sexta-feira, 8 de abril de 2016

  


O GOLPE EXISTE


Eleição geral antecipada (ou precipitada) para outubro, proposta sob o calor e o tiroteio do imenso desgaste do governo;
a presidente e toda a sua equipe amargando 70% de reprovação  de norte a sul do País;
a oposição desarticulada e sem saber onde está o túnel por onde devemos expulsar a crise;
os partidos à deriva, divididos, todos acusados de corrupção, ativa ou passiva;
a população enfrentando desemprego, carestia, desânimo e insegurança;
todas as evidências de uma mutilação indolor dos mandatos;
a sempre suspeita lembrança do Parlamentarismo, essa grande solução só desengavetada em momentos inconvenientes;
compra de votos de deputados no varejo e no atacado, para o que der e vier.

Com tudo isso e por tudo isso: eis o golpe de que tanto se tem falado.


 


PROGNÓSTICO DIFÍCIL  


Não passam de exercício de “achismo” as previsões e profecias sobre o que haverá de decidir o plenário da Câmara dos Deputados sobre o prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma. Tomados os indícios de hoje, como os de ontem, reina soberana a incerteza, porque do Congresso pode-se esperar tudo, graças à sua multifacetada composição.

Gustavo Capanema evitava prever votações com grande antecedência. Dizia que toda Câmara tem 10% de notáveis, 10% de bandidos e 80% de normais. Lula já foi mais rigoroso: há ali mais de 300 picaretas.

O perigo é que o número de notáveis, sempre mais discretos, empata com a audácia dos bandidos. E os chamados “normais?”. Bem, esses, assim como a parcela da população que representam, navegam aos sabor das emoções da hora. Por isso não autorizam maior segurança nas previsões.

Essas dúvidas e defeitos não se restringem ao Brasil. Para Hubert Humphrey, vice do presidente Lyndon Johnson, dos Estados Unidos, “é verdade que há vários idiotas no Congresso. Mas os idiotas constituem boa parte da população e devem estar bem representados”.





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