segunda-feira, 21 de maio de 2012

Quem vai comandar?

O Partido dos Trabalhadores em Minas, mesmo tendo a garantia do apoio de Lula e da presidente Dilma nas próximas eleições, não poderá prescindir de um militante de expressão que tenha condições de funcionar como uma ponte entre Brasília e Belo Horizonte. As análises que nesse sentido têm sido feitas levam ao ex-ministro Patrus Ananias , por muitos considerado, entre as lideranças petistas, o que atualmente reúne as melhores credenciais para essa missão. Anteriormente, a tarefa parecia estar destinada ao ministro Fernando Pimentel, que nessa importante intermediação estaria dando os primeiros passos para preparar sua candidatura à sucessão do governador Antônio Anastasia. Contudo, o ministro foi colocado sob suspeita de tráfico de influência em dois casos ainda não julgados, mas são o bastante para submetê-lo a um grande desgaste político. Outro que naturalmente tem perfil para assumir o papel de intermediador da campanha em Minas é o presidente estadual do partido, Reginaldo Lopes. Mas parece que ele já terá problemas suficientes para comandar as candidaturas petistas em mais de 600 municípios. No caso de Patrus, vem em apoio à responsabilidade que poderá ser confiada à sua experiência o fato de ele ter trânsito entre correntes internas do partido, que têm antigos conflitos tanto na capital como o interior.
Ação compacta
Sob a coordenação do vice-governador Alberto Pinto Coelho, em reunião realizada em Belo Horizonte, os partidos que fazem parte da base de apoio a Anastasia, tiveram o primeiro contato para tratar das eleições municipais. Sem sinais de maiores defecções, o painel dos aliados deverá ser mantido. Ficou decidido que, tratando-se dos municípios com maior número de eleitores, o que deverá caracterizar a aliança é uma ação compacta, isto é, todos os partidos com o mesmo discurso e trabalhando em conjunto.
Convenção
Datas para a realização das convenções continuam sendo estudadas, segundo as conveniências dos partidos. No PMDB, onde não se afasta a possibilidade de disputa, há quem sugira o dia 17 de junho. Seria a primeira convenção, com a vantagem de o partido abrir a temporada das decisões e ganhar espaço por começar a traçar o panorama sucessório.
Os estilhaços
Hoje, às 9h, o presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro, abre reunião na sede regional da Fiemg para um debate sobre as dívidas do estado com a União, o que já anda pela casa dos R$ 60 bilhões. Ontem, pelo que se sabia, o assunto passou a ser do interesse dos prefeitos da região, muitos deles viajando para Juiz de Fora, a fim de se credenciarem para a reunião. A explicação para esse interesse é a seguinte: eventuais acertos entre devedores e credor podem acaba respingando nos municípios, exatamente por ser a parte mais fraca.
À gaveta
De novo esquecido, como ocorreu muitas vezes nos últimos tempos, o projeto que pretende a redução do número de deputados. Ninguém se anima a tratar da matéria com interesse, pois é prejudicial à classe politica. Houve várias tentativas, a última das quais por iniciativa do deputado Clodovil Hernandes, falecido. Seu projeto era o mais radical de todos, pois pretendia reduzir para 270 os atuais 513 membros da Câmara.
Por extensão
O Partido Verde, ainda que alimente o sonho de disputar em faixa própria a prefeitura de Belo Horizonte, não pretende fazer o mesmo em relação a outros municípios, mas apoiando os candidatos do PSDB. No máximo, poderá reivindicar a indicação do vice, mesmo assim nos raros casos em que tiver expressão na política local.
Ambição
O momento de disputas políticas é sempre adequado para tirar das páginas o que dizia o Marquês do Paraná, em 1853, quando tentava formar o Gabinete com os saquaremas e os luzias: “A ambição do poder é a mesma razão que divide e une os homens”.
(( publicado na edição dests terça-feira do TER NOTÍCAS ))

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