quarta-feira, 31 de janeiro de 2018








Fim de linha


O ex-deputado Paulo Delgado, hoje residente em Brasília, depois de longa militância política em Juiz de Fora, acaba de publicar um artigo em que considera extinta, ainda que insepulta, a era Lula. Entende, com exatidão, que agora cabe, como herança ao Partido dos Trabalhadores, reorganizar seu projeto, a começar pelo fato de que a legenda tem antigas responsabilidades com as causas sociais e socialistas. Se Lula não as acatou e não as cumpriu, em parte ou integralmente, agora o papel das lideranças petistas é levar o partido a sacudir a poeira do tempo e tentar reanimar os antigos sonhos.

Embora tudo isso pareça correto, o PT dá sinais de que vai continuar investindo no ex-presidente, sabendo que não há em suas fileiras nomes capazes de levantar a bandeira, e com ela tomar o rumo das urnas de outubro. Sem Lula, os correligionários sentem que o êxito junto ao eleitorado fica mais distante.

O risco está claro: se as coisas não deram certo, haverá tempo para se construir uma alternativa viável? Com quem? Qual seria o segundo nome que possa se dizer fiel ao velho companheiro, de forma a tirar dele não apenas o prestígio popular?, mas igualmente arcar com o peso dos desgastes de quem é condenado a gerenciar o mais poderoso projeto de corrupção já visto no País.

A ausência do candidato Lula terá resultados e consequências importantes. Até mesmo fora das esferas do PT. Sem ele, o primeiro grande prejudicado é o radical direitista Jair Bolsonaro, que fica sem o adversário ideal; adversário que lhe abre espaço para as grandes diferenças. Bolsonaro começou a perder quando os desembargadores de Porto Alegre fulminaram o ex-presidente com aquele 3x 0.










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