Fora os políticos
Discreto, sem qualquer esforço para antecipar seu aparecimento na
mídia (pelo menos por enquanto) um grupo de empresários tem se movimentado,
desde já, para acentuar sua presença no destino da cidade a partir da eleição
deste 2018. Trata-se de movimento que se inspira na constatação de que é
preciso imprimir uma renovação completa e total na representação política; e
nisto entram, em primeiro lugar, os candidato à Câmara, à Assembleia
Legislativa e ao Senado.
Há uma nítida prevenção contra os políticos de carreira, entre
estes compreendidos os que já têm ou tiveram mandato eletivo, em qualquer
época. Partindo do princípio de que, sendo imposição dos interesses de Juiz de
Fora uma ampla renovação, seria impertinente a renovação de mandatos.
Uma corrente entre os cerca de trinta participantes, mais radical,
nem admite considerar nomes dos atuais agentes com mandato, ou, ainda, os que
mesmo sem mandato tenham atuação política conhecida.
Os acontecimentos mais recentes no cenário nacional levaram a
criar um ânimo de hostilidade a qualquer político, tenha ou não tenha ele
méritos e defeitos a considerar. Se é político, não serve para a política. Será
assim mesmo?
Diante de tal generalização, vê-se que aconteceu o indesejável: os
maus contaminaram a instituição, a própria política, sem a qual a democracia
perde sua primeira e mais forte guardiã.
Novos domicílios
Algumas semanas, pouco mais de três meses, distanciam os futuros
candidatos ao fim do prazo que têm para definir a filiação partidária. Em fins
de abril todos estarão domiciliados nas legendas que considerarem mais
adequadas para a disputa, sendo que no caso de deputado estadual ou federal o que
vale pesar é o caminho que se lhe apresentar menos tortuoso, capaz de levá-lo
aos votos necessários para eleger-se.
Em tese, mas quase sempre na prática, disputar por um grande
partido, como MDB, PT e PSDB, requer maior esforço, impõe correr mais atrás
do eleitor, gastar muito dinheiro. Além do mais, é naquelas legendas que
residem os grandes caciques, veteranos donos dos votos.
A corrida dos candidatos em busca de fórmulas menos complicadas e
caminhos menos acidentados pode acabar esbarrando na indesejável
valorização de pequenos partidos, que em sua maioria nada têm a oferecer além
da generosidade da aritmética eleitoral, as equações generosas que se colocam a
serviço de candidaturas financeiramente bem estruturadas. Tem sido esta a razão
de muitos serem legendas de mera sobrevivência. De dois em dois anos ganham
algum oxigênio para terem como negociar na eleição seguinte. Eis porque, na
estrutura política brasileira, nem sempre os pequenos são indesejáveis. Servem
a ambições no momento certo.
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