quarta-feira, 11 de maio de 2016




SUMIU


Não há quem possa dar notícias sobre o paradeiro do senador José Sarney, que tem o condão de se transformar em fluido nos momentos inconvenientes. Volatiza-se. Nesse particular parece que vai tendo em Lula um aluno aplicado. Para quem foi presidente da República, ainda que acidentalmente, como agora será Michel Temer, esperava-se que Sarney aparecesse. Nem que fosse palpitar.



SÍMBOLO 

O deputado Waldir Maranhão, que em menos de dez horas, como presidente interino da Câmara, assinou ato impugnando o  processo de impeachment de dona Dilma, e logo o revogou, passa à história como símbolo da indigência parlamentar brasileira. Alvo de chacota internacional, nem mesmo teve sensibilidade para perceber que naquele ato estava apenas sendo instrumento de um abuso do governo e de quantos tentavam desesperadamente salvar a presidente do desastre final. Cometeu suprema indecência.

Começou por atropelar 70% dos votos de seus colegas deputados que votam pelo processo, para depois confessar, de boca fechada, sua insegurança com a atitude esdrúxula.
Não resta à Câmara outro caminho que não a cassação de seu mandato.



DEBOCHE


Inspirada no lamentável episódio do deputado Maranhão ao propor o cancelamento do processo de impeachment de Dilma, a internet saiu com esta:  Collor pede revisão de seu processo de impeachment por alegar supostas irregularidades. D. Pedro II aproveita para pedir revisão da Proclamação da República pelo golpista Marechal Deodoro da Fonseca. Tiradentes viu brecha para pedir seu desenforcamento e Pedro Álvares Cabral se disse arrependido de ter descoberto esta terra e pede para retirar seu nome dos livros de história...



CINEMA


Neste mês transcorre o centenário de nascimento de Jurandyr Noronha, que figura entre esses juiz-foranos ilustres que a cidade ousa ignorar. Noronha morreu no ano passado no Rio de Janeiro, onde residia há tempos. Pioneiro da pesquisa do cinema brasileiro, produziu também “No tempo da manivela”, filmes do período 1898-1930. E é autor do Dicionário do Cinema Brasileiro.



DIREITO


Das queixas que surgem de todos os lados sobre a retração do mercado de trabalho não escapam os advogados, que têm lamentado o desaparecimento dos clientes. Estes, empobrecidos, preferem adiar suas postulações junto à Justiça. Alguns advogados explicam, entre os fenômenos da retração, o fato de em Juiz de Fora estarem funcionando nove cursos de Direito.



MAQUETES


Sugestão para a noite desta quinta-feira: conhecer a exposição de maquetes históricas e reduzidas que com Alexandre Fioravante perpetua algumas construções da cidade. Ele recebe no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas a partir de 19 horas.




CALDO AMARGO


O presidente Michel Temer não terá como fugir da prescrição de remédios amargos para corrigir, tão rápido como for possível, o grande rombo na economia que vai receber como herança de Dona Dilma. No conjunto, os déficits chegam a 1 trilhão! Pois com as enfermidades da política econômica nesse dimensão, a receita promete coisas como os antigos purgantes, que não permitiam saber se era pior o gosto do remédio ou o do mal-estar. É o caso da Previdência, que despenca célere para a UTI, e requer uma cirurgia profunda e dolorosa.


Há de ter coragem o presidente para enfrentar os narizes torcidos, a começar pela base aliada, sempre ávida em torno dos ministérios, dez do quais já vão fechar as portas. 





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