quinta-feira, 31 de maio de 2012

Inimigos divididos

Desde a batalha de Austerlitz, em dezembro de 1805, que Napoleão ensina ao mundo que a melhor maneira de vencer os inimigos é dividi-los, de forma que cada um deles possa ser atacado segundo suas forças e seus hábitos. Toda vez que há eleição com muitos flancos abertos alguém sai ganhando. O prefeito Custódio Mattos, que disputará a reeleição, pode estar entrando em campo com os principais adversários enfrentando divergências internas. Primeiro o PMDB, com duas facções defendendo condutas diferentes, e com possibilidade de não haver reconciliação. E no PT, ainda que não conteste a candidatura de Margarida Salomão, um grupo reage à aliança com os dissidentes peemedebistas e o PSB. E mais: exige que o vice seja do próprio partido, o que causa dificuldades na construção de alianças. Diante desse quadro, exultam os tucanos, porque suas divergências, ainda que existam, não chegam ao grande eleitorado.
Segundo turno
Considerados os dados de hoje, a menos que ocorram grandes mudanças, nenhuma outra eleição de prefeito, como a deste ano, teve tantos indícios de que a decisão ficará para o segundo turno. O prenúncio de três candidaturas com expectativa de votação média muito próxima está a sugerir tal previsão. O segundo turno tem acentuadas diferenças em relação ao primeiro, a começar pelo fato de que o veto pesa quase tanto como o voto. Outro aspecto é que, resumida a disputa entre dois candidatos, é que na segunda rodada estão expostos votos que não tiveram aproveitamento na primeira. Chega a assustar. Para se ter uma ideia: quando Custódio se elegeu em 2008, foram 28.524 nulos, 11.140 em branco e 54.645 abstenções. Não foi diferente o segundo turno de 2010 na eleição de Dilma: 24,7 milhões que não compareceram, 3,4 milhões que preferiram dar o voto em branco, 6,1 milhões anularam o voto.
Ainda na promessa
Tão logo assumiu, a presidente Dilma manifestou desejo de dar fim à guerra fiscal que se trava entre os estados. E vai correndo para a metade de seu mandato sabendo que os incentivos fiscais constituem desafio que ainda não foi possível superar. A desordem dos níveis com que são operados tais estímulos tem gerado e agravado um perigoso contraste entre regiões de significativa densidade industrial e outras, vizinhas de divisa, com forte identidade social, mas carentes de indústrias que possam lhes render ICMS e empregos. A presidente sabe que os estados fluminense e mineiro têm traçado uma situação ilustrativa dessa crise.
Na última hora
Os partidos que terão candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador podem escolher qualquer dia de junho, mas preferem os domingos para realizar suas convenções, na expectativa de atraírem maior número de convencionais. Para esses há três datas: 10, 17 e 24. Uma consulta realizada nesta semana com dirigentes de dez partidos indicou que a maioria dá preferência ao último domingo, tal como o PPS e certamente se dará com o PSDB.
Contribuição
O debate político que já vai começar precisa mergulhar na origem das dificuldades municipais, restando um importante papel aos sindicatos e entidades credenciadas: apontá-las aos candidatos, com base no sentimento e na experiência da população, que devem conhecer. Já advertiu recente editorial deste jornal que “é preciso ir além da formalidade dos discursos de campanha, mas isso só se obtém com a participação comunitária, o que haverá de nos permitir uma saudável inversão: antes que os candidatos nos digam o que querem, a população mostra o que exige. As entidades, sejam empresariais, sociais ou trabalhistas, devem relegar, por algum tempo, suas preocupações corporativistas, e abrir a campanha eleitoral, patrocinando debates e estudos sobre a nossa realidade de hoje e os obstáculos de amanhã, elaborando-se pautas-compromisso para os candidatos e seus partidos”
(( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Sutilezas da propaganda

Políticos e partidos nem sempre fazem questão de interpretar, como deviam, a legislação eleitoral quanto aos aspectos pertinentes à propaganda, porque muitas vezes se beneficiam do desconhecimento do texto, ou das sutilezas que separam, na visão do legislador, propaganda política e propaganda eleitoral. Há uma dificuldade a mais, quando está em questão identificar a propaganda eleitoral antecipada. Isso porque os políticos buscam, a todo instante, manter-se em evidência, como forma de assegurar suas eleições futuras. Político que não é lembrado não é votado, sabem todos. O tema já foi objeto de estudo de juristas e advogados, entre eles Arthur Rollo. O primeiro ponto é estabelecer a diferença entre os dois tipos de propaganda. Recorrendo a Joel José Cândido, diz ele: “A Propaganda Política é gênero; propaganda eleitoral, propaganda intrapartidária e propaganda partidária são espécies desse gênero. Propaganda Eleitoral ou Propaganda Política Eleitoral é uma forma de captação de votos usada pelos partidos políticos, coligações ou candidatos, em época determinada por lei, através da divulgação de suas propostas, visando à eleição de cargos eletivos”. Há outras questões não menos importante. Já desafiada por alguns candidatos em Juiz de Fora, a A Lei n° 9.504/97 define que a propaganda eleitoral “somente é permitida após o dia 5 de julho do ano da eleição”. Além dessa limitação de ordem temporal,existem disciplinas formais da propaganda. Por exemplo, veda-se, como regra, a propaganda eleitoral em bens públicos e em bens particulares de uso comum, tais como bares, restaurantes, cinemas etc. “Vale dizer, para ser legítima, a propaganda eleitoral deve ocorrer a partir do dia 6 de julho, nas formas permitidas pela legislação eleitoral.
Esquecidos
Todos os anos, as pesquisas confirmam o que todos sabem: cerca de 70% dos eleitores brasileiros não são capazes de dizer, em pesquisa realizada nas ruas, em que candidato a deputado votaram na eleição anterior. Em recente palestra, ao lamentar tal realidade, o deputado Marcus Pestana reconheceu que a Câmara tem de trabalhar muito na divulgação das atividades parlamentares.
Dentro do figurino
O PT, pelo menos em Minas, vem cumprindo com rigor critérios próprios para a eleição dos prefeitos de municípios que têm mais de 150 mil eleitores. Na base desses critérios, vedam-se alianças com o PSDB, PPS e DEM, o que no caso local já estava definido antes mesmo da orientação superior. Para os petistas, um projeto aliancista é bem-vindo com o PSB, o que ocorre em Belo Horizonte e pode se dar também em Juiz de Fora. (Os partidos andam empenhadíssimos no processo eleitoral dos grandes centros, o que confirma sua intenção de transformar a eleição dos novos prefeitos em primeiro degrau para cuidar da sucessão presidencial, dentro de dois anos).
Dois pesos
Os dirigentes estaduais do PMDB se revelam intransigentes na exigência de candidatos próprios nos grandes colégios eleitorais. Quando esteve em Juiz de Fora, há duas semanas, o presidente Antônio Andrade garantiu esse interesse, e acrescentou que haverá um grande esforço para que em janeiro de 2013 estejam com peemedebistas as dez maiores prefeituras. Mas o partido ainda não explicou, convincentemente, o fato de esse empenho não se dar exatamente na capital, onde suas pretensões são mais modestas. Portanto, dois pesos, uma medida.
Velha pendenga
Vem dos anos 80, talvez um pouco antes, a discussão sobre o feriado oficial do município, até então celebrado em 31 de maio, data da emancipação política. Juiz de Fora está entre os poucos que não tem feriado na data mais importante do seu calendário civil, preferindo celebrar a festa do padroeiro, Santo Antônio, em 13 de junho. Há tempos, guardavam-se os dois feriados, que, por serem muito próximos, afetavam a cadeia produtiva, segundo a queixa dos empresários. Já que era preciso eliminar um deles, a comunidade católica e o padroeiro saíram ganhando.
(( publicado na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))

terça-feira, 29 de maio de 2012

Convenção do PMDB sará no dia 10 de junho

Em reunião realizada ontem, a executiva municipal do PMDB marcou para 10 de junho a convenção em que serão aclamados seus candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador. Os convencionais poderão votar, naquele domingo, na sede do partido, num período de cinco horas corridas: entre 8 e 13h. A fixação da data é outro motivo de divergência entre os dirigentes peemedebistas. A decisão pelo dia 10 de junho foi tomada por sete votos do grupo do deputado Bruno Siqueira, contra um, do representante de Tarcísio Delgado. A facção que acompanha o ex-prefeito preferia a convenção no dia 24, último domingo do calendário das convenções. Teria mais tempo para se articular.
Contatos
O deputado federal José Silva, do PDT, estará amanhã em Juiz de Fora para promover visitas e contatos com amigos. Ontem, sua agenda na cidade ainda não estava definida. Considerado uma das vozes dos produtores rurais no Congresso, o deputado teve uma atuação intensa no recente debate sobre o Código Florestal.
Fica pra depois
À medida em que se aproximam as eleições, as lideranças, bem combinadas, vão deixando para 2013 os temas políticos mais polêmicos. Um deles é a proposta inovadora de se elegerem vereadores, deputados estaduais e federais por meio do voto majoritário dentro de cada município ou estado - modelo chamado de "distritão". Há quem admita ser a única alternativa viável para o sistema atual, o voto proporcional em lista aberta. Outros acreditam que o "distritão" vai enfraquecer os partidos, encarecer as campanhas e favorecer os candidatos mais ricos e as celebridades. Hoje, vereadores e deputados são eleitos levando em conta os votos que cada um recebe e o conjunto de votos obtidos por seus partidos. A legenda com mais votos elege mais representantes. O "distritão" simplificaria a eleição: seriam eleitos os candidatos mais votados.
Cobrança
Cansado de ver os políticos prometerem e o eleitor cobrando o que não foi cumprido, o deputado paulista Luiz Fernando Machado está defendendo projeto de sua autoria que dá ao eleitor o direito de processar o agente faltoso. Não há novidade nisso, porque na eleição de 1982, recorrendo ao mesmo argumento, o deputado Paulo Delgado havia sugerido que as promessas fossem registradas em cartório, para instruir futuras cobranças.
Em campanha
Desde sábado passado, segundo a legislação eleitoral, os partidos políticos estão autorizados a permitir, internamente, propaganda dos candidatos e seus grupos que estarão disputando nas convenções de junho. No caso de Juiz de Fora, pelo menos até agora, isso só interessa ao PMDB, pois é ali que existe possibilidade de disputa dos votos dos convencionais.
Falta explicar
Não será para as eleições deste ano, talvez seja para as de 2012: os eminentes juristas que discutem no Senado alguns ajustes no Código Penal sugerem, e estão quase certos de que conseguirão tirar a boca de urna da lista de crimes. Nesse particular, há que se considerar um dispositivo jamais cumprido: Não se conhece juiz que, cumprindo a lei, tenha condenado alguém a pena de seis a doze meses por atuar em boca de urna. Em Juiz de Fora, flagrado e preso pela polícia, um “boqueiro” sofre, como castigo máximo, quatro ou cinco horas sem almoço na quadra em que se realizam os trabalhos das juntas apuradoras. São duas as questões que os juristas teriam de explicar, caso consigam liberar a boca de urna. Nas grandes cidades, o primeiro desdobramento da liberalidade é que ela vai beneficiar os candidatos mais ricos, que poderão financiar grandes equipes para o trabalho de convencimento de última hora e conquistar o eleitor inseguro. Nos pequenos municípios, onde em geral as disputas políticas são mais tensas, a boca de urna passará a ser um poderoso instrumento de intimidação sobre os eleitores.
(( publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Muitos ou poucos candidatos: a quem isso interessa?

Em uma campanha eleitoral para a prefeitura os interesses também estão em conflito, se a questão é saber se maior ou menor número de candidatos afeta as possibilidades de cada um deles. Quando são vários os que entram nas raias do primeiro turno a consequência natural é que se transfere a decisão para o segundo turno, porque a votação sai pulverizada e nenhum dos concorrentes consegue chegar aos 51%. Na visão dos grupos que apoiam a reeleição do prefeito Custódio Mattos, ideal é que seus opositores estejam divididos entre dois ou mais candidatos. Considerado o perfil de quem terá de enfrentar, melhor é que os contrários se dividam. Nesse particular, bom para ele seria a candidatura do ex alberto bejani. Mas, na reunião do PSB na semana passada o deputado Júlio Delgado considerou que a participação de bejani está definitivamente descartada. Como o próprio deputado é uma opção praticamente fora, já seriam dois “prefeitáveis” ausentes. Em relação ao PT. Este é o partido que teria o presente de Natal antecipado, se houvesse apenas um opositor para medir votos com Margarida Salomão, porque para ela correriam, naturalmente, os votos de oposição ao prefeito e ao governo do estado. A contrapartida seria eleitoralmente insignificante. Os contrários a Dilma não viriam em apoio aos tucanos, porque aqui eles não abrem a boca para criticá-la.
Cilada para
os fracos Já vamos entrar em junho, mês das convenções partidárias e composição de chapas de candidatos. É quando os mais fracos postulantes à vereança correm o risco de se tornarem apenas degraus por onde subirão os mais fortes. O que se diz nos partidos é que, diferentemente de outros tempos, estão chegando escaldados e dispostos a não fazer papel de “comida de onça”. Muitos vão reagir. O cuidado tem de haver, porque são conhecidos casos de partidos que desejam candidatos com estimativa de votação baixa e dentro de uma média. Eles não ganham, mas ajudam na eleição de um ou dois favoritos da cúpula. Nada de grandes performances. Participam de um banquete no qual não são comensais.
As duas faces de Demóstenes
> Não mais que por acaso, vem à lembrança um discurso do senador Demóstenes Torres, de fevereiro do ano passado, quando ele se insurgia, bravamente, contra agentes políticos que se deixavam influenciar por interesses externos. Até então granjeando o respeito e a admiração dos brasileiros, pelo caráter e probidade que aparentava, o senador era considerado uma das vozes mais influentes do Congresso, além de nunca ter sido acusado de faltar com a franqueza. Naquele discurso, ele denunciava o mal maior do Congresso: “a maioria dos senadores é muito dependente e subjugada por interesses externos”. Antigamente, quando a pessoa criticava nos outros os seus próprios erros, dizia-se que era como o diabo falando mal do inferno.
As ONGs sob nova suspeita
Na esteira dos vetos que acabam de ser apostos pela presidente Dilma ao Código Florestal, voltam à tona as críticas às ONGs – Organizações Não Governamentais, quase todas estrangeiras, que procuram, através de pressões, influir nas decisões do Executivo, tal como ocorreu agora. Com isso, deputados que veem favorecidos os ecologistas, em detrimento dos produtores brasileiros, voltam a questionar a sinceridade e o desinteresse daquelas entidades em ajudar o Brasil a resolver seus problemas. Sob o manto da filantropia ou da orientação religiosa, geralmente praticada em pontos distantes dos grandes centros (há um gosto especial pela Amazônia) elas já fizeram muito para justificar a fiscalização rigorosa de suas ações.
1 - Faz um ano que o deputado Newton Cardoso propôs o projeto de reorganização dos diretórios do PMDB no interior, considerando que foi criada uma nova realidade política com a derrota de Hélio Costa na disputa do governo. Seu principal argumento é a infidelidade partidária, problema que o partido voltou a enfrentar.
2 - Tudo acertado para a coligação do PCdoB com o PSB, resultado de reunião realizada ontem à noite. Mas os socialistas têm razão quando pedem aos comunistas que na última hora não apareçam com a candidatura de Wadson Ribeiro, que têm ”bala na agulha” para inverter os papéis da coligação.
3 O Movimento Familiar Cristão e o Comitê de Cidadania- Juiz de Fora vão promover , em junho o Painel de Cidadania, tendo como tema básico “ Eleições e Participação Cidadã.” Figuram como painelistas a professora Helena da Motta Salles, e a presidente do Comitê de Cidadania, Déa Andrade. Será no dia 19, às 19h30m, na Casa de Cultura da UFJF, Rio Branco, 3372.
4 - Há exato um ano, publicava-se a previsão da nota abaixo, que o tempo se encarregou de desmentir, pelo menos em parte: “Uma avaliação da composição do diretório municipal do PMDB, segundo seus próprios integrantes, revela que as duas correntes que o compõem – uma liderada pelo ex-prefeito Tarcísio Delgado, a outra simpática ao deputado Bruno Siqueira – quase se equiparam, quando observadas aritmeticamente. É o que permite admitir que, mantendo-se tal situação, as duas se verão animadas a promover o acordo, quando chegar o momento de compor as candidaturas”.
(( publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))

domingo, 27 de maio de 2012

Primeira convenção já tem data: dia 24

O PPS é o primeiro partido a fixar a data da convenção municipal que indicará os candidatos nas eleições majoritária e proporcional. Será no dia 24 de junho, toda a manhã de domingo, na sede do partido, Bairro Cerâmica. Nos próximos dias, mas bem antes da reunião dos convencionais, estará definida a proporcionalidade na chapa de candidatos a vereador com a participação do PR. Quanto à eleição majoritária, mesmo sem um comunicado oficial, sabe-se que o PPS vai anunciar apoio formal à reeleição do prefeito Custódio Mattos, pelo fato de o partido estar com o PSDB na base do governo estadual.
Edmar de volta
O ex-deputado Edmar Moreira, que é influente no DEM e no PR de Juiz de Fora, tem sua volta à Câmara praticamente garantida, depois que chegarem os resultados da eleição de outubro. Ele é o terceiro suplente de uma coligação liderada pelo PR, sendo que nessa bancada há cinco deputados que disputarão a prefeitura dos municípios onde têm seus principais redutos e em condições de serem eleitos: Vitor Penido (Nova Lima), Carlyle Pedrosa (Betim), Aracely de Paula (Araxá), Márcio Reinaldo ( Sete Lagoas) e Geraldo Tadeu (Poços de Caldas). Os três primeiros, favoritíssimos, seriam suficientes para abrir a vaga.
Tocantins vê experiência de JF
A política sanitária do estado de Tocantins é implantada com base em experiências e programas adotados em Juiz de Fora. A execução dessa política está sendo dirigida pelo secretário de Saúde, Nicolau Esteves, e por Luiz Fernando Freesz, que vai sucedê-lo. Ambos são médicos juiz-foranos. Das experiências bem sucedidas na cidade, a Acispes é a primeira que deve ser levada aos tocantinenses, e para falar sobre ela esteve em Palmas o diretor executivo, Sidnei Scalioni. O deputado federal Marcus Pestana, que está acompanhando a fase de implantação, também foi à capital.
PMDB decide convenção
A executiva do PMDB vai se reunir amanhã, às 10h, em sua sede, para discutir e anunciar a data de sua convenção municipal, possivelmente ainda na primeira quinzena de junho. Contribui para o partido já convocar os convencionais o fato de estarem concluídas as negociações para a formação da chapa de candidatos a vereador. Está pronta, com 29 nomes, entre os quais nove de mulheres. No fim de semana, os candidatos participaram de feijoada em meio a uma festa de confraternização, quando hipotecaram apoio à candidatura de Bruno Siqueira a prefeito.
Candidatos conversam
Ainda do fim de semana: houve uma reunião de dois prováveis adversários na disputa pela prefeitura: o deputado Bruno Siqueira esteve com a candidata do PT, Margarida Salomão, para uma troca de informações sobre o quadro pré-eleitoral do município. O que geralmente se pergunta é o que têm para conversar candidatos de partidos diferentes, que dentro de um mês estarão se engalfinhando. Primeiro, faz parte das atitudes civilizadas os contrários conviverem. E mais: os adversários no primeiro turno poder ser aliados no segundo.
Júlio não se retira
O deputado Júlio Delgado, que havia sinalizado com a possibilidade de se retirar da disputa pela prefeitura, considera-se reinseridos entre as pré-candidaturas, depois de perceber que importantes novidades poderão ocorrer dentro de dez dias. O deputado não antecipou qualquer alteração no quadro político, mas prefere esperar. Ele próprio comunicou a decisão aos membros do diretório do PSB e candidatos a vereador em reunião realizada na sexta-feira à noite. O PSB volta a se reunir hoje, desta vez com representantes do PC do B, para acertar detalhes da coligação na chapa de vereadores. Mas os comunistas não têm o que tratar quanto à eleição majoritária, pois já decidiram dar seu apoio à candidata Margarida Salomão.
Crenças e o voto indígena
Certa vez, Ulysses Guimarães perguntou a José Sarney por que os tapuias gostavam de carregar ossos dos seus mortos e nunca fotografias deles. É porque os mortos, e não suas imagens, é que governam os vivos. Muitos se recusam a votar em suas aldeias por causa das fotos, no título ou na tela da urna eletrônica. Acham que a foto rouba a alma, o que pode deixar de ser um problema, em 2014, quando o sistema de votação biométrica chegar às tribos.
Sobral Pinto e JF
A vida do jurista Sobral Pinto é tema de documentário produzido por uma de suas netas, cineasta, que está com sua equipe em Juiz de Fora. É que uma parte da história de Sobral passa pela cidade, e coincide com a fase mais tensa de sua luta em defesa dos direitos humanos, sob o clima da ditadura militar de 64. Foi quando se ofereceu para vir sustentar a defesa de Clodesmidt Riani, que acabava de ser preso e destituído da presidência da Confederação Nacional da Indústria. Na Auditoria de Guerra, na tarde do julgamento, ele confirmou sua valentia ao dizer aos juízes militares que merecia ser rasgada a sentença que por ventura viesse a condenar Riani. Sobral era amigo íntimo do professor Henrique Hargreaves, com quem trocava longas reflexões sobre a fé católica, que os unia. Outra passagem que o vincula a Juiz de Fora foi no momento de acalorados debates sobre o uso do toples pelas mulheres. Ele escreveu uma carta elogiosa e estimulando o então delegado geral de polícia, Paulo Morais, que havia prometido prisão imediata da mulher que ousasse mostrar os seios em público.
(( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))
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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Pestana indicado para a Comissão de Orçamento

O PSDB indicou o deputado Marcus Pestana para integrar a Comissão Mista de Diretrizes Orçamentárias, missão que ele vai exercer cumulativamente com as comissões de Seguridade Social e Reforma Política. É um dos raros deputados a ter participação simultânea em três comissões de primeiro nível. Pestana considera que sua chegada a uma comissão que decide sobre o orçamento da União e se encarrega de acompanhar sua execução é uma oportunidade que se abre a Juiz de Fora e a toda a Zona da Mata para terem maior proximidade com os recursos federais. No trato com a “lógica do orçamento”, ele pretende dar atenção a questões que se referem a obras de infraestrutura da região e injetar recursos para projetos locais de expressão nacional, como o Museu Mariano Procópio.
Nada de prévia
O comando estadual do PSDB decidiu que não haverá prévia para a indicação do candidato a prefeito de Juiz de Fora, contrariando sugestão do deputado Lafayette Andrada. Para o partido, é uma questão que não comporta mais discussão: Custódio Mattos é candidato à reeleição. Considerou-se que, particularmente em relação a Juiz de Fora, “falta sentido” um projeto de prévia, que, para se realizar, dependeria do apoiamento de 20% do diretório, e de uma palavra final da executiva estadual.
Cármen no TRE
A ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, está hoje em Belo Horizonte para visitar o TRE de Minas, onde vai dirigir, a partir de 15h, um debate sobre as eleições deste ano com juízes e promotores eleitorais, chefes de cartório e dirigentes da Justiça Eleitoral no interior. Depois de Minas, ela inicia visitas a outros TREs para falar sobre o andamento do processo eleitoral.
Cobrança 1
Confirmada para 18h30m a reunião do PSB convocada pelo presidente do diretório, deputado Júlio Delgado, de quem será cobrada uma definição sobre o papel do partido na eleição majoritária. O objeto da reunião é a análise do quadro político da cidade, mas aos postulantes à vereança o que mais interessa é saber se os socialistas terão candidato a prefeito que possa ajudá-los a ganhar votos.
Cobrança 2
Amigos e veteranos pares de Wilson Couri Jabour na Câmara Municipal estão quase vencendo a resistência para levá-lo a registrar em livro, se não memórias, pois ainda é cedo para isso, suas experiências na política, onde ele começou em 1952. Foi vereador durante 31 anos e três vezes presidente da Câmara. Pelo menos o material fotográfico já está selecionado.
Universitários
A partir de segunda-feira os interessados poderão participar do programa Mesário Universitário, que acaba de ser lançado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas. O objetivo é ampliar a participação voluntária dos estudantes de nível superior nas eleições de outubro, ganhando experiência nesse setor. Para participar, é suficiente preencher o cadastro que está no portal TRE na internet: www.tre-mg.jus.br
Honorário
Hoje, por iniciativa do vereador Wanderson Castelar, sobe o nível da galeria dos Cidadãos Honorários, ao incluir nela o professor Zwinglio Mota Dias, do Departamento de Ciência da Religião, intelectual respeitado em todo o País, “tendo contribuído decisivamente para estruturar o programa de pós-graduação da UFJF, elevando sua classificação no ranking de instituições de ensino superior do País”, segundo o vereador. A homenagem acontece às 19h30m na Câmara. O professor Zwinglio é mineiro de Passa Quatro.
Ignácio aos 100 anos
O sábado registra a passagem do centenário de nascimento do vereador Ignácio Halfeld, que passou à história como o político que exerceu a mais nítida liderança de reduto: em quase três décadas de mandato na Câmara, vencendo todas as eleições que disputou, era a voz de Benfica. O primeiro mandato, pelo Partido Trabalhista Renovador, veio em 1954, com 594 votos. Votação sempre crescente, a última foi em 1982, pelo PSD, com 1.855 votos. Quem se dedica a preservar a memória de Ignácio e divulgar sua biografia é Vanderlei Tomaz, que também o sucedeu nos cuidados com os interesses de Benfica. Vanderlei destaca na vida política do vereador “um invejável patrimônio de convicção com seus princípios, fidelidade aos acordos e sólidos posicionamentos nas relações políticas”. Houve um marco constante em seu trabalho: a promoção de campanhas e benefício das populações pobres da Zona Norte.
(( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

Tarde demais

A conclusão a que sabiamente chegaram dirigentes do PT e do PMDB, numa reunião de gentilezas, é que as conversas objetivas sobre a sucessão municipal deviam ter começado bem mais cedo. Não agora, quando quase todas as peças do jogo estão sobre a mesa, como também as armas para digladiar. Com o tempo, os dois partidos assumiram projetos próprios. Na verdade, o que ainda existe é a esperança do PT de que, disputando e vencendo a convenção do PMDB, o ex-perfeito Tarcísio Delgado leve o partido a se aliar à candidatura de Margarida Salomão.
Faz lembrar
Na sexta-feira passada, à noite, na Avenida Rio Branco, entre Doutor Romualdo e José Cesário, assistiu-se a uma cena que vai se tornar cada vez mais frequente: o engarrafamento de carros no sentido Bom Pastor chegou a tal ponto, que não era possível avançar nem retroceder, os pedestres não tinham como passar. E, como nem os veículos podiam sair das garagens, era possível lembrar situação parecida que viveu a população de Seul, na Coreia. Foi preciso decretar meio feriado, porque as pessoas não tinham como sair de casa.
Minirreforma
Ocupantes de cargos executivos que pretendem disputar em eleição majoritária têm até o dia 6 para estarem desincompatibilizados e poderem ser aprovados nas convenções de seus respectivos partidos. É possível que, em razão de algumas desincompatibilizações, o governador Antônio Anastasia tenha de operar um breve remanejamento no primeiro escalão. Já se afastou o secretário de Trabalho e Emprego, Carlos Pimenta, que vai disputar a prefeitura de Montes Claros. Gil Pereira, secretário de Desenvolvimento do Jequitinhonha, também esvazia as gavetas para concorrer.
Uma promessa
Nas mais recentes reuniões dos partidos, quando se trata de formar chapas para a eleição proporcional, os novos candidatos a vereador têm sido estimulados pelos dirigentes com uma informação baseada em observação que dizem já ter confirmado: a tendência do eleitorado de promover profunda renovação nas bancadas da Câmara. Segundo eles, é possível constatar nos bairros uma disposição renovadora. Com isso, o esforço dos novatos pode acabar sendo recompensado.
O puxador de voto
O candidato a prefeito, independentemente de suas possibilidades, é importante para quem disputa a vereança, porque ganha um palanque, consegue agregar custos à campanha majoritária e divide a propaganda. No PSB, que tem reunião amanhã, no final da tarde, não faltará quem, diante daqueles argumentos, insista com o deputado Júlio Delgado para que mantenha a disposição de disputar a prefeitura.
Mãos à obra
Aproximando-se as eleições, e nelas o governo jogando boa parte de seu futuro, os assessores da presidente se veem diante de uma situação incômoda, que precisa ser resolvida logo. Querem eles que o governo deixe de se preocupar com as questões de corrupção, os casos Casos Cachoeira e Demóstenes, e parta para agir politicamente. Propõem uma pausa na caça às bruxas, agora rondando o ministro Pimentel, para que Dilma mostre o que faz, mais do que o que diz que vai fazer. As urnas estão chegando, o governo preocupado em blindar seus marotos e seu serviço não aparece.
Esquisitices
O assunto já foi tratado semanas atrás, mas está de novo em pauta. É a capacidade de a Justiça Eleitoral impedir que se registrem esquisitices ou deboches, como pretendem os que querem ridicularizar a política e os políticos. Chegando as convenções, o jeito é saber se algum partido cuidou de registrar a filiação de certos tipos populares, que seriam lançados à vereança, com seus apelidos, tomando-se carona em uma preocupação da Justiça, que admite o apelido, mas só com o objetivo de facilitar ao eleitor a identificação de sua preferência. Não pela via do deboche. Há pelo menos um caso em Juiz de Fora que surpreenderia. É algo que não pode ser evitado facilmente, como também torna-se impossível impedir que a candidatura sirva para promoção de uma empresa ou de um negócio. José Manuel Soares não poderia ser apenas o “Zé da Padaria” ou “Pedrinho do Gás”, mas que entrassem na luta pelos votos com os nomes de registro civil, e mostrar o que querem (se puderem e souberem) fazer algo em benefício da coletividade. Mesmo sendo o vendedor de botijões ou o padeiro asseado e madrugador. Já aparecem algumas propagandas de cabeleireira, garçom e vidraceiro, que se arvoram candidatos com base em suas profissões, que são honrosas, mas por si só insuficientes para se atribuir a um de seus representantes a missão de legislar para toda uma população, não para os seus negócios profissionais.
(( publicado na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))

terça-feira, 22 de maio de 2012

Compondo com o PT

Se confirmar sua decisão de não disputar a prefeitura pelo PSB, nada impede nem prejudicaria o deputado Júlio Delgado, se, como desejam alguns de seus correligionários, participar da aliança com o Partido dos Trabalhadores, da qual saia como candidato a vice na chapa da professora Margarida Salomão. Conferindo a legislação vigente: saindo vitorioso o PT em outubro, o deputado se elegeria, só não seria empossado, mas continuando na Câmara, à disposição da prefeitura para eventual substituição da titular. Este é um esquema que, em primeiro lugar, fica na dependência do que estiver para acontecer no PMDB. É uma possibilidade destinada a crescer se, ocorrendo dissidência liderada pelo ex-prefeito Tarcísio Delgado, ele, seu grupo e o PSB do filho Júlio correrem para a campanha do PT. Um dado da história recente sobre vice-prefeito e deputado. Em 2002, eleito vice do prefeito Tarcísio Delgado, Sebastião Helvécio renunciou logo após para ser deputado estadual. A substituição do prefeito tornou-se tarefa do presidente da Câmara.
Faca de dois gumes
Muitas vezes as pessoas não sabem o mal que nos fazem, com o bem que nos querem fazer. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anuncia, orgulhoso, a redução de 10% na carga de tributos sobre o custo dos automóveis, contribuindo para facilitar e aumentar as vendas, sufocando nossas ruas e avenidas, que já não têm mais espaços para tanto.
Questionário
O Partido Trabalhista Brasileiro distribuiu um questionário entre seus pré-candidatos a vereador, e começa a recolher as respostas na próxima semana. Dois itens importantes: saber quais os redutos eleitorais em que eles mais esperam votos, para tentar evitar conflitos entre os concorrentes, e saber deles qual o número de sua preferência para se identificar junto aos eleitores. Se ocorrer empate na preferência, a decisão vai para sorteio. A identificação de cada um é antecedida pelo 14, que é o número oficial do PTB.
E a solução?
Reuniões promovidas pela Assembleia Legislativa, como a que se realizou ontem em Juiz de Fora para debater o problema da dívida de Minas com a União, têm pontificado o óbvio: reconhece-se o compromisso, lamenta-se a total falta de condições para honrá-lo, denuncia-se a ditadura dos juros, mas não são apresentadas soluções viáveis. Bom seria se os debates ampliassem a participação de representantes credenciados do governo federal. Justifica-se: quando a dívida é muito alta, o problema é mais do credor do que do devedor.
Aliança
Na reunião de segunda-feira, em Belo Horizonte, entre partidos da base de apoio ao governador, correu notícia de que a aliança tinha problemas em Juiz de Fora, como em outras cidades. O que causou estranheza aos tucanos, que não esperam dificuldades entre os partidos que estão compondo com a candidatura de Custódio. Sobre os partidos, a única dúvida levantada ficou com o PPS, que não negou apoio a Custódio, mas advertiu que isso não significava adesão automática. Mas essas e outras dúvidas, as que se arrastam e as que estão por vir, podem ser removidas com reuniões diretas com o governador Anastasia (foto), o que deve ocorrer nos primeiros dias de junho.
PSB reunido
O deputado Júlio Delgado, que preside o diretório municipal do PSB, vai reunir candidatos a vereador, outros dirigentes e militantes para uma reunião na sexta-feira, às 18h30m, na sede do partido, Rua Machado Sobrinho, 139. Está em pauta uma discussão sobre as eleições municipais deste ano. O encontro se cerca de interesse ainda maior, depois que o deputado admitiu a possibilidade de não mais disputar a prefeitura.
((publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Quem vai comandar?

O Partido dos Trabalhadores em Minas, mesmo tendo a garantia do apoio de Lula e da presidente Dilma nas próximas eleições, não poderá prescindir de um militante de expressão que tenha condições de funcionar como uma ponte entre Brasília e Belo Horizonte. As análises que nesse sentido têm sido feitas levam ao ex-ministro Patrus Ananias , por muitos considerado, entre as lideranças petistas, o que atualmente reúne as melhores credenciais para essa missão. Anteriormente, a tarefa parecia estar destinada ao ministro Fernando Pimentel, que nessa importante intermediação estaria dando os primeiros passos para preparar sua candidatura à sucessão do governador Antônio Anastasia. Contudo, o ministro foi colocado sob suspeita de tráfico de influência em dois casos ainda não julgados, mas são o bastante para submetê-lo a um grande desgaste político. Outro que naturalmente tem perfil para assumir o papel de intermediador da campanha em Minas é o presidente estadual do partido, Reginaldo Lopes. Mas parece que ele já terá problemas suficientes para comandar as candidaturas petistas em mais de 600 municípios. No caso de Patrus, vem em apoio à responsabilidade que poderá ser confiada à sua experiência o fato de ele ter trânsito entre correntes internas do partido, que têm antigos conflitos tanto na capital como o interior.
Ação compacta
Sob a coordenação do vice-governador Alberto Pinto Coelho, em reunião realizada em Belo Horizonte, os partidos que fazem parte da base de apoio a Anastasia, tiveram o primeiro contato para tratar das eleições municipais. Sem sinais de maiores defecções, o painel dos aliados deverá ser mantido. Ficou decidido que, tratando-se dos municípios com maior número de eleitores, o que deverá caracterizar a aliança é uma ação compacta, isto é, todos os partidos com o mesmo discurso e trabalhando em conjunto.
Convenção
Datas para a realização das convenções continuam sendo estudadas, segundo as conveniências dos partidos. No PMDB, onde não se afasta a possibilidade de disputa, há quem sugira o dia 17 de junho. Seria a primeira convenção, com a vantagem de o partido abrir a temporada das decisões e ganhar espaço por começar a traçar o panorama sucessório.
Os estilhaços
Hoje, às 9h, o presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro, abre reunião na sede regional da Fiemg para um debate sobre as dívidas do estado com a União, o que já anda pela casa dos R$ 60 bilhões. Ontem, pelo que se sabia, o assunto passou a ser do interesse dos prefeitos da região, muitos deles viajando para Juiz de Fora, a fim de se credenciarem para a reunião. A explicação para esse interesse é a seguinte: eventuais acertos entre devedores e credor podem acaba respingando nos municípios, exatamente por ser a parte mais fraca.
À gaveta
De novo esquecido, como ocorreu muitas vezes nos últimos tempos, o projeto que pretende a redução do número de deputados. Ninguém se anima a tratar da matéria com interesse, pois é prejudicial à classe politica. Houve várias tentativas, a última das quais por iniciativa do deputado Clodovil Hernandes, falecido. Seu projeto era o mais radical de todos, pois pretendia reduzir para 270 os atuais 513 membros da Câmara.
Por extensão
O Partido Verde, ainda que alimente o sonho de disputar em faixa própria a prefeitura de Belo Horizonte, não pretende fazer o mesmo em relação a outros municípios, mas apoiando os candidatos do PSDB. No máximo, poderá reivindicar a indicação do vice, mesmo assim nos raros casos em que tiver expressão na política local.
Ambição
O momento de disputas políticas é sempre adequado para tirar das páginas o que dizia o Marquês do Paraná, em 1853, quando tentava formar o Gabinete com os saquaremas e os luzias: “A ambição do poder é a mesma razão que divide e une os homens”.
(( publicado na edição dests terça-feira do TER NOTÍCAS ))

domingo, 20 de maio de 2012

Dia de números

Acontece hoje o primeiro momento de emoção da campanha eleitoral. Na sede do PPS, os candidatos a vereador vão conhecer os números com que se identificarão para o eleitor. Vale dizer: a identificação do partido, 23, seguida dos números sorteados para cada um dos concorrentes. Em relação ao PPS, outra novidade a ser confirmada hoje é a coligação com o PR, que vai contribuir com mais de dez nomes para a chapa única. Sobre números: há uma velha crença de que fica em vantagem o candidato que tiver números idênticos ou seguidos em ordem crescente, porque isso ajuda o eleitor a memorizar. A experiência não tem demonstrado isso.
Fortalecido
Aécio Neves entra numa semana de boas notícias. Além de serem desmentidos os boatos de que ele e o governador Anastasia estariam se desentendendo em relação a algumas questões políticas, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, sob o protesto dos paulistas, disse que o senador mineiro é mesmo o nome do partido para disputar a presidência da República. Mas Guerra já conferiu com outras lideranças, que acham ter chegado a hora de São Paulo ceder a vez a Minas.
Na disputa
Há anos sem experimentar o calor de disputa interna, o PMDB poderá experimentá-lo de novo na convenção de junho. O prefeito Tarcísio Delgado, segundo seus correligionários, deverá propor a aliança com o PT na majoritária, o que significa o partido desistir da candidatura própria, contrariando orientação soberana. É a expectativa de quem for conferir o Facebook do ex-prefeito: A decisão do diretório municipal para escolha de candidatos a prefeito de vereadores é soberana. O estatuto do partido dá competência exclusiva, artigos 87 e 88, para esse fim. “Todos nós devemos acatar o resultado dessa convenção. Isso faz parte da prática democrática. Nasce da Constituição, ao fundar a Federação, que tem como ponto basilar a autonomia municipal”, explicou.
Segunda opção
Um dado que ainda não faz parte das conversas das salas dos partidos, mas dentro de pouco tempo será assunto corriqueiro: todos os nomes que hoje são cogitados para disputar a prefeitura estarão na lista dos candidatos a deputado, salvo o que for eleito em outubro próximo.
Lição do vice
No momento em que os candidatos a prefeitos negam que já tenham tomado decisão sobre o nome do vice, a experiência sugere máximo cuidado na escolha. Porque o vice em geral pode ajudar pouco, mas pode atrapalhar muito.
Representante
O comando nacional do PMDB tem se esforçado para mostrar que está atento à situação do diretório de Juiz de Fora. O presidente Valdir Raupp chamou a Brasília o deputado Bruno Siqueira, para que fosse o representante, em reunião nacional, das bancadas peemedebistas de todas as assembleias estaduais.
A solução
Verdadeira solução para a política brasileira começaria com a adoção do parlamentarismo. Foi o que disse o deputado Marcus Pestana, presidente estadual do PSDB, em palestra que pronunciou no Rotary Club Juiz de Fora. Considerando-se seus últimos pronunciamentos, o deputado parece estar cada vez mais convencido disso.
O ciclo eleitoral
Faz um ano que o prefeito Custódio Mattos foi a Belo Horizonte para cumprir uma agenda política, abrindo o “ciclo eleitoral”, expressão que ele próprio cunhou, num encontro com jornalistas, após a solenidade em que fez a apresentação de novas máquinas para serviços urbanos e rurais. Na capital, teve encontro com o governador Antônio Anastasia, primeira vez em que se reuniram para tratar especificamente da eleição em Juiz de Fora. Custódio havia decidido candidatar-se à reeleição. Para tanto, naquele dia começou por expor a Anastasia a situação do PSDB na cidade e suas expectativas, o que inclui um dado que o prefeito revelava com entusiasmo: garantia que se tornariam “fato histórico” as obras que começaria a realizar. E já alimentava a esperança de que sua candidatura reeditaria a mesma aliança que o elegeu em 2008, quando conseguiu unir 14 partidos. Chegou perto: são 12.
Frustração antiga
Já muito antiga nos sonhos e nas frustrações, a ideia de transformar a Zona da Mata em estado independente acaba de completar 120 anos. Foi quando circulou, pela primeira vez, o “Diário da Manhã”, fundado exclusivamente com o objetivo de se bater pelo desejo de separação. Eram seus redatores Luiz Detsi, Silva Tavares, Avelino Lisboa e Lindolfo de Assis. O jornal teve duração efêmera.
Cachaça
De Eduardo Almeida Reis na edição desta segunda-feira do “Estado de Minas”: “Hoje é o Dia Nacional da Cachaça. Parece que foi estabelecido pelo presidente Itamar Franco, que só bebia Campari, mas tinha visão de estadista e adivinhava o gosto de um dos seus sucessores”.... (( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Entre o mutismo e a palavra

O prefeito Custódio Mattos deve ter lido Baltasar Graciana, do século XVII, que aconselhava cautela ao falar, porque entendia que o falar só faz sentido se for para melhorar o silêncio. Tem falado muito pouco. Parece seguir os ensinamentos do filósofo. Ele, ao falar da política local, e quando fala, diz muito pouco, como também o deputado Marcus Pestana, que esteve na cidade para lançar a publicação de coletânea de seus textos. Limitou-se a ser ufanista em relação ao desejado sucesso eleitoral do PSDB, escondendo as desavenças internas. Os tucanos não querem mostrar sua estratégia eleitoral em busca da vitória. Mas seus adversários têm falado, e muito, até para mostrar dificuldades internas de composição política. O PMDB anuncia que terá candidato próprio, o deputado Bruno Siqueira, contra a vontade de seu líder histórico, Tarcísio Delgado. E, para ser ainda mais eloquente, trouxe a Juiz de Fora seu presidente nacional, senador Valdir Raupp. No debate público, o ex-prefeito revelou em seu blog que não aceita ingerência de instâncias superiores do partido, pedindo respeito ao estatuto. E o partido não esconde que vai rachado para o pleito municipal. A candidata do PT, Margarida Salomão, faz questão de dizer para todos que o partido dela caminha unido, mas também precisou trazer o presidente nacional do partido, deputado Rui Falcão, para dizer a ela que tem apoio da cúpula partidária e desmentir boatos de que estava partidariamente fragilizada. As diversas correntes do partido não escondem a filiação, no ano passado, do ex-vereador Juraci Scheffer, com a chancela da candidata. Sabem os petistas históricos que Juraci poderá subtrair a vaga de algum vereador no futuro legislativo municipal. Entre os que falam mais e os que preferem o silêncio, a imprensa acompanha os fatos. E tenta compreender as estratégias eleitorais a partir do mutismo que alguns preferem e o entusiasmo verbal de outros. Mas todos atores importantes no processo eleitoral.
Convenções
Pesquisa realizada nos três últimos dias indicou que nenhum dos partidos diretamente interessados nas eleições deste ano tem data marcada para realizar convenção, embora saibam que, segundo a legislação eleitoral, os convencionais têm se estar reunidos em junho. O prefeito Custódio Mattos diz que também o PSDB está sem data, mas é provável que a convocação ocorra na última semana do próximo mês.
As feridas
A Comissão da Verdade, que a presidente Dilma acaba de empossar, com a missão de desvendar os abusos praticados pelas forças de opressão durante a ditadura, tem a seu favor a presença de nomes ilustres, mas é pouco provável que consiga denunciar culpados ao conhecimento da Nação. Essa comissão teria eficácia se fosse criada décadas atrás, porque, se os casos mais graves ocorreram há 44 anos, a maioria dos torturadores já morreu, e a localização de ossos dos mortos tornou-se mais difícil.
Engajamento
Em recente acontecimento social em casa de família libanesa, petistas manifestaram certeza de que a presidente Dilma (foto) oferecerá prestígio total aos candidatos do partido, e de forma alguma Juiz de Fora seria exceção. Numa expectativa ainda mais otimista, Lula estaria disposto a desembarcar aqui para dar força ao partido. Mas há também quem desaconselhe essa participação, considerado o perfil do eleitorado local, que não aprecia interferências externas em eleição municipal. Em 2008 Lula gravou na TV mensagem de apoio à candidatura petista, e ela não teve êxito.
Muitas dúvidas
Em agosto do ano passado o comando estadual do PMN desembarcou em Juiz de Fora numa tentativa de sensibilizar o vereador Isauro Calais a se lançar candidato a prefeito, quando informou que o mesmo projeto se estenderia a meia centena de outros municípios de expressão eleitoral. Passados nove meses, o partido não sabe exatamente onde entrará na disputa. O projeto de Juiz de Fora está descartado. Hoje, parece que a melhor chance do PMN está no deputado Duílio de Castro como candidato a prefeito de Sete Lagoas. Vencendo e se empossando em janeiro, ele abriria vaga para Isauro, seu primeiro suplente na Assembleia.
Pelo meio
Raros foram os capítulos da história política mineira que não se escreveram com a moderação do centrismo de seus governantes, sabedores de que não é possível governar nos extremos. O segredo do mineiro é o caminho do meio. Governar pelo centro e conter os excessos, como lembrou Mauro Santayana. Sabedoria, porque, como na alavanca, o apoio está no centro do arco.
(( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

quarta-feira, 16 de maio de 2012

PMDB acentua o impasse

A situação pré-convencional no PMDB chegou a um clima interno que não mais permite a desistência de um dos grupos que digladiam. O impasse criado entre as facções do deputado Bruno Siqueira e do ex-prefeito Tarcísio Delgado torna difícil a desistência de um dos dois, principalmente agora, quando a direção nacional do partido deu todas as demonstrações de prestígio ao pré-candidato já publicamente apresentado. Se a Bruno não cabe outra escolha se não prosseguir, aos seus opositores restam 30 dias para tentar convencer a maioria dos filiados que o melhor para o PMDB é desistir da candidatura própria e partir para uma aliança que seja a mais favorável possível, certamente o PT; tal como ocorreu em 2008, quando o partido não chegou ao segundo turno e optou por transferir seu apoio para Margarida Salomão. Havendo essa disputa, em junho, o que estará sobre a mesa dos peemedebistas são os prós e contras de duas interpretações diametralmente opostas: a dos adeptos de Bruno, para quem a candidatura própria dá ao partido condições de praticar seus próprios valores, e a visão dos correligionários de Tarcísio, que consideram a candidatura própria o instrumento divisor da oposição, favorecendo, ainda que indiretamente, a reeleição de Custódio.
Força tucana
O PSDB estadual começa a alinhar as providências a serem tomadas para a realização das convenções nas principais cidades, como base em seu projeto de fazer com que saiam bem nas urnas os candidatos que vai apresentar nos 50 maiores núcleos eleitorais. Quanto a Juiz de Fora, que faz parte desses colégios privilegiados, sabe-se que o lançamento da candidatura do prefeito Custódio Mattos, em data ainda não definida, fará parte de um ato público em que estará presente o senador Aécio Neves.
MP inviolável
As medidas provisórias, que são o instrumento do Executivo para passar por cima do Congresso, e legislar segundo seus interesses, já foram objeto de dezenas de tentativas de senadores para conter o ímpeto dos presidentes da República. Hélio Costa tentou quando esteve por lá. Mais recententemente, Aécio Neves propôs soluções conciliatórias entre os dois poderes. E José Sarney promete atuar para remover a grave distorção.
Vice socialista
Mesmo que ainda não tenham admitido totalmente a possibilidade de o deputado Júlio Delgado desistir de disputar a prefeitura, correligionários que tomam parte no diretório do PSB consideram que o partido vem colecionando argumentos para pleitear a indicação do nome do vice na chapa do Partido dos Trabalhadores. Ontem, tomando por base esse sentimento, a coluna indagou: Mas qual o nome? Há quem diga que poderia ser o próprio deputado, que nada teria a perder.
Em alta escala
A pouco mais de um mês das convenções partidárias que vão indicar os candidatos, um dado que pode parecer fruto de exagero, mas não é. É informação, ainda que dependente de dados oficiais, baseada em levantamento realizado entre os principais partidos que já ultimam as conversas sobre as chapas de vereadores: os pré-candidatos a vereador, isto é, os que já procuraram os diretórios e os deputados para se acertarem chegam a meio milhar.
Alternativa
O ex-prefeito alberto bejani confia mais na intuição do que nos conselhos dos que lhe são próximos. Prefere até mesmo intuir do que ceder a evidências. Tendo prometido que no sábado mostra o capítulo final da novela sobre sua possível candidatura a prefeito, o que não deve acontecer, ele ainda tem quem lhe faça a seguinte sugestão: disputar a vereança, com a garantia de ser o mais votado, o que o leva fatalmente à presidência da Câmara, onde ficaria dois anos para complicar a vida do prefeito, qualquer que seja o eleito.
Referencial
Em Brasília, para confirmar o artigo que publicou ontem neste TER Notícias, o deputado Eduardo Azeredo tem se revelado animadíssimo com os impactos que a produção de caminhões da Mercedes vai causar sobre a economia de Juiz de Fora e da região.
Mato roçado
Dizem alguns tucanos que ainda é cedo para saber como agir com os adversários na disputa pela prefeitura. É preciso conhecer o volume dos problemas e das facilidades dos contrários. Há sempre a ocasião certa para isso. Agir no momento errado pode ser fatal. Como ensinava Tancredo Neves, é quando o mato está alto para ser capinado e baixo para ser roçado.
(( publicado na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))

terça-feira, 15 de maio de 2012

Só pra advertir

Fonte confiável, de tradicional relação com o PMDB mineiro, garante à coluna que não havia necessidade de a executiva estadual intervir no diretório de Uberaba para forçar a candidatura do deputado Paulo Piau à prefeitura do município. As resistências podiam ter sido facilmente contornadas, mas a medida extrema teve o objetivo de advertir eventuais rebeldias. O comando não quer arredar pé da disposição de levar o partido a ter candidato próprio na disputa das grandes prefeituras; e Uberaba é uma delas. O diretório estadual do PMDB quer mostrar que tem autoridade suficiente para dar a última palavra, o que em Juiz de Fora é contestado pelo ex-prefeito Tarcísio Delgado, que diz, em seu blog : ”Claro que a direção estadual não pode tomar decisões que legalmente não lhe competem. O diretório do PMDB de Juiz de Fora funciona com pessoas responsáveis desde a fundação do Partido, em 1966, e sabe muito bem quais são suas competências. Muito bem vindos todos os aconselhamentos dos órgãos superiores, todavia a posição do Partido, nas eleições municipais, é da competência legal do Diretório Municipal, conforme estatuto em vigor”.
Conversa em Brasília
O ex-prefeito Tarcísio Delgado foi ontem a Brasília, especialmente para falar com o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp, a quem manifestou preocupação com o projeto de candidatura própria à prefeitura de Juiz de Fora, que acabaria servido dos planos tucanos. Nesse sentido, tem na conta de impropriedade ou inoportunidade o lançamento de Bruno Siqueira. Mas Raupp reafirmou a decisão do partido de ter candidato próprio nas grandes cidades, e Juiz de Fora é uma delas. Bruno foi convidado a ir a Brasília nesta quarta-feira para conferenciar com dirigentes, possivelmente também com Michel Temer.
É difícil
Assim como as cartas da canção popular, também os números não mentem jamais. Foi o que parece ter insinuado o deputado Marcus Pestana, durante reunião com o diretório do PSDB, para mostrar como é difícil a oposição fazer valer seus projetos no Congresso. Aos números: na Câmara os oposicionistas são 100 entre os 513 deputados. No Senado, onde são 81 cadeiras, apenas 18 pertencem à oposição. Trata-se de uma situação que certamente se agrava com os poderes de convencimento do presidencialismo.
O vice 1
O deputado federal Júlio Delgado, ao admitir a possibilidade de não mais concorrer à prefeitura abre um leque de especulações. Uma delas é o apoio do seu PSB à candidatura do PT. Mas, que tipo de apoio seria dado? O desejo do PT é ter o PMDB como companheiro de chapa na eleição, contando com o expressivo apoio do ‘tarcisismo’. Entretanto, com o avanço da candidatura do deputado Bruno Siqueira, o desejo pode não obter o endosso do diretório. Se inviabilizada tal possibilidade, surge alternativa do PSB para completar a chapa. Qual seria o nome?
O vice 2
Garante o deputado Bruno Siqueira que ainda não faz parte de seus contatos a escolha do nome que vai figurar como vice. É assunto que, segundo ele, entrará em pauta na semana da convenção. Entre os peemedebistas que cercam o pré-candidato há duas correntes: enquanto uma defende a ideia da chamada “chapa puro sangue”, isto é, candidatos a prefeito e a vice do mesmo partido, outra opta pela escolha de um companheiro de chapa que resulte das alianças.
Trabalhistas
O Partido Trabalhista Brasileiro tem preferido fazer segredo das duas ou três legendas que podem participar de uma aliança na eleição proporcional, embora tudo indique que na majoritária estará apoiando a reeleição do prefeito Custódio Mattos. Entre os trabalhistas são contados 48 pré-candidatos à vereança, o que permitiria, se fosse o caso, disputar com chapa exclusiva.
Com antecedência
Raras vezes, em eleições anteriores, a disputa pela prefeitura revelou, com tanta antecedência, a definição das candidaturas. Há três nome expostos – Custódio Mattos, Bruno Siqueira e Margarida Salomão – e dificilmente ocorrerá mudanças; mais difícil ainda a abertura de espaço para um quarto nome. Ainda assim, mesmo tão definidas as raias por onde correrão os candidatos, dirigentes de entidades e grupos de influência preferem esperar mais um pouco para definir preferências.
Prestação de contas
Antes de retornar a Brasília, depois de um fim de semana de atividades políticas em Juiz de Fora, o deputado Marcus Pestana foi ao campus da Universidade Federal tratar das assembleias de desenvolvimento regional, que a instituição lançou há cerca de um ano, com apelo à adesão e participação de todas as lideranças, notadamente as políticas. Pestana é um dos participantes. É necessário agilitar o programa e mostrar soluções. Ontem, ficou marcada para 29 de junho a 4a. Assembleia, na Universidade, mas agora para prestação de contas. Três questões ficaram desde já pautadas: serviços do aeroporto regional, rede de atendimento de urgência e emergência na área de saúde e Parque Tecnológico. É preciso que as entidades e lideranças se empenhem mais na solução dos problemas já exaustivamente debatidos. (( publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Jovens longe das urnas

Pelo noticiário de alguns jornais e programas de televisão que trabalham com jovens é surpreendente o número deles, quando com mais de 16 e menos de 18 anos, ignoravam a data limite para requerer o primeiro título eleitoral. Por mais intensa que tenha sido a campanha do Tribunal Superior Eleitoral para motivá-los, não sabiam que havia um calendário a respeitar. Portanto, estão excluídos do colégio eleitoral que em outubro vai escolher prefeitos e vereadores. O TRE de Minas informou também que quem tem mais de 18 anos e perdeu o prazo legal para tirar o primeiro título ou não está em dia com as obrigações eleitorais deve esperar a reabertura do cadastro, após o segundo turno das eleições, e comparecer à Justiça Eleitoral para regularizar a situação, pagando multa com valor a ser fixado pelo juiz.
Coordenador
Deixou a desejar, segundo alguns deputados, o trabalho do colega Reginaldo Lopes como coordenador da bancada mineira, e nesta semana o assunto passa a render ainda mais: fala-se na sua substituição, o que ele já disse aceitar com naturalidade. O coordenador é quem fica encarregado de encaminhar junto ao governo as grandes questões da bancada, que é formada de 53 deputados. Há uma sugestão do deputado Júlio Delgado no sentido de que a coordenadoria seja ocupada pelo sistema de rodízio.
Luto
O PMDB comunicou, ontem, que está de luto, com o falecimento de dona Heloísa, esposa do presidente do diretório municipal, coronel Adelmir Romualdo. O sepultamento será hoje, às 9h, no Parque da Saudade.
Protesto
Usuários habituais dos ônibus da Útil que fazem a linha Rio - Juiz de Fora, cansados de enfrentar tantos atrasos, pediram ao vereador José Sóter Figueirôa que coloque a Câmara em defesa dos prejudicados, já que o problema tem se repetido com frequência. O ponto alto dos protestos ocorreu na sexta-feira, quando o ônibus da empresa , programado para sair da Novo Rio às 21h15m, recebeu os passageiros com uma hora de atraso.
Expectativa
Militantes petistas não escondem o clima de expectativa em que vivem, com a quase certeza de que vão ser contemplados com o naco da dissidência no PMDB, onde a cada dia se torna mais claro o distanciamento entre os dois grupos dirigentes. A análise do PT se desdobra em três direções: divide o adversário, ganha apoio de peemedebistas veteranos e resolve o problema do vice na chapa de Margarida Salomão, que certamente será um dos itens do acordo.
Convenções
Até ontem a Justiça Eleitoral não havia recebido qualquer comunicado de partidos sobre datas para a realização das convenções. Falta um mês para a convocação dos convencionais, que têm de votar em junho, e geralmente a primeira quinzena é preferida pelas pequenas legendas, que antecipam sua participação nas alianças para a eleição majoritária.
Com moderação
O governo da presidente Dilma começou bem a semana, com o retorno de José Sarney ao Senado, depois do susto que lhe pregou o coração. As articulações pesadas em que geralmente se envolve talvez já não possam mais contar com sua participação. Ele precisa evitar maiores tensões, se pretende continuar sendo o vice-rei do Maranhão.
Presença jovem
A TV Cultura, na série de entrevistas com ex-presidentes da República, reeditou gravação feita com Itamar Franco em 2009, falecido dois anos depois. Um dado marcante da entrevista é que ele falou menos de sua passagem pela presidência, mas insistiu na necessidade de os jovens terem maior participação na vida pública do País. Falou muito sobre isso. Se a juventude não entrar em cena a política brasileira passará por dificuldades, segundo suas previsões.
Convocação
A propósito de artigo de Antônio Braga, na edição de ontem, quando fala de um novo tempo para o desenvolvimento local, convém insistir em que as entidades, políticos, empresários e pessoas que aqui vivem e daqui tudo esperam têm de contribuir para que sejam pressionados, por exemplo, os governos estadual e federal no sentido de que participem dos esforços e investimentos do município, até porque é com eles que estão os recursos financeiros exigidos pelos projetos dos equipamentos urbanos. As entidades, principalmente, têm de atuar muito, coordenadas e rapidamente. (( publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))

domingo, 13 de maio de 2012

PMDB faz festa para Bruno e não acredita em dissidência

Os presidentes nacional, estadual e municipal do PMDB, senador Valdir Raupp, deputado Antônio Andrade e coronel Adelmir Romualdo comandaram, no sábado à tarde, a reunião em que o partido passou a tratar o deputado Bruno Siqueira não mais como pré-candidato, mas definitivamente lançado à prefeitura, sem faltar na militância o clima de campanha antecipada. Dois temas dominaram os discursos do senador, dos cinco deputados e dos vereadores: a necessidade de o partido ter candidato próprio e o papel que ele pode desempenhar na renovação da política municipal. Bruno, em discurso de onze minutos, afirmou que a administração adequada será aquela que priorizar a saúde, vencer o caos urbano e buscar recursos dos governos estadual e federal para grandes obras. E um brevíssimo toque em dois de seus prováveis adversários: o medo de enfrentá-lo e o não cumprimento das promessas de campanha.
Dissidência
Nenhuma referência ao visível descontamento de Tarcísio Delgado e seu grupo, que reagem à candidatura de Bruno. O ex-prefeito informou em seu blog que tinha outro compromisso anteriormente marcado, mas a verdade é que estavam ausentes não apenas ele, mas todos os membros de seu grupo. Só na despedida, conversando com jornalista, é que o presidente estadual, Antônio Andrade, disse que não vê risco de dissidência, “porque acreditamos mais é na história que Tarcísio tem no partido”. O que não significa que o PMDB de Minas ignore o problema. Nos pronunciamentos dos deputados houve um insistente apelo ao candidato no sentido de que “trabalhe o máximo para reunir o partido”. Essa tônica foi adotada principalmente depois que o vereador Júlio Gasparete, discursando, indagou: ”Por que tem gente no PMDB que não quer o Bruno?
Fora da pauta
1 - Quatro vezes, em discursos ou entrevistas, o presidente estadual, Antônio Andrade, afirmou que, sendo eleito prefeito, Bruno Siqueira passa a ser um nome para o partido analisar com vistas ao governo do estado. 2 - Antes da abertura da reunião na tarde de sábado, conversava-se em torno de prognósticos sobre a convenção que no próximo mês indicará os candidatos. Membros do diretório acham que seriam 30 os votos de Bruno e 22 os que seguiriam a corrente contrária. 3 – Seja como for, não escapou um dado sobre influência pessoal: o vereador José Figueirôa será o convencional mais poderoso no momento das decisões. Ele tem rigoroso controle sobre sete votos. 4 - Pergunta ainda sem resposta: considerado que a reunião ainda não era para tomar decisões, quem e quê argumento político fizeram o presidente nacional do PMDB, Valdir Raupp, deslocar-se para Juiz de Fora? Em menos de 40 horas ele saiu de Rondônia, percorreu quatro cidades do Paraná, voou para Foz do Iguaçu e fez atrasar uma cerimônia de casamento no Rio, da qual era paraninfo. 5 - Já programada a reunião de sábado, os peemedebistas tiveram horas de tensão por causa de um informe, que afinal não se confirmou: na quinta-feira, em Brasília, com o pai ao lado, o deputado Júlio Delgado anunciaria seu apoio ao PT na disputa da prefeitura. 6 - Estava em Juiz de Fora um dos veteranos do PMDB, Armando Costa, a quem se atribuiu a tarefa de escrever a história do partido em Minas. 7 - Diz o presidente Raupp que, a começar por Juiz de Fora, seu partido quer eleger 1.300 prefeitos em 7 de outubro. 8 - O mestre de cerimônia, Orlandsmidt Riani, coordenador regional do partido, foi uma revelação no encontro de sábado. Não deixou omissões e deu números às muitas informações sobre o PMDB no Brasil de hoje.
Crime exportado
No fim de semana, durante debate no Rio, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse ao redator que Minas tem uma boa estrutura de segurança capaz de impedir que criminosos da Baixada Fluminense passem para Juiz de Fora. Foi quando se informou ao secretário que todas vez que “aperto o cerco” aos criminosos eles preferem fugir para a Zona da Mata. Mas fica uma pergunta: quem acaba exportando mais: Minas ou o Rio? Na avaliação dos problemas do Rio, Beltrame citou um dado que em futuro pode ser desafio para o combate ao crime em Juiz de Fora: ele é exercido em bairros separados e quase sempre com disputas entre gangues e traficantes. Situação que se agrava na liberalidade com que o Judiciário trata dos criminosos reincidentes.
PRB se prepara
O PRB está entre os partidos de melhor performance na história recente da política brasileira, segundo o presidente da Câmara, pastor Carlos Bonifácio. Com apenas seis anos de vida, conta com uma bancada de nove deputados federais e dois estaduais. Nesse período, explica o vereador, a legenda assinalou um crescimento de 500%, o que nenhum outro obteve. Pastor Carlos, baseando-se nos índices de crescimento também em Juiz de Fora, faz uma previsão: se neste ano já tem 28 candidatos a vereador, na eleição de 2016 o PRB também estará em condições de disputar a majoritária com candidato próprio.
Realmente Útil?
Há pouco mais de dois meses, as Assembleias de Minas e Rio de Janeiro criaram comissão para denunciar abusos da Concer, empresa que explora os pedágios na BR-040. Mas deviam saber que também são cada vez mais frequentes as queixar de usuários que se servem dos ônibus da empresa Útil no trajeto Rio – Juiz de Fora. O descumprimento de horários já se tornou habitual. Na última sexta-feira, na rodoviária do Rio, a Útil foi responsável pelo início de um tumulto, quando passageiros protestaram no escritório do Dnit: o ônibus que devia sair às 21h15m só saiu com uma hora de atraso. Todos os carros da Util partiram com atraso. Outro escorregão que seus funcionários não conseguiram explicar: vendeu-se passagem com tarifa de executivo e o ônibus era comercial. Mais uma esquisitice no relógio de empresa que não tem de se incomodar com concorrência: o ônibus programado para 21h30m saiu antes dos de 20h45m e 21h15m... (( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Luta pelo Museu

O presidente da Câmara, Carlos Bonifácio, retornou de Brasília, onde, em companhia do deputado George Hilton (PRB), teve audiência com a ministra da Cultura, Ana Hollanda, a quem foi levar preocupação sua e do Legislativo sobre a situação do Museu Mariano Procópio. Constou da visita um relatório das obras imediatas para que a Casa de Mariano possa ser reaberta, depois de permanecer fechada por quatro anos. O vereador entende que o caminho mais curto é a soma de emendas orçamentárias de deputados mineiros, principalmente da Zona da Mata.
Debate e protesto
Partidos políticos diretamente interessados na sucessão municipal preparam-se para levar à Justiça Eleitoral o primeiro protesto da campanha. Estão informados de que a Escola Estadual Antônio Carlos pretende promover, na próxima quinta-feira, um debate sobre modelo de educação, tendo como convidados a pré-candidata Margarida Salomão, um representante da bancada do Partido dos Trabalhadores e professores da Universidade Federal. Vai se alegar que, tendo o PT uma candidata já apresentada, é visível a intenção de mostrar a jovens do ensino médio apenas um lado do pensamento político-partidário.
Palpos de aranha
Não bastassem os muitos problemas a enfrentar, os prefeitos de pequenos municípios se veem agora diante de uma dificuldade que não fazia parte do script. Estão sendo processados por não terem pago obras e serviços com o dinheiro que o governo federal lhes prometeu, mas ficou só na promessa do PAC . Os prefeitos não viram um centavo de dona Dilma, e estão pagando pelo calote que não deram. Na região de Juiz de Fora há caso em que são acionados através de fundação vinculada à Universidade. Portanto, é preciso redobrar cuidados, porque a cilada está montada.
Centenário
Familiares e amigos não vão deixar sem comemorações a passagem, em outubro, do centenário de nascimento do deputado federal Sílvio de Andrade Abreu, que foi uma das maiores expressões políticas da cidade a partir dos anos 40 do século passado. Ele teve atuação destacada no antigo Partido Trabalhista Brasileiro e depois na campanha da redemocratização.
Velho ânimo
Os peemedebistas devem ouvir, amanhã, do presidente em exercício do seu partido, Paulo Gutierrez, que está praticamente organizada a chapa de candidatos à vereança, o que inclui a cota das nove mulheres. Não há como saber, desde já, o fôlego do PMDB para chegar à Câmara, mas o partido tem história. Em legislatura recente chegou a ocupar sete cadeiras.
Voto comprado
Ainda está para ser inventada e patenteada a fórmula que permitirá constatar e provar a compra de votos em uma campanha eleitoral, por mais que se saiba da existência desse vício. A dificuldade é conhecida: o vendedor do voto tem interesse em manter o negócio totalmente escondido e quem compra também se cala, envergonhado por ter se vendido. Trata-se, portanto, de um negócio em que vendedor e comprador se omitem. Presume-se, então, que será penosa a tarefa do novo procurador regional eleitoral, Eduardo Fonseca, que chega prometendo abrir guerra à compra de voto.
Equívoco
Ao analisar, em grau de recurso, o mérito da decisão do TRE de negar aprovação das contas de campanha dos vereadores Júlio Gasparete e Flávio Cheker, o Tribunal Superior Eleitoral terá como desfazer um equívoco, do qual se originou a desaprovação. Quando a ação transitou em segunda instância, um “santinho” de propagada dos então candidatos tomou por base que o veículo que fez a publicação era órgão de concessão pública. O que não era e não é o caso da Tribuna de Minas.
(( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS )
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quarta-feira, 9 de maio de 2012

E o dia seguinte?

A expectativa dos peemedebistas de Juiz de Fora é que, no sábado à tarde, terminada a reunião com os dirigentes estaduais, entre eles o presidente Antônio Andrade, não restem mais dúvidas quanto ao projeto de candidatura própria à prefeitura; o que, vale dizer, a confirmação da candidatura do deputado Bruno Siqueira. E, para tanto, têm dado garantias de que o deputado dispõe de farta maioria dos votos do diretório. Para o PMDB, contudo, os problemas não se esgotam no sábado. E o dia seguinte? Como lidar com a facção que preferia uma aliança fora do partido? Como vencer a evidente resistência do ex-prefeito Tarcísio Delgado?, embora tenha recomendado que não se preocupem com ele, ao se autoproclamar “bananeira que já deu cacho”. (O problema é se, contrariado, ele acabar dando uma banana para o partido...) No mesmo dia em que a direção estadual insistir na candidatura própria terá de assumir a responsabilidade de trabalhar para evitar uma dissidência em Juiz de Fora.
No Facebook
É possível verificar, nos últimos dias, a participação na rede social Facebook de alguns secretários municipais e funcionários comissionados da prefeitura, que vêm adotando em seus comentários uma postura de defesa da administração municipal e do prefeito Custódio Mattos. É o contra-ataque às críticas dos adversários, e, ao que perece, uma ação coordenada que ainda não tinha sido vista. Outra novidade é a presença de Custódio com um perfil no Facebook, como se fosse um cidadão comum, querendo fazer amigos nesta rede social. Antes se via ali a participação solitária do vereador José Laerte, presidente do diretório municipal do PSDB, fazendo a defesa do partido. E agora também entra no debate o procurador-geral do município, Gustavo Vieira, que se utiliza da legislação para refutar acusações, sem deixar escapar a oportunidade de fazer intervenções irônicas em relação a ações do governo do PT. É uma parte da campanha eleitoral na sua fase de aquecimento. E parece que os tucanos já escolheram a candidata do PT como adversária principal.
Para o Guinness
No momento em que o vereador Wanderson Castelar defende projeto de lei que torna obrigatório o relatório mensal do cumprimento ou descumprimento dos horários de ônibus urbanos, em benefício dos usuários, cabe lembrar que também à Secretaria de Transportes compete quebrar uma situação indesejável: na esquina de Getúlio Vargas com Floriano Peixoto o sinal verde que é aberto ao pedestre tem a duração de apenas 4 segundos. Um recorde, sem dúvida.
Coligação
Atraídos pela esperança de serem catapultados pela candidatura majoritária de Custódio Mattos, muitos candidatos a vereador se animam com a coligação que seus partidos deverão ajustar com o PSDB, como o caso do PP. De um grande partido sempre sobram legendas generosas. O que, contudo, não dispensa alguns cuidados. Por exemplo, a avaliação mais correta possível da potencialidade dos candidatos tucanos. Se fizerem apenas três cadeiras, elas terão alguns favoritos, como Rodrigo Mattos, Sueli Reis e José Laerte. O que sobra?
Na largada
Faltando cinco meses para a eleição dos vereadores, já podem ser identificados vários candidatos em campanha, como o caso de Luiz Sefair, que se elegeu pela primeira vez em 1970. Entre os que estão em campo, aparecem muitos veteranos, que preferem começar mais cedo, por duas razões: a militância está se tornando cada vez mais profissionalizada e cara, e por causa de um velho ditado que a política jamais desmentiu: bebe água fresca quem levanta mais cedo.
Bom trabalho
Pode ser que a presidente Dilma nada consiga fazer. Pode ser até que seu governo seja condenado à galeria das mediocridades. Mas este País fica lhe devendo o patriótico desprezo que dedicou ao indesejável Ricardo Teixeira, que tanto mal causou ao esporte brasileiro. Dando-lhe as costas e ao negar a ele o cumprimento, num acintoso gesto público, ela o condenou ao ostracismo, ainda que tardiamente. (( publicado na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))

terça-feira, 8 de maio de 2012

PMDB deve confirmar candidaturas no sábado

O diretório municipal do PMDB vai se reunir em sua sede, no sábado, a partir de 13h30m, com o objetivo de avançar em seu projeto eleitoral. A expectativa é que seja uma das reuniões mais importante deste primeiro semestre, o que se confirma com a presença de representantes da direção estadual do partido, que vêm de Belo Horizonte. Quem também vai atuar nos trabalhos é o coordenador regional, Orlandismidt Riani, que poderá apresentar relatório sobre as perspectivas eleitorais dos peemedebistas na Zona da Mata. Contudo, as principais atenções continuarão focadas nas eleições de Juiz de Fora. O presidente em exercício, Paulo Gutierrez, vai comunicar, agora oficialmente, que o partido disputa na proporcional com chapa completa de candidatos a vereador. O que inclui a presença de nove mulheres, obedecida a proporcionalidade que a legislação garante à representação feminina. Paulo se revela entusiasmado com a candidatura do deputado Bruno Siqueira à prefeitura, e atribui a ela “a legítimas representação da força moral do PMDB”. Ele já não alimenta dúvida em relação ao lançamento de candidatura própria, até porque é essa a recomendação da direção estadual, não só para Juiz de Fora, mas todos os municípios com maior expressão política. Para confirmar tal disposição, o presidente diz que também já estão em curso consultas para a indicação do vice que vai compor a chapa de Bruno, e não descarta a possibilidade de ser um nome do próprio PMDB.
Vocação de vice
  O prefeito Custódio Mattos (PSDB) tem como vice-prefeito o médico Eduardo de Freitas (PDT). Na eleição de 2004, disputou tendo como candidato a vice-prefeito o médico Antônio Almas (PSB), não sendo eleitos. Em 1992, elegendo-se, seu vice era o médico Ivam de Castro (PSDB). Quando disputou em 1988, pela primeira vez, Custódio teve como companheiro de chapa o pediatra Laurindo Netto (PDT). Considerando a frequência histórica indaga-se sobre sua disposição em relação a outubro próximo.   Tarcísio Delgado, prefeito durante 14 anos, não escolheu profissão diferente para companheiro de chapa nas três eleições que venceu. Em 1982, o médico João Carlos Arantes (PMDB), em 1996. João César Novaes (PMDB), e em 2000 Sebastião Helvécio (PDT).   O ex-presidente Itamar Franco, quando eleito prefeito pela segunda vez, em 1972, teve como vice o médico Saulo Moreira (MDB), que assumiu dois anos depois, após a eleição de Itamar (MDB) para o Senado. E muito antes deles, em 1974, na redemocratização, Dilermando Cruz teve como vice Eudóxio Infante Vieira. Quando vieram Olavo Costa e Adhemar Andrade, não eram médicos, mas o vice passou perto: era o dentista Arlindo Leite.
Dependentes
Não é só dos eleitores que os pré-candidatos a prefeitos sofrem pressão para que se definam logo e, como se diz, “botar o bloco na rua”. Mais pressa ainda têm os candidatos a vereador, que dependem muito da candidatura majoritária. Quem disputa na proporcional, sem o estímulo do candidato a prefeito, trabalha dobrado.
Definição
No salão de recepções de um hotel da Avenida Getúlio Vargas o ex-prefeito alberto bejani voltou a se reunir com simpatizantes que pretendem a vereança e gostariam de estar atrelados à sua candidatura a prefeito. Ele quer mais uma semana para se definir.
Aliança certa
Andam bem adiantadas as conversações para que o PR participe de coligação com o PPS, com nomes das duas legendas formando chapa única de candidatos a vereador. Pensava-se, como certo, que o PV é que se coligaria facilmente com o PPS, mas parece que entre os verdes há quem prefira o voo solo.
Perfil do interior
Faz parte dos cálculos de dirigentes dos principais partidos de Minas: na noite de 7 de outubro, quando forem conhecidos os novos prefeitos dos 35 mais importantes municípios do estado, ou mesmo no caso de decisão transferida para o segundo turno, já será possível traçar o perfil político do interior que terá influência na eleição de 2014. Mas não esperam mudanças significativas em relação ao quadro que se conhece hoje, isto é, o alto comando dividido entre PMDB, PSDB e PT, tal como se dá, por exemplo, em Juiz de Fora. ((publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Faltam cinco meses

Cinco meses para definir candidatos, promover convenções, alinhavar as alianças e organizar as campanhas não são um tempo muito amplo, se ainda há tanto por fazer. As eleições serão no dia 7 de outubro, e, até lá, como gostam de dizer os candidatos a prefeito “ainda há muita água para passar sob a ponte”. Isto significa que há muito para se decidir. Neste momento, se for possível estabelecer uma escala de prioridades, os partidos têm de cuidar, em primeiro lugar, da lista dos candidatos a vereador, o que importa em duas tarefas: incluir nas chapas os necessários e excluir os indesejáveis, além das conveniências das coligações. Discutem-se, ao mesmo tempo, os rumos das alianças para a eleição do prefeito. Já se disse e está confirmado: em boa parte, as alianças ( e, portanto, os candidatos), são assunto para se decidir em Brasília e Belo Horizonte. E dessa influência vai resultar uma indagação importante: depois de terem influído na composição das forças atuantes na sucessos municipal, até que ponto Brasília e Belo Horizonte vão se envolver e comparecer com recursos?
Estado laico?
No Congresso Nacional sobrevivem tantas esquisitices, que valeria criar comissão insuspeita com a missão de promover um saneamento em regra. Certamente seria candidato a imediata degola o projeto que propõe o uso de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para a construção de templos religiosos. Ideia que o deputado Aguinaldo Ribeiro deixou para trás quando foi ser ministros das Cidades. Afinal vivemos ou não sob um estado laico? Mas o deputado, sem se interessar por isso, nada mais deseja se não fazer agrados aos evangélicos, porque não passa um dia sem que improvisem um galpão e inventem um nome qualquer para atrair os crentes.
Contas na mesa
Com a visível simpatia de ministros do Tribunal Superior Eleitoral, tramita na Câmara dos Deputados projeto de lei que sujeita a diplomação dos candidatos eleitos à aprovação das contas de sua campanha. Seria outra forma de inibir os gastos excessivos. Mas, mesmo que transformada em lei, a exigência não teria validade para a eleição deste ano.
Bem acertado
Sem um representante na atual legislatura, os comunistas já têm acertada a coligação com o PSB, o que lhes parece caminho mais seguro para conquistar uma cadeira na Câmara. O entendimento se restringe à eleição proporcional, mas andam adiantadas as conversações para que os dois partidos caminhem juntos na majoritária.
Três bustos
Estão sendo fundidos no Rio de Janeiro três bustos do ex-presidente Itamar Franco, todos já com destino certo. Ficarão na entrada da sede do Clube de Engenharia carioca, no Memorial da República em construção ao lado do Museu Murilo Mendes e na Praça Jarbas de Lery Santos.
De Memória
Bebê na poupança
Numa semana em que as novas regras da poupança andaram em destaque, foi coincidência relembrar caso que ocorreu em Juiz de Fora, e que, pelo inusitado, ganhou o noticiário nacional. No dia 27 de março de 1989, na estação rodoviária, a polícia não sabia se prendia Teresinha de Oliveira por ser louca ou criminosa. Fato é que ela colocou à venda, acondicionada em um balaio improvisado, a filha Cláudia, de nove meses. Pedia 500 cruzeiros, dinheiro que pretendia aplicar em caderneta de poupança. Seria, segundo explicou, para resgatar o que havia gastado com os primeiros meses da menina. A polícia desconfiou que a mãe estava envolvida com uma rede de tráfico de bebês. (( publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))

domingo, 6 de maio de 2012

PCdoB vê esta semana como decisiva para aliança em JF

Esta semana pode abrir caminhos para a definição de uma aliança entre partidos de esquerda em Juiz de Fora na sucessão municipal, segundo a expectativa do PCdoB, que se baseia nos desdobramentos das conversações que vêm sendo mantidas com o PT, PSB e PMDB. A informação foi dada pelo vice-presidente do partido comunista em Minas, Wadson Ribeiro, também membro do Comitê Central. Ele veio à cidade para participar, na Câmara Municipal, do nonagésimo aniversário do comunismo no Brasil. A aliança, que está ganhando formas definitivas, se baseia principalmente na expectativa de que o deputado Júlio Delgado retiraria sua pré-candidatura, levando o PSB para o projeto que sustenta a candidatura da professora Margarida Salomão. Mas também haverá nesta semana consultas junto ao deputado Bruno Siqueira, pré-candidato no PMDB. A união das esquerdas em torno dela é “algo que podemos considerar em torno de 90%”, calcula Wadson. Em relação à eleição proporcional o PCdoB já definiu coligação com o PSB. Na festa dos comunistas em que Margarida esteve presente, mas não discursou, todos os oradores manifestaram apoio à sua candidatura.
Uma história de sacrifícios
Numa noite de exaltação do comunismo e a convicção de que o capitalismo está morrendo, a tônica dos discursos, em uma sessão que durou duas horas, foi a longa história de sofrimentos e perseguições que acompanharam os comunistas nos seus 90 anos, um terço dos quais clandestino e na ilegalidade. O vereador José Figueirôa também abriu a solenidade reverenciando a luta dos comunistas e seu “ideal igualitário”. O presidente do partido no município, Geraldelli Rufino, disse que as preocupações com o aprofundamento da democracia em Juiz de Fora passam pelo rompimento da tradição de apenas uma mulher em cada legislatura. Gostaria que em outubro próximo se elegessem duas ou três. Wadson Ribeiro, até há pouco secretário nacional de esporte educacional, fez um apelo aos que o ouviam: acreditar que nem todo político merece imagem negativa, “nem todos são corruptos”, garantiu. Também ele se dedicou a historiar os sacrifícios do partido comunista, mas advertiu que não basta olhar para o passado. “Não há como se chegar ao socialismo ideal sem o desenvolvimento econômico. Se a ausência do desenvolvimento permitisse o socialismo a África seria hoje toda socialista”, concluiu.
Primeira vez 1
Depois de participar de solenidades em Juiz de Fora, na quinta-feira à tarde, o governador Antônio Anastasia, que logo em seguida viajaria para o Exterior, ainda não havia deixado o aeroporto e ali mesmo passou o cargo ao presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro, que permanecerá na governadoria até o dia 13. Foi a primeira vez que a cidade se tornou sede de um ato dessa natureza.
Primeira vez 2
José Figueirôa, do PMDB, entra para a história como participante da única reunião da Câmara a contar com a presença de apenas um vereador. Era ele, na sessão solene de sexta-feira, realizada por sugestão sua para comemorar os 90 anos do Partido Comunista. Nem a Mesa se dignou mandar um de seus representantes. Os comunistas perceberam.
Injustiça
Corre na internet a relação de políticos mineiros que fazem parte dos fichas-sujas, com um apelo para que a eles não seja dado o voto nas próximas eleições. Há uma flagrante injustiça quando se inclui nessa lista o nome do ex-deputado Vittorio Medioli, acusado de problemas fiscais. Primeiro: eventuais dívidas são de uma ou de umas de suas empresas. Segundo: não tem cabimento misturar um devedor com notórios fichas-sujas que praticaram corrupção, tráfico de influência, mensalão, lavagem de dinheiro ou falsidade ideológica.
Reação
Nota da coluna insinuando uma reaproximação com o PSDB que estaria em curso, encontrou reações no PMN, onde há quem reaja aos possíveis desdobramentos eleitorais de uma aliança desse tipo. Para os contrários, a impossibilidade de convivência com os tucanos é total, ainda que seu presidente, Isauro Calais, tenha dito publicamente que não exclui dialogar com qualquer partido. __
De Memória
Cigarro e crime
A lei municipal que proíbe o usuário de fumar no interior dos ônibus urbanos veio de 1967, ano em que vai começar uma longa e ainda não concluída campanha de restrição aos tabagistas. No caso de Juiz de Fora, a vigência da lei foi marcada por uma tragédia. No dia 2 de outubro, num ônibus da Viação Tusmil, que fazia a linha Borboleta – Centro, o aposentado Welington da Cruz insistiu em continuar fumando, acabou brigando com o motorista Luiz Carlos de Jesus, que o matou para se defender. (( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O gênero e o grotesco

Com tanta coisa importante para ocupar o governo de um País complexo e desigual, a presidente Dilma não hesitou em perder tempo em sancionar a Lei 12.605, agora regulamentada, que reza em seu Art. 1º As instituições de ensino públicas e privadas expedirão diplomas e certificados com a flexão de gênero correspondente ao sexo da pessoa diplomada, ao designar a profissão e o grau obtido. Então: os diplomas terão de diferenciar engenheiro e engenheira, advogado e advogada, médico e médica. E se o gênero se referir aos dois sexos, como dentista, economista, jornalista, policial, cientista e comandante? Segundo a lei da “presidenta” (sic), vamos descambar para o esquisito "dentisto" ou ”jornalisto”. E quando a mulher optar pela profissão do companheiro Lula? Seria torneira mecânica?
Mau começo 1
Mais que suficientes as primeiras horas da Comissão Parlamentar sobre envolvimento de políticos com o contraventor Cachoeira para se saber que seus trabalhos vão dar em nada. Observe-se que a tática de esvaziamento é a de sempre: longos discursos e intervenções que confundem, questões de ordem que são levantadas desnecessariamente e pedidos de informações que atrasam os trabalhos.
Mau começo 2
Seja como for, a CPMI domina a pauta dos temas nacionais. Pobre é o País, do ponto de vista político. Tantos assuntos mais importantes para a nação brasileira, do que as relações promíscuas da contravenção com os políticos. Não que se queira ser contra o inquérito, mas por se saber de antemão que nada vai produzir.
Alianças
Logo depois de anunciar oficialmente que o PMN estava abandonando o projeto de disputar a prefeitura com candidato próprio, o presidente Isauro Calais comentou que o partido não tinha restrições para conversar sobre alianças. Havia alguma resistência em relação ao PSDB, mas parece que está em curso uma reaproximação em grande estilo.
Separados
Como anda a unidade dos remanescentes comunistas na cidade? Quantos são? E a militância? São perguntas de difícil resposta, porque há entre eles uma distância, consolidada em diferentes partidos. O PCdoB tomou a iniciativa de promover hoje, às 19h30m, na Câmara, uma solenidade comemorativa dos 90 anos do comunismo no Brasil, mas com a ausência de alguns veteranos que só sentem o comunismo no PCB.
Em campanha
Pode ocorrer de hoje à noite o PCdoB anunciar disposição de assumir papel expressivo nas eleições deste ano, mas descartada a possibilidade de disputar a prefeitura. O ex-secretário nacional de esportes, Wadson Ribeiro, já não teria mais disposição para tanto. Mas sem deixar de considerar que a prefeitura é uma disputa que só se viabilizará se for possível construir a aliança dos partidos progressistas, notadamente os que atuam na base de apoio ao governo federal.
Probidade
O diretor do Departamento de Probidade da Advocacia – Geral da União, André de Almeida Mendonça, garante estarem 60% dos desvios nos órgãos responsáveis pela distribuição dos recursos destinados aos serviços da Saúde e da Educação, figurando como principais culpados os prefeitos de pequenos e médios municípios, onde raramente desembarca o interesse da fiscalização. Mais importante ainda é este dado: não pode ser desconsiderado nessa sinistra constatação que os roubos vêm de outros governos, o que basta para justificar as vistas grossas feitas para que o escalabro prospere; tanto que, de todo o dinheiro que se desvia, apenas modestos 8% retornam aos cofres públicos. __
De Memória
Asa Delta
Não foram muito animadoras as experiências da cidade com a prática da Asa Delta, como conta Adail de Oliveira em seu “A avião em Juiz de Fora”. Primeiramente, os primeiros voos eram realizados entre Grama e a Represa, mas abandonados depois de sucessivos fracassos. Até 1993 haviam sido registrados três acidentes fatais. Posteriormente, dois franceses desejaram saltar do Morro do Cristo. Como os ventos desaconselhavam, um deles deles desistiu, e o outro saltou, mas foi bater contra o muro do Colégio dos Jesuítas, e por isso ficou hospitalizado durante alguns dias. Tragédia maior foi em 2 de janeiro de 1978, quando Humberto Bisaggio caiu com sua asa em Muçungê, morrendo no local. _____ (( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))