SUMIU
Não
há quem possa dar notícias sobre o paradeiro do senador José Sarney, que tem o
condão de se transformar em fluido nos momentos inconvenientes. Volatiza-se.
Nesse particular parece que vai tendo em Lula um aluno aplicado. Para quem foi
presidente da República, ainda que acidentalmente, como agora será Michel
Temer, esperava-se que Sarney aparecesse. Nem que fosse palpitar.
SÍMBOLO
O
deputado Waldir Maranhão, que em menos de dez horas, como presidente interino
da Câmara, assinou ato impugnando o processo de impeachment de dona
Dilma, e logo o revogou, passa à história como símbolo da indigência
parlamentar brasileira. Alvo de chacota internacional, nem mesmo teve
sensibilidade para perceber que naquele ato estava apenas sendo instrumento de
um abuso do governo e de quantos tentavam desesperadamente salvar a presidente
do desastre final. Cometeu suprema indecência.
Começou
por atropelar 70% dos votos de seus colegas deputados que votam pelo processo,
para depois confessar, de boca fechada, sua insegurança com a atitude
esdrúxula.
Não
resta à Câmara outro caminho que não a cassação de seu mandato.
DEBOCHE
Inspirada no lamentável episódio do deputado
Maranhão ao propor o cancelamento do processo de impeachment de Dilma, a
internet saiu com esta: Collor pede revisão de seu processo de
impeachment por alegar supostas irregularidades. D. Pedro II aproveita
para pedir revisão da Proclamação da República pelo golpista Marechal Deodoro
da Fonseca. Tiradentes viu brecha para pedir seu desenforcamento e Pedro
Álvares Cabral se disse arrependido de ter descoberto esta terra e pede para
retirar seu nome dos livros de história...
CINEMA
Neste
mês transcorre o centenário de nascimento de Jurandyr Noronha, que figura entre
esses juiz-foranos ilustres que a cidade ousa ignorar. Noronha morreu no ano
passado no Rio de Janeiro, onde residia há tempos. Pioneiro da pesquisa do
cinema brasileiro, produziu também “No tempo da manivela”, filmes do período
1898-1930. E é autor do Dicionário do Cinema Brasileiro.
DIREITO
Das
queixas que surgem de todos os lados sobre a retração do mercado de trabalho
não escapam os advogados, que têm lamentado o desaparecimento dos clientes.
Estes, empobrecidos, preferem adiar suas postulações junto à Justiça. Alguns
advogados explicam, entre os fenômenos da retração, o fato de em Juiz de Fora
estarem funcionando nove cursos de Direito.
MAQUETES
Sugestão
para a noite desta quinta-feira: conhecer a exposição de maquetes históricas e
reduzidas que com Alexandre Fioravante perpetua algumas construções da cidade.
Ele recebe no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas a partir de 19 horas.
CALDO AMARGO
O
presidente Michel Temer não terá como fugir da prescrição de remédios amargos
para corrigir, tão rápido como for possível, o grande rombo na economia que vai
receber como herança de Dona Dilma. No conjunto, os déficits chegam a 1
trilhão! Pois com as enfermidades da política econômica nesse dimensão, a
receita promete coisas como os antigos purgantes, que não permitiam saber se
era pior o gosto do remédio ou o do mal-estar. É o caso da Previdência, que
despenca célere para a UTI, e requer uma cirurgia profunda e dolorosa.
Há
de ter coragem o presidente para enfrentar os narizes torcidos, a começar pela
base aliada, sempre ávida em torno dos ministérios, dez do quais já vão fechar
as portas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário