quarta-feira, 2 de maio de 2012
Noventa anos
Os comunistas da cidade vão comemorar os 90 anos de fundação de seu partido com uma solenidade que acontece na sexta-feira, às 19h30m, no plenário da Câmara Municipal. O programa estará a cargo do PCdoB, que não informou quais serão os oradores. Nas comemorações anteriores os discursos eram tradicionalmente antecedidos da execução da Internacional Socialista.
Fundado em 1922, o Partido Comunista teve em Juiz de Fora um de seus primeiros núcleos, e na década de 40 ganhou expressão no Legislativo municipal.
Esquecimento
Chegou a tal ponto a intimidade da polícia com o crime organizado, que nada menos de cinco CPIs foram propostas no Congresso, a última das quais em junho do ano passado. De lá para cá a situação só tem se agravado, sem que sejam sinalizadas iniciativas concretas para se dar combate a tão grave problema.
Também esquecida a prometida comissão que estudaria as relações entre as corporações de segurança e os governos que as constituem, que vieram se deteriorando ao longo do tempo, para tanto associando-se fatores diversos, mas nem por isso insolúveis. O primeiro é que foram sendo cada vez mais flexibilizadas as exigências para o ingresso na carreira policial, de forma que ela passou, em muitos casos, a ser opção para quem fracassou em empregos diferentes. No começo, exige-se pouco sobre os antecedentes, porque os soldos e vencimentos são precários. E, como se ganha pouco, torna-se mais fácil ceder aos acenos do crime, que propõe vantagens adicionais, desde que o policial corrompido faça vistas grossas diante do crime.
Interferência
O PMDB entrou com vigor nas discussões em torno da sucessão municipal de Belo Horizonte, depois de perceber que da refrega que envolve PSDB, PSB e PT resta um espaço suficiente para se articular uma via alternativa. Esse caminho parece animar o senador Clésio Andrade, que, recém-chegado ao partido, já conquistou um pedaço do terreno das decisões partidárias.
Dedicado à eleição na capital, o que ainda não sabe é se ele terá o mesmo interesse na campanha do PMDB no interior. Quanto a Juiz de Fora é provável que não guarde boas lembranças. Em 2004, apoiou a candidatura de alberto bejani. E deu no que deu.
As alianças
Mais um mês para se testar a capacidade de os dirigentes estaduais dos partidos que estão na base do governo estenderem ao interior o modelo de alianças que já começam a ser acertadas na capital. Seria possível, por exemplo, em Juiz de Fora uma aliança, informal ou não, entre PSDB, PSB e PP ou suas dissidências? Os tucanos, já definido o projeto de candidatura do prefeito, conseguiriam atrair mais algumas legendas além das dez que já ganharam?
Mãos às obras
O governo Dilma, que vai caminhando para ano e meio, continua sem marca, sem propostas claras, para não se dizer da inexistência de obras. O que há são boas intenções, que são insuficientes. Fala-se em Brasília que a guerra à corrupção é que tem absorvido demais as ações e atenções. Mas não é fácil compreender o argumento, altamente suspeito, de que, para trabalhar, o governo tem de interromper a tarefa de desentocar bandidos que há anos sugam o sangue da Nação. Por que uma ação haveria de inviabilizar outra? Um primeiro dado pode destruir a insuficiência do argumento, bastando lembrar que os atos criminosos já foram praticados, enquanto obras e serviços são do momento ou do futuro. Os roubos praticados e as obras a fazer pertencem a tempos diferentes. Uma coisa independe da outra. Enquanto alguém investiga a corrupção, outros trabalham. Por que não?
Vítima certa
Com todos os indícios de que vão caminhar tumultuadas as investigações sobre as relações de políticos com o contraventor Cachoeira, já não se sabe mais se a sociedade conhecerá provas para incriminações. É o que pode salvar a pele de muitos deputados e senadores. Mas, quando as suspeitas se voltam para os governadores, é fora de dúvida que o primeiro da lista é Sérgio Cabral, do Rio. Os envolvimentos se insinuam.
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de Memória
Um belo nome
Perguntava-se ao grande Guimarães Rosa quais as cidades de Minas que no seu entendimento ficaram com os nomes mais bonitos, como lembra Ronaldo Costa Couto em seu livro “Tancredo Casos & Campanha”. O fato foi lembrado durante um voo no Xingu do Palácio da Liberdade. O autor de “Grande Sertão: Veredas” tinha na conta de esplêndidos nomes, não apenas São João Del-Rey, que Tancredo logo citava. Rosa lembrava, entre os esplêndidos, Maria da Fé, Brejo das Almas, Dores do Indaiá, Dores da Boa Esperança, Soledade e Juiz de Fora. Quanto ao nosso, alguns não concordariam.
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(( publicado na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))
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