Os problemas que dividem os petistas de BH ( metade pretendendo candidatura própria, outra metade em defesa da aliança com o PSB para a reeleição do prefeito Márcio Lacerda), estão restritos à capital, segundo fontes da executiva estadual, que não esperam maiores problemas no interior. Em muitos municípios onde está organizado, o PT pode disputar com suas próprias forças e candidatos.
Belo Horizonte e Juiz de Fora são os dois principais polos eleitorais do partido em Minas, mas em situações diferentes. Lá, o PSB dispõe de maior força de atração, porque já tem o prefeito, com boas condições para a reeleição, além de o governo Dilma pretender fazer da prefeitura da capital mineira a base de um projeto para manter os socialistas em sua base parlamentar. Não é difícil, com esse argumento, fazer os dois partidos caminharem juntos.
Se em BH há explicação para o PT deixar-se atrair pelo PSB, em Juiz de Fora não ocorre o mesmo. Ainda que em política tudo seja possível, não haveria como os petistas desistissem da candidatura natural de Margarida Salomão para apostar no projeto de Júlio Delgado.
TSE vê interesse do eleitor
no volume de consultas
Poucos meses depois de criar em seu portal um formulário eletrônico, aberto a consultas, o Tribunal Superior Eleitoral registrou 9.148 acessos, com as mais diversas questões levantadas:
dos atendimentos registrados em 2011, 49,56% ocorreram por telefone, e 46,39%, por meio do formulário eletrônico. As demais formas de recebimento juntas – e-mail, pessoalmente ou carta – somaram 4,05%.
A Central do Eleitor informou que 73% da demanda devem-se a pedidos de informação; solicitações representam 19%. Os demais 8% dividem-se entre denúncia, reclamações, agradecimentos e sugestões.
Seguindo as estatísticas, a expectativa é que em 2012, ano de eleições, a busca de informações pela internet ultrapasse os atendimentos telefônicos, já que em dezembro último foi possível constatar que a utilização do formulário (56%) foi 16% mais alta em relação ao telefone (40%). No segundo semestre de 2011 também houve uma procura maior pelos serviços em relação ao primeiro semestre.
O Tribunal revela um dado curioso extraído desse novo serviço, que diz respeito à faixa etária dos usuários. Nada menos de 97% das consultas foram realizadas para pessoas com idade abaixo de 60 anos.
Prerrogativa
Os eleitores que apresentam algum tipo de dificuldade de locomoção poderão votar nas seções que estiverem mais próximas de seu domicílio. Uma redistribuição de títulos que exige muito trabalho dos funcionários dos cartórios eleitorais. No caso de Juiz de Fora, acredita-se que a prerrogativa possa se estender a cerca de 9.000 eleitores, que têm prazo até 9 de maio para requerer à Justiça Eleitoral sua localização na seção eleitoral mais adequada.
Os catadores
Afeta a cerca de meia centena de catadores de resíduos de papel em Juiz de Fora a decisão da presidente Dilma de vetar a lei que pretendia conferir a esses trabalhadores o status de profissão regulamentada. Ela se valeu de um argumento diametralmente oposto à justificação do projeto: transformar o catador de papel em profissional compromete a intenção do governo em dar a ele a chance da inclusão social.
Insinuação
Em ampla campanha para estar na máquina administrativa do estado, o que significa ter o comando de uma importante secretaria ou ter duas de médio porte, mas com poder de articulação no interior, o PMDB se arma para tomar parte na reforma que o governador Antônio Anastasia vai promover a partir deste mês no primeiro escalão. Quando se trata de conquistar uma secretaria importante, os peemedebistas pensam, em primeiro lugar, na Saúde, onde procurariam alojar o deputado Saraiva Felipe, que já foi ministro nessa área.
A pretensão, contudo, parece esbarrar em duas dificuldades. A primeira é que a Secretaria de Saúde pertence à área técnica, e nesse campo a disposição do governo é não alterar as linhas traçadas pelo titular, Antônio Jorge Marques. A segunda dificuldade é que o secretário e o partido que ele preside estão na base do projeto do PSDB para a eleição do prefeito de Juiz de Fora.
Alvo limitado
Os partidos que terão candidatos próprios à prefeitura, com palanque para eleição majoritária puxando a proporcional, vão poder animar a chapa de vereadores, porque nesse caso os que tiverem fôlego para chegar ao segundo turno poderão disputar três, no máximo quatro cadeiras. As legendas de porte médio, como o PPS, não acham fácil ir além de dois vereadores.
Os pequenos terão o destino de sempre: correr para eleger um, tomando carona em coligação.
Solo perigoso
O governador Antônio Anastasia chamou a si o comando da política de priorizar a questão das áreas de risco na Zona da Mata, o que o presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana define como um passo concreto para a superação dos problemas que afetam a região em tempo de chuvas e enchentes. Mas reconhece que os investimentos necessários vão depender de entendimento com o governo federal.
O deputado não disse, mas o êxito desse empreendimento também está ligado à articulação política da bancada de Minas no Congresso.
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(De memória)
O profeta Oscar
No dia 3 de outubro de 1978 o arquiteto Oscar Niemeyer estava em Juiz de Fora, a convite dos alunos da Faculdade de Engenharia, para pronunciar conferência sobre “Urbanismo e função social”. Mas ocorreu um imprevisto:a Universidade não autorizou a ocupação de um de seus salões, sob a alegação de que o arquiteto não havia apresentado seu currículo, exigência que Oscar definiu como “ridículo produto da ditadura”.
Fato é que o conferencista teve de falar na Sociedade de Medicina. Depois de recomendar aos novos engenheiros não se omitirem diante dos problemas sociais, lamentou que “no Brasil quem manda é o poder imobiliário e a iniciativa privada”.
E, numa antevisão do que seria a cidade hoje: “ As construções, umas coladas nas outras, vão ser apenas uniformes, sem criatividade”.
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((publicado também na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))
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