Propaganda eleitoral
Formalizadas as candidaturas no final do semestre, resultado das
convenções partidárias, a Justiça Eleitoral determinará a abertura da temporada
de caça aos votos; consequentemente, a propaganda dos candidatos no rádio e na
TV. É preciso que o TSE reexamine dispositivos que tratam da matéria, não
apenas para socorrer os telespectadores, mas para que se dê cumprimento ao
espírito que inspirou a divulgação de partidos, nomes de candidatos, suas
ideias e programas. Na verdade, o objetivo dos programas eleitorais sempre se
revelou distante do ideal. É preciso aperfeiçoar um recurso que, bem cumprido,
pode oferece grande contribuição à representação política.
Os partidos bem que deviam, com tal propósito, ler o texto de um
ensaio do professor Geraldo Brindeiro, da cadeira de Direito Constitucional da
Universidade de Brasília, publicado em junho de 1991. O resumo, pela sua
atualidade, já seria suficiente:
“É notória a insatisfação do público com o baixo nível dos
programas eleitorais dos partidos políticos e dos candidatos no horário
gratuito. É evidente que não há solução de curto prazo, se o problema mais
grave é o baixo nível dos próprios candidatos. É possível, porém, promover uma
completa reformulação nas técnicas de organização e na utilização da
publicidade e do marketing político no horário eleitoral gratuito, para
permitir que seu objeto legal de difundir as ideias, os programas e os projetos
de governo dos partidos e dos candidatos seja realmente atingido“.
A ineficácia desses programas, segundo o professor Brindeiro, se
releva nos seus baixíssimos índices de audiência.
TV por assinatura
É de se esperar que neste novo ano a chamada TV a Cabo providencie
a reciclagem dos serviços prestados, revendo, ampliando ou aperfeiçoando suas
grades de filmes e telejornais. Estes, independentemente da qualidade, muitas
vezes pecam pela exagerada repetição das matérias. As reedições, para o gosto
de quem vê, podiam ser maquiadas com atualização mais rica.
Quanto aos filmes dá-se a entender que a intenção é fazer o
telespectador decorar o enredo, tal a insistência em repeti-los. Zorro,
Demolidor, Fugas de Alcatraz, Rambo, o gorila King Kong na torre, Anaconda,
Cidade de Deus. Hotel? Trivago!
Os pacotes oferecidos começam por decretar oito ou dez canais de
pastores evangélicos, que vendem milagres por atacado e a granel. Outros
tantos, com gente de toda parte fazendo comida e explicando como elaborar pratos,
quando poucas pessoas estão na cozinha. Em outros canais, intermináveis
novidades para o visual feminino. Nada é tão ideal que não possa ser
aperfeiçoado.
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