Fim de linha
O ex-deputado Paulo Delgado, hoje residente em Brasília, depois de
longa militância política em Juiz de Fora, acaba de publicar um artigo em que
considera extinta, ainda que insepulta, a era Lula. Entende, com exatidão, que agora
cabe, como herança ao Partido dos Trabalhadores, reorganizar seu projeto, a
começar pelo fato de que a legenda tem antigas responsabilidades com as causas
sociais e socialistas. Se Lula não as acatou e não as cumpriu, em parte ou
integralmente, agora o papel das lideranças petistas é levar o partido a
sacudir a poeira do tempo e tentar reanimar os antigos sonhos.
Embora tudo isso pareça correto, o PT dá sinais de que vai
continuar investindo no ex-presidente, sabendo que não há em suas fileiras nomes
capazes de levantar a bandeira, e com ela tomar o rumo das urnas de outubro.
Sem Lula, os correligionários sentem que o êxito junto ao eleitorado fica mais
distante.
O risco está claro: se as coisas não deram certo, haverá tempo
para se construir uma alternativa viável? Com quem? Qual seria o segundo nome
que possa se dizer fiel ao velho companheiro, de forma a tirar dele não apenas
o prestígio popular?, mas igualmente arcar com o peso dos desgastes de quem é
condenado a gerenciar o mais poderoso projeto de corrupção já visto no País.
A ausência do candidato Lula terá resultados e consequências
importantes. Até mesmo fora das esferas do PT. Sem ele, o primeiro grande
prejudicado é o radical direitista Jair Bolsonaro, que fica sem o adversário
ideal; adversário que lhe abre espaço para as grandes diferenças. Bolsonaro
começou a perder quando os desembargadores de Porto Alegre fulminaram o
ex-presidente com aquele 3x 0.
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