sexta-feira, 26 de janeiro de 2018







Esperança que fica


    De Victor Hugo, da parte de Os Miseráveis, ficou das aulas de francês do professor Francisco Bedendo, no Machado Sobrinho, a velha expectativa de Valjean receber um sinal de benemerência de Javert , o poderoso policial. Esperar sempre que o julgamento do superior se compadeça, e nesse sentido há que esperar sempre o juiz que ainda está por vir.

    O caso do ex-presidente Lula, condenado a 12 anos de prisão, por corrupção passiva e outros crimes, faz lembrar a esperança dos tribunais em cujas portas ele ainda não bateu. Mas sua caminhada, não há negar, vai se tornando cada vez mais difícil e espinhosa, porque a condenação em primeira instância, seguida de confirmação em segunda, com o acréscimo de pena ampliada, é um recado muito claro ao réu:  não há escapatória.

    Mais ainda:  tranquiliza-se a Justiça com a remoção do antigo temor de que a condenação de Lula levaria a um clima de tumulto em todo o País. Pois saiu a sentença unânime de Porto Alegre, os protestos e lágrimas foram contidos nos limites, e o Brasil foi dormir em calma. Para esse clima, a partir de agora,certamente o próprio PT haverá de colaborar, o que é essencial para manter viva a derradeira chama da candidatura de seu líder, ou, sem ele, a que for chamada a levantar a bandeira lulista, que a Justiça não vai deixar hastear. Está claro.


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Recebo e transcrevo uma grave denúncia, de interesse de toda a Região. 

Centro Mais Vida


Dívida, desde setembro de 2016, já ultrapassa os R$4 milhões
   
Precisamente, 67.981 idosos foram atendidos pelo Centro Mais Vida Macrorregião Sudeste de 2009 até o dia 24 de janeiro de 2018. Essa precisão se estende também aos benefícios proporcionados pelo programa estadual a esses pacientes, comprovados pelas pesquisas de satisfação que apontam mais de 96% de notas máximas no atendimento e mais de 85% de aproveitamento do Plano de Cuidados (documento contendo todas as avaliações e laudos do idoso) pela atenção primária. No entanto, as precisões param por aí, pois o cenário do Centro Mais Vida agora é de incertezas. Por decisão da Assembleia Geral dos Prefeitos consorciados à Acispes realizada na manhã do dia 23/01, a partir de fevereiro as atividades do programa serão paralisadas. O motivo? O atraso do Estado – responsável pelo custeio do Centro Mais Vida - no pagamento do serviço totalizando, desde setembro de 2016, uma dívida de R$4.905.576,28.
  
    Dentre os inúmeros prejuízos, a decadência de umas iniciativas mais efetivas no cuidado com o idoso frágil. Segundo a Coordenadoria de Saúde do Idoso da SES/MG, são aqueles que se encontram em pelo menos uma das chamadas situações de risco, ou seja, com idade acima de 80 anos ou com mais de 60 apresentando polipatologias, imobilidade parcial ou total, incontinência, histórico de internações frequentes e/ou pós alta hospitalar, dentre outros.

    Dentre os inúmeros prejuízos, o fim de um programa do SUS que oferece atendimento integral ao idoso com avaliações nas áreas de farmácia, assistência social, fisioterapia, educação física, psicologia, terapia ocupacional, nutrição, fonoaudiologia, enfermagem, geriatria e clínica geral, além de exames laboratoriais, densitometria óssea, tomografia e outros. Ao absorver essa demanda de saúde pública, o Mais Vida contribui em desafogar os postos de saúde com esse perfil de paciente, oferecendo a ele todas as condições para que possa envelhecer com qualidade de vida e autonomia.

    Dentre os inúmeros prejuízos, o fim de um dos grandes exemplos de humanização do SUS, com uma estrutura totalmente preparada para atender os idosos com dignidade, que inclui – junto aos atendimentos multiprofissionais de saúde – café da manhã, almoço e leitos para descanso. Tudo 100% SUS.

    No entanto, a dívida que se arrasta por mais de um ano vem inviabilizando o funcionamento de toda a Acispes que, vale ressaltar, em 22 anos de história sempre foi reconhecida pela extrema qualidade no atendimento de saúde. Desde o final de 2008, quando o Centro Mais Vida foi inaugurado, o consórcio é responsável pela gestão da unidade voltada para atendimento de toda a macrorregião Sudeste, ou seja, 94 municípios dentre eles Juiz de Fora. Nesse compromisso, sempre cumpriu sua parte, atendendo, conforme exigência da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, pelo menos 600 idosos por mês.

    Prefeitos se unem em busca de solução.

    Diante desse impasse, os prefeitos decidiram em Assembleia formalizar um manifesto em que apoiam a paralisação das atividades do Centro Mais Vida Macrorregião Sudeste a partir do dia 1 de fevereiro de 2018. No texto, eles também declaram que a decisão só será revista no caso de uma regularização dos débitos por parte do Estado, o que seria de extrema importância uma vez que sua interrupção terá consequências preocupantes, como uma desassistência à população idosa dos 94 municípios mineiros hoje cobertos pelo Centro Mais Vida. O documento será encaminhado ao Governo Estadual, Assembleia de Minas, Ministério Público e outros órgãos competentes.

    Outras ações foram a confecção de uma carta que será distribuída em todas as cidades atendidas pelo programa explicando a situação e a colocação de uma lona preta na fachada do prédio da Acispes. A equipe está ainda preparando um abraço solidário à Acispes, no dia 02 de fevereiro de 2018, sexta-feira, às 10h, em frente à entrada principal do consórcio (pela Avenida Presidente Itamar Franco). A ação pretende mobilizar toda a sociedade como forma de sensibilizar quanto à importância do programa para Juiz de Fora e toda a região.



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