quinta-feira, 28 de março de 2013
Humildade
Ao presidir a solenidade de renovação dos compromissos sacerdotais, que antecede a bênção dos Santos Óleos, o arcebispo, dom Gil Antônio, chamou a atenção, tanto do clero como dos leigos, para a abundância das lições de humildade que a Igreja revelou nesses últimos dias. Referia-se, primeiro, à renúncia de Bento XVI, ao perceber que já não lhe restavam forças para conduzir a cátedra de Pedro. A segunda humildade estava na vacância da Sé, e a terceira – esta maravilhando o mundo cristão – é a personalidade do Papa Francisco. Seus gestos iniciais, a própria escolha do nome e as primeiras palavras revelam o homem humilde que chega para servir a Deus, ao Filho e à Fé.
Programa da
Sexta-Feira
A Igreja dedica esta Sexta-Feira a celebrar a Paixão e Morte de Jesus e convoca os fiéis a uma reflexão não apenas sobre o fato histórico, comprovadíssimo, mas a sua essência transcendental. Importância que só será superada na festa da Páscoa, quando o homem contempla a graça de com Ele ressurgir para a vida plena.
Amanhã, às 9h30m, da Catedral sai a Via-Sacra, percorrendo algumas ruas centrais. Às 15h haverá a Ação Litúrgica, com Oração Universal e Comunhão. Às 19h, no adro, será pregado pelo padre Luiz Carlos de Paula o sermão do descendimento da cruz. Em seguida, os fiéis participam da Procissão do Enterro, uma de suas mais antigas tradições.
A tradição
portuguesa
Segundo o Google, a Procissão de Enterro estabeleceu-se, em Portugal pela devoção dos fiéis nos fins do século XV e princípios do século XVI, mais propriamente de 1500 a 1510, trazida pelo padre Paulo de Portalegre, quando da sua peregrinação a Jerusalém. “Começou a fazer-se no mosteiro beneditino de Vilar dos Frades, arcebispado de Braga, de onde se estendeu a todas as catedrais de Portugal e paróquias", explica.
Lei das mais
importantes
Há 23 anos, vale lembrar, o então presidente do Senado, Nélson Carneiro, promulgava a Lei 8.009, que passaria a figurar como importante conquista da sociedade. Dispunha sobre a impenhorabilidade do bem de família. Ditava o Artigo 1º que “ o imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei”.
No Artigo 2º, a exceção: “ Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos”.
O que ainda
falta limpar
Terminada a luta eleitoral, há cinco meses, ainda há vestígios da campanha, mas nenhum incomoda tanto como a onda em favor do voto nulo, movimento anônimo que convocava o eleitor a conferir ampla e total inutilidade ao primeiro direito de sua cidadania, que é escolher a quem confiar os destinos da comunidade. Pelo menos essa pichação devia ser removida pelos partidos ou pela prefeitura.
O voto anulado é sempre o prêmio indireto que se dá ao candidato ruim. Não é preciso muito esforço para compreender. Quem chega à urna com a disposição de anular o voto, tão superiormente esclarecido a ponto de não ver méritos e competência em nenhum entre dezenas de candidatos, acaba deixando espaço para o eleitor se confundir. E na avaliação confusa quem geralmente ganha é o candidato ruim.
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Esclarecimento
Como nossas notas diárias são publicadas pelo TER NOTÍCIAS, a ele antecipando-se por algumas horas, julgo oportuno transcrever aqui o comunicado que o jornal transmitiu aos seus leitores na edição desta sexta-feira.
Aos Leitores
O TER NOTÍCIAS, prestes a completar o segundo ano de circulação, sente-se gratificado por poder informar à cidade e aos seus habituais leitores que está inaugurando uma nova fase de expansão, desvinculando-se do Grupo Terminal, do Rio de Janeiro, para se tornar total e essencialmente mineiro. Diga-se, contudo, que com a empresa que o lançou, ao lado de idênticos empreendimentos em várias cidades fluminenses, nosso jornal pôde acumular experiências suficientes para se manter e crescer.
Estamos, portanto, partindo para uma etapa de renovação, tanto gerencial como logística e gráfica, preservado o padrão editorial com o qual a cidade já se acostumou e o estimula.
No bojo dessas inovações, por força de estarmos nos desligando do Grupo Terminal, torna-se necessário alterar o nome do jornal, que passa a se chamar, já a partir de abril, FOLHA JF.
Imperioso também que na atual fase se promova uma série de adaptações, particularmente quanto aos procedimentos gráficos e no campo da tecnologia informática, o que nos exige sustar a circulação por um período não superior a 8 dias. É o prazo para que se restabeleça a normalidade do nosso trabalho.
O jornal, agora FOLHA JF, não abdica de seus objetivos maiores junto à população, não altera a linha editorial e manterá a distribuição gratuita, experiência que julga vitoriosa e consolidada.
Renovado o pedido de compreensão dos leitores pelos breves dias em que deixaremos de circular, agradecemos o apoio que temos recebido da cidade e da região.
Antônio Braga
diretor executivo
quarta-feira, 27 de março de 2013
Sem pauta para cumprir
A quarta-feira ficou confiada às moscas no Congresso, sem quórum para votação de matérias. A explicação é simples: na terça-feira à noite e na manhã de ontem deputados e senadores já tomavam o rumo de casa. A expectativa é que voltem em 1º de abril; mas aí há uma dúvida, porque o calendário do folclore brasileiro adverte que esse é o dia da mentira...
A chegada da Semana Santa decretou a paralisação das atividades políticas. Tudo fica para ser tratado e resolvido depois da Páscoa, o que inclui acertos para a renovação das executivas municipais dos partidos, que, alteradas agora, terão poder de decisão nas convenções do próximo ano.
Em busca da
unanimidade
Aécio Neves consegue vencer, paulatinamente, os obstáculos que surgem na caminhada que empreende em busca da candidatura à presidência da República, que aos tucanos mineiros parece consolidada. Os mais cuidadosos não dispensam esse “parece”, pois o senador ainda não obteve unanimidade para ser o presidente nacional do PSDB. O governador de São Paulo resiste e Aécio insiste, como se precisasse de ter o comando do partido para garantir a candidatura a presidente da República.
Como bom gato mineiro escaldado, ele tem medo de água fria.
Vanni em
nova edição
No dia 20 de abril, o historiador e escritor Júlio Vanni vai lançar a segunda edição de seu livro “Sertões do Rio Cágado”, que é obra obrigatória para quem tem interesse em conhecer os primórdios da civilização da Zona da Mata. O lançamento, em Pequiri, cidade onde nasceu em 25 de março de 2013, é parte da programação comemorativa dos 60 anos da emancipação do município.
Entre as principais obras de Vanni estão “Aspectos Pedagógicos da Educação do Surdo”, ”Meu Cordel”, “Telúria”, “Itália, Meu Amor” e “Italianos no Rio de Janeiro”.
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Por falar em Pequeri:
A 7a. Sessão Ordinária da Primeira Câmara do Tribunal de Contas do Estado aprovou, no último dia 20, por decisão unânime dos conselheiros, as contas da Administração do prefeito Raul Salles relativas a 2011. Anteriormente, já havia aprovados as contas de 2009 e 2010.
Prefeituras
e o Tribunal
Presidente eleito da Associação dos Municípios Mineiros, o prefeito de Barbacena, Antônio Andrada, quer uma nova relação com o Tribunal de Contas do Estado, para que se evite a prática de injustiças. Defende julgamentos pontuais. Trata-se de uma relação em que acumula experiência, pois já foi presidente daquele tribunal.
Quem deve
explicação?
Dados obtidos nos cartórios indicam que, apesar de advertências e ameaças, chegam a 1,5 milhão os eleitores que deixaram de participar das três últimas votações. E termina no próximo dia 25 o prazo para justificarem a ausência. De acordo com Tribunal Regional Eleitoral, quem não comparecer ao cartório terá o título cancelado.
O ausente que não regularizar sua situação também pode ficar impedido de realizar concurso público, tirar passaporte ou realizar matrícula em instituição pública de ensino.
Os partidos
inquilinos
Em Belo Horizonte, depois de ingentes esforços em Brasília, o PT conseguiu obter dinheiro para pagar o aluguel do imóvel que ocupava. Mas não é o único inquilino problemático, porque os partidos geralmente confessam pobreza de caixa e não pagam.
Em Juiz de Fora, o PT deu “canseira” de muitos anos a um comerciante, depois de não pagar o aluguel. E custou a desocupar o imóvel em que funcionava.
Risco do efeito
bumerangue
O Senado faz bem ao ajustar benefícios para as empregadas domésticas, que realizam um trabalho de enorme importância para as famílias. A Proposta de Emenda Constitucional está criando 16 benefícios. Mas é preciso cuidar para que não venham efeitos contrários: elas podem ficar bem protegidas, só que não encontram emprego, numa época em que as pessoas estão se utilizam do serf-service e dividem tarefas domésticas entre si.
Um exemplo: os senadores querem dar creches aos filhos menores das domésticas. O que significa que essas nunca obterão emprego. Para não se falar de outras complicações da PEC, como “discriminação de critério de admissão”. O que, na prática, quer dizer isso?
Voto impugnado
sem utilidade
Tal como se estabeleceu no ano passado para a eleição de vereador, em 2014, no caso de um candidato a deputado ser impugnado depois de eleito, os votos que lhe forem dados não serão contados como legendas para eleger os imediatamente mais votados na coligação. Consultas nesse sentido já foram feitas e esclarecidas.
Juiz de paz
esquecido
Dentro de dois meses vão se completar três anos da publicação da decisão da Justiça determinando que os governos estaduais preparassem a eleição de juízes de paz, que três décadas passadas eram escolhidos pelo voto direto. Concluiu-se que não fica bem o Juizado de Paz ser ocupado pela via da preferência política dos governadores.
(( publicado na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))
terça-feira, 26 de março de 2013
Os nomes escolhidos
Vislumbrando os acenos que o PT lançará na direção do PMDB, tentando atraí-lo para a candidatura de Fernando Pimentel ao governo de Minas, setores influentes do partido antecipam-se ao risco e insistem nas candidaturas próprias. Na verdade, formam-se três correntes lideradas por Newton Cardoso, Clésio Andrade e Hélio Costa. Tentam, com a antecedência necessária, criar uma situação de fato, inviabilizando alianças que pretendam confiscar ao PMDB a cabeça de chapa.
Na evolução dessa campanha, Hélio já é lançado candidato ao Senado, para disputar com Antônio Anastasia.
Futuro do PMDB
confia na unidade
O PMDB está confiante no seu futuro como partido e insiste em que poderá disputar o governo de Minas com nome próprio. É a impressão dos que foram a Belo Horizonte para assistir à posse do deputado Saraiva Felipe na presidência da executiva estadual. Estiveram lá o presidente da executiva municipal, Paulo Gutierrez, Orlandismidt Riani e Marlon Siqueira. Seraiva era vice-presidente e subiu de posto para ocupar a vaga do deputado Antônio Andrade, que saiu para assumir o Ministério da Agricultura.
Influência e
reciprocidade
Os políticos jamais ignoraram que nesta região os deputados federais, para não fugir à tradição, exercem muita influência na eleição dos prefeitos. Se a disputa se fere em municípios com menos de 20.000 eleitores a capacidade de influir é ainda maior.
No próximo ano, quando vão se eleger os deputados, muitos prefeitos da microrregião vão ter de se lembrar, por exemplo, do apoio logístico que tiveram de Lael Varela, Marcus Pestana, Rodrigo de Castro, entre outros.
O que fazer
para motivar?
No histórico recente das eleições municipais, os partidos amargaram a frustração de não conseguir sensibilizar cerca 30% dos cidadãos, que formavam um contingente significativo de optantes pelo voto nulo, o branco ou acharam melhor abster-se.
Juiz de Fora terá, seguramente, 400 mil eleitores em 2014. Trinta por cento sobre um colégio desse volume são 120 mil eleitores. Algo muito grave que os partidos precisam estudar e debater com interesse. Enquanto é tempo.
A solidão
do Planalto
Não há maior solidão no mundo que a Semana Santa em Brasília, porque à solidão do Planalto, da qual falava Juscelino, soma-se o clima de abandono e nostalgia. Hoje, mais do que ontem e menos que amanhã, a capital da República se transforma num deserto político tal, que o Congresso poderia ser tomado de assalto; mas assalto físico, praticado por um bando de índios. Não o tipo de assalto em que se especializaram certos deputados e senadores.
Para vencer o
tucanato de SP
O senador Aécio Neves intensificou seu plano de viagens, foi a São Paulo para falar com lideranças do PSDB e tentar remover obstáculos que setores tucanos criam ao seu projeto de disputar a presidência da República. Mas há uma questão antecedente, com alguma complexidade. Trata-se da candidatura do senador mineiro à presidência do partido. Os tucanos paulistas que o apoiam nesse projeto querem realmente ajudá-lo ou apenas esperam que se desgaste no cargo? Ainda assim, Aécio precisa deter o comando para levantar a bandeira da oposição, e com ela percorrer o País.
É preciso que
se explique
Ao confessar que metade de suas viagens ao Exterior foi financiada por grandes empreiteiras, o ex-presidente Lula pode ser até elogiado pela sinceridade com que diz algo tão comprometedor para sua imagem e para a presidência da República. Não se trata de novidade, porque no passado ele já havia voado frequentemente em avião do Itaú, quando se sabe que em seu governo os bancos esfolaram, impunemente, suas vastas clientelas.
Seja com for, é preciso que ele dê explicações sobre o que o levou a aceitar tais presentes, sabendo-se que os empreiteiros ignoram completamente uma das mais famosas lições da Bíblia, em Mateus (Mt.6:3): não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita."(Mt. 6: 3). Não dão nenhuma das mãos, mas recebem com as duas.
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Piada contada pelo presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que a colheu na redes sociais:
Ao se despedir de Dilma, após o encontro que tiveram no Vaticano, o Papa Francisco teria recomendado a ela que "jamais se afastasse do Criador", ao que a presidente, sem perder tempo, teria respondido: "Pode deixar que eu nunca saio do lado do Lula".
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(( publicado também na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))
segunda-feira, 25 de março de 2013
Assim como foi em 2012
O ex-governador Newton Cardoso e o ex-senador Hélio Costa defendem, com vigor, que o PMDB tenha candidato próprio a governador, e vão arregimentando manifestações de simpatia a essa ideia. Mas pode ser que tenham de ceder a argumentos ditados pelo mesmo pragmatismo que o partido adotou no ano passado.
Coisa muito recente. Ao exigir dos diretórios do interior a indicação de candidatos a prefeito onde fossem mais de 50 mil os eleitores, o PMDB deixou em aberto a possibilidade de uma exceção, isto é, quando os dirigentes apresentassem “argumentos sólidos” que recomendassem aliança, na qual os peemedebistas teriam de abrir mão da cabeça de chapa.
No caso da sucessão de Anastasia, ninguém pode apostar que não se encontrará um “argumento sólido”.
Suplente de vereador
vai presidir o PSB
O Partido Socialista Brasileiro ainda não confirmou a data em que vai renovar sua comissão executiva em Juiz de Fora, o que deve ocorrer nas próximas horas, mas já tem os nomes escolhidos, resultado de uma composição alinhavada com base na saída do deputado Júlio Delgado da presidência municipal.
Os nomes escolhidos levam em consideração “a destacada participação partidária desses filiados”, segundo definiu um dos atuais dirigentes, Marcelo Frank do Nascimento.
A nova executiva terá a seguinte formação: presidente: Luiz Fernando Sirimarco Júnior, atual vice-presidente, disputou uma vaga na Câmara Municipal em 2012, com boa votação; Vice-presidente: Jucélio Aparecido Maria, vereador; Secretário-Geral: José Roberto Maranhas, médico, foi candidato a vice-prefeito na chapa de Margarida Salomão na eleição municipal de 2012; Tesoureiro: Rildo Marcelo Rezende, reconduzido na função.
Vogais: Deputado Júlio Delgado e Marcelo Frank do Nascimento.
FPM chega
26,9% menor
O segundo repasse de março do Fundo de Participação dos Municípios foi de R$ 313.182.176,80. Cálculos da Confederação Nacional de Municípios mostram que o repasse é 26,9% menor do que o estimado pela Receita Federal no início do mês. Se comparado com o igual período do ano passado, a redução é de 7,7% em termos reais, descontando a inflação.
Até o segundo decêndio, o acumulado do Fundo era de R$ 17,7 bilhões em valores reais.
Os prefeitos cada vez mais aflitos. Não é para menos.
Transporte
que melhora
Para o deputado Lafayette Andrada, líder do governo na Assembleia Legislativa, o transporte escolar em Juiz de Fora vai melhorar um pouco, com a decisão do governador Anastasia de liberar para o setor mais R$ 39.522,00.
Recursos dessa natureza, o estado libera e as autoridades municipais do setor indicam como aplicá-los.
Rede de Marina
quebra tradição
Ao decidir chamar de Rede da Sustentabilidade seu novo partido, que na semana passada começou a coletar assinaturas de apoio em Juiz de Fora, a senadora Marina Silva inovou não abrindo a sigla com a palavra partido. Os antecedentes houve, há quase meio século, na ditadura militar, quando os dois partidos se registraram como Aliança e Movimento, Arena e MDB.
Mas é provável que, chegado o momento do registro oficial, o TSE recomende a inclusão da palavra partido, tal como ocorreu com o MDB.
Um excesso
que preocupa
Cada vez que se fala em pedir ao Tribunal Superior Eleitoral o registro de novo partido, aumenta o desânimo de quem tem na conta do excesso de legendas um dos problemas da deterioração da representação popular. Primeiro, pelo fato de que com esse excesso aumenta o poder de tráfico no processo eleitoral; em segundo lugar, fica comprometida a autenticidade das alianças.
O TSE já reconheceu 30, o último dos quais o Partido Ecológico, criação de uma família do interior de São Paulo, sem expressão nacional.
Mais 40 estão
na esperança
Se o número espanta, é preciso lembrar que 40 processos de novos partidos aguardam o sinal verde do TSE. O que parece descambar para o exagero.
Contudo, o maior ou menor volume de partidos não é referência para o melhor ou pior nível da democracia representativa. Mas o excesso prejudica mais que a escassez, porque a fartura facilita interesses.
O que pode levar a uma organização partidária eficiente é a cláusula de barreira.
A discussão
prioritária
Em 2014 a cidade vai renovar sua representação parlamentar, e desde agora deve ser este um tema prioritário para discussão em todas as entidades e partidos. É assunto para preocupar, pois hoje enfrentamos situação difícil: com cerca de 400 mil eleitores, estamos com apenas três deputados federais, um dos quais saindo da suplência para curto mandato. Na Assembleia, apenas um deputado com domicílio na cidade. Com o colégio de eleitores que Juiz de Fora já reuniu poderiam estar em Belo Horizonte seis deputados à Assembleia.
Explicação: Conserva-se aqui a tradição de apoiar candidatos de outras regiões. Em outubro de 2010, mais de 100 mil votos saíram para ajudá-los, concorrendo para isso, significativamente, o corporativismo evangélico.
Biométrico sem
dificuldades
O rápido trabalho de recadastramento de eleitores pelo sistema biométrico em Dores do Turvo e Senador Firmino, na Zona da Mata, mostrou que a inovação pode se estender a toda a região num prazo de seis meses, embora quanto a isso não sejam conhecidos os planos do TRE. Naqueles municípios, o novo sistema já passou de mil registros. Não ocorreram dificuldades para a Justiça, embora ela ainda tenha de decidir o que fazer nos casos em que se exige o tradicional título dos eleitores.
Votar pela identificação do dedo da mão vai contribuir para confirmar no Brasil um dos sistemas eleitorais mais evoluídos do mundo. O que fica faltando é o recurso eletrônico que seja capaz de impedir a venda de votos.
(( publicado também na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS))
domingo, 24 de março de 2013
Partido de Marina tem adesões em JF
Já começou em Juiz de Fora a coleta de assinatura de eleitores que apoiam a criação do novo partido político proposto pela ex-senadora Marina Silva, e que vai se chamar Rede da Sustentabilidade. O trabalho vem sendo coordenado pela suplente de vereador Jane Ferraz, e para isso ela está se desligando do PSC.
Entusiasmada com a nova tarefa, Jane afirma que nos primeiros quatro dias de coleta quase 3.000 juiz-foranos deram seu apoio ao documento, que será encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral, requerendo o reconhecimento do novo partido. “Nosso plano é chegar a 30.000 adesões em Juiz de Fora”, diz ela, ao prometer para logo após a Semana Santa a vinda de Marina, para participar pessoalmente da campanha na cidade.
As adesões são recebidas no calçadão da Rua Halfeld, entre 13h e 18h nos dias úteis. Aos sábados, de 9h às 12h.
Convênio libera
verba para Museu
O diretor-superintendente do Museu Mariano Procópio, Douglas Fasolato, vai hoje a Belo Horizonte, para assinar convênio com a secretária de Cultura, Elaine Parreiras, o que permitirá ao governo de Minas liberar, de imediato, R$ 5 milhões para parte das obras físicas na casa histórica. Essa verba já havia sido prometida pelo governador Antônio Anastasia, quando conheceu relatório sobre a situação do museu.
Mudança incerta
para os tucanos
Abril é o mês definido para a eleição da executiva do diretório regional do PSDB em Minas, antecedendo as mudanças no comando nacional, que certamente virão em maio. Quanto ao estado, permanece a possibilidade de o deputado Marcus Pestana ser reconduzido à presidência, sem que ele tenha manifestado interesse em continuar. Não ficando Pestana, nomes imediatamente lembrados são Nárcio Rodrigues e o deputado Dinis Pinheiro, embora este já tenha o encargo da presidência da Assembleia.
DEM e o PPS
sem novidades
Ao mesmo tempo em que é esperada para esta semana a convocação do PSB e PSDB para a formação de suas novas executivas municipais, o mesmo não deve ocorrer com o DEM e o PPS. Quanto ao DEM, seu presidente, o ex-vereador Romilton Faria, já recebeu a sinalização de sua permanência.
Para a maioria dos partidos, os dirigentes que vão ser eleitos agora são os mesmos que participarão das consultas internas no ano eleitoral.
De amanhã
não passa
É o que promete o presidente da Câmara, Henrique Alves, em relação ao impasse criado na Comissão de Direitos Humanos, onde o presidente Marco Feliciano tornou-se alvo de insistentes protestos que chegam de todas as partes do País. Até agora, o problema se restringia ao PSC e ao deputado pessoalmente, mas a Câmara já começa a se desgastar, e a Mesa não quer arcar com esse custo.
“Tudo custa muito a acontecer”
Ao assumir, no fim de semana, a presidência do Instituto Histórico e Geográfico, eleito por unanimidade, o professor Affonso Paulo Mendes desejou que os projetos culturais da entidade, alguns sob expectativa de convênio com a UFJF, tenham tramitação rápida para se viabilizarem. Ele lamenta o fenômeno sociocultural, ou talvez econômico, que faz com que as coisas custem a acontecer em Juiz de Fora. Chama a isso de “síndrome de Chapéu D'Uvas”, referência à barragem que começou a ser construída em 1957 e só foi terminar 35 anos depois...
O presidente do Instituto acredita que a cidade tem cabedal para realizar muito e aproveitar bem o tempo para isso.
A história é
bem antiga
A morosidade com que as coisas se realizam tem muitos exemplos, estando, entre os mais recentes, o aeroporto regional, que há 11 anos ameaçou as primeiras obras, e só na semana passada foi dada ordem de serviço para o começo de sua ligação com a BR 040, projeto de estrada tão antigo quanto o próprio aeroporto. Muito antes, com morosidade mais acentuada, a ligação com Caxambu consumiu 40 anos de reuniões e discursos.
Um novo pacto
pode resolver?
Quando os interesses dos municípios são tradicionalmente relegados, ajudando a explicar a demora para que as coisas aconteçam, renovam-se os apelos por um novo pacto federativo. O prefeito Bruno já assumiu falando nisso. Ele e outros advogam mecanismos capazes de impedir que os municípios continuem vivendo um processo de esvaziamento.
Na verdade, na escalada dos problemas do empobrecimento, pois a União engole 65% de todos os tributos arrecadados, as comunidades do interior é que sofrem a cobrança dos cidadãos. É nelas que vivem as pessoas.
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Hoje, dia da União dos Povos Latino-Americanos, não há comemorações oficiais. Se quisessem, os governos poderiam aproveitar a data e promover encontro de diplomas de carreira para instruí-los sobre as consequências de três fatos de importância que acabam de ocorrer por estes nossos lados: a morte de Hugo Chávez, o recrudescimento da disputa pelas Malvinas e a eleição de um Papa latino-americano.
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(( publicado também na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS))
quinta-feira, 21 de março de 2013
Nada franciscano
O caso ganha repercussão internacional. Para contrastar com o temperamento e a mensagem do Papa Francisco, que prima pela ausência de ostentação, a presidente Dilma levou à posse do pontífice uma comitiva de 100 pessoas! Foi a maior do mundo. E, coincidentemente, no momento da tragédia das chuvas, que, segundo ela, é culpa de quem não quer sair dos lugares de risco.
A viagem da presidente e sua comitiva para a missa de abertura do novo pontificado envolveu o aluguel de 52 apartamentos de hotel e 17 veículos. Só no hotel Westin Excelsior, na Via Veneto, um dos endereços mais sofisticados de Roma, foram reservados 30 apartamentos para assessores diretos e agentes de segurança. A diária da suíte custa R$ 7.700, enquanto o quarto mais barato fica por R$ 910.
Prazo esgotado
Terminou, há dez dias, o mandato dos dirigentes da comissão provisória do PSB em Juiz de Fora, sem que se tenha fixado uma data para a renovação. Mas pode ser que o comando estadual recomende a recondução da comissão, presidida pelo deputado Júlio Delgado.
Aposentados
É de iniciativa de um deputado mineiro, Antônio Roberto, do PV, o requerimento para a inclusão na ordem do dia da PEC 555/06, que procura extinguir, de maneira gradativa, a contribuição previdenciária para aposentados acima de 61 anos, o que revoga o artigo 4º da Emenda Constitucional nº 41, de 2003. A proposta tramita na Câmara há sete anos, já foi aprovada pela Comissão Especial e aguarda a votação desde 2010.
Grave impasse
Como se previa, em nota anterior, a Mesa da Câmara pediu à bancada do PSC a substituição do deputado Marco Feliciano na presidência da Comissão dos Direitos Humanos, cuja escolha provocou uma onda incessante de protestos em todo o País, por causa de suas ideias homofóbicas.
Ele resiste, mas sua substituição é considerada questão de horas.
Em coro
No Calçadão da Rua Halfeld, estudantes e representantes de entidades diversas voltaram a promover passeata pedindo a renúncia de Marco Feliciano da presidência da Comissão de Direitos Humanos, mas desta vez cantando em rima: “Até o Papa renunciou; Feliciano, a sua vez chegou”.
Na hora certa
O março dos políticos já envolvidos na sucessão presidencial vai chegando ao fim com uma dúvida importante, entre as muitas que regem a pré-campanha. Trata-se do destino partidário de José Serra. O senador Aécio Neves diz que ele se posicionará no momento certo, não se sabendo quando; em outra vertente, o PPS não esconde a esperança de ganhar a filiação do paulista, certo de que se esgotaram os espaços para Serra no PSDB.
Filiações
A partir de Bauru, no interior de São Paulo, a secretaria nacional do PTB abiu campanha nacional para ampliar as filiações, o que é considerado importante para o partido ganhar força no próximo ano eleitoral. Dirigentes mineiros ainda não se posicionaram sobre a campanha, mas vão adotá-la, pelo menos nas principais cidades, entre elas Juiz de Fora.
Sem avaliação
Aqui, o diretório do PTB só se reuniu em meados do ano passado para lançar os candidatos a vereador, e nada mais fez, nem mesmo para avaliar, politicamente, os resultados eleitorais de outubro. O que devia ter sido feito, ao menos para discutir se valeu a pena a coligação com o PHS.
Dois candidatos da aliança comandada pela legenda trabalhista passaram de 1.000 votos:Vanderlei Tomás, com 2.904, e pastor Aloísio, com 1.270.
Nova fase
Informantes palacianos garantem que, ontem, ao assinar a ordem de serviço para o asfaltamento dos 13,8 quilômetros ligando o aeroporto de Goianá à zona Norte de Juiz de Fora, o governador Anastasia abriu a temporada de obras na região, que certamente terão reflexos na campanha eleitoral do próximo ano.
Repetindo
Na onda de queixas dos municípios contra a excessiva concentração de recursos na União, o prefeito de Porto Alegre, João Fortunato, usou uma frase que o ex-presidente Itamar Franco citava, quando queria defender sua proposta de um novo pacto federativo:
O município é sempre o patinho feio da Federação.
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Vai ser preciso esperar mais algumas semanas, talvez meses, para se sentir como as forças políticas da cidade pretendem se situar no novo ano eleitoral. Por enquanto, há pouco o que prever, pois as mudanças tanto podem se operar de forma menos intensa ou provocar grandes alterações em relação às urnas de 2012. Depende de muita coisa, a começar pela conduta do prefeito frente ao quadro que vai se construir, e quanto ao PMDB e seus aliados diante da Administração municipal.
No jogo dos grandes interesses, não está afastada a possibilidade de rupturas. A história da política municipal é uma longa história de rupturas, que teve como atores do primeiro capítulo os desencontros entre Henrique Halfeld e Mariano Procópio, ambos suplentes de vereador, mas separados por diferentes concepções sobre a vida e as estradas que queriam construir.
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(( publicado também na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))
quarta-feira, 20 de março de 2013
Tempo de cisão
Vai se confirmando, dia após dia, a previsão de que será intenso o debate em torno das eleições do próximo ano em Minas. Há sinais de resistência às acomodações elaboradas e impostas por Brasília, o que diz respeito, principalmente, ao PMDB, que se especializou em transferir apoio ao governo.
Dois dos peemedebistas mais influentes, Newton Cardoso e Hélio Costa já antecipam sua posição favorável à candidatura própria ao governo de Minas.
O nome
Tanto Newton como Hélio não apenas advogam o PMDB disputando em faixa própria, como avançam, para afirmar que o candidato à sucessão do governador Anastasia deve ser o atual senador Clésio Andrade. Com isso, criam uma situação de fato, começando pela tentativa de esvaziar a nomeação do peemedebista mineiro Antônio Andrade para o Ministério da Agricultura; nomeação que não teve outra razão a não ser forçar o PMDB a se incorporar ao projeto do PT de eleger Fernando Pimentel.
Modelo
Não é preciso maior esforço para saber que os defensores do projeto de levar o partido a andar com as próprias pernas, sem servir de muleta do PT, vão ter entre seus argumentos a experiência recente de Juiz de Fora, um dos quatro maiores colégios eleitorais do estado. No ano passado, o diretório, muito próximo da unanimidade, rejeitou a proposta de abrir mão da candidatura própria e elegeu o prefeito com grande maioria de votos, distante do PT.
Velha carteira
Faz 80 anos que o presidente Vargas e o ministro Melo Franco assinaram decreto instituindo a carteira do trabalho, o que seria, a partir de então, um instrumento de defesa e segurança do operariado.
Pois, passado esse tempo, admite-se que alguns milhões de trabalhadores, mergulhados na informalidade ou em regime semi-escravo, suam sem o documento. E, pior, não há uma pesquisa séria para se saber quantos realmente estão nessa situação.
Logo depois
Entrevistado, na madrugada de ontem, na Rede Vida, o presidente estadual do PSDB, deputado Marcus Pestana, disse que, passada a convenção nacional, prevista para maio, o partido vai ”mergulhar fundo” nas questões mais complexas da atualidade brasileira, e mostrar que o projeto de Aécio Neves tem consistência para encaminhar soluções. Mas, independentemente de ver todas as virtude na candidatura do senador mineiro, Pestana também acha que fará bem ao País assistir, em 2014, a uma disputa plural, da qual participem Marina, Dilma, Eduardo, Buarque e quantos mais vierem.
Quantos são?
Por causa dos muitos recursos em tribunais e pelo fato de o TSE não providenciar uma divulgação oficial, ficaram muitas dúvidas em relação aos integrantes da sinistra lista dos fichas-sujas. Na verdade, bem contados, eles são 155, dos quais 13 de Minas.
Para despertar
A Universidade Federal tem, hoje e amanhã, um seminário para debater questões do desenvolvimento regional, do qual se espera que lideranças da Mata reativem ações já propostas em encontros anteriores. É preciso insistir nas vias políticas para que os objetivos sejam alcançados.
Não pode nem deve ser tarefa confiada apenas a deputados e prefeitos. O novo seminário terá alcançado grande êxito se conseguir engajar na luta por antigas reivindicações os empresários, entidades representativas, sindicatos e estudiosos dos problemas regionais.
O reitor Henrique Duque tem insistido ser um entusiasta da ideia. O que já é um bom começo.
Protagonistas
Os exemplos são muitos e as consequências funestas. As coligações partidárias precisam ser celebradas em bases mais sérias e menos dependentes de interesses circunstanciais. Esta devia ser uma preocupação imediata, de forma que as eleições do próximo ano contassem com acordos mais claros e sérios.
O primeiro objetivo a ser perseguido é vencer o que hoje se caracteriza por total ausência de critérios para a celebração de coligações, que se fazem à revelia de mínima identidade ideológico-programática, mas apenas refletem fusão de conveniências. Disso resulta que o eleitor entra em cena como protagonista de farsas.
Os convencionais
Outra questão, nesse mesmo campo, diz respeito ao papel dos convencionais, cuja missão acaba reduzida a referendo das escolhas e decisões que lhes chegam prontas dos gabinetes. Não há discussões pelos plenários, que nada podem fazer a não ser dizer amém, contribuindo para acentuar a artificialidade das coligações.
(( publicado também na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))
terça-feira, 19 de março de 2013
Prioridade
Sem tempo hábil para se organizar em todo o estado, nem mesmo entre os principais municípios, o PTB deverá optar pelos 50 maiores, como base de sua reorganização imediata. O número não é uma escolha aleatória, pois é naquela faixa que se concentra a metade do colégio capaz de definir uma eleição.
No ano passado, o mesmo procedimento havia sido adotado pelo PSDB.
Caso local
Em Juiz de Fora, o PTB foi estruturado, nos últimos três anos, com base em projeto de apoio ao prefeito Custódio Mattos, e ocupou uma subsecretaria, sob influência direta do presidente nacional do partido, Roberto Jefferson, que ainda está no comando, mas não se pronunciou sobre a nova administração municipal.
Espantoso
Assunto prioritário nos meios diplomáticos do continente: Na área de inteligência militar argentina circula uma informação 1-A-1 acerca dos procedimentos ante e pós fúnebres do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. A revelação bombástica é que o corpo exibido, cheio de sigilo e segurança, em um caixão bem lacrado, não era de ser humano deformado por um câncer. O cadáver seria boneco de cera. O simulacro de um Chávez “embalsamado”.
Grande susto
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, amiga de Chávez, estava escalada para fazer o discurso político do velório. Mas se sentiu enganada no momento em que chegou perto do “defunto”. Ficou tão revoltada e contrariada, que arranjou desculpa para voltar urgentemente ao seu país.
Ela teve um choque emocional, visível na televisão, quando se viu envolvida na farsa montada. Não acreditando no que seus olhos lhe mostravam, antecipou a viagem de volta.
Voto de legenda
Mais uma previsão, entre muitas, para figurar na pauta da reforma prometida para abril. Trata-se do voto de legenda, isto é, o voto que o eleitor dá no partido de sua simpatia, sem indicar nomes de candidatos. É um voto importante, porque compõe o patamar exigido para que o partido eleja o deputado ou vereador. Mas nem por isso sua influência é examinada com maior interesse.
Exemplo recente
Tome-se por base a eleição de vereador em 2008, que veio confirmar a tradição de falta de expressão do voto de legenda. Naquele ano, PT do B e o PRTB foram os que tiveram pior desempenho, com 22 e 41 votos, respectivamente. Em apenas um caso, os votos de legenda (622) foram superiores aos votos nominais (425), caso do PSTU, o que significa que o votante tinha mais interesse naquela sigla de esquerda radical, quaisquer que fossem os candidatos. Em 2012 as diferenças foram mínimas, com 25.924 votos em legenda.
Os grandes ganham
Os maiores partidos são, invariavelmente, os que recebem maior volume de votos de legenda. Ainda em relação aos vereadores de 2008: o campeão foi o PT, com 10.197, enquanto seus candidatos tiveram 19.966, seguindo-se o PSDB, com 5.996 legendas em coligação com o DEM e o PRB, e os candidatos coligados ficaram com 18.746 votos. O PMDB veio em terceiro lugar: 4.385 e 30.823 nominais.
Velho problema
O estado não foge à tradição de fechar o primeiro trimestre com graves problemas provocados pelas chuvas, que já mataram 16 pessoas, desabrigaram centenas e causaram destruição material com um volume de prejuízos ainda não calculado. Os primeiros trimestres do ano sempre foram assim.
Em Minas, as consequências das chuvas talvez fossem minimizadas se houvesse mais cuidado com os rios poluídos, sem dragagem e com capacidade cada vez menor de receber as águas pluviais. É um trabalho que raramente se faz na bacia hidrográfica do estado.
Por etapas
No esforço de levar o ministro Pimentel ao governo de Minas, o PT procura remover obstáculos que possam comprometer sua aliança com o PMDB. E não se pode dizer que está errado, porque afastar pedras do caminho é parte do jogo. O primeiro passo foi levar o presidente peemedebista, Antônio Andrade, para o Ministério da Agricultura. O passo seguinte, que deve exigir mais suor, é fazer o senador Clésio Andrade desistir da ideia de levar o PMDB a disputar o governo em faixa própria.
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À revelia do prefeito, mas de utilidade para ele e sua equipe, alguns poucos mas experientes peemedebistas andam conversando sobre a possibilidade de se promover, ainda neste semestre, uma reunião dos partidos que compuseram a aliança que o levou à vitória em outubro do ano passado. Certamente sob o comando do PMDB, partido ao qual Bruno se acha filiado, os apoiadores teriam oportunidade de avaliar sua participação na administração nestes primeiros três meses, bem como o que têm a sugerir e, principalmente, o que podem oferecer para facilitar a nova gestão. Primeiro passo seria um plano coordenado de atuação da bancada governista na Câmara.
Mas, por hora, tudo se restringe ao campo das cogitações.
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(( publicado também na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))
segunda-feira, 18 de março de 2013
Convivência
Costumam dizer que o PT caracteriza-se por divergências internas, mas não é só ali que ocorrem problemas entre os grupos e correntes que disputam o poder. Na verdade, seria melhor afirmar que essa é uma dificuldade vivida por quase todos os partidos.
Em Minas, o PSDB além dos problemas que enfrenta com os correligionários paulistas, tem agora que superar descontentamentos com a possibilidade de Saraiva Felipe assumir a presidência estadual, vaga com a ida de Antônio Andrade para o Ministério da Agricultura.
Alternativa
No PT, em clima de lançamento da candidatura de Fernando Pimentel ao governo de Minas, surge a primeira resistência interna. O grupo que pretende um projeto mais identificado com o programa petista parte para lançar Chico Simões, ex-prefeito de Coronel Fabriciano.
A questão imediata para os petistas é, pois, vencer essa proposta alternativa, antes que ela avance para a dissidência.
Campo livre
Outro partido em fase de decisão interna importante é o PSB, até agora sob o comando do ex-ministro Mares Guia. O deputado Júlio Delgado é o nome em cogitação, mas ele, para aceitar, impõe uma condição que não tem aceitação unânime: quer liberdade total para reorganizar o partido.
Atualmente, o deputado preside a comissão provisória do PSB em Juiz de Fora, que terá de deixar, se for para a direção estadual.
Desinteresse
Resta uma semana para que os faltosos das três últimas eleições regularizem sua situação na Justiça, sob pena de perderem o tútulo. Preocupa saber que, aberta a temporada de regularização, apenas 1% foi ao cartórios. São 7 milhões de faltosos.
Quando se fala do desinteresse dos eleitores, logo vêm à tona duas explicações para justificá-lo: baixa qualidade da grande maioria dos políticos e a obrigatoriedade do voto.
Que perfil?
Passados os três primeiros meses de trabalho, ainda não é possível traçar o perfil da nova legislatura municipal, embora alguns poucos vereadores se sobressaiam. O que vai permitir conhecer melhor a Casa é o tratamento que se dará ao Executivo, e a oposição (quantos vão integrá-la?) ainda não tem liderança definida.
Ação regional
Apostando na capacidade de o governador Antônio Anastasia e o senador Aécio Neves motivarem o eleitorado da Zona da Mata, o PSDB e seus aliados deverão promover uma concentração regional em agosto, quando farão a apresentação das candidaturas: Aécio para a presidência da República e Anastasia para o Senado.
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O professor chinês Kuing Yamang profetiza a falência total da Europa, principalmente por se criarem ali sociedades que, ajudadas pelo governo, preferem não trabalhar. O que, aliás, não é só na Europa.
Diz Yamang:
“A sociedade europeia está em vias de se autodestruir. O seu modelo social é muito exigente em meios financeiros. Mas, ao mesmo tempo, os europeus não querem trabalhar. Só três coisas lhes interessam: lazer/entretenimento, ecologia e futebol na TV! Vivem, portanto, bem acima dos seus meios, porque é preciso pagar estes sonhos” ...
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Mandatos perpétuos
Houve quem recomendasse, há dias, que todos os partidos seguissem o exemplo do PT e discutissem a limitação da duração dos mandatos parlamentares, embora não se conheça, em qualquer época, disposição do Congresso de limitar o direito de deputados e senadores se reelegerem indefinidamente. É um dos assuntos do Index fechado das lideranças. A resistência está exatamente no fato de o parlamentar usar o mandato para ganhar o próximo, o que permite casos como o de José Sarney, há 50 anos na bancada do Maranhão.
O projeto de limitação é do mineiro Reginaldo Lopes, que propõe em quatro o número de mandatos para o deputado e três para o senador.
A recondução
O projeto do presidente do PT de Minas esbarra em algumas resistências, uma das quais levantada por outro mineiro, Bonifácio Andrada, que define a proposta como forma de limitar o direito de o cidadão reconduzir quem acha que merece, com base na experiência adquirida. Mas a intenção do autor é dar ao eleitor a oportunidade de renovar a representação política, porque entende que sem isso as grandes reforma não andam.
((publicado também na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))
domingo, 17 de março de 2013
Insustentável
Por mais que queira respeitar o direito do PSC de indicar o presidente da Comissão de Direitos Humanos, cargo confiado ao deputado Marco Feliciano, alvo de vigoroso protesto nacional, a Câmara terá de exigir a escolha de outro parlamentar, sob pena de a Comissão não poder funcionar e suas decisões serem desconsideradas.
Mais uma contra o indigitado deputado. Apareceu o vídeo em que ele se apossa do cartão de crédito de um fiel de sua igreja evangélica, e logo protesta, porque lhe foi dada a senha incorreta...
Sem mudança
Expira hoje o prazo para que a direção estadual do PDT se pronuncie sobre a renovação do comando do diretório em Juiz de Fora. Uma das alternativas é manter a mesma executiva, presidida por Vitor Valverde e o vice, Renato Loures, dirigindo até junho, quando o presidente retorna do Exterior.
Os tucanos
É provável que o PSDB tenha concluído, nas próximas 48 horas, as consultas para a formação de sua nova executiva. Todos os nomes já cogitados podem sofrer mudanças, mas em relação à presidência é certo que a escolha caminha para o suplente de vereador Eduardo Schroder.
Cogitado
Ainda sob as reservas que evitam precipitações, o Rede da Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, avalia nomes de Juiz de Fora que podem se encarregar da tomada de assinaturas para a formação do novo partido. É tarefa confiada ao ex-deputado José Fernando de Oliveira. Fala-se de um empresário ou profissional liberal com experiência já vivida em outros partidos.
Preocupação
Certamente por estarem informados por seus deputados sobre o “risco iminente” de as coligações partidárias estarem chegando ao fim, andam preocupados os partidos habituais frequentadores das sobras dos maiores. Não teriam como sobreviver sem o adjutório que tomam nas votações das grandes legendas. Mas as deformações são tão evidentes, que espanta já não terem o Congresso e os tribunais cuidado de removê-las. Se não por outras razões, ao menos pelo que elas representam de violência contra a vontade popular. Para motivá-los não faltariam centenas de casos consagrados em todo o País, sem que Juiz de Fora pontifique em exceção, pois há aqui, sem mandato, candidatos derrotados, embora mais votados que vários dos atuais vereadores.
Falsa garantia
Ineficaz também se mostra o argumento de que é preciso garantir nos parlamentos algum espaço para as siglas mais modestas. Essa garantia quem tem o direito de conferir é o eleitor, apenas ele, não as maquinações e manobras numéricas baseadas em quocientes eleitorais. Não há autenticidade de representação que não se origine na decisão dos cidadãos no gozo de seus direitos.
Como fica?
Empossado o presidente estadual do PMDB, Antônio Andrade, no Ministério da Agricultura, a pergunta que abre a semana para os políticos mineiros é como ficará o partido em relação ao governo tucano de Anastasia. Até hoje,a grande maioria da bancada na Assembleia e o governador têm mantido boa convivência e mútua colaboração. E agora, como fica?
O cargo dado ao deputado mineiro só tem uma explicação: abrir brecha no PMDB e facilitar aliança para a candidatura do petista Fernando Pimentel ao governo de Minas.
Lula ensina
Assessores encarregados de preparar os pronunciamentos do ex-presidente Lula precisam intensificar os ensaios e pedir ao orador mais cuidado com as referências históricas, já que ele aprecia incursionar corajosamente nesse campo. Em recente improviso que cometeu, na solenidade de posse da diretoria do Sebrae, ensinou que “a atual crise é maior que a crise de 1929. E temos que reconhecer que o Roosevelt só conseguiu resolver a crise de 29 por causa da II Guerra Mundial. E eu não admito que uma guerra, para resolver um problema econômico, tenha 6 milhões de mortos".
Erros históricos
Apesar desse discurso, Roosevelt e a crise de 29 nada tiveram a ver com a Guerra Mundial. E os mortos chegaram a 52 milhões, diferentemente das contas de Lula, que reduziram as perdas do conflito a 6 milhões.
Haverá quem diga que são detalhes que a grande população ignora. Mas é exatamente por isso que um ex-presidente tem de informar corretamente.
Quase teleférico
Em 17 de março de 1973, 40 anos passados, o prefeito Itamar Franco abria concorrência pública para a construção de um teleférico, cujo projeto estava dividido em duas etapas: a primeira ligaria o Parque Halfeld ao Morro do Redentor; a segunda do Morro ao campus da Universidade Federal. No dia 11 de junho, abertas as propostas, venceu a alemã Pohling Heckel, com custo de 7,5 milhões de cruzeiros, contra a segunda colocada, representada pelo consórcio italiano Agual, que pediu 10,7 milhões. A empresa vencedora anunciou que a primeira fase do teleférico funcionaria dentro de nove meses. A obra nunca foi iniciada e não se tocou mais no assunto.
(( publicado também na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))
quinta-feira, 14 de março de 2013
Data oportuna
O dia 15 de junho seria o ideal para que o PSDB lançasse formalmente a candidatura do senador Aécio Neves à presidência da República, segundo o entendimento de algumas eminências do partido. O que, na verdade, é outro ponto de discordância, porque os que têm pressa acham que é preciso arregimentar logo as forças políticas de apoio; os mais calmos não querem colocar o candidato exposto ao sol e à chuva por muito tempo.
Nova fase
O prefeito Bruno e o comando do PMDB vão iniciando uma fase de maior entrosamento, devendo tornar mais frequentes as reuniões, porque o partido, dentro de pouco tempo, começa a ser chamado a se pronunciar sobre as eleições do próximo ano. Juiz de Fora será um centro de referência importante para os peemedebistas mineiros.
Quem manda
Há tempos, quando se perguntava a um raposa da política mineira sobre o partido político mais forte, seria capaz de dizer que era o PL; não o Partido Libertador, mas o “Palácio da Liberdade”, referência irônica ao poder de decisão da sede do governo, que podia vencer qualquer eleição.
Hoje, mesmo que na sua essência a questão seja a mesma, o que se diz é que quem está mandando é o PAA, que significa ”partido” de Aécio e Anastasia.
Centenário
Há cem anos nascia, no interior de São Paulo, o jurista Luiz Antônio Gama e Silva, que se tornou conhecido como ministro da Justiça do governo Costa e Silva. Defensor da ditadura, ele inspirou e redigiu o rigoroso Ato Institucional 5, que cassou muita gente e fechou o Congresso Nacional. Talvez por isso a data passe sem maiores comemorações.
Supremo lotado
Numa fase em que retoma seu prestígio, graças principalmente ao ministro Joaquim Barbosa,o Supremo Tribunal Federal não escapa da acusação de ceder à tentação do empreguismo, problema que Barbosa pode tentar remover agora, no exercício da presidência da corte, mesmo sabendo que talvez isso seja tão difícil como condenar a turma do mensalão.
Folha poderosa
O professor de direito Marco Antônio Villa fez uma pesquisa, chegando aos seguintes números: “no Supremo são quase 3.000 funcionários, entre efetivos e terceirizados. Não é improvável que, se todos comparecerem no mesmo dia ao trabalho, as instalações do STF não sejam suficientes para abrigá-los. Como são 11 ministros, a média é de 272 funcionários para cada um. E o mais o estranho: são funcionários que não estão diretamente vinculados à função precípua de julgar, como as 235 recepcionistas e os 403 seguranças, o que custa para a União uma bagatela da ordem de R$ 500 milhões ao ano”.
Novo livro
O Círculo Monárquico, que em Juiz de Fora tem expressão, poderá convidar o príncipe dom Bertrand de Orleans e Bragança a participar de uma tarde de lançamento de seu recente livro, que, pelo título, promete ser dos mais polêmicos: “Psicose ambientalista”.
“Provisório”
Na política, mais que em qualquer outro campo da atividade humana, é preciso cercar de cuidados o verdadeiro sentido da provisoriedade. Ainda agora, feitas muitas consultas em Belo Horizonte, é possível saber que a maioria dos partidos vai manter em Juiz de Fora suas comissões provisórias, desinteressados da criação de diretórios. Neste mês, em geral escolhido para a formação dos novos comandos partidários, apenas PSDB e PSB vão formar executivas em diretórios.
Na história
É preciso cautela com as coisas que são anunciadas e prometidas sob o rútulo do provisório. O golpe de Floriano seria passageiro; Getúlio intitulou-se chefe de um governo “provisório”, que acabou durando 15 anos. Quando Castello Branco assumiu, apenas para reorganizar o País e prometer eleições 12 meses depois, nada mais fez que inaugurar uma ditadura que durou 20 anos.
Inesquecível também a tragédia de 85. Sarney assumiu “por cinco dias”, apenas para esperar Tancredo Neves sair do hospital. E ficou cinco anos!
Cem prefeitos
Para um encontro, no Première Park, com o secretário de estado da Saúde, Antônio Jorge, nada menos de uma centena de prefeitos deve desembarcar hoje em Juiz de Fora. A se confirmar esse número, será um recorde. O tema central do encontro é a revisão do quadro da política sanitária em Minas.
(( publicado também na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))
quarta-feira, 13 de março de 2013
Melhor notícia
Já que está em pauta a possibilidade de o próximo mês abrir a tramitação da reforma política, o melhor que pode acontecer é ser acatada a proposta de junho do ano passado da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que recomendou acabarssemsswm com as coligações partidárias em eleição proporcional, isto é, para eleição de vereador, deputado estadual e deputado federal. Continuaria valendo, ainda como parte das conclusões da Comissão, que os partidos se coligassem na majoritária, que escolhe prefeito, governador e presidente da República.
As barreiras
Mas há dificuldades, pois a eliminação dessa prática que contempla os partidos de aluguel depende dos plenários do Senado e da Câmara, onde muitos parlamentares sobrevivem graças à carona que tomam nas coligações. Contudo, foi dado um passo importante, e ideal é que a sociedade se manifeste e faça o Congresso andar ligeiro. As coligações são o aleijão da democracia representativa.
Só eleição
Basta conferir o noticiário dos últimos meses para confirmar: a sucessão presidencial está na ordem do dia desde que foram apuradas as eleições municipais do ano passado. Parece que a classe política só pensa em eleição, ainda que o País esteja precisando de tantas reformas estruturais, inclusive a política. Mas o que interessa a eles é apenas a parte que trata de eleição. O tempo passa e o Brasil cada vez mais em passos lentos.
Responsabilidade
O PMDB mineiro já não tem mais dúvida de que ganhou uma cadeira no Ministério. E acha que seu presidente estadual, deputado Antônio Andrade, está com um pé na Agricultura. Se for este o seu destino, terá responsabilidade histórica, porque o último mineiro que esteve no cargo, Alysson Paulinelli, ficou consagrado como o melhor ministro que por lá passou.
Morte banalizada
Faz um ano que saiu aqui, e é lamentável que a nota possa ser reproduzida sem que perca a atualidade: “O cotidiano das pessoas tem se tornado mais violento e cruel. Já não se mata por questões graves, mas muitas vezes por inspiração de banalidades. Tira-se a vida até por causa de um cálice de bebida negada ou um guardanapo não oferecido. Os crimes contra o patrimônio vulgarizam-se de tal forma, que as vítimas chegam a ironizar a carência de proteção a que estão condenadas: marcam expediente para assaltantes, fixando dia e hora para a visita indesejável”.
E pior....
“O crime se organiza nos bairros e os jovens bandidos são capazes de invadir casas e clubes à caça dos inimigos que acabaram de ferir para concluir o ajuste de contas. Os juristas têm de explicar, com sinceridade, sem meras divagações acadêmicas, se é com tolerância em relação aos bandidos menores de idade que vamos vencer a escalada da violência. Não se queira fazer a apologia da violência semítica – olho por olho, dente por dente – mas é irrefutável que a lei tem que ser mais pesada sobre os criminosos. São eles que o exigem”.
Data certa
Já em fase final de consultas, o PSDB pode marcar o dia 27 próximo para a eleição e posse de sua executiva municipal, com a certeza de que haverá mudanças em todos os cargos. Seja quem for, será resultado de consenso entre as correntes mais influentes do partido.
Força na base
Por falar nos tucanos e sua participação nas articulações para a disputa presidencial de 2014, o deputado Marcus Pestana diz ter chegado a uma conclusão que considera importante: consulta em todos os estados revela que a candidatura de Aécio Neves é aceita pelos parlamentares, não necessariamente apenas do PSDB.
Lacerda
Em Belo Horizonte, o PT afirma dispor de pesquisa na Zona da Mata indicando que na região, tirante Fernando Pimentel, o nome que tem melhor aceitação para a sucessão de Antônio Anastasia é o atual prefeito da capital, Márcio Lacerda. Vários políticos consultados dizem que não ficaram sabendo de tal pesquisa.
Desgaste
O PSC decidiu pagar pra ver, e prestigiar seu deputado Marco Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos, que está sob uma tempestade de protestos, por causa de suas atitudes preconceituosas em relação a minorias.
Mas esse partido, pequeno e sem maiores conquistas a serem preservadas, pode se dar ao luxo de ignorar protestos.
Andou perto
Na política, quem está acostumado a analisar a periferia dos fatos, não apenas o centro dos fatos, admite que, ontem, o Vaticano esteve muito próximo de ter um Papa brasileiro. Só não aconteceu por questão de detalhes, que teriam se colocado acima das conveniências que se centravam no cardeal de S.Paulo, dom Odilo, muito mais expressivo para a Igreja latino-americana que o argentino Francisco. O novo Papa teria entrado por obras das exclusões. É uma opinião.
(( publicado também na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))
terça-feira, 12 de março de 2013
Para decidir
Dois partidos – PSDB e PSB – vão entrar na segunda quinzena cuidando de convocar seus filiados para a renovação dos diretórios municipais, o que terá de acontecer ainda neste mês. Conversa-se muito e a tendência é de mudanças, nem que sejam apenas para a presidência.
Dispensável
Na madrugada de ontem, participando do programa Roda Viva, da TV Cultura, o deputado Roberto Freire, presidente nacional do PPS, explicou a inépcia dos partidos de direita no Brasil, que não aparecem e nada fazem. Diz ele que os governos de Lula e Dilma trabalham tanto para os interesses da direita, que os partidos nem precisam se movimentar.
Outro ponto que Freire destacou na entrevista, e quanto a este também não cabe discordância, é que os partidos políticos jamais voltarão ao seu modelo antigo. Dá a entender que vão piorar cada vez mais.
Consulta
O PMDB vai começar, pelos municípios que recentemente elegeram os prefeitos, uma enquete destinada a aferir tendências sobre a conduta a ser adotada na campanha presidencial do próximo ano. Já se percebeu o interesse do comando nacional por uma aliança com o PT. Portanto, sem candidato próprio.
Coerência
A questão ainda não é discutida, mas, quanto a Juiz de Fora, é difícil acreditar que o partido se posicione diferentemente do que adotou no ano passado, quando o diretório derrotou, de uma só vez, tanto o fim da candidatura própria como a aliança com o Partido dos Trabalhadores. Que argumentos seriam levantados para explicar profundas mudanças em tão pouco tempo?
Viva o delator
No ano passado, a comissão especial do Senado que propôs alterações no Código Penal incluiu, entre elas, a premiação, pela redução da pena, do sequestrador ou assassino que fizer a gentileza de delatar seu comparsa. Ainda agora, o prêmio foi acenado para o jogador Bruno, que se envolveu na complicada morte de sua namorada. Portanto, já se pratica o que os senadores haviam sugerido.
Discordância
Há juristas, entre eles vários estrangeiros, que continuam se manifestando claramente contra a delação premiada. Primeiro, pela própria natureza do crime que se pratica, ele não pode receber qualquer tipo de premiação; segundo: e quando for apenas um criminoso,a pena será mais pesada por não ter ele a quem delatar?
Recorde
Considerada a importância do momento para a Igreja Católica, além do fato de que é a primeira vez, em seiscentos anos, que se elege um Papa estando vivo seu antecessor, a posse do novo pontífice já está sendo esperada como a que contará com o maior número de estadistas em toda a história.
Na defesa
Na contramão da amargosa experiência que a Europa tem vivido nos últimos meses, nossa defesa se faz no ataque: nada economizamos (ainda agora se revela que entre quatro brasileiros apenas um faz poupança), e o governo procura desestimular os poupadores, remunerando-os com um juro medíocre. Sinaliza para um consumismo desmedido, em que carros, motos e eletrodomésticos lideram as corridas às liquidações ou às prestações “a perder de vista”.
Assistencialismo
O eleitorado do Nordeste vai continuar desempenhando papel decisivo na eleição de 2014, porque é a região que se revela mais acessível à política assistencialista do governo. Essa política, pela própria característica que assumiu, consegue até ressuscitar o velho coronel, que vem agora na figura do prefeito.
Por mais que os eleitores tenham marcado progressos na sua capacidade de avaliação dos candidatos, milhares deles ainda são, ao mesmo tempo, agentes e vítimas dos obséquios imediatos, como diria Victor Nunes Leal, em seu “Coronelismo, Enxada e Voto”: “Arranjar e prometer emprego, emprestar dinheiro, influenciar jurados, providenciar médico ou hospital, dar pousada e refeição, batizar filho,apadrinhar casamento, compor desavenças e proteger indicados na prefeitura”.
(( publicado também na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))
segunda-feira, 11 de março de 2013
Compromisso
Não se trata de novidade, porque é assunto que já frequentou o Tribunal Superior Eleitoral no ano passado. É sugestão que parte de assessores ligados aos ministros: os que deixaram de participar das três últimas eleições e não justificaram a ausência estariam perdoados das multas que sofreram, desde que assumam o compromisso de estarem presentes em 2014.
A questão é como fazer os faltosos cumprirem o prometido. Quem faltou a três, tem tudo para faltar a quatro.
Indébita
Os tucanos, e mais ainda seu presidente em Minas, Marcus Pestana, estão protestando contra o que consideram deselegante apropriação praticada pela presidente Dilma. Explicando: seis meses atrás, um projeto de lei do PSDB destinado a desonerar de tributos a cesta básica foi vetado integralmente pelo governo. Mas, agora, sem qualquer inovação na matéria, Dilma toma a ideia para si e assume a simpática desoneração.
Boa reação
Há uma queixa generalizada entre prefeitos sobre os pequenos recursos que lhes são transferidos pelo Fundo de Participação de Municípios. Mas nem todos. Observe-se que os que se enquadram na escala 0,6, e aí está a maioria dos vizinhos de Juiz de Fora, conseguiram bons resultados. Por exemplo, Pequeri, que em fevereiro do ano passado recebeu R$R 289,7 mil; um ano depois, recebe R$ 577,5 mil.
Paralelos
Quando se fala em eleição de 2014, prevalece a certeza de que a internet vai acentuar substancialmente sua influência junto aos eleitores. De certa forma, concorrendo com os partidos políticos, além de integrar o progressivo fortalecimento de setores da sociedade sem tendências partidárias, mas muito influentes.
Novas vozes
Na verdade, vêm surgindo novos e poderosos instrumentos de reflexão e debate, todos vindos de setores organizados, com capacidade de mobilização, e realmente vão contribuindo para deixar à margem os partidos organizados, lançando ideias por via direta. As donas de casa, os ambientalistas e os homossexuais, entre muitos outros, são exemplos dessa evidência.
A renovação
Deve estar na memória de todos a importante decisão tomada no ano passado pelo PT, que, aliás, devia ser acompanhada pelos demais partidos. Foi em junho. Decidiu aprovar, no conjunto das reformas do seu estatuto, limites para a reeleição. Vereadores e deputados só poderiam exercer três mandatos e dois para os senadores.
Triagem
Revelou-se a salutar preocupação com a renovação dos quadros. Assim,entrando o segundo semestre, quando as candidaturas começam a ser analisadas, os petistas deviam iniciar o levantamento de seus deputados e senadores veteranos, que precisam arrumar as malas e preparar o pijama.
Debandada
Ontem, em Brasília, já estavam sendo estudadas as providências para o Congresso enxugar e apressar a pauta das votações inadiáveis, por causa da Semana Santa. Nada a ver com a discutível e rara religiosidade dos parlamentares. É que, sempre atentos às brechas do calendário, não resistem à tentação de escapar de Brasília.
Duvidoso
A Lei 11.445, que levou o governo federal a estabelecer as bases do plano nacional de saneamento, determina, entre suas exigências, que as comunidades de cada município diretamente envolvidas elejam seus representantes para a discussão das obras a serem executadas. Tem tudo para levar à suspeita de que o objetivo é adiar, tanto quanto possível, a destinação dos recursos. Quanto mais se discute, mais demorado e melhor.
Necessidades
São raros os municípios e os moradores de bairros que não conhecem, há anos, o que deve ser feito. No caso de Juiz de Fora: é preciso formar conselhos comunitários para saber que nosso gargalo é o tratamento dos esgotos domésticos e industriais que degradam o Rio Paraibuna?
Bem sucedido
A leitura dos documentos agora liberados sobre presos políticos de Minas no período da ditadura militar mostra que o atual prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, esteve durante quatro anos nas celas de Linhares, onde uma ala era especialmente dedicada aos acusados de tramar contra as instituições. Lacerda, identificado como ”Gringo”, em quem a ditadura via um perigoso criador de resistência armada, saiu de Juiz de Fora para logo depois atuar no mercado de eletrônicos, transformando-se num dos milionários mais discretos do País.
(( publicado também na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))
domingo, 10 de março de 2013
Relatoria
O PT mineiro tem uma segunda-feira importante, pois pode ser decido hoje a quem, entre seus nove deputados federais será confiada a relatoria do orçamento do exercício de 2014. A missão caberá a um petista, porque há o acordo de rodízio com o PMDB. Entre os nove, dois recém-chegados são citados: Nilmário Miranda e Margarida Salomão.
A função de relator é uma das mais cobiçadas da Câmara.
Preventivamente
O segundo trimestre, exatamente em razão das dificuldades conhecidas, e por termos grandes interesses na Europa, sugere que seja recebido com devidas cautelas. As lideranças políticas estarão corretas se tomarem em conta o fato de nós, brasileiros, ainda que não sejamos os atores principais, também deixamos de ser meros figurantes no drama do Velho Mundo. Dessa situação decorre que algum tipo de problema pode atravessar o oceano e bater à nossa porta. Da mesma forma que não convém o catastrofismo, é preciso adotar cuidados, a começar pelo governo, sendo mais prudente e menos generoso nos gastos com as engrenagens burocráticas.
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Há muitas queixas da população, por causa dos buracos e grades quebradas do Calçadão da Rua Halfeld. Um problema que não existiria se aquele piso se limitasse a servir a pedestres, não a esses antipáticos brucutus das transportadoras de valores. A prefeitura, ao realizar o conserto, devia enviar a conta para as empresas responsáveis.
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Qual o rumo?
Já agora conhecida publicamente a disposição do reitor Henrique Duque de iniciar carreira política, disputando uma cadeira de deputado federal, fica a pergunta, que talvez neste momento nem ele tem como responder. A que partido se filiaria?
Analisado o aspecto político-eleitoral, o PSDB seria uma rota prioritária; sem novidade, porque há dois anos os tucanos já o tinham como opção para a prefeitura.
Protesto
Oswaldo Braga, que de Juiz de Fora liderou movimento estadual de defesa dos direitos de homossexuais, somou seu protesto aos de muitas entidades contra a eleição do deputado Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos, por ser um crítico severo das mesmas minorias que, em tese, teria de defender.
Mas não é só isso. O deputado também é acusado de estelionato. Subtraiu R$ 13,3 mil de um show evangélico.
Passeata
No sábado à tarde o Calçadão da Rua Halfeld assistiu a uma passeata de cem estudantes e representantes de entidades protestando contra a eleição de Feliciano para a presidência daquela comissão. Cartazes faziam referência à homofobia, que tem no deputado um lídimo representante.
Objetivamente
… o que ficou das comemorações do Dia Internacional da Mulher foi a retomada da campanha para a instalação da Vara da Violência Doméstica. Um movimento que, aliás, devia se estender aos maiores centros mineiros. Trata-se de uma grande carência, pois o estado tem apenas duas dessas varas funcionando, mas são necessárias 40.
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Para quem conversa com alguns dos principais integrantes da nova Administração é fácil ouvir queixas sobre o volume de compromissos deixados pela gestão anterior. A mais recente refere-se ao atraso no pagamento das contas de telefones, acumuladas desde setembro. O que se comenta é que o prefeito está assustado. Indaga-se a razão de esse quadro preocupante não ter sido denunciado pela equipe de transição, supondo-se que os números sombrios já estavam expostos naquele momento.
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Receita ideal
Talvez seja por tentar esvaziar os protestos que marcaram e ainda marcam sua eleição, os presidentes do Senado e da Câmara acenam com abril como o mês adequado para incluir na pauta a reforma política. Daí a dúvida e a razão de se perguntar se há sinceridade na expectativa prometida.
Se verdade, o primeiro passo seria considerar que, sendo vários os itens para discussão, antes deles é preciso definir se devem ser tratados caso a caso ou por atacado.
Choque ou gotas?
O que seria mais facilmente aceito por um Congresso que mantém nítidas as marcas do conservadorismo? O tratamento de choque ou aplicar doses homeopáticas? A reforma viria num grande pacote ou item por item? São muitas as dúvidas quanto a tais questões.
Quando se conversa com deputados influentes, eles reconhecem a ausência de consenso. É o caso do financiamento público das campanhas eleitorais, consideradas tema de abertura dos debates. Como seriam divididos recursos iguais para candidatos de possibilidades desiguais? É a primeira entre muitas dúvidas.
(( publicado também na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))
quinta-feira, 7 de março de 2013
Um dia para a luta da mulher
O Dia da Mulher não entrou festivamente no calendário internacional, nem foi para consagrar artistas célebres ou gente famosa dos salões societies, mas para honrar a memória de pobres operárias moças e senhoras condenadas a morrer queimadas em uma fábrica, quando apenas manifestavam o desejo de alcançar benefícios salariais mínimos. Portanto, sendo uma data que congrega, une, renega diferenças e propõe a confraternização, ela pertence, antes de tudo, àquelas que são vítimas dos males e das limitações que ainda não puderam superar. E são muitas, são milhares de vítimas anônimas das diferenças, algumas crudelíssimas.
Tais questões, de cuja pertinência não se duvida, surgem mais estimulantes neste dia, como a despertá-lo para discussões sérias, menos românticas e sem as raivosas feministas de carreira. É preciso refletir sobre o que as mulheres esperam, sabendo-se que em relação a elas a sociedade será cada vez mais devedora que credora.
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Há quantos séculos elas lutam para ter acesso a decisões dos grupos humanos de que são parte? Muitos anos certamente, porque vêm de longe as restrições e discriminações, criadas até mesmo por alguns gênios da Humanidade, como Platão, que dizia ser o nascimento das mulheres uma punição dos deuses. O discípulo Aristóteles também negava a elas a condição de pessoa, assegurando que não tinham alma. E por aí andaram os desprezos sociais e a negação de direitos elementares, a ponto de se ouvir na Alemanha dos tempos de Guilherme II que a mulher se definia com três Ks - kirch, kitch e kinder: igreja, cozinha e filhos.
Deturpações ressuscitam de quando em vez. Hoje, o que está em pauta, de uma terrível atualidade, é a violência física e moral contra elas praticada em casa por homens deformados. E é neste ponto que certamente se ajusta uma reflexão nesta data, que não pode nem deve se limitar a um buquê de flores ou ao jantar sofisticado. É preciso conversar sério o muito que ainda tem de ser feito para o fim da violência contra elas.
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Uma palavra final em memória das grandes mineiras, corajosas e às vezes desafiando a própria morte, mas sem perder a suavidade dos ventos que sopram de nossas montanhas. Como Bárbara Heliodora, pungente dama do amor, que morreu louca, vagando pelas ruas de São João Del-Rey, declamando versos do namorado inconfidente, ou a bela Ana Joaquina de São José, Dona Beja, que administrou com talento o amor que dedicava a Joaquim da Silveira, e com isso conseguiu reverter para Minas 94.500 quilômetros do Farinha Podre, em Goiás. A ela e aos seus favores ficamos devendo o hoje próspero Triângulo Mineiro.
Cerco político
O prefeito Bruno trouxe, de Brasília, a notícia auspiciosa. Foi possível incluir no PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, recursos da ordem de R$ 138 milhões para obras viárias, reurbanização e preservação ambiental.
Segue-se a segunda fase, que é a montagem de uma base política de apoio para que se torne realidade a promessa do governo federal; porque, não raro, as boas notícias caem no esquecimento por falta de pressão política para que as verbas se concretizem.
Querer e poder
É comum ouvir alguém afirmar que no Brasil, mais ainda na área política, nada de resolve com protesto, o que não é exatamente uma verdade nem exatamente uma falsidade. Tome-se como exemplo o que acaba de ocorrer com a indicação pelo PSL do deputado Marcos Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Em pouco menos de cinco horas, uma chuva de protestos procedentes de todo o País inviabilizou a posse.
Como Herodes
Marcos Feliciano, um evangélico fundamentalista, tornou-se conhecido por atitudes preconceituosas, exatamente contra as minorias que teria de defender naquele cargo. A Câmara foi aceitando essa esquisitice, confiando à Comissão de Feliciano um papel bem parecido com uma maternidade que fosse administrada por Herodes.
Morosidade
Casos de morosidade conivente não faltam, quando se discute o destino de políticos corruptos. Um exemplo que de imediato ocorre é a Operação Pasárgada, que descobriu e conseguiu pôr a nu sujeiras na administração pública. Já vamos partindo para seis anos, e a Justiça permanece amarrada em si mesma, enquanto os bandidos ficam soltos, e alguns, mais afoitos, debocham da Lei e da sociedade, insinuando sua volta à vida pública.
Preventivamente
O segundo trimestre, exatamente em razão das dificuldades conhecidas, e por termos grandes interesses na Europa, sugere que seja recebido com devidas cautelas. As lideranças políticas estarão corretas se tomarem em conta o fato de nós, brasileiros, ainda que não sejamos os atores principais, também deixamos de ser meros figurantes no drama do Velho Mundo. Dessa situação, decorre que algum tipo de problema pode atravessar o oceano e bater à nossa porta. Da mesma forma que não convém o catastrofismo, é preciso adotar cautela, a começar pelo governo, sendo mais prudente e menos generoso nos gastos com as engrenagens burocráticas.
Composição regional
Sobre nota da coluna que nesta semana previu participação de políticos de expressão da Zona da Mata na eleição majoritária do próximo ano, o leitor Evandro, que não deseja ser identificado por completo, diz estar muito ligado a cientistas políticos, de quem teria ouvido que a previsão feita aqui tem fundamento parcial. Em suma: a chance da região estaria apenas em Marcus Pestana como vice de Márcio Lacerda.
Em crescendo
Se couber alguma credibilidade nas apostas que fazem políticos mineiros, pode ser tomado em conta que o deputado federal Antônio Andrade, presidente do PMDB estadual, voltou a figurar como o nome potencialmente pronto para ser convidado a assumir uma cadeira no Ministério de dona Dilma.
(( publicado também na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))
quarta-feira, 6 de março de 2013
História que se repete
É aquela história de sempre. Quando os serviços essenciais e indispensáveis falham ou escasseiam, o prejuízo é sempre da população. Em greve de ônibus não é diferente. Ou o usuário vai a pé para o trabalho, se esgota e se estressa, ou disputa o táxi raro e invisível, porque integra uma frota insuficiente, incapaz de enfrentar o pico ou uma situação de emergência.
Ontem, em seu segundo dia, a paralisação dos ônibus urbanos veio para confirmar: a população, sem nenhuma culpa, paga pelo pecado que não tem. Todos os demais acabam se saindo bem do episódio. Observemos:
Os rodoviários ganham, porque têm o salário reajustado. O poder público ganha, porque pode culpar os salários pelo reajuste da tarifa que tem de conceder. O sindicato dos motoristas e cobradores ganha, porque sai fortalecido. As empresas de ônibus ganham, pois robustecem suas planilhas para subir a tarifa, e vão faturar mais. A Justiça ganha, porque cumpriu seu papel, determinando o fim da greve, mesmo que sua decisão tenha sido solenemente ignorada.
No frigir dos ovos, o povo sai humilhado, pagando a conta do imenso festival de desordem aliado a uma monumental impunidade.
As lideranças
Em recente reunião de políticos indagava-se, sob a expectativa de que ainda não há resposta possível, sobre forças partidárias da cidade que vão entrar em campo para disputar o poder em 2014. Será a primeira eleição para governador e presidente da República estando ausente Itamar Franco, exatamente na faixa em que ele gostava de atuar, mais que em eleição de âmbito municipal. Seria, como foi em quatro décadas, a principal liderança local.
Gente nova
Mas é certo que já temos, antes mesmo de 2014, importante renovação no painel dos partidos, resultado de mudanças que vieram com a eleição do ano passado, a começar pelo PMDB, onde o prefeito Bruno substituiu o grupo que comandava o partido por quase quatro décadas. Mudança também veio no PSDB, quando Custódio Mattos não conseguiu manter a hegemonia do tucanato, e, além de perder novo mandato, foi deslocado pelo partido para servir na prefeitura de Belo Horizonte.
Também no PT
Talvez nem todos os petistas tenham examinado a extensão da mudança que começou a ser operada em seu partido, como duas consequências das eleições do ano passado, o que levou Margarida Salomão à liderança natural do PT, depois de longamente exercida pelo deputado Paulo Delgado, enquanto se dedicou à atividade partidária. Realmente duas consequências: a não eleição de Margarida para a prefeitura e, logo depois, sua investidura como deputada.
Conta sem chegar
Minas, quando está em tela sua dívida para com a União, assemelha-se aos pobres diabos que caem nas malhas de certas financeiras de “dinheiro fácil”, isto é, pagam mais do que devem e continuam devendo.
Na próxima semana, quando for a Brasília tratar do assunto com seus colegas governadores, Anastasia tem números a mostrar: em 1990 Minas devia R$ 14 bilhões, já pagou R$ 21 bilhões e ainda deve R$ 60 bilhões...
Para refletir
O secretário de estado da Defesa Social, Rômulo Ferraz, estará na cidade no dia 14 para participar da instalação do seminário “Violência Urbana em Juiz de Fora”. A proposta dessa iniciativa, que reúne OAB, prefeitura, Universidade e Instituto Vianna Júnior, é refletir sobre políticas sociais e projetos de caráter preventivo para a sociedade enfrentar o problema.
O distrital
Perguntados, em uma enquete, o que pensam sobre o voto distrital, 24 entre os 53 deputados mineiros concordaram com a inovação, desde que seja pelo sistema misto. O distrital puro e radical tem apoio de apenas quatro representantes de Minas.
Interessante foi a resposta do deputado Mauro Lopes: tanto faz...
Tudo é possível
Foi um espanto geral entre católicos a renúncia do Papa, atitude que não se via há mais de meio milênio. Pois nem passou um mês, e chegam dois espantos na área dos evangélicos. Seu deputado federal Marcos Feliciano virou, apesar de tudo, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, e o “bispo” Edir Macedo foi confirmado na lista das grandes fortunas. Feliciano é conhecido pelo horror que tem aos homossexuais e negros, a quem chama de “africanos amaldiçoados por Noé”. Edir, graças à generosidade de seus fiéis, passou a ser dono de uma fortuna de R$ 1,3 bilhão.
Ontem à noite, diante de tantos protestos, Feliciano foi destituído.
Preço de remédio
O deputado federal Marcus Pestana está propondo, por meio de projeto de lei complementar, um sistema integrado de compras na área de saúde. O que se pretende é reduzir os custos e facilitar negociações de aquisição de bens e serviços ligados ao SUS. Para instruir seu projeto, o deputado lembra que ”muitas vezes, municípios, estados e hospitais filantrópicos não dispõem de estrutura técnica competente para garantir qualidade nas especificações de equipamentos nos seus editais de licitação. Além de introduzirem custos muito elevados, as compras descentralizadas reduzem o benefício econômico que poderia ser alcançado por compras realizadas em escalas”, afirmou.
((publicado também na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))
terça-feira, 5 de março de 2013
Quem é responsável?
Ao ser anunciada para ontem a paralisação do transporte coletivo, como forma de os trabalhadores do setor exigirem melhor remuneração, foi garantido que 30% das frotas estariam operando, para que os usuários não ficassem totalmente privados do serviço, que figura entre os essenciais e indispensáveis. Garantia, diga-se de passagem, de pouca valia, pois o que representam 30% de frotas já há muito defasadas?
Ainda assim, num flagrante desrespeito à população, as ruas e avenidas permaneceram todo o dia sem ver trafegando um ônibus sequer, com milhares de passageiros pagando pela culpa que não têm.
Exige-se um mínimo de respeito à população. Tenham, portanto, a gentileza de informar quem ficou responsável, ontem, pela garantia e fiscalização desses ônibus misteriosos, que ninguém viu. A Astranps? A Secretaria de Transportes? O Sindicato dos Rodoviários? O Ministério Público? Quem não viu, e era para ter visto?
PMDB está quente
A reunião que o diretório municipal do PMDB promoveu na segunda-feira, e se estendeu pela noite, mostrou um partido preocupado com o papel que está desempenhando e ainda terá de desempenhar num futuro próximo; e considera que não se ajustou perfeitamente à nova administração. Depois da posse, não se reuniu uma única vez com Bruno, nem houve conversa partidária, embora haja diálogo produtivo dele com siglas vizinhas, principalmente o PMN. Há muito o que conversar em casa.
Os peemedebistas querem precipitar esse encontro, como forma de se ajustarem melhor os termos da convivência e impedir que prosperem descontentamentos nas relações. Eles não afirmam publicamente, mas a reunião de segunda-feira deixou claro que há restrições em relação a certos integrantes do primeiro escalão. Alguns desses colaboradores não apenas estiveram fora da campanha de Bruno, mas em flagrante oposição a ele.
Presença certa
Apenas repetindo o que se conversou em reduzido grupo de políticos, na sexta-feira passada, ao final da visita do ministro Fernando Pimentel. Em qualquer dos grandes partidos, dificilmente a Zona da Mata ficará sem um nome de expressão para concorrer na majoritária de 2014, tomada por base a expressão eleitoral da região.
O PSDB foi o primeiro a ser citado, considerando-se o deputado Marcus Pestana, que pode ser lançado para a chapa de sucessão do governador Anastasia.
Com Marta
Hoje, em Belo Horizonte, haverá jantar na casa da empresária Ângela Gutierrez em honra da ministra da Cultura, Marta Suplicy. Como convidado da anfitriã, participa o superintendente do Museu Mariano Procópio, Douglas Fasolato, que aproveita a ocasião especial para convidar a ministra a conhecer o acervo e, se sensibilizada, destinar recursos às muitas obras reclamadas pela Casa de Mariano.
Para refletir
O secretário de estado da Defesa Social, Rômulo Ferraz, estará na cidade no dia 14 para participar da instalação do seminário “Violência Urbana em Juiz de Fora”. A proposta dessa iniciativa, que reúne OAB, prefeitura, Universidade e Instituto Vianna Júnior, é refletir sobre políticas sociais e projetos de caráter preventivo para a sociedade enfrentar o problema.
O distrital
Perguntados, em uma enquete, o que pensam sobre o voto distrital, 24 entre os 53 deputados mineiros concordaram com a inovação, desde que seja pelo sistema misto. O distrital puro e radical tem apoio de apenas quatro mineiros.
Interessante foi a resposta do deputado Mauro Lopes: tanto faz...
Poder coadjuvante
Da coluna de 6 de março do ano passado fez parte uma nota que não perdeu atualidade, mas a estes dias se ajusta perfeitamente. Dizia que “antes mesmo da Semana Santa, setores influentes do PMDB mineiro vão chamar o vice Michel Temer para uma outra conversa, centrada na postulação de novos cargos no governo federal. Alegam que, avaliada a base de apoio parlamentar, percebe-se que o partido recebe menos do que merece, e esta é uma deformação que desagrada”. É o que está na pauta de hoje.
O partido não abandonou o manual de coadjuvante no poder, quer seja com os tucanos, quer seja com os petistas. Foi o que se viu agora, ao reeditar a aliança com a presidente Dilma, precipitando o lançamento de sua candidatura a um segundo mandato.
Campo fértil
Dados mais recentes indicam que, quando chegar a próxima campanha eleitoral, os candidatos continuarão montando barraca na Zona Norte. Por que? Porque ali se decide, folgadamente, qualquer eleição, com seus 84 bairros, 17 regiões rurais e 170 mil habitantes. Eis o porquê.
(( publicado também na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))
segunda-feira, 4 de março de 2013
Encontro regional
Muriaé foi escolhida para sediar o primeiro encontro regional do PMDB deste ano na Zona da Mata, marcado para o dia 23, com a presença de deputados e representantes de diretórios municipais. Os peemedebistas vão se reunir, a partir de 14h30m, no auditório José Sanches Abreu.
O presidente nacional em exercício, Valdir Raupp, vem para abrir os trabalhos e falar sobre os rumos que o partido pretende adotar no futuro próximo, além de se referir à reedição da aliança com o PT, o que daria oportunidade a Raupp de apresentar a candidatura de Dilma a um segundo mandato, fruto dessa aliança.
Em Minas
Um painel sobre as expectativas do PMDB em Minas ficará a cargo do presidente regional, Antônio Andrade, que, seguramente, não terá como dar aos correligionários a garantia de que o partido sairá com candidato próprio ao governo de Minas em 2014. Muito menos poderá adiantar se, na contramão da decisão nacional, o PMDB de Minas recusará aliança com o PT.
No encontro do dia 23, a partir de 16h30m os diretórios municipais terão espaço para discutir seus problemas e sua visão sobre as eleições do próximo ano.
Desencontro
O PMDB não dispõe de unanimidade entre seus dirigentes mineiros para indicar à presidente Dilma um nome destinado ao cargo de ministro. Há divergências, o que ajuda o Palácio do Planalto a ampliar sua simpatia por Aloísio Vasconcelos ou buscar outro nome na base aliada.
Duplo enfoque
A audiência que está agendada para esta terça-feira, em Brasília, do prefeito Bruno com o vice-presidente Michel Temer, é esperada com interesse na área administrativa por duas razões: o esforço dele para acoplar obras viárias de Juiz de Fora ao PAC, e o fato de ser o primeiro encontro depois que Temer foi reeleito presidente nacional do partido a que ambos pertencem, o que certamente tornará inevitável uma conversa sobre a política nacional.
Prioridade
Contudo, os assuntos políticos, mesmo sem perder sua importância, vão ceder prioridade na linha do interesse público, a partir desta semana, quando as atenções se voltam para o Vaticano, onde um restrito colégio eleitoral de pouco mais de uma centena de cardeais (cinco são brasileiros) prepara-se para escolhe o novo Papa.
Ontem, antes de a data do conclave ser oficialmente anunciada, os eleitores privilegiados começaram a trocar informações sobre o perfil adequado do sucessor de Bento XVI. Não há como definir claramente esse perfil, mas se não se revelar logo o eleito, ficará evidente a divergência entre os cardeais.
Fora de campo
Irregularidades na demonstração de contas, desde 2009, levaram o PSL a perder o direito de obter recursos do fundo partidário, segundo decisão do Tribunal Regional Eleitoral. O castigo não impede o partido de entrar na disputa da eleição proporcional do próximo ano, mas amplia suas dificuldades, que já são muitas.
Longe da urna
A se tomar por base consulta popular realizada em Belo Horizonte, publicada ontem pelo jornal “O Tempo”, os mineiros andam cada vez menos dispostos a frequentar as urnas, pois 84% apoiam a unificação das eleições, isto é, em um único dia vota-se para todos os cargos, desde a vereança até a presidência da República, tal como propõe projeto do deputado Renato Azeredo.
Trata-se de uma ideia que tem a simpatia da grande maioria dos deputados federais por Minas: dos 53, 41 apoiam. Dos três de Juiz de Fora, Marcus Pestana e Júlio Delgado são a favor; Margarida Salomão contra a data única.
Inimigos divididos
Desde a batalha de Austerlitz, em dezembro de 1805, que Napoleão ensina ao mundo que a melhor maneira de vencer os inimigos é dividi-los, de forma que cada um possa ser atacado isoladamente, segundo suas forças e seus hábitos. Toda vez que há eleição com muitos flancos abertos alguém sai ganhando.
Isto vem à lembrança no momento em que tanto dona Dilma, candidata a reeleição, como Aécio Neves e Eduardo Campos, alternam suas expectativas. Dependendo de onde vierem as divisões, eles se beneficiam.
Ainda o desafio
Tão logo assumiu, a presidente Dilma manifestou desejo de dar fim à guerra fiscal que se trava entre os estados. Chega à metade de seu mandato sabendo que os incentivos fiscais constituem desafio que ainda não foi possível superar. E caminha para o pior. Haverá guerra fiscal mais sangrenta entre as unidades da Federação que essa dos royalties do petróleo?
(( publicado também na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))
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