INACREDITÁVEL
Difícil de acreditar que num momento como este que Minas
vive, de mil aperturas, os deputados tenham coragem de reajustar seus
subsídios. Pois isto aconteceu. O ajuste foi de quase 30%. E os servidores
estão recebendo seus vencimentos em parcelas, para confirmar as agruras
do Tesouro e os maus lençóis em que está metido o governador Pimentel.
A alegação de defasagem é inaceitável, mesmo tendo recorrido a ela
os parlamentares mineiros. Desvalorização por desvalorização do dinheiro também
sofrem os servidores
À Assembleia caberia, pelo menos e pelo mínimo, um gesto de
solidariedade com os verdadeiros sacrificados.
2- O Presidente Michel Temer certamente não teria como
esperar esse acidente de percurso, a denúncia de envolvimento do ministro
Romero Jucá com as investigações da Lava Jato, sendo atribuída a ele uma
gestão para pôr paradeiro nas investigações. Temer, antes de o ministro se
licenciar, estava numa encruzilhada: ao manter o ministro estaria contaminando
o governo recém-criado; afastado, ainda que temporariamente, revela descaso na
formação do primeiro escalão de uma equipe que não completou seu primeiro
mês.
3- Em cada passo da vida política brasileira se consolida a
convicção de que os males maiores desse quadro de corrupção, de suspeitas e de
crimes não constitui fato isolado nas ações pessoais ou de grupos. Os males
nascem do nosso esgotado modelo de presidencialismo de coalizão, que se oxigena
no intenso tráfico de influências, sobretudo nas relações com o Congresso. O
presidencialismo, do jeito como o que temos, esteja lá quem estiver, de FHC a
Dilma, tem de se submeter a uma reforma sem troca de favores e sem
indulgências.
É preciso mexer na base, na estrutura do modelo, que não dá mais
para sobreviver. Até porque não há Petrobrás que aguente esse custo político.
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