SOB NOVO GOVERNO
1)
Sob algum aspecto o presidente Temer reedita para si o desafio de Prudente de
Morais, primeiro civil no cargo e primeiro eleito pelo voto universal. Como? É
o apelo à pacificação política do País, cheio de ódios e ressentimentos. Com
Prudente também foi preciso vencer a oposição saudosista, que hoje são os
petistas; naquele tempo eram os monarquistas.
Não
é tarefa muito fácil, mas tem de ser enfrentada.
2)
Na sua primeira entrevista coletiva os ministros do novo governo não
conseguiram esconder que estão diante de um elenco de problemas bem maiores que
aqueles que esperavam encontrar. Uma amostra é a que está baseada em conclusão
do Tribunal de Contas da União: mais de 100 mil bolsas-família são pagas com
irregularidades, entre as quais o desvio de finalidade.
3)
Missão para o ministro José Serra, que vai comandar a política externa, é
vencer a má vontade da imprensa estrangeira em relação ao governo Temer. Não há
um único jornal da Europa que não o hostilize. Os europeu adotaram a ideia do golpe.
4)
O PMDB agora é telhado. O PT é a pedra. Apenas para atualizar velho ditado que
a vida continua a confirmar.
5)
A crise política em que o País se envolveu, aliada às expectativas em torno da
formação do novo governo, não estimulou, na verdade arrefeceu a tarefa dos
partidos de construir as chapas dos candidatos a prefeito e vereador que vão
concorrer em outubro. Para tanto, supunha-se até que um eventual agravamento
dos problemas pudesse recomendar o adiamento das eleições.
Os
partidos e as alianças têm mais um mês para definir suas candidaturas,
preparando-as para as convenções.
6)
Ainda abalado com o afastamento da presidente, o que representou seu maior
acidente político, o PT tem agora de voltar os holofotes para o governador
Fernando Pimentel, sobre quem pesam denúncias muito mais graves que aquelas em
que Dilma tropeçou.
Não
apenas o governador de Minas, mas também a primeira-dama está sob suspeita de
enriquecimento com recursos extras da campanha eleitoral. Procurando poupa-la,
Pimentel a nomeou para integrar o Secretariado, mas a Justiça considerou o ato
ilegal, o que a obriga a estar exposta às luzes do Ministério Público.
7)
Diz Henrique Meireles, ministro da Fazenda: é preferível o pouco do que o nada.
Em resumo, o recado aos aposentados, que ganham como único aceno imediato a
manutenção dos benefícios tal como se encontram. Por hora, nada mais que isso.
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