Antigas lições
Quais as lições que se extraem do atual quadro da
política brasileira? Seriam muitas, dada a vastidão dos problemas que
afloram. Uma dentre elas é que continuam o Congresso Nacional e as
cortes de Justiça – sobretudo estes - mesmo atacando a avalancha da
corrupção, negam-se a traçar o bisturi da competência no tumor onde a doença prospera nos gabinetes, ministérios e autarquias. Esse tumor, não há quem
seja capaz de negar, é a própria estrutura político-jurídica que facilita o
crime e só incomoda o criminoso se ele passar dos limites, como esse carioca
Cabral, que descobriu fontes diversas do enriquecimento ilícito.
Se nada se fizer para mudar o terreno em que viceja o
crime, depois de Eduardo Cunha, Sérgio Cabral e outros desse tipo, o
caminho da maldade, a estrutura viciosa permitirá o aparecimento de novos
delinquentes sucessores. É preciso combater com vigor a fonte da corrupção. Não
será suficiente atacar os corruptos, porque se os veteranos vão para a cadeia
surgem logo os novatos, estes possivelmente mais hábeis e ágeis, bons alunos
dos que os antecederam, cuidando para não serem facilmente pilhados com a mão
na massa. Serão os aproveitadores do estado corruptível, este impune e até
agora intocado. E isso não é bom.
Essa situação deprimente já seria suficiente para o
presidente Temer dar um basta, entornar o caldo, expor o banditismo explícito
que o escraviza, mesmo lembrando que, tendo sido três vezes presidente da
Câmara, ele sabe que o jogo é esse mesmo, com suas sujeiras.
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