendo, e para tanto têm contribuído campanhas
moralizadoras desenvolvidas pela OAB e CNBB.
A
Ordem, com 200 representações em Minas, mantém plantão para receber as
denúncias de corrupção, e cuida de encaminhá-las à Justiça.
Neste
ano a campanha eleitoral será mais curta e as empresas não poderão fazer
doações (elas representavam 98% dos gastos dos candidatos).
OUTRO OLHAR
Quando
afirmam, com a autoridade que têm, que a compra de votos está decrescendo, com
a esperança de que desapareça de vez, os dois especialistas certamente não se
referem à campanha de compra de deputados para votar contra o impeachment.
Neste caso a compra se faz tanto pelo varejo como pelo atacado.
OS PATRIOTAS
Os
porta-vozes do governo recomendam que nestas horas de decisão e de mandatos em altos
riscos a presidente deve direcionar os discursos ao patriotismo dos
brasileiros, para que a ajudem a se manter no poder; os patriotas, que tantas
vezes salvaram os governos. O problema é onde encontrá-los. Nas camadas mais pobres?
Difícil. Como diz Luiz Fernando Veríssimo, não é possível encontrar patriotas
nas filas do INSS e dos hospitais.
RUMO AO PLENÁRIO
Passado
o primeiro teste do impeachment, com o governo derrotado na comissão da
admissibilidade do processo, o desafio para a assessoria da presidente Dilma é
tentar controlar o plenário da Câmara, onde seu destino começa a ser traçado na
sexta-feira. Se de um lado tem a seu favor a maioria de uma base bem
alimentada, seus planos podem esbarrar em dificuldades diante dos partidos que
estão se afastando parcial ou totalmente. Como sinalizam o PP e o PR. Pode ser
também que os fisiológicos estejam apenas fazendo charme para valorizar o preço
do voto. Pode ser. Ainda pode ser que o destino do governo se concentre exatamente
nos nanicos, sempre dependentes, mas sabem que chegou a hora de deixar a nau
capitânia. O PMDB foi o primeiro.
ALIANÇA
Prosperam
as consultas para a aliança municipal PMDB-PSDB. Como em todo escopo de aliança
eleitoral, o primeiro ponto a ser tratado é a escolha do nome do vice na chapa
do prefeito. Os tucanos pretendem indicá-lo. Pode ser um empresário, sem
passado político.
Nas
eleições municipais os dois partidos sempre trilharam caminhos diferentes.
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