O GOLPE EXISTE
Eleição
geral antecipada (ou precipitada) para outubro, proposta sob o calor e o
tiroteio do imenso desgaste do governo;
a
presidente e toda a sua equipe amargando 70% de reprovação de norte a sul
do País;
a
oposição desarticulada e sem saber onde está o túnel por onde devemos expulsar
a crise;
os
partidos à deriva, divididos, todos acusados de corrupção, ativa ou passiva;
a
população enfrentando desemprego, carestia, desânimo e insegurança;
todas
as evidências de uma mutilação indolor dos mandatos;
a
sempre suspeita lembrança do Parlamentarismo, essa grande solução só desengavetada
em momentos inconvenientes;
compra
de votos de deputados no varejo e no atacado, para o que der e vier.
Com
tudo isso e por tudo isso: eis o golpe de que tanto se tem falado.
PROGNÓSTICO
DIFÍCIL
Não
passam de exercício de “achismo” as previsões e profecias sobre o que haverá de
decidir o plenário da Câmara dos Deputados sobre o prosseguimento do processo
de impeachment da presidente Dilma. Tomados os indícios de hoje, como os de
ontem, reina soberana a incerteza, porque do Congresso pode-se esperar tudo,
graças à sua multifacetada composição.
Gustavo
Capanema evitava prever votações com grande antecedência. Dizia que toda Câmara
tem 10% de notáveis, 10% de bandidos e 80% de normais. Lula já foi mais
rigoroso: há ali mais de 300 picaretas.
O
perigo é que o número de notáveis, sempre mais discretos, empata com a audácia
dos bandidos. E os chamados “normais?”. Bem, esses, assim como a parcela da
população que representam, navegam aos sabor das emoções da hora. Por isso não
autorizam maior segurança nas previsões.
Essas
dúvidas e defeitos não se restringem ao Brasil. Para Hubert Humphrey, vice do
presidente Lyndon Johnson, dos Estados Unidos, “é verdade que há vários idiotas
no Congresso. Mas os idiotas constituem boa parte da população e devem estar
bem representados”.
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