quarta-feira, 20 de abril de 2016






SENADO DIFERENTE


1 - O plenário do Senado Federal, que votará a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma, promete ser bem diferente daquele espetáculo circense da Câmara dos Deputados no domingo passado, quando o palhaço Tiririca acabou sendo exemplo de sobriedade e compostura. Os senadores dirão apenas sim ou não à continuidade do processo, sem explicações vulgares, sem homenagens aos filhos e esposas, com seriedade, como convém a uma casa legislativa. Sem confetes e sem bandeiras, sem gritos histéricos e saudações piegas.

2 - Na tramitação da matéria no Senado parece estar identificado um contrate entre o presidente Renan Calheiros, que advoga calma e uso de todo o tempo para esgotar prazos em matéria tão importante, e, de outro lado, os senadores da Oposição, que querem pressa, alegando que é preciso correr com a votação, porque o Brasil está parado; literalmente parado.

3 - Com  44 senadores claramente favoráveis ao impeachment já se tem como certo que o parecer da comissão especial criada para julgar a admissibilidade terá aprovação.  Precisará de 41.

4 - O que poderia fazer a presidente Dilma para transformar em apoio à sua causa o ambiente hostil hoje facilmente identificado na Casa? É provável que ela caminhe no sentido de explorar o caráter regional da composição do Senado, convocando os governadores para influir. Jogará nisso suas últimas forças. Não é fácil, mas não se vislumbra uma rota menos sombria e menos acidentada.



NADA A TEMER


5 - Quem tem à mão todo o mapa eleitoral que Dilma começa a enfrentar é o vice Michel Temer; tanto o conhece e sabe que vai assumir, que ainda ontem cuidava objetivamente da formação do novo governo.

6 - A presidente Dilma insistiu muito na ideia de que estava sendo vítima de um golpe, e conseguiu levar essa apreensão a algumas das mais importantes capitais do mundo. O vice já tem gente trabalhando para desfazer a campanha, garantindo a inviolabilidade das instituições, e que sua eventual posse se processará em nome da Constituição.
Portanto, nada a temer com Temer.
  


OS NÚMEROS
 

7 - Sobre a votação e as barbaridades a que tivemos de assistir domingo último na Câmara, Eduardo Almeida Reis, um dos melhores escritores contemporâneos, envia ao blog a festa dos números daquela histórica sessão sobre o impeachment. Confiram:   
SIM: 367
NÃO: 137
Abstenções: 07
Ausentes:02
Cuspida: 01
Esposas Lisonjeadas:120
Amantes Zangadas: 200
Filhos falando "Ai, que mico!": 300
Professores de português quase sofrendo infarto: 124.218







Nenhum comentário:

Postar um comentário