PONTO FINAL
O
relatório do senador Antônio Anastasia propondo a admissibilidade do processo
contra a presidente Dilma, o que nas próximas horas resultará no seu
afastamento, parece ter posto um ponto final nos esforços do PT para
defendê-la. O partido e o ex-presidente Lula, este já desaparecido, devem
admitir, sem alimentar maiores sonhos, que o impedimento por seis meses nada
mais é que uma espécie de aviso prévio. Se no cargo ela não teve força e prestígio
suficientes para se manter, não os terá na reclusão do Alvorada, residência
que, aliás, ela não devia aceitar. É uma humilhação ser condenada a morar na
cozinha, depois dos regalos da melhor das salas da casa.
Mas
o que é essencial neste momento é a previsão, sustentada por sólidos indícios,
de que dona Dilma vai assistir ao abandono total por parte do PT e demais
aliados, leais no velório e no acompanhamento do enterro, mas não ao ponto de
morar na cova com o finado governo. A presidente sabe disso e sente isso,
quando vê despovoados de ministros os corredores e os gabinetes do palácio. Ausentes ministros e assessores, sem esperanças na sobrevivência,
parentes de um enfermo desenganado.
Chegou
a hora de o PT começar a pensar no seu futuro e retomar o discurso de oposição,
esse mesmo discurso que o levou a derrubar o PSDB e a ganhar o poder. E nessa
hora não cabe sentimentalismos e saudades. Veremos.
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