Col Wcid 19 jan 12
Reforma política: uma nova tentativa
Confirmou-se, ontem, que a Câmara dos Deputados terá nova oportunidade para tratar a reforma política, que teve sua tramitação interrompida no ano passado. O relator das propostas, Henrique Fontana (PT-RS), e o presidente da comissão, deputado Almeida Lima (PPS-SE), alimentam a esperança de poderem colocar o texto em votação até o final de fevereiro, mês em que o Congresso Nacional retoma suas atividades.
Contudo, ainda há dois fatores para justificar novos obstáculos na tramitação. O primeiro é que a presidente Dilma anunciou a disposição de não interferir nessa questão, deixando que o Congresso tome as decisões que achar convenientes. Mantida essa isenção, a matéria exclui o interesse do Executivo, tornando-a menos atraente para a classe política. Mas o senador cearense Mauro Benevides acha que tem limites o poder do Palácio do Planalto sobre a reforma; tanto que em 2010 o presidente Lula teve a iniciativa de propor alguns itens, e o Congresso não tomou conhecimento dele.
O debate poderia ter avançado em 2011, pois as discussões tiveram início em março, com uma pauta de 20 itens. Mas o presidente da comissão especial considera que o objetivo nunca foi fazer um trabalho de curto prazo. “Desde que ficou definido que as mudanças não valeriam para as eleições de 2012, perdeu-se o sentido de pressa. Optamos por fazer um trabalho mais amplo e profundo para vigorar a partir de 2014”, finalizou.
A difícil proposta de Itamar
Se o projeto de reforma política não for engavetado (de novo) até meados de junho o Senado deverá se pronunciar sobre proposta que, pouco antes de morrer, Itamar Franco deixou na Casa. Quis ele o registro de candidatos sem vínculo partidário em eleições para prefeito e vereador. A proposta foi aprovada na reunião de colegiado, mas isso não é suficiente, porque os partidos veem nela um instrumento de seu esvaziamento.
Pretendia o senador que uma candidatura avulsa obtenha registro junto à Justiça Eleitoral e disponha de, pelo menos, 10% dos eleitores do município. No debate que se realizou no colegiado, alguns senadores defenderam a aceitação de candidaturas sem vínculo partidário para todos os cargos, mas, ao final, foi aceita a possibilidade de candidatura avulsa apenas para disputas municipais, o que permitiria “vivenciar a regra e amadurecer sua aplicação posterior para as eleições estaduais e federais”, segundo a Agência Senado.
Tempo de espera
Não se pode esperar que a campanha presidencial seja aquecida logo, pelo menos em Minas. É decisão do senador Aécio Neves, que já se colocou à disposição do partido, só confirmar a candidatura depois de empossados os novos prefeitos; portanto, não antes de fevereiro de 2013.
Tomada essa decisão, é provável que o PSDB mineiro tenha de orientar seus candidatos deste ano no sentido de que evitem fazer a campanha com base no lançamento da candidatura de Aécio, porque isso certamente figura nos planos de muitos.
Mais uma vez, parece haver conflito entre os projetos do tucanato de Minas e de São Paulo. Lá, o desejo de todos é que o senador confirme logo sua disposição.
Ano de visibilidade
Nesta quinta-feira, às 19h30m, estarão reunidos os membros do Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio para cumprir um rito que vem dos tempos do doador, Alfredo Ferreira Lage: aprecia-se o relatório de atividades do diretor; o mesmo relatório que, se aprovado, horas depois é encaminhado ao prefeito.
O trabalho que Douglas Fasolato preparou vai retratar uma expectativa e uma realidade. A expectativa é que em 2012 sejam alocados maiores recursos para obras físicas e ampliação do quadro de servidores. A realidade traz um dado auspicioso: mesmo fechado para demoradas obras, ainda assim o Museu teve uma visibilidade ímpar em sua história. Tornou-se mais conhecido além dos limites da cidade, chegando a ter 12 peças escolhidas para figurar em exposição internacional na Bélgica.
Vereador vê riscos no PT
Depois de lamentar que a aliança nacional de seu partido e o PMDB não se reproduza em Juiz de Fora, o vereador Wanderson Castelar previu que os peemedebistas não ficarão com o PT já no primeiro turno para a disputa da prefeitura. A declaração foi feita ao responder a um questionário do blog “Discutindo a Política”.
Este seria um entre outros problemas internos do partido. Um deles é a filiação do ex-vereador Juraci Scheffer, “o que desestimula nossos candidatos e sugere que estamos dispostos a pagar qualquer preço para chegarmos ao poder. Isto não é bom. Além de união interna, devemos demonstrar coerência e respeito aos princípios que nortearam a formação do partido na cidade”, comentou Castelar no mesmo blog.
Outra questão, esta em relação à eleição do prefeito, é que “o processo está fechado em torno da professora Margarida Salomão, e foi por conduzi-lo dessa forma que perdemos em 2008”.
O vereador lembra que sua lealdade partidária tem custado um preço alto: “Exerci meu mandato com lealdade ao partido e pago um preço alto por isso. Boa parte das reivindicações que encaminho à Prefeitura não é atendida em função dessa lealdade. Infelizmente, toda vez que recorri ao partido não obtive o apoio esperado para minhas iniciativas. No final, em vez de alguma compensação ou estímulo, trazem um concorrente que possui uma forte estrutura material e ameaça a continuidade do nosso trabalho na Câmara”, voltando a criticar a entrada de Scheffer.
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De memória
Rapé na China
Há um exemplar do jornal chinês Huan, de janeiro de 1973, guardado para o futuro Museu da Imprensa, informando que conhecedores chineses de rapé, fumo reduzido a pó e muito empregado para a desobstrução nasal, haviam experimentado e aprovado mostra do produto importado do Brasil. Importado de Juiz de Fora, onde naquele tempo (e até hoje) a fábrica Guarani trabalhava o rapé de forma artesanal.
Na época da exportação, o “Diário Mercantil” anunciou que as primeiras remessas seriam de três essências: laranja, mentol e eucalipto.
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((Pulicado também na edição desta quinta-feira dp TER NOTÍCIAS ))
De Carlos Alberto Vilhena / Ouro Preto.
ResponderExcluir...havia em Juiz de Fora, ainda, o tradicional Rapé Regina, produzido ali, na Rua São Mateus nº 647, salvo engano (ao lado de onde nasci)...embalado em latinhas. Ainda criança, recordo-me de colar os rótulos, redondos, nas latinhas de rapé...