quinta-feira, 24 de maio de 2012

Tarde demais

A conclusão a que sabiamente chegaram dirigentes do PT e do PMDB, numa reunião de gentilezas, é que as conversas objetivas sobre a sucessão municipal deviam ter começado bem mais cedo. Não agora, quando quase todas as peças do jogo estão sobre a mesa, como também as armas para digladiar. Com o tempo, os dois partidos assumiram projetos próprios. Na verdade, o que ainda existe é a esperança do PT de que, disputando e vencendo a convenção do PMDB, o ex-perfeito Tarcísio Delgado leve o partido a se aliar à candidatura de Margarida Salomão.
Faz lembrar
Na sexta-feira passada, à noite, na Avenida Rio Branco, entre Doutor Romualdo e José Cesário, assistiu-se a uma cena que vai se tornar cada vez mais frequente: o engarrafamento de carros no sentido Bom Pastor chegou a tal ponto, que não era possível avançar nem retroceder, os pedestres não tinham como passar. E, como nem os veículos podiam sair das garagens, era possível lembrar situação parecida que viveu a população de Seul, na Coreia. Foi preciso decretar meio feriado, porque as pessoas não tinham como sair de casa.
Minirreforma
Ocupantes de cargos executivos que pretendem disputar em eleição majoritária têm até o dia 6 para estarem desincompatibilizados e poderem ser aprovados nas convenções de seus respectivos partidos. É possível que, em razão de algumas desincompatibilizações, o governador Antônio Anastasia tenha de operar um breve remanejamento no primeiro escalão. Já se afastou o secretário de Trabalho e Emprego, Carlos Pimenta, que vai disputar a prefeitura de Montes Claros. Gil Pereira, secretário de Desenvolvimento do Jequitinhonha, também esvazia as gavetas para concorrer.
Uma promessa
Nas mais recentes reuniões dos partidos, quando se trata de formar chapas para a eleição proporcional, os novos candidatos a vereador têm sido estimulados pelos dirigentes com uma informação baseada em observação que dizem já ter confirmado: a tendência do eleitorado de promover profunda renovação nas bancadas da Câmara. Segundo eles, é possível constatar nos bairros uma disposição renovadora. Com isso, o esforço dos novatos pode acabar sendo recompensado.
O puxador de voto
O candidato a prefeito, independentemente de suas possibilidades, é importante para quem disputa a vereança, porque ganha um palanque, consegue agregar custos à campanha majoritária e divide a propaganda. No PSB, que tem reunião amanhã, no final da tarde, não faltará quem, diante daqueles argumentos, insista com o deputado Júlio Delgado para que mantenha a disposição de disputar a prefeitura.
Mãos à obra
Aproximando-se as eleições, e nelas o governo jogando boa parte de seu futuro, os assessores da presidente se veem diante de uma situação incômoda, que precisa ser resolvida logo. Querem eles que o governo deixe de se preocupar com as questões de corrupção, os casos Casos Cachoeira e Demóstenes, e parta para agir politicamente. Propõem uma pausa na caça às bruxas, agora rondando o ministro Pimentel, para que Dilma mostre o que faz, mais do que o que diz que vai fazer. As urnas estão chegando, o governo preocupado em blindar seus marotos e seu serviço não aparece.
Esquisitices
O assunto já foi tratado semanas atrás, mas está de novo em pauta. É a capacidade de a Justiça Eleitoral impedir que se registrem esquisitices ou deboches, como pretendem os que querem ridicularizar a política e os políticos. Chegando as convenções, o jeito é saber se algum partido cuidou de registrar a filiação de certos tipos populares, que seriam lançados à vereança, com seus apelidos, tomando-se carona em uma preocupação da Justiça, que admite o apelido, mas só com o objetivo de facilitar ao eleitor a identificação de sua preferência. Não pela via do deboche. Há pelo menos um caso em Juiz de Fora que surpreenderia. É algo que não pode ser evitado facilmente, como também torna-se impossível impedir que a candidatura sirva para promoção de uma empresa ou de um negócio. José Manuel Soares não poderia ser apenas o “Zé da Padaria” ou “Pedrinho do Gás”, mas que entrassem na luta pelos votos com os nomes de registro civil, e mostrar o que querem (se puderem e souberem) fazer algo em benefício da coletividade. Mesmo sendo o vendedor de botijões ou o padeiro asseado e madrugador. Já aparecem algumas propagandas de cabeleireira, garçom e vidraceiro, que se arvoram candidatos com base em suas profissões, que são honrosas, mas por si só insuficientes para se atribuir a um de seus representantes a missão de legislar para toda uma população, não para os seus negócios profissionais.
(( publicado na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))

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