quarta-feira, 13 de abril de 2016






MAIORIDADE ELEITORAL



Assistiu-se na TV a dois depoimentos otimistas em relação às eleições deste ano. Adriano Cardoso, conselheiro da OAB-MG, e Diogo Cruvinel, secretário judicial do TRE de Minas. Acham ambos que o eleitor vai se revelando cada vez mais protagonista do processo e, portanto, capaz de valorizar o voto sem comprometê-lo. Para o secretário concorre para tal previsão otimista o fato de o eleitor saber que também ele pode ser condenado  em até quatro anos de reclusão se pedir ou receber vantagem de candidatos.

Voto não tem preço, tem consequência, lembra Adriano Cardoso, para quem o crime da compra de voto vai desaparecendo, e para tanto têm contribuído campanhas moralizadoras desenvolvidas pela OAB e CNBB.

A Ordem, com 200 representações em Minas, mantém plantão para receber as denúncias de corrupção, e cuida de encaminhá-las à Justiça.

Neste ano a campanha eleitoral será mais curta e as empresas não poderão fazer doações (elas representavam 98% dos gastos dos candidatos).



 OUTRO OLHAR


Quando afirmam, com a autoridade que têm, que a compra de votos está decrescendo, com a esperança de que desapareça de vez, os dois especialistas certamente não se referem à campanha de compra de deputados para votar contra o impeachment. Neste caso a compra se faz tanto pelo varejo como pelo atacado.



OS PATRIOTAS


Os porta-vozes do governo recomendam que nestas horas de decisão e de mandatos em altos riscos a presidente deve direcionar os discursos ao patriotismo dos brasileiros, para que a ajudem a se manter no poder; os patriotas, que tantas vezes salvaram os governos. O problema é onde encontrá-los. Nas camadas mais pobres? Difícil. Como diz Luiz Fernando Veríssimo, não é possível encontrar patriotas nas filas do INSS e dos hospitais.



RUMO AO PLENÁRIO



Passado o primeiro teste do impeachment, com o governo derrotado na comissão da admissibilidade do processo, o desafio para a assessoria da presidente Dilma é tentar controlar o plenário da Câmara, onde seu destino começa a ser traçado na sexta-feira. Se de um lado tem a seu favor a maioria de uma base bem alimentada, seus planos podem esbarrar em dificuldades diante dos partidos que estão se afastando parcial ou totalmente. Como sinalizam o PP e o PR. Pode ser também que os fisiológicos estejam apenas fazendo charme para valorizar o preço do voto. Pode ser. Ainda pode ser que o destino do governo se concentre exatamente nos nanicos, sempre dependentes, mas sabem que chegou a hora de deixar a nau capitânia. O PMDB foi o primeiro.



ALIANÇA


Prosperam as consultas para a aliança municipal PMDB-PSDB. Como em todo escopo de aliança eleitoral, o primeiro ponto a ser tratado é a escolha do nome do vice na chapa do prefeito. Os tucanos pretendem indicá-lo. Pode ser um empresário, sem passado político.

Nas eleições municipais os dois partidos sempre trilharam caminhos diferentes.







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