quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Minas na hora das cobranças

Os presidentes do Senado e Câmara, se trabalharem juntos, podem ser um instrumento poderoso para os governadores fazerem chegar suas reivindicações à presidência da República, o que eles acabam de confirmar em reunião que promoveram em Brasília. Uma situação diferente da que se tinha nos tempos da Velha República: a força se concentrava nos governadores, que jamais a dividiam com deputados ou senadores.
Seja como for, Minas lá estava, representada por Antônio Anastasia, com uma pauta de propostas que, em alguns pontos coincidem com as aspirações de outros estados, como a necessidade de discutir o novo modelo de pagamento das dívidas que vêm acumulando com a União. Mas este parece ser o tema mais delicado, sem previsão sobre o tempo de espera por uma solução.
O governador Anastasia, certo de que o atendimento pelo governo federal vai demandar algum tempo, observa que é importante sensibilizar o interior do estado para a pauta de prioridades que está propondo, a começar da inclusão do estado no rateio dos recursos da Petrobras, com o evidente interesse pelas reservas do pré-sal. Discutem-se também a presença de Minas nas obras rodoviárias nos planos do PAC e os recursos técnicos e financeiros para prevenir desastres naturais. Vai viajar para explicar.
Se o governador precisa do apoio dos mineiros para ganhar força em Brasília, não menos importante é a participação da bancada dos 53 deputados, onde o coordenador, Reginaldo Lopes, garante que será construída uma unidade política em torno das propostas.




“Estrangeiro”


A vereador Neuzinha Santos, do PT de Belo Horizonte, não gostou de ver o deputado Marcus Pestana fazendo comentários sobre as alianças partidárias na capital, insinuando que ele tem formação política em Juiz de Fora, sendo, portanto, um “estrangeiro” nas questões locais. Um bairrismo fora de propósito, por duas razões: a primeira é que o deputado é presidente estadual de um partido; a segunda, o partido da vereadora também tem sido farto em comentários sobre a campanha eleitoral em Juiz de Fora.
A bem da verdade, a sucessão em Belo Horizonte, pela importância que assumiu, já se tornou uma questão de interesse para a política nacional.


Museu Itamar


O museu histórico do Senado passa a ter o nome do ex-presidente Itamar Franco, segundo proposta do presidente da Casa, José Sarney, imediatamente aprovada pela unanimidade dos consultados. Itamar, que morreu em julho do ano passado, esteve ali em três mandatos, dois dos quais antes de ser presidente da República e governador de Minas.
Sarney quer marcar a inauguração com solenidade, provavelmente quando se completar um ano da morte do ex-senador.


PDT na reforma

O PDT vai garantir seu espaço no primeiro escalão do governo de Minas. Decidiu-se que o deputado federal José da Silva será indicado para a secretaria de Agricultura e Agropecuária, que tem grande importância, pois atua numa área fundamental para a economia do estado.
O partido vai se recompondo em Minas, depois do desgaste que sofreu com as denúncias de irregularidades com grilagem praticadas pelo ex-secretário Manoel Costa.
Outra novidade é que o senador Zezé Perrella pode ser o novo presidente da executiva estadual.



Justiça integrada

Aos progressos que a tecnologia colocou à disposição da Justiça Eleitoral nem sempre correspondem os esforços para fazer com que seus órgãos funcionem sob espírito integrado, principalmente nas relações entre a capital e o interior. É o que levou o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Brandão Teixeira, a chamar a Belo Horizonte, para uma reunião nesta manhã, juízes, promotores e funcionários de cartórios. Devem sair daí algumas sugestões para o aperfeiçoamento do serviço.
Mas a questão principal, que diz respeito a todos os estados, não apenas Minas, é a ausência de um quadro funcional próprio na Justiça Eleitoral. Num país que realiza pleitos de dois em dois anos, e responde pelo mais eficiente processo de votação do mundo, ela não pode continuar dependendo de eventuais empréstimos de servidores.


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De Memória

Escravos não somam

Em outubro de 1855, cinco anos após a Santo Antônio do Paraibuna começar a ganhar autonomia, não foi muito difícil promover o que se tornaria primeiro censo de Juiz de Fora. População tão pequena e tão concentrada pôde ser facilmente contada. Eram 27.122 habitantes, dos quais 11.717 brasileiros e 118 estrangeiros. Os escravos somavam 10.350, mas só citados como referência para controle de seus proprietários. Não figuravam como sendo da população, uma das muitas discriminações contra nossos negros.

(( publicado na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

PT sai na frente ao medir força com PSDB mineiro

Ao anunciar que o nome do candidato a vice da chapa de sua reeleição sairá do Partido dos Trabalhadores, o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, do PSB, resolve um problema, ao mesmo tempo em que cria outro, pois a indicação também é pretendida pelo PSDB. Mas os petistas ganham força para consolidar seu projeto na capital e no interior, que é manter os tucanos afastados tanto quanto possível do processo. O ex-ministro Patrus Ananias não faz questão de esconder essa intenção.
A decisão não pode ser tratada como fato isolado, até porque, na mesma hora, em Fortaleza, a presidente Dilma tentava aproximar os dois partidos, através do governador Cid Gomes. A escolha desse governador foi mais que sintomática, porque a outra linha do PSB acompanha o pernambucano Eduardo Campos, este mais ligado ao senador Aécio Neves.
A coincidência dos fatos ajuda a compreender que a eleição dos prefeitos das principais cidades do País antecipa as pedras do xadrez presidencial que vai ser jogado em 2014.



Via indireta

Assistindo ao embate que travam PSDB e PT para ocupar espaços no esquema de reeleição do prefeito Márcio Lacerda, o PMDB alimenta esperança de passar a salvo pelo meio do conflito, e ganhar melhores posições na disputa da capital. A expectativa é ver os adversários enfraquecidos com as brigas internas.
Nos próximos dias, quando se promoverá a festa de filiação do senador Clésio Andrade, o horizonte peemedebista vai começar a se delinear.


Um modelo

Entidades de Governador Valadares querem que seu projetado hospital regional tenha as mesmas dimensões do que está sendo construído em Juiz de Fora, este com previsão de ter as obras físicas concluídas em meados do ano. Fizeram chegar sua reivindicação ao governador Anastasia.


Fora de hora


Curiosidade revelada por três vereadores durante uma conversa informal: quais seriam hoje os nomes potencialmente preparados para figurar como candidatos a vice?. Não há como tratar desse assunto, porque a composição das chapas vai depender das alianças que os candidatos a prefeito poderão construir. Quanto aos vereadores, não parece haver entre eles alguém que se disponha a esquecer a reeleição para tentar ser vice.


Aliancista

No encontro que promove em Juiz de Fora, no sábado, o PTdoB com toda certeza ficará sabendo que não terá candidato para disputar em faixa própria a prefeitura de um município da região. Tentará mostrar habilidade para participar de boas alianças. No caso local, o partido caminha para ficar com o PSB.


Pioneira

Quase coincidentemente com as comemorações do Dia da Mulher, a ministra Cármen Lúcia assumirá a presidência do Tribunal Superior Eleitoral, cabendo-lhe comandar o processo, que terá como ponto alto o pleito de outubro. É a primeira vez que uma mulher preside o TSE.


Prejuízo

Minas também teve um pouco a perder na destruição da Base brasileira da Antártida, em grande parte perdida no fogo. Consumiu-se material da Universidade Federal de Viçosa, que tinha uma equipe empenhada em pesquisas naquela região gelada.
Desde 2006 o governo vinha sendo advertido sobre as condições precárias de trabalho naquela Base.


Far niente


Os deputados estão há 14 dias ausentes do plenário da Assembleia Legislativa, que fica sem condições de votar as matérias em pauta. No fim de semana que antecedeu o carnaval a maioria viajou para as cidades de suas bases. Nos sete dias seguintes, nada a fazer. Agora, ainda ausentes, a desculpa é que não há previsão de votações importantes.


Critério

Consultas têm sido levadas ao Tribunal Superior Eleitoral sobre as vagas a serem preenchidas nas chapas de candidatos a vereador. As vagas correspondem a duas vezes e meia as cadeiras a serem disputadas, mas na última eleição surgiram dúvidas, porque alguns partidos entendiam que o número de candidatos devia corresponder a uma vez e meia.

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De Memória


Sobre Benfica

A partir do anos 50 sentiam-se claramente os sinais de um movimento de autonomia de Benfica, que, na verdade, dispunha de todas as condições de autossuficiência para se transformar em município. O que começou a ser preocupação para Juiz de Fora, pois já se sabia que para ali se deslocavam as principais expectativas do desenvolvimento econômico, e o município correndo o risco de graves prejuízos com a pretendida separação.
Em abril de 1967 o deputado João Navarro solucionou o problema, apresentando projeto de lei à Assembleia, revogando lei de dezembro de 1962, e transformado Benfica de distrito em subdistrito, o que afastava para sempre a possibilidade de emancipação.


(( publicado nesta quarta-feira no TER NOTÍCIAS ))

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Lula na campanha depende dos médicos

O Partido dos Trabalhadores tem 50 cidades consideradas estratégicas para a campanha eleitoral deste ano, e pretende colocar na ponta do estrelado o ex-presidente Lula. Várias razões contribuem para isso, além da força pessoal que ele pode emprestar aos candidatos em centros políticos capazes de definir os rumos da sucessão presidencial em 2014. A avaliação, além de correta, tem a fortalecê-la a disposição da presidente Dilma de não ir aos palanques onde a aliança parlamentar do governo tiver mais de um candidato.
O projeto petista só está na dependência do sinal verde da equipe médica que orienta Lula em uma campanha preliminar, a luta contra o câncer. No carnaval ele recebeu recomendação para que desistisse de desfilar em escola de samba, porque isso o faria consumir mais forças do que pode. O movimento eleitoral, muitas vezes mais exigente, só terá sua participação se forem excelentes suas condições de recuperação, e hoje não é possível apostar nisso.
Além da meia centena de cidades consideradas estratégicas para o projeto do PT, vai se estabelecer que três estados – São Paulo, Minas e Rio de Janeiro – terão excepcional importância para a presença de Lula.


Serra amplia os
espaços de Aécio

A decisão de José Serra de disputar a prefeitura de São Paulo, o que ele próprio confirmou ontem, tem duas consequências imediatas. A primeira é afastar o PSD de Kassab da área de influência do PT; a segunda é que, ficando agora bem mais distante da disputa presidencial, ele amplia os espaços para o senador mineiro Aécio Neves se impor como candidato tucano à sucessão de Dilma, pois o partido só teria outro projeto consistente se fosse com Fernando Henrique. Desdobramento seguinte é que o PSDB passa a ter possibilidades mais amplas para acertar alianças, a começa pelo PSB.
Desde ontem, quando se anunciou que Serra disputará a prefeitura paulistana, setores tucanos que já esperavam pela decisão passaram a admitir a desnecessidade de prévia para a aferição de preferência por candidato a presidente.


Os que vão sair

Passado o carnaval, sem poderem esperar que passe também a Semana Santa, os partidos têm de examinar quais os casos em que seus candidatos terão de se desincompatibilizar, se estiverem ocupando cargos públicos ou de direção em empresas que prestam serviços ao governo. Não são poucos. Calcula-se que só na prefeitura cerca de vinte funcionários que vão disputar a vereança terão de estar licenciados. O prazo máximo para que tomem essa providência é 7 de abril, seis meses antes da eleição. Mas há entre pré-candidatos quem garanta que essa data é discutível.
Na questão da desincompatibilização a lei eleitoral é mais tolerante com quem vai disputar estando hoje em cargo executivo. Esses poderão permanecer até 7 de junho.



Sem corporativismo

A Justiça Eleitoral nada pode fazer contra as esquisitices com que alguns candidatos a vereador se registram. O objetivo é facilitar ao eleitor a identificação de sua preferência, ainda que pela via do ridículo. Mas os partidos podem exigir que seus candidatos se apresentem com nome. José Manuel Soares não pode ser apenas o “Zé da Padaria”, e que mostre, com o nome de registro civil, o que quer (se puder e souber ) fazer algo em benefício da coletividade.
Já aparecem algumas propagandas de cabeleireira, garçom e vidraceiro, que se arvoram candidatos com base em suas profissões, que são honrosas, mas por si só insuficientes para se atribuir a um de seus representantes a missão de legislar para toda uma população, não para a padaria ou a vidraçaria.
Outra questão, não menos pertinente, é que essas candidaturas acabam trazendo o ranço do corporativismo. Se a Câmara não pode ser um conselho orgânico de classes representadas, como pretenderam os integralistas,que os partidos cuidem logo de pedir ideias, não delegados profissionais.


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De Memória

Tancredo e Wandenkolk

Em junho de 1965 o tempo andava quente no MDB. O grupo que já havia lançado Wandenkolk Moreira à prefeitura fechou questão em torno da candidatura única, sem sublegenda. Mas foi o próprio Wandenkolk que, espírito aberto, entendendo que o momento era de união e soma das forças partidárias, cedeu ao apelo que lhe fizera Tancredo Neves, e a sublegenda foi dada ao engenheiro Itamar Franco, a quem não restava outro caminho. Disso resultou uma trama decisiva: os veteranos PSD e UDN, temendo (com razão), que, sendo prefeito, Wandenkolk criaria inevitavelmente uma nova liderança, derrubando os antigos chefes, acharam conveniente desviar suas forçar para Itamar, que venceu a eleição e acabou se tornando a liderança que se temia. A morte precisou apenas de oito meses para fechar as biografias de Itamar e Wandenkolk.


(( publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Encontro regional do PTdoB será no sábado

O PTdoB confirmou que vai realizar em Juiz de Fora, no sábado, seu primeiro encontro regional do ano, mas já com a garantia da presença de representantes de vários municípios da Mata, segundo informou ontem o coordenador da comissão provisória local, ex-vereador Gilberto Vaz de Melo. A reunião será na Câmara Municipal, a partir de 9h. O presidente nacional do partido, Luís Tibé, confirmou sua participação, chegando à cidade na véspera.
Segundo Vaz de Melo, o principal objetivo de sábado é avaliar a situação do partido, suas condições de disputa e as alianças possíveis. Quanto à prefeitura de Juiz de Fora, já se percebe certa simpatia pela candidatura de Júlio Delgado.
O Partido Trabalhista do Brasil nasceu em 1989 de uma dissidência do PTB. Seu primeiro deputado foi eleito em 2006, mas quatro anos depois, com 642 mil votos, elegeu quatro, entre os quais o mineiro Luís Tibé, seu atual presidente. Em abril de 2010 eram 133.909 os filiados.



O custo das alianças

O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, é o exemplo mais recente do alto preço de uma aliança capaz, em tese, de sustentar e viabilizar a eleição. Para somar o apoio do PT e do PSDB, além de partidos de menor poder eleitoral, ele tem sido instado a fazer concessões e administrar disputas delicadas como a que vêm travando tucanos e petistas que querem indicar o nome do vice-prefeito, com risco de se abrirem feridas ao longo da campanha. No caso do PSDB, são formuladas outras exigências, entre as quais uma destacada participação no futuro secretariado e total visibilidade para o governador Antônio Anastasia e o senador Aécio Neves. O PT, se agora deixa de ter candidato, também vai pretender que a compensação venha em 2014, com a candidatura de Fernando Pimentel ao governo do estado, o que desde já coloca o prefeito entre dois fogos inevitáveis.
O quadro que se delineia em Belo Horizonte serve para que candidatos de outros municípios deixem as barbas de molho, já que ardem as do vizinho. O fato de as alianças estarem cada vez mais negociáveis não significa que estejam menos exigentes.



Presença de Hélio

O melhor entre os testes eleitorais mais recentes que o PMDB realizou em Minas foi o desempenho do ex-ministro Hélio Costa, que levou quase 4 milhões de votos disputando com Antônio Anastasia o governo do estado. Aliás, não é de hoje que o partido fica devendo a ele sua melhor performance, fato que a direção nacional prefere desconhecer.
O ex-ministro, recentemente citado como possível candidato à prefeitura de Belo Horizonte, seria, pelo volume de votos que obteve em 2010 e por simbolizar a diferença em relação ao atual governo, presença importante na campanha pela prefeitura das principais cidades.
Atingir as cidades com mais de 50 mil eleitores é a prioridade do PMDB, que precisa de um carro forte para puxar votos. Foi exatamente nos maiores colégios eleitorais que Hélio teve suas votações mais expressivas.



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Os partidos perderam oportunidade de falar às mulheres, que na sexta-feira viram passar o 80º aniversário do seu direito de votar, que veio juntamente com a publicação do Código Eleitoral, de 24 de fevereiro de 1932. A data passou condenada ao esquecimento, mesmo quando se sabe que elas já saltaram para 52% a sua participação no colégio eleitoral brasileiro.

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__ Amanhã, em sessão solene que realiza no Rio de Janeiro, a diretoria de Furnas vai conferir o “Mérito John Cotrin” a personalidades, entre as quais o presidente da Cemig, Djalma Morais, e o ex-deputado Marcello Siqueira.

__ Secretário de Defesa Social, Lafayette Andrada, informava, ontem, que o estado liberou R$ 890.859,00 de convênios com a prefeitura para serviços na área de saúde, além de R$ 5 milhões para melhoramentos em vias públicas” .

_ Ninguém é de ferro. Depois de uma semana dedicada ao carnaval, dos 53 deputados mineiros apenas dois – Reginaldo Lopes e Paulo Piau - foram a Brasília participar da reunião ordinária da Câmara.


_ Em Pirapora, o governador Anastasia foi lançado candidato ao Senado em 2014. A bem da verdade, essa candidatura existe desde que ele se empossou na governadoria.


_ Não deixa de ser cruel o suspense causado pela Polícia Federal, quando, sem dar nomes aos bois, anuncia que na Operação Mercúrio aparecem envolvidas em graves irregularidades “pessoas que frequentam colunas sociais”. Além de contemplar os criminosos, cujos nomes são mantidos em segredo, deixa sob suspeita, ainda que temporária, milhares de colunáveis que não caminham pelas margens da lei.

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De Memória

Antes do Hawaí

Em outubro de 1972, os cientistas do Hawaí festejavam a audofecundação no reino animal, mas seu pioneirismo foi logo desautorizado, porque dois anos antes a equipe de Maury Pinto de Oliveira, professor de Malacologia da Universidade Federal de Juiz de Fora, estava sendo premiada em São Paulo pelos estudos realizados nesse campo com o molusco lamelax gracilis. Ficou provada sua autofecundação, além de demonstrado
tratar-se de um tipo saprofito, que se alimenta com as substâncias que decompõe.
Maury aproveitou a ocasião para insistir na necessidade de o Brasil dar mais atenção aos moluscos, por causa da importância que no futuro poderão desempenhar na alimentação humana.




(( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

PDT promete todo vigor na campanha de Custódio

“O primeiro e principal objetivo do PDT na campanha eleitoral deste ano é trabalhar com todo vigor e entusiasmo na campanha para a reeleição do prefeito Custódio Mattos”, disse ontem o presidente do diretório municipal, Vítor Valverde. Esse apoio reedita o caminho que os pedetistas adotaram na eleição passada, quando também se aliaram ao candidato do PSDB, embora Vítor advirta que a adesão a Custódio agora independe de alianças ou acertos partidários; “é apoio à pessoa do prefeito”.
A participação na campanha, explicou, sendo inspiração política, é também “o reconhecimento à importância da obra que o atual perfeito vem realizando, como parte de uma proposta voltada para servir o povo”. Segundo o presidente do partido, a administração vem realizando e ainda realizará obras que transcendem a capacidade de uma visão momentânea, e “contemplam Juiz de Fora para o futuro”. E explica: toda vez que o prefeito olha para o amanhã, é natural certa incompreensão de quem se satisfaz apenas com o presente. Mas a faixa da população que compreende a responsabilidade da Administração Municipal é cada vez maior,”como indicam pesquisas de confiabilidade técnica”, disse Vítor.
O PDT tem hoje duas cadeiras na Câmara Municipal, e a esperança do presidente do diretório é manter as duas vagas com a eleição de outubro. E, sem que seja objeto de constrangimento para Custódio, o partido poderá reivindicar a indicação do nome do vice-prefeito. “Certamente poderíamos sugerir uns três ou quatro nomes, entre os quais o atual vice, Eduardo Freitas, do PDT, que tem sido um excelente companheiro”, concluiu.


Jogo muito duro

O deputado Marcus Pestana vem se revelando pessimista quanto ao futuro do projeto que, como desejam os prefeitos, altera o índice de correção das dívidas dos municípios com a União. Ele é relator do projeto, mas antes mesmo que chegue ao plenário, já sabe que a presidência da República vai preferir continuar discutindo os débitos, apesar de em vários casos a dívida já ser considerada impagável.
Pensava-se que com o crescimento da arrecadação, “com expressivo ganho real”, a situação dos municípios sensibilizasse o governo, que pretende continuar sendo credor, disse o deputado.


“ Sub judice”

Sobre nota publicada ontem, quanto a uma possível advertência ao PSL para o risco de disputar a prefeitura com um “candidato sub judice”, o presidente em Juiz de Fora, Carlos Araújo, informou que ele e o partido desconhecem qualquer sugestão nesse sentido, que estaria partindo de um filiado. A notícia se referia à candidatura do ex-prefeito alberto bejani, que se filiou em Juiz de Fora por decisão pessoal, não por via do diretório regional, outro esclarecimento do presidente.


Prazo não ajuda

Figurando entre os que mais aplaudem a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a validade da Lei da Ficha Limpa já para as eleições deste ano, o Ministério Público Eleitoral anunciou que vai se preparar para aplicar o texto com rigor, animado com a oportunidade que se abre para uma “limpeza geral na política”.
Mas surge uma ressalva, que é também a primeira preocupação que se levanta sobre os efeitos práticos da lei. Queixa-se do fato de que, feito o registro da candidatura, os promotores terão apenas cinco dias para oferecer as razões de impugnação, o que pode acabar beneficiando os candidatos fichas-sujas.




Em busca de acordos

No segundo e decisivo turno da eleição do prefeito, em 2008, o PT foi levado a disputar com o PSDB, com apoio do PMDB. Neste ano, a reedição dessa aliança seria natural já no primeiro turno se os peemedebistas não tivessem candidato próprio, possibilidade que já se considera afastada. Quanto a um acordo para o segundo turno, a ocasião só chegará no dia 8 de outubro, porque não há candidato que queira antecipar a negociação da derrota.
Mas nem por isso a ideia deixa de animar setores estaduais do PT que avaliam a eleição nos principais municípios com o mesmo pragmatismo com que defendem a aliança com o PSB em Belo Horizonte. Um bom acordo vale mais que os suores das disputas. Quando observam o quadro pré-eleitoral dos grandes centros, acham que quando dois exércitos se juntam há menos mortos e feridos e a vitória fica mais fácil.


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Em Memória

A grande frustração

Não estará errado quem disser que uma das grandes frustrações da cidade começou com a manchete do “Correio de Minas”, de 22 de agosto de 1936, que estampava estar localizada em Sarandy (hoje Sarandira) “a maior mina de petróleo do mundo”, notícia que correu logo, e o Brasil passou a se interessar pelo fato. Tudo começou quando, na fazenda Pedra Branca, apareceu uma camada de 10% de óleo na água, o que foi tido como confirmação de uma previsão de 1918 de Luiz Caetano Ferraz em seu ”Compêndio dos Minerais no Brasil”, para quem possivelmente estaríamos com os pés num grande lençol de petróleo. Um capitalista do lugar, Paschoal Pugliese, investiu logo 10 contos nas pesquisas. Paulo Bertoli recolheu amostras e anunciou a criação da Cia Brasileira de Petróleo Mineira. No auge das expectativas, a prefeitura encomendou ao engenheiro Francisco Álvares um estudo no local, concluindo tratar-se apenas de uma camada de gás metano. Nada mais do que isso.

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((publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

Plebiscito para adiar reforma

Este pós-carnaval deve confirmar a tendência de Câmara e Senado chegarem a um acordo para adiar a reforma política por mais dois anos. Para tanto, bastará acolher a sugestão do deputado Miro Teixeira, colocando a matéria como objeto de um plebiscito a ser realizado juntamente com a eleição do presidente da República, em 2014. A consulta ao eleitorado é um pretexto para tirar a responsabilidade da atual legislatura, porque a reforma, sob vários aspectos e em muitas pontos que sugerem mudanças, incomodam parlamentares já acostumados com um modelo político-eleitoral em que se dão bem. Por que mudar?
Há mais uma razão para explicar novos adiamentos: estamos em pleno ano eleitoral e o Congresso considera que não teria tempo para tratar de reforma. E, mesmo que tivesse tempo, não teria quorum, porque deputados e senadores estarão em campanha.



Sub judice

Membros do PSL vão propor à direção uma reunião nas próximas horas a fim de avaliar a declaração do ex-prefeito alberto bejani de queimar todas as etapas na Justiça, para estar em condições de disputar em outubro. O temor de alguns militantes são os riscos que o partido poderia correr, disputando com um candidato sub judice. É possível que se peça um posicionamento estadual, até porque a filiação dele foi imposição de Belo Horizonte, apesar de ter sido protagonista do momento mais abjeto da história política de Juiz de Fora, como agente de corrupção.
O que diz a lei sobre o candidato que espera pronunciamento da Justiça? Na Lei 9.504/97, artigo 16-A, lê-se: “O candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica, enquanto estiver sob essa condição, ficando a validade dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por instância superior”.


Escapando do corte

Muitos deputados passaram o carnaval preocupados com a decisão do governo de aplicar cortes no orçamento, sob o pretexto de que é preciso conter os gastos. Embora saibam os veteranos que sempre foi assim, para enquadrar as bancadas e depois é retomada a liberalidade, fica sempre o temor quanto à contrapartida que o Planalto vai cobrar.
O deputado Reginaldo Lopes, coordenador da bancada mineira, afirma que os recursos para obras iniciadas não serão afetados, o que pode ser um bom sinal para a BR-440.


Ordem e prioridade

O PMDB, ensina seu presidente em Minas, Antônio Andrade, confere prioridade às candidaturas nas principais cidades; entre elas, prioridade absoluta àquelas que somam mais de 50 mil eleitores, como se dá em Juiz de Fora. E recomenda que se cumpra essa ordem, sem que os diretórios se dediquem, antes, à formação das chapas de vereadores. Há que se começar pelo principal. Os bois à frente dos carros.
O presidente entende que a chapa de candidatos a vereador deve ter intimidade com quem vai disputar a prefeitura.

Edmar no comando

A mudança que acaba de ocorrer no comando do PR, com o deputado Aracely de Paula na presidência, assumindo a vaga do senador Clésio Andrade, que vai para o PMDB, não altera as relações do comando estadual com a direção em Juiz de Fora. Já se apurou que o ex-deputado Edmar Moreira continuará presidindo o partido na cidade, e na próxima semana será convidado para uma reunião em Belo Horizonte, a fim de tratar da posição do partido na eleição de outubro.


Bloco de apoio

Partidos representados na Assembleia que apoiam isoladamente o governador vão trabalhar, a partir de hoje, como bloco oficialmente organizado. Liderado pelo PSDB, o grupo conta com o PTB, PHS, PPS, PR, PRP, PRTB e PTdoB, além do PSD, a mais nova adesão.
Os tucanos, que pretendem dar tratamento especial aos grandes colégios eleitorais, querem estender essa aliança para a eleição municipal no interior. No caso de Juiz de Fora, ela já está acertada com PTB, PTdoB, PRTB e possivelmente PPS.


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Em memória

Paisagem europeia

Numa época em que tanto se fala nos estragos causados pelo mau tempo, convém lembrar que a situação realmente ficou feia para Juiz de Fora na tarde de 5 de setembro de 1985, quando ocorreu a maior precipitação de granizo de nossa história. Gelo caindo e ventos calculados em 90 quilômetros arrastando janelas e placas de lojas. Não houve vítimas, mas cerca de 2.000 casas e indústrias tiveram telhados destruídos. Só nas ruas centrais, os operários da prefeitura encheram 40 caminhões de gelo, que em alguns pontos tinha quatro metros de altura. No TER NOTÍCIAS de hoje, uma interessante foto mostrando como ficou a esquina das ruas Padre Café e Manuel Bernardino.


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Como sugeriu e previu o editorial do TER NOTÍCIAS da última sexta-feira, 24 horas foram suficientes para que o governador Antônio Anastasia determinasse aos órgãos de segurança pública que reconsiderassem a decisão de censurar estatísticas sobre a violência urbana em Minas. Não é empurrando o problema para debaixo do tapete que ele vira solução.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Partidos já conhecem os seus principais desafios

Perdido o mês de fevereiro, por causa do carnaval e o resto do período de férias, muitos dirigentes de partidos fixam março como a partida de seu projeto eleitoral, que vai dominar suas atenções nos próximos 200 dias. Quanto a esse calendário há exceções, como comentam assessores do prefeito Custódio Mattos, que não esperam a abertura do processo antes da Semana Santa.
Mais dia, menos dia, vai chegando o momento em que os partidos passam a tratar exclusivamente das eleições – a majoritária, para prefeito; a proporcional, para vereadores. E aí entra logo uma escala de decisões, sendo a mais delicada delas a triagem dos nomes que vão compor as chapas da vereança. Há muitos candidatos para vagas limitadas, estas nunca além de duas vezes e meia o número de cadeiras da Câmara.
As chapas na eleição proporcional ganham outra complicação nas coligações, porque essa também é a hora de colocar os mais fracos a serviço dos mais fortes.
Em junho vêm as convenções. O maior trabalho em relação a elas é fazer com que os filiados continuem se contentando com seu papel de simples homologadores das decisões, que vêm prontas dos gabinetes dos dirigentes.
Se cada partido tem seus problemas particulares, há um desafio que pertence a todos; e exatamente por exigir ações conjuntas, acaba esquecido. Trata-se da motivação do eleitorado, através do combate à abstenção, e a convocação do eleitor jovem a participar de um processo, que ainda não conseguiu atraí-lo.


Está garantido

Entre os muitos problemas que a cidade enfrenta no setor de transportes, assessores do prefeito Custódio Mattos reconhecem que neste mandato ele não terá como concluir tudo que desejava, mas pelo menos três grandes obras estariam garantidas: viaduto, ponte e o início de uma passagem de nível inferior. Há um ponto da zona urbana que continua sendo a principal referência: a Avenida Francisco Bernardino, entre a Praça da Estação e a Rua Benjamin Constant.
Ainda de acordo com a mesma fonte: são parte de um conjunto de obras destinadas a melhorar o tráfego, a primeira das quais é a reurbanização da Rio Branco, que estará concluída em março.


Semanas perdidas

Em Brasília, o Congresso Nacional vota matérias nas terças e quartas-feiras, porque são raros os parlamentares que retornam na segunda; e mais raros ainda os que permanecem na capital nas quintas e sextas. Mas, desta vez os expedientes foram mais difíceis, porque a aproximação do carnaval já foi suficiente para derrubar qualquer quórum.
Impossibilitados Senado e Câmara de votar matérias que estavam em pauta, conclui-se que são duas as semanas perdidas, pois ninguém vai aparecer na quarta-feira de Cinzas; muito menos no resto de uma semana de ressaca.


Urna sem dúvidas

A Justiça Eleitoral pretende eliminar, de uma vez por todas, eventuais dúvidas sobre vulnerabilidades das urnas eletrônicas que serão utilizadas em outubro, e para isso vai promover entre os dias 20 e 22 de março a Edição dos Testes Públicos de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação, “em busca da colaboração da sociedade brasileira para o aperfeiçoamento da urna eletrônica utilizada nas eleições do País”, segundo o portal do TSE, que abre inscrições a todos os interessados.
O objetivo dos testes, informa o Tribunal, é dar mais transparência ao sistema eletrônico de votação e demonstrar sua confiabilidade e segurança. “Para tanto, o evento dará aos participantes a oportunidade de utilizar métodos e técnicas para tentar atacar a urna eletrônica e todos os seus componentes internos e externos, visando explorar eventuais vulnerabilidades do sistema relacionadas à violação da integridade e/ou ao sigilo do voto”.
Portanto, aberto o desafio aos que ainda alimentam dúvidas sobre o sistema.


Fumaças de uma rebeldia


O PR antecipa sua disposição de renegociar, e o MPDB, segundo Michel Temer, é naturalmente alinhado, mas o governo sabe que está diante de algumas dificuldades para conviver com a base aliada, um problema que deve ser tratado com atenção logo após o carnaval, para que não comece a afetar os esquemas das eleições de outubro.
Há um descontentamento que se generaliza, mas é preciso considerar que a presidente Dilma está isenta de culpa, porque os aliados a colocam diante de dois problemas insolúveis: querem negar à presidente o direito de contemplar o PT com os cargos mais expressivos, tendo sido ele o carro-chefe de sua eleição; e, segunda cobrança: os pequenos partidos nunca se contentam. Cada vez que se promove alteração nos cargos estabelece-se uma corrida para conquistá-los.
Uma dificuldade adicional está na bancada evangélica, onde, além do interesse pelas posições, cria-se um novo conflito quando entram em discussão temas com os quais mantêm uma relação fundamentalista, como o caso do aborto.


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(( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A duvidosa isenção

Em sua última reunião ministerial a presidente Dilma disse o que tinha de dizer; aliás, já dito por todos que a antecederam: não vai participar da campanha eleitoral, nem permitirá que a máquina do governo seja acionada “em favor de A, B ou C”, segundo a expressão que preferiu, para revelar sua disposição de estar isenta. Mas, logo depois, explicou melhor, porque essa ausência se limitará aos municípios onde estarão disputando mais de um candidato de partidos da base aliada. Entendido o recado ao pé da letra, significa, por exemplo, que, havendo candidatos do PT e do PMDB em Juiz de Fora, ela e seu governo optariam por permanecer distantes.
Pode ser até que, no íntimo, ela assim o desejasse. Mas a realidade é outra e implica envolvimentos inevitáveis, e os ministros diretamente interessados nos seus próprios projetos cuidarão de remover essa ideia. Ainda um exemplo em Minas: virtual candidato à sucessão do governador Anastasia, o ministro Fernando Pimentel poderia se dar o luxo de permitir a ausência do poder do governo nas eleições municipais?
Outro detalhe que cabe analisar: a presidente poderá estar ausente fisicamente, mas ela e seu governo estarão totalmente representados por Lula.




Os trens presentes

A Câmara acaba de dedicar algumas horas dos vereadores ao esforço para não deixar morrer um velho assunto, de prioritária importância para a cidade: o incômodo da presença dos trilhos da via férrea na zona urbana, com todos os problemas que eles acarretam. A criação de uma nova rota para os trens é certamente nosso maior problema, cuja solução alguém definiu, apropriadamente, como uma questão essencialmente política.
Mas que político, tendo consciência do problema, teria disposição de nos ajudar? Gosto de lembrar o dia em que, sendo governador, estando no carro do prefeito Tarcísio Delgado, Tancredo Neves experimentou a chatice de esperar longamente numa passagem de nível na Becton Dickinson, até que o cargueiro desaparecesse. Foi quando disse que, se chegasse à presidência da República, resolveria aquele problema. Chegou, mas não teve tempo.




Penas muito brandas

Julgamentos polêmicos e emocionantes, como se vê agora no Caso Eloá, servem para despertar dois temas: a pena de morte, que ainda não teve a sustentá-la um argumento imbatível, e o tempo de prisão adequado para o assassino. Observe-se que no caso do matador de Eloá, ele pode chegar, teoricamente, a 100 anos, que na verdade serão 30, pois este é o castigo máximo permitido pelo Código. Se tiver bom comportamento e conseguir sobreviver à degradação dos nossos presídios, dentro de mais uns dez anos estará em liberdade. Coisa inconcebível, segundo opinião manifesta de juristas, um argentino, outro francês.
Há um grave caso de desatualização da lei. Quando se fixou a prisão máxima em três décadas, a média de vida do brasileiro era pouco mais de 47 anos. Hoje, essa expectativa saltou para 72! É preciso que se faça uma atualização. Quem tem pensado nisso é o senador Demóstenes Torres. Quer que os grandes bandidos, que também vivem mais, cumpram penas de até 50 anos.



Eleição não intimida

O fato de a votação, em outubro, ser das mais complexas não vai alterar os planos do Tribunal Superior Eleitoral de ter concluída e proclamada a apuração até as 20h do dia 7. Mesmo em Minas, que tem o maior número de municípios – 853 – três horas serão suficientes para a computação de todos os votos dados a candidatos a prefeito e vereador.
Certamente será mais demorada a indicação dos vereadores eleitos que vão compor as câmaras municipais, porque nesse caso é preciso estabelecer a proporcionalidade e as sobras de legendas.



Candidatos na Justiça

O Partido Verde corre contra o tempo para arrumar sua chapa de candidatos a vereador, depois de a Justiça Eleitoral ter considerado inválida a filiação de 23 que pretendem disputar. Esses estavam filiados em outras legendas, mas não cancelaram o registro anterior antes de fazerem a nova opção partidária. Em Juiz de Fora o registro foi indeferido, e o impasse corre agora, em grau de recurso, no Tribunal Regional Eleitoral.
Não é um problema novo para a Justiça e os partidos. Tem havido muitos casos parecidos. Os prejudicados confiam em que os julgadores confirmem um entendimento anterior de que se opera a desfiliação automática, quando a pessoa ingressa em outro partido.


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Conversa de políticos, em vozes baixas, durante velório, onde todos contavam mais de 60 anos. ”Somos de um tempo de três coisas muito diferentes: heroína era apenas a mulher do herói, o casamento se fazia entre pessoas do mesmo sexo, e “consultoria” não era coisa para esconder políticos corruptos.

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Em Memória

Diferença necessária

Era preciso que se desse conta da enorme diferença entre o traficante e o usuário de drogas, até porque o dependente é a primeira e grande vítima do tráfico. Na tarde de 22 de janeiro de 1985, estando de plantão no Fórum, o juiz Alcyr Vidal tomou por base essa diferença, baseado em nova interpretação do Código Penal, e determinou que fosse posto em liberdade Antônio Duque, condenado a dez meses, mais dois anos por segurança, dos quais já havia cumprido 16 meses. A questão de prisão por segurança até faria sentido no caso do crime de tráfico; não por causa da dependência. Foi decisão pioneira, e demorou que outras fossem adotadas pela Justiça.




(( A coluna está na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Na mira da Ficha Limpa

Com a previsão de que nesta quarta-feira o Supremo Tribunal Federal define a sorte da Lei da Ficha Limpa, triplicou, nas últimas horas, a expectativa dos políticos que correm o risco de não poderem se candidatar em outubro. Não é para menos. Para que se tenha uma ideia, em Minas são 450 que estão a um passo do enforcamento. Em São Paulo poderiam ser afetados os planos de 1.700 (o número não surpreende, porque os paulistas são os que mais ocupam cargos públicos; portanto, os mais tentados).
Os grandes partidos, que são também os que têm maior número de filiados e que podem ter seus registros suspensos, vão deixar para depois do carnaval o balanço dos desfalques que sofrerão. Estão atentos ao cadastro das punições por impunidade administrativa do Conselho Nacional de Justiça; a lista negra que há meses espera a decisão do STF.



Na linha das prioridades


Todos os sintomas confirmam que a sucessão municipal em Juiz de Fora deverá ser uma das disputas mais acirradas dos últimos tempos, e não apenas por causa da previsão de polarização, antes mesmo do segundo turno. Para essa previsão concorre igualmente o interesse dos grandes partidos em colocar o município na sua linha de prioridades, quase sempre por admitir que aqui está um colégio eleitoral capaz de levar influência no papel de Minas na sucessão presidencial de 2014.
O PSDB, PMDB e PT, que são exatamente os partidos com maior poder de voto, já anunciaram suas expectativas em relação a Juiz de Fora. E todos confirmam que disputarão a prefeitura com candidatos próprios. Àqueles partidos vão se juntar outros, não tão fortes, mas expressivos,
como PPS, PDT, PTB e Partido Verde.


Temer contra a parede

Pode ser que o vice-presidente Michel Temer não tenha o descanso que planejou para os dias de carnaval, surpreendido, nas últimas horas, com a intensificação dos descontentamentos no PMDB, partido do qual é presidente licenciado. Os peemedebistas têm duas queixas que se convergem:1 - o partido tem pouca participação nos cargos do governo ou, quando os tem, nem sempre eles correspondem à sua importância na base de sustentação política do governo. 2 – é muito grande a distância dos níveis de prestígio em que são colocados PT e PMDB.
Essa queixa vem sendo feita desde o início do governo Dilma, mas sem ameaças. Diferentemente do que se vê agora, quando 50 deputados, alegando desprestígio, anunciam a disposição de se desvencilhar do compromisso de apoiar os projetos de interesse do governo.
Um detalhe que valoriza esse descontentamento: o ambiente é o mesmo que se observa em outros partidos da base.


A homenagem que é devida

Morreu o ex-vereador Rubens Vasconcellos, depois de estar longamente atormentado por doenças. Ele e outros que o antecederam geralmente são reverenciados em câmara ardente, o que é mais que justo. Mas talvez ainda esteja para ser prestada a verdadeira homenagem à sua memória e à sua passagem pelo Legislativo: saber quais foram suas preocupações e o que foi feito das leis que criaram.
Para citar apenas alguns exemplos. Rubens foi autor da lei que obriga os edifícios da cidade a terem escadas externas para fuga em caso de incêndio. Passados 40 anos, apenas o Adhemar Andrade e a sede da MRS têm a escada, porque as construções não tomaram conhecimento da lei. Outro caso: na mesma época, o principal adversário de Rubens, Raimundo Hargreaves, fez aprovar projeto de sua autoria proibido a maldade e o estorvo de carroças de tração animal trafegando nas ruas centrais. Ficou no esquecimento.
Ressuscitar o trabalho desses homens é o melhor que se pode fazer em sua memória.




Diálogo com os endividados

Está de novo em pauta, e agora não apenas em Minas, mas em quase todos os estados da Federação, a questão das dívidas com a União. O assunto é antigo, com a diferença de que desta vez, apoiados pelas respectivas Assembleias, os governadores tomam coragem para confessar que são responsáveis por dívidas impagáveis. No caso de Minas, os compromissos acumulados chegam a R$ 398 bilhões, um volume que autoriza o governador Anastasia, antes de seus colegas, a afirmar que não há como honrá-lo; nem mesmos os custos da dívida.
Chega-se então a um impasse. Não há como pagar e não há como deixar de receber. A não ser que o governo federal adote a solução mais adequada, confortável para todos: o dinheiro passe a ser convertido em obras, por ele financiadas e fiscalizadas, cabendo aos governadores nada mais que elaborar uma escala de prioridades. Se fosse o caso do atual momento, Minas tem uma longa jornada a trilhar na recuperação das cidades destruídas pelas chuvas. Seria um bom dinheiro, muito bem vindo.

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(( publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Fora da norma

“Hoje em Dia”, jornal de Belo Horizonte, acha que é preciso melhorar o serviço de táxi em Juiz de Fora, e vê como um dos problemas o fato de apenas 1,9% da frota estar adaptada para os usuários com deficiência física.
Outra queixa: se o IBGE informa que a cidade tem 497.778 habitantes, com 517 táxis, deduz-se que é média de um táxi para 962,8 pessoas. Uma frota fora dos padrões exigidos para esse tipo de serviço.


Segurança
Admite-se que o governo passará a examinar com interesse uma sugestão levada pelos secretários das áreas de segurança pública, entre eles o mineiro Lafayette Andrada, para que as questões ligadas ao policiamento estadual tenham o mesmo tratamento que a Constituição confere à educação e à saúde; isto é, sólidos recursos orçamentários e verbas carimbadas. Lafayette, que defende a ideia, lembra que a segurança é hoje uma pauta privilegiada da população.
Há outra questão, esta mais polêmica, nas pauta dos secretários: a internação compulsória em clínica dos dependentes de drogas.


Aliança certa

Entre os acontecimentos políticos esperados para depois do carnaval está a possibilidade de o Partido Verde antecipar seu projeto de aliança com o PSDB para a eleição de prefeitos e vereadores nas principais cidades de Minas. É o que também deve acontecer em Juiz de Fora, com a diferença de que aqui os verdes chegarão aos tucanos pela via do PPS.


Enxugamento

Pode ser até que a oposição não tenha direito de formular sugestões administrativas ao governo a que se opõe. Seja como for, está sobre a mesa da presidente Dilma um elenco de conselhos, um dos quais altamente pertinente, venha de onde vier. É a necessidade de ser reduzido o número de ministérios. Não apenas para que seja contido o custo da máquina de governo, mas para a facilidade operacional. Os ministros se atropelam nos corredores, não raro uns se queixando dos outros por interferências ou choque de atribuições.


Disponível

O senador Demóstenes Torres, entrevistado domingo à noite pela Band, reafirmou que mantém a disposição de disputar a presidência da República, em 2014, desde que seu partido, DEM, confirme o convite que lhe foi feito. O Democratas pode se deixar sensibilizar pela sensação que vêm experimentando alguns setores do PPS: eliminar a ausência de alternativas. Hoje, quando se fala em presidência o assunto fica restrito ao PT e PSDB.


Bucha de canhão

É uma constatação possível de confirmação em vários partidos da cidade: mais atentos que os candidatos a vereador de outros tempos, os novatos de hoje observam a formação das chapas e querem avaliar os favoritos com quem vão concorrer. Muitos já ficaram sabendo que estarão entrando só para ajudar a somar legendas, pois os partidos não têm interesse real em sua eleição. Há os favoritos e em favor deles os votos têm de ser canalizados pelos menos votados. Por isso, as vítimas são chamadas de buchas de canhão.
Em certos partidos são visíveis as preferências. E estas, quanto mais evidentes mais estimulam os pequenos a não entrar numa corrida para a qual já estão condenados a raias menores. Os bobos são cada vez mais raros.


Região Metropolitana, um
velho assunto esquecido


Há quinze anos, tomada por base uma iniciativa do deputado Sebastião Helvécio, a Assembleia Legislativa ensaiou as primeiras discussões em torno da criação da Região Metropolitana de Juiz de Fora, que seria formada, além da sede, por doze outros municípios. O projeto tinha como premissa a extensão aos vizinhos dos serviços urbanos e sociais locais, eficientemente utilizáveis com base em um novo sistema de transportes, este considerado o ponto de partida para as demais iniciativas.
Não se falou mais nas metropolitanas, que acabaram reduzidas a Belo Horizonte e à Zona do Aço. Agora, nove anos depois de estar esquecido, volta à discussão o projeto de Montes Claros, que englobaria vários municípios da região. Mas ainda não surgiu quem desse garantia de que esse e os outros projetos de metropolitanas possam evoluir.
Há no governo quem combata a ideia com argumentos técnicos. Mas a resistência, na maioria das vezes, parte é de deputados, temerosos de perder o controle dos votos de seus redutos, independentemente dos benefícios que possam ser alcançados pelas populações.
O projeto de Juiz de Fora, que ficou esquecido no nascedouro, não seria diferente dos demais: planejamento e execução de obras e serviços de interesse comum da região, com a força política não apenas do município, mas dos doze que tomariam parte na sua metropolitana.


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De Memória

Preconceito

Em março de 1975 algum assessor do presidente Ernesto Geisel viu, em meio à correspondência, a carta de uma jovem de Juiz de Fora, chamada Maria Aparecida da Silva, denunciando ter sido barrada na boate Vivabela, por ser negra. O assessor viu nisso uma chance de o governo ganhar simpatia, e levou o presidente a se escandalizar com o caso. Mobilizou ministros, procuradores e a Polícia Federal. Nos dois meses seguintes Geisel cobrava depoimentos e resultados. Em junho, veio o julgamento. O juiz José Guido de Andrade absolveu o proprietário da boate, mas condenou o porteiro racista a 15 dias de prisão, por concluir que foi iniciativa dele a ofensa a Maria Aparecida. Ela, agradecida a Geisel, filiou-se ao partido do governo, a Arena.


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((publicada na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O que o mineiro não diz, dizendo?

Esta queixa vem de muitos lugares, mas principalmente dos gaúchos e dos paulistas: não é fácil saber exatamente o que um mineiro quis dizer além das palavras que acaba de pronunciar, como também temem seu excessivo cuidado em assumir posições. É o que tem levado nosso político a navegar entre a crítica e o anedotário, algumas vezes até para lhe negar confiança, como a ex-governadora do Rio Grande, Yeda Crusius, sobre certa indefinição do ministro Eliseu Resende: “Ele é bom, mas é muito mineiro”. Então, segurar um montanhês seria como tentar segurar um peixe ensaboado.
Hoje, quando se fala nas questões nacionais que envolvem decisão tão necessária quanto rápida, costuma-se recomendar cuidado com o que dizem os representantes do estado, não exatamente porque comprometem a verdade, mas porque é preciso saber o que está por trás do que ele diz. Não é de hoje. Guimarães Rosa teria recomendado o mesmo cuidado. Mineiro quando diz “vou chegando” é porque, na verdade, está saindo...
O ex-ministro Saulo Ramos, que escreveu o excelente “Código da Vida”, foi quem melhor descreveu essa peculiaridade, que tem na conta de alta inteligência. Lê-se na página 88:
“O mineiro diz, mas não diz exatamente o que quer dizer. De tal forma, que somos levados a afirmar que disse. A ciência está em aferir o que o mineiro não diz quando está dizendo, e entender a outra coisa que está querendo que você saiba.”


Dilma na mira
do fogo amigo

A semana não chegou com promessa de dias mais calmos para a presidente Dilma. Não propriamente por causa da oposição, que tem preferido deixar o tempo passar. O fogo vem é de dentro do próprio palácio e da bancada que tem obrigação de defendê-la. A começar pelos evangélicos, que veem o governo simpático a duas coisas que seus pastores não admitem e não colocam como tema de negociação: o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo. As pressões, até agora feitas com certa reserva, passaram para o campo da ameaça pública de hostilidade, com grave risco de ganhar caráter de contencioso político a dois temas delicados. Os pentecostais já tem seu primeiro alvo: Fernando Haddad, candidato de Dilma à prefeitura de S.Paulo. Vão atacá-lo.
Não bastasse, o PMDB vai retomando o discurso queixoso em relação a cargos. O partido se considera desprestigiado, e arrasta o descontentamento regional, quando lembra que os 11 melhores ministérios não apenas estão com os petistas, mas com petistas de São Paulo.
Não param aí as preocupações. No encontro nacional que marcou seus 32 anos, o PT fez severa e justa crítica ao senador José Sarney, mas destinada a levar constrangimento à presidente.


Na privatização,
“la même chose”


Não têm razão os que querem crucificar o PT pelo fato de seu governo entregar à iniciativa privada três dos mais importantes aeroportos do País, ainda que o partido esteja engolindo seco o mesmo caroço que o repugnava nos tempos de Fernando Henrique. Agora, eles e os tucanos são aliados do pragmatismo, para confirmar o economista Gilberto Ramos: a esquerda nada mais é que a direita quando está fora do poder. Delfim Neto não via de outra maneira: “nada é mais parecido com o governo do que a oposição no governo”.
Seria impossível cobrar da presidente que deixasse de fazer o que a sensatez recomendava, sem apelos gratuitos à ideologização, mas com pés e mãos na realidade.
Se alguma coisa se pode criticar na reação dos petistas é sua incursão na semântica. Dizem: o que se fez foi concessão, não privatização; como se isso alterasse essencialmente os investimentos e os lucros que entram na história dos aeroportos.
Chegam certas horas que os governos são muito iguais. Quem estudou no velho Machado Sobrinho, na década de 50, pode ter na lembrança uma frase favorita do professor de francês, Francisco Bedendo, para cobrar análise gramatical de seus alunos: “Plus ça change, plus c'est la même chose”. Quanto mais muda, mais é a mesma coisa.



Vizinho de risco

A greve da Polícia Militar baiana, que perdeu a compostura quando virou arruaça, serviu para despertar a atenção do governo, que tem a responsabilidade de impedir que o problema se alastre, sem embargo da legitimidade da queixa quanto aos soldos, pois os PMs ganham miséria. Foram logo tomadas medidas de precaução, inclusive com o estado de alerta entre algumas tropas do Exército. Em Juiz de Fora, sede da 4a Brigada de Infantaria Motorizada, 3.500 homens estão de prontidão, e descem para o Rio, se a PM partir para a greve.


Descompasso

Do jeito como andaram as expectativas em torno de um acordo entre o PMDB e o governador, a previsão era que alguns peemedebistas da cidade fossem saudar Anastasia, quando, sábado, ele desembarcou na Serrinha e foi inaugurar o armazém distribuidor da Bahamas. Como não apareceu qualquer representante do partido para as honras de estilo, vê-se que a aproximação fracassou mesmo. Teria vindo ordem de cima para se prestigiar o desembarque.

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De Memória

Sem mulheres

Do jeito como foi projetado e construído o Fórum, nos anos 60, no pavimento destinado às sessões do Tribunal do Júri não foram criadas instalações sanitárias para mulheres. Para evitar que vivessem situações de constrangimento, o juiz Sidney Afonso determinou, em dezembro de 1979, que elas não mais fizessem parte dos sorteios para a definição do corpo de jurados. O caso ganhou grande repercussão, pois foi o primeiro de que se teve notícia. Mas elas não entenderam a decisão como fidalguia, e 30 advogadas e estudantes promoveram um protesto contra a medida ”machista e discriminadora”, embora um levantamento entre advogados e promotores indicassem que 90% das mulheres, sempre que sorteadas, pediam para serem dispensadas.

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(( Esta coluna está na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Quem voto é que deve aplicar a Ficha Limpa

Ao assumir a presidência do Tribunal Eleitoral, na tarde de quarta-feira, em Belo Horizonte, o desembargador Brandão Teixeira, ao fazer a profissão de fé na Justiça, deixou um recado, não para as autoridades que o ouviam, mas para o eleitor. A este é que cabe a primeira responsabilidade na aplicação da Lei da Ficha Limpa. Como? Eliminando, com o voto consciente e cuidadoso, os candidatos sabidamente maus caracteres e corruptos, bem como os que fazem da política instrumento a serviço de interesses próprios.
Quando chegar outubro, o eleitor, no entendimento do desembargador, não deve conferir ao voto apenas a manifestação de uma preferência, mas que aja como um instrumento de seleção; de depuração, quando se tratar de eliminar o candidato corrupto ou que tenha praticado irregularidade com o bem público.
O presidente do TRE não disse, mas está implícito: o voto, principalmente nas próximas eleições, antecedidas por amplas discussão sobre os objetivos da Lei da Ficha Limpa, deve ser um instrumento duplo, para indicar o candidato que o eleitor considera o melhor, e, ao mesmo tempo, banir quem não merece ser representante da sociedade.



Receita
eleitoral


O desembargador Kildare Carvalho, que acaba de deixar a presidência do Tribunal Regional Eleitoral, diz que “o modelo brasileiro de Justiça Eleitoral tem contribuído para a expansão da cidadania, a inclusão política e a agilidade da disputa eleitoral”, mas, ainda assim, adverte que ela não pode falhar diante dos desafios que a esperam neste século.
Essa Justiça setorial, que foi criada na década de 30, tem a missão de restringir a participação dos interesses políticos na administração do processo de votação. Eis um desafio, diz o desembargador.


Volume da
bancada

Na aritmética de que se valem para elaborar previsões sobre o número de vereadores que podem eleger, os partidos se revelam modestos. Nenhum deles se aventura na expectativa de uma grande bancada. Geralmente indicam duas cadeiras as suas expectativas para outubro. É o que também o Partido Trabalhista Brasileiro tem dito a Vanderlei Tomaz, que vai disputar levando um histórico de boas votações em anos passados.
Mas as chances maiores ou menores dependem das alianças.


As barbas
do vizinho


Não é vocação pelo catastrofismo, mas o governo federal devia, além do empenho do exército e das ações do governador Wagner, participar ativamente das negociações com os policiais grevistas da Bahia. Há o risco de movimentos reivindicatórios dessa gravidade se estenderem a outros estados, além de se ampliarem as dúvidas no Exterior sobre a real capacidade do Brasil de assumir eventos de expressão internacional, como a Copa do Mundo.
A crise baiana não deve ser tratada como um fato isolado.


O ônus de
um presente


O programa Minha Casa, Minha Vida tem importância, ao tentar reduzir o déficit habitacional para famílias de baixa renda, mas, a bem da verdade, não pode ser passado apenas como uma grande gentileza do governo federal. O que vem de Brasília é o financiamento pela Caixa, e a prefeitura fica com o ônus mais custoso: tem de doar os terrenos, realizar obras de infraestrutura e manter, para sempre, os serviços básicos.
Mas essa é uma realidade que o governo federal não informa.


Política vai
ser ensinada

O PSDB vai promover, em Juiz de Fora, entre março e junho, um curso para informação política, originalmente destinado a candidatos a vereador, mas aberto a outros interessados. Os projetos partidários, planos de marketing e legislação eleitoral estão entre os tópicos mais importantes.
Os tucanos pretendem disputar as eleições de outubro com um plano estratégico que será dirigido, diferentemente, em dois níveis, distribuídos para 50 e 10 municípios. Entendem que as diferenças entre eles recomendam tratamento partidário diferenciado.


PSL fica na
expectativa

Definido que o Supremo Tribunal Federal vai cuidar, agora em definitivo, da Lei da Ficha Limpa e sua aplicação já para as eleições deste ano, pesa para o PSL um detalhe que pode alterar seu projeto de lançar alberto bejani candidato a prefeito. Trata-se do impedimento de se candidatar o político que renunciou ao cargo que ocupava, para escapar da cassação. Foi o caso do ex-prefeito, que optou pela renúncia, no momento em que a Câmara já estava sob pressão pública para cassá-lo.
Era parte de uma fase abjeta da história desta cidade.

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De Memória


A vida das cores


Em uma entrevista histórica que gravou com o colunista César Romero, na antiga TV Tiradentes, em 25 de janeiro de 92, o célebre paisagista Burle Marx disse algo que depois seria citado pelo Brasil afora. Quando lhe foi pedida a definição da cor, Burle garantiu que ”não há uma cor mais bonita que a outra; elas nada mais são que a comparação de uma com a outra”. A frase foi a que “assinou” o final da reportagem da morte dele no telejornal da Band, dois anos depois. Aliás, no programa de César Romero, o paisagista também falava sobre a relação vida-morte:
_ O que vale no viver é a curiosidade. Se a gente perde o interesse pela busca, então melhor é morrer.

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(( Publicada amanhã no TER NOTÍCIAS ))

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Infidelidade eleitoral: a Justiça está agindo

A se julgar pela decisão do Tribunal de Justiça de Minas, abrindo-se um importante precedente, os partidos políticos ganharam mais força para fechar diretórios municipais, quando estes se rebelarem contra decisões adotadas pela direção estadual. No caso de desobediência, é suficiente um ato interno da executiva estadual, pois a Justiça apoia. É a situação que acaba de ser criada com a decisão da 17a Câmara Cível, ao considerar que o partido agiu corretamente ao fechar o diretório de Sabará, que na última eleição negou apoio à candidatura de Hélio Costa ao governo do estado. O TJ alegou ter adotado o texto do próprio regimento do partido para reconhecer a medida extrema.
O mais importante, com essa decisão, é o precedente. Muitos diretórios (Ipanema já vai para a Justiça) em Minas estão em situação pendente, e podem acabar caindo na mesma interpretação, porque nas três últimas semanas da campanha o PSDB agiu intensamente no interior para garantir a vitória de Anastasia, removendo, a seu favor, forças políticas até então contrárias. Foram muitos os casos em que os peemedebistas se transferiram para a campanha dos tucanos, sendo que na região de Juiz Fora ocorrem 13 casos de apoio de última hora de diretórios do PMDB a Anastasia. Como também ocorreram casos, como Juiz de Fora, em que o PMDB não negou nem retirou apoio a Hélio, mas também não trabalhou o suficiente. Contudo, quanto a esse particular, ninguém superou o PT no “fazer o corpo mole”.

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Consultas

O deputado Carlos Henrique, que anuncia sua disposição de montar base eleitoral em Juiz de Fora, veio na semana passada para estar com o deputado Júlio Delgado, informar-se sobre sua disposição de disputar a prefeitura e o que pensa sobre o candidato a vice. Uma consulta que também pode ser do interesse da Igreja Universal.


Pode ser

É preciso saber se a reforma do secretariado do governador Antônio Anastasia pode atingir, ainda que de raspão, o apoio do PMN. Se houver composição e um secretário sair da bancada estadual, estará aberta chance para o suplente Isauro Calais. Pode não ser interessante, pois ele tem a reeleição para vereador num nível de tranquilidade.


Como fica?

Passado o carnaval, porque antes dele quaisquer decisões não são levadas a sério, o PCdoB deve promover reunião esclarecedora com o suplente de deputado Wadson Ribeiro, para saber como fica o partido frente à sucessão municipal. Antes de deixar o governo, acusado de prática de irregularidades, ele e seu partido tinham só olhos voltados para o PT. Wadson tem de ser ouvido, até porque é membro do Comitê Central.


Sem mudança

Ainda cercada de nebulosas, a anunciada reforma do primeiro escalão do governador continuam sendo tema para muitas especulações, das quais escapam apenas os secretários da cota pessoal de Anastasia. Nesses ninguém tasca. Entre eles o da Saúde, Antônio Jorge.


Desinteresse

O PMDB parece convencer-se de que este não é o momento mais adequado para aliar-se oficialmente ao governador e tomar parte no seu secretariado, preferindo não se comprometer a poucos meses das eleições. Especialista em composições, é de se imaginar o que esse distanciamento tem custado ao partido.


Os eleitores

Há quem admita que o colégio eleitoral do município pode sofrer alterações até maio, sob a alegação da chegada de milhares de jovens eleitores, que para cá se transferiram, a fim de cursar faculdades. Em outros anos, a mesma expectativa jamais foi confirmada. Agora, as transferências que ocorrerem poderão alterar pouquíssimo o colégio que ainda não chegou a 400 mil títulos.


Criatividade

Aproximando-se as eleições, quando todos os vereadores estarão se submetendo, de novo, ao voto, seria de todo conveniente que melhorassem as ideias e os discursos, que andam pobres, salvo as exceções de estilo, que são raras ali. Nem que seja para impressionar, podiam aprimorar a criatividade.


Falta dizer


Foi aplaudida a decisão da Assembleia Legislativa de criar uma comissão destinada a abrir caminhos para que, em futuro próximo, o aeroporto de Goianá seja também um terminal preparado para atuar no comércio exterior. Mas é preciso que a comissão ou qualquer grupo de trabalho criado com esse objetivo colabore também em uma política de estímulo aos itens de exportação.
Hoje, o que Juiz de Fora mais exporta – aço, zinco, automóveis – não pode ir de avião.

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De Memória

O nuncupativo

Foi em 29 de dezembro de 1975 que o juiz da 1a Vara da Família, Plácido Corrêa de Araújo, criou polêmica ao autorizar, com base no artigo 200 do Código Civil, o casamento nuncupativo do sargento João Ramos da Silva. 76 anos, com Ana Rosa Domingos, 25. Foi o primeiro caso na comarca. O noivo havia morrido uma semana antes, no Hospital Militar, que não autorizou o juiz de paz Mílton de Souza Ferreira tomar o compromisso “in extremis” do sargento, poucas horas antes de sua morte. A polêmica que se criou era se, com idade avançada, enfermo, 50 anos mais velho que Ana Rosa, o noivo estaria gozando de lucidez suficiente para decidir. Foi o ponto de que se valeu a Promotoria para tentar impedir o casamento, embora seis testemunhas garantissem que o sargento estava mesmo apaixonado.
Com base no episódio, noticiado no ”Jornal do Brasil”, então o mais importante do País, o deputado Gomes Filho apresentou projeto que criava restrições para o casamento nuncupativo, mas não teve êxito.



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((publicado na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Uma fraude para CPI

O que antes era rumor, depois suspeita, e agora acaba de ser confirmado, traz ao conhecimento públicos que em algumas delegacias e certos policiais deturpam as estatísticas sobre crimes praticados em Minas. São incorporados dados falsos, com o objetivo de camuflar a realidade da violência. Como há indícios de que, além da sonegação da verdade, omitiram-se dados importantes sobre a política de segurança pública, a Assembleia Legislativa tem razões suficientes para instaurar um comissão de sindicância.
No estado, mata-se mais do que se anuncia. O que as estatísticas não mostram, porque, por exemplo, muitos homicídios são registrados apenas como ”encontro de cadáver”. As pessoas que saem feridas em tentativas de homicídio e ficam dias nos hospitais, onde acabam morrendo, geralmente não entram nos relatórios. Condenadas ao esquecimento das nos relatos de ”tentativa”. Mas nas verdade elas foram assassinadas.
Se a Assembleia se dispuser a ir fundo no problema (não apenas uma investigação), o primeiro passo é um levantamento dos chamados BOs – Boletins de Ocorrência. É ali onde geralmente ocorrem as informações incorretas ou incompletas.
Seja como for, o painel da violência em Minas não é o céu azul que se tenta criar. Ainda agora, pesquisa de um instituto mexicano elege Belo Horizonte entre as 35 cidades mais violentas do mundo.


Aliança tem de
ser dentro da lei

Oito meses antes da eleição os partidos colocam como primeira preocupação as alianças com que pretendem eleger seus candidatos, e nem por isso dão maior importância ao que a legislação eleitoral exige para que tenham validade os acordos. Anis José Leão, que pode ser considerado em Minas grande autoridade em Código Eleitoral, tem críticas sobre o procedimento de partidos no estado, e ainda agora vê equívocos no que tem sido chamado de “aliança informal” entre PSDB, PT e PSB em torno da candidatura à reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda.
Leão ensina que as exigências para qualquer projeto aliancista estão bem definidas e não comportam a faixa da informalidade. E esclarece: “ aliança é o mesmo que coligação. E coligação, de direito, é tema que o artigo 6º da Lei 9.504/97 disciplina claramente”, a começar pelo fato de que tem de ser aprovada em convenção pelos partidos participantes. Além disso, a coligação tem nome próprio. Ainda segundo o especialista, “perante a Justiça Eleitoral, ela funcionará como um partido”. Se não for assim será ao arrepio da lei.


Plebiscito para o
Horário de Verão

Se tudo der certo para o deputado goiano João Campos, do PDDB, na eleição que vier depois de outubro próximo os brasileiros serão consultados sobre as conveniências ou não da adoção do horário de verão, que divide opiniões no Brasil e em qualquer parte do mundo onde é mantido só o pretexto de economizar energias. Essa mudança nos ponteiros dos relógios foi invenção de um inglês, William Willet, em 1907, mas foram os alemães que, nove anos depois, fizeram a primeira experiência. No Brasil começou em 1931.
É impossível uma previsão consistente sobre o que o brasileiro pensa do horário de verão. As opiniões são divididas, mas há dois pontos dos quais não se pode divergir: a economia de energia que se obtém é pífia,e, por outro lado, ele altera os hábitos biológicos.



Dificuldade é
com as mulheres

Quase todos os partidos têm manifestado otimismo em relação ao interesse de seus filiados em disputar lugar nas chapas de candidatos a vereador, mas omitem uma dificuldade que tem sido tradicional: o problema de preencher os 30% que têm de ser reservados, por lei, às mulheres. Elas continuam demonstrando desinteresse, principalmente nos grandes partidos.
O fenômeno da rejeição tem se revelado em várias regiões. Já foi sugerido ao Tribunal Superior Eleitoral uma campanha focada na convocação feminina. Mas a sugestão não pode ser atendida, pois seria vista com o defeito da discriminação, ainda que indireta, das candidaturas masculinas.
A não ser, talvez, em algumas grandes capitais, como S.Paulo e Rio de Janeiro, a dificuldade é a mesma para encaixar a representação feminina nas chapas de vereança. Na maioria das cidades a situação é a mesma, embora nem sempre os partidos se queixem, para não demonstrar desprestígio.

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De Memória

Negros pressionam

No dia 6 de junho de 1985 as entidades de cultura negra da cidade, lideradas pela Associação Quilombo dos Palmares, empurravam o presidente José Sarney contra a parede, e por isso estávamos nas páginas dos grandes jornais. Exigiam duas coisas que ele não podia cumprir: o rompimento de relações diplomáticas com a África do Sul, onde os negros eram maioria e vitimas de todo tipo de violência, ”o que também compromete nossa nacionalidade; e o segundo pedido, não menos difícil: que o governo retirasse as honras oficiais conferidas à Princesa Isabel, “que, nas verdade não praticou qualquer ato de bondade”. As entidades não perdoavam o fato de na libertação de maio de 1888 o Império não ter cuidado de incluir as populações negras no sistema de produção. Sarney não tomou conhecimento.

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(( Estas e outras notícias na edição de quarta-feira do TER NOTÍCIAS))

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Segunda edição do dia,7, com correções

O voto indeciso
da juventude

Entre as preocupações dos partidos e dos marqueteiros que vão cuidar da campanha de seus candidatos está um estudo sobre o comportamento do voto dos jovens. O que esse eleitorado quer ouvir?; se realmente quer ouvir, porque as eleições mais recentes têm revelado que a política não se situa entre as questões que mais despertam suas reflexões.
Há uma tendência para se admitir que a mocidade cuida, em primeiro lugar, do mercado de trabalho, preocupando-se mais com isso do que co a educação, a saúde e a segurança. O professor Delorme Araújo analisa que, fundamentalmente, o jovem cuida de seu próprio destino, o que o afasta de problemas coletivos. É, ainda segundo o professor mineiro, o que torna apagada a reação dos moços nas campanhas de moralização dos costumes.
Atrair a militância eleitoral dos jovens é, portanto, uma prioridade, como também a campanha de envolvimento dos maiores de 16 e menores de 18 anos, que têm a faculdade de votar, mas não mais de 20% acham isso uma boa ideia.



PSD já tem um
pé no governo

Registrado há apenas quatro meses no Tribunal Superior Eleitoral, o PSD registra duas performances em Minas: ganhou oito dos 77 deputados à Assembleia Legislativa e tem uma secretaria no governo do estado. A secretaria de Desenvolvimento Social vai para o deputado Cássio Soares, que está em seu primeiro mandato. O fato de ser a primeira iniciativa do governador na prometida reforma mostra a importância que se pretende conferir ao novo partido como base da aliança projetada pelo PSDB.


Qual a linha
do Itamaraty?

Interessante observar que as chancelarias do Exterior e a imprensa de outros países, muito mais que nós, brasileiros, têm se preocupado com a política do Itamaraty, que em doze meses, não mais que isso, alterou ou jogou para os lados algumas linhas que vinham sendo cumpridas no governo Lula. Tão identificada com o antecessor, nada decidindo sobre questões importantes não sem antes consultá-lo, a presidente pratica o gelo em relação a Hugo Chávez, da Venezuela, e foi excluída do recente roteiro latino-americano de Ahmadinejad, ditador do Irã, ambos gurus de Lula.
No alvo permanece Cuba, com evidências de uma preocupação de não mostrar diferenças muito salientes. Mas até hoje não se sabe exatamente o que se pretende ou não se pretende em Havana.
As comissões de relações exteriores do Senado e da Câmara deviam cobrar explicações. A política externa tem parecido insossa e descolorida.


Imposto


Pelo menos dois políticos mineiros, o senador Clésio Andrade e o deputado Marcus Pestana, manifestaram disposição de estudar e propor mudanças na legislação que trata das chamadas ”marinas”. Em carta que enviaram a um dos interessados em Juiz de Fora, Vanderlei Tomaz, solidarizaram-se com os que se queixam da cobrança do imposto que o governo federal está aplicando sobre proprietários de terrenos situados a menos de 15 metros das margens dos rios, sob a alegação de que dentro dessa medida o imóvel pertence a União;portanto, estaria sob ocupação.
Diante da reação provocada pelo recadastramento desses terrenos, o governo decidiu sustar a cobrança.


Evangélicos

Matéria que corre o mundo, pela internet, mostra a razão de os evangélicos terem conquistado tamanho poder político. Suas igrejas não param de crescer, calculando-se que contam hoje com 35 milhões de fiéis, que frequentam 210.000 templos, têm 300 emissoras de radio, dezenas de televisões e 40 deputados no Congresso. Há uma previsão de que, na marcha em que vão, em 2020 a metade dos brasileiros será evangélica. Sociólogos e psicólogos estudam o fenômeno desse crescimento, apesar de serem conhecidos os escândalos de muitos de seus pastores e fundadores.

Compensação

Afastada a possibilidade de Minas ter um segundo ministério no governo Dilma, os governistas passaram a olhar com simpatia uma forma de compensação no Congresso, ainda que sem comparação quanto à expressão que se desejou. O deputado Eduardo Azeredo deve ficar com a presidência da Comissão de Ciência e Tecnologia. Uma segunda presidência possível, a se definir hoje, situa-se na área de influência do PMDB. Seu presidente em Minas, Antônio Andrade, ficaria com a Comissão de Desenvolvimento Urbano, ou Saraiva Felipe teria a presidência da Comissão de Seguridade Social.
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De Memória

Um dia negro

O 23 de janeiro de 1990 foi desagradável para o juiz-forano, pois acabávamos de entrar na lista negra das cidades de porte médio do Brasil onde a carestia se fazia sentir mais pesada. Tratava-se de um dado obtido em pesquisa da Faculdade de Economia, que nos dava inflação de 69,29% no mês. O Centro Industrial reconheceu que éramos uma das cidades onde se pagava mais caro para viver, e seu presidente, Max Junqueira, diria que esse quadro sombrio resultava de dois fatores: a desordem da economia nacional e a decisão do comércio de elevar os preços aleatoriamente, “na suposição de que o governo Collor optará pelo congelamento nos primeiros dias que se seguirão à posse”.
Em menos de duas semanas alguns itens da cesta básica tiveram aumento acima de 100%.

O voto indeciso da juventude

Entre as preocupações dos partidos e dos marqueteiros que vão cuidar da campanha de seus candidatos está um estudo sobre o comportamento do voto dos jovens. O que esse eleitorado quer ouvir?; se realmente quer ouvir, porque as eleições mais recentes têm revelado que a política não se situa entre as questões que mais despertam suas reflexões.
Há uma tendência para se admitir que a mocidade cuida, em primeiro lugar, com o mercado de trabalho, preocupando-se mais com isso do que com a educação, a saúde e a segurança. O professor Delorme Araújo analisa que, fundamentalmente, o jovem cuida de seu próprio destino, o que o afasta de problemas coletivos. É, ainda segundo o professor mineiro, o que torna apagada a reação dos moços nas campanhas de moralização dos costumes.
Atrair a militância eleitoral dos jovens é, portanto, uma prioridade, como também a campanha de envolvimento dos maiores de 16 e menores de 18 anos, que têm a faculdade de votar, mas não mais de 20% acham isso uma boa ideia.



PSD já tem um
pé no governo

Registrado há apenas quatro meses no Tribunal Superior Eleitoral, o PSD registra duas performances em Minas: ganhou oito dos 77 deputados à Assembleia Legislativa e tem uma secretaria no governo do estado. A secretaria de Desenvolvimento Social vai para o deputado Cássio Soares, que está em seu primeiro mandato. O fato de ser a primeira iniciativa do governador na prometida reforma mostra a importância que se pretende conferir ao novo partido como base da aliança projetada pelo PSDB.


Qual a linha
do Itamaraty?

Interessante observar que as chancelarias do Exterior e a imprensa de outros países, muito mais que nós, brasileiros, têm se preocupado com a política do Itamaraty, que em doze meses, não mais que isso, alterou ou jogou para os lados algumas linhas que vinham sendo cumpridas no governo Lula. Tão identificada com o antecessor, nada decidindo sobre questões importantes não sem antes consultá-lo, a presidente pratica o gelo em relação a Hugo Chávez, da Venezuela, e foi excluída do recente roteiro latino-americano de Ahmadinejad, ditador do Irã, ambos gurus de Lula.
No alvo permanece Cuba, com evidências de uma preocupação de não mostrar diferenças muito salientes. Mas até hoje não se sabe exatamente o que se pretende ou não se pretende em Havana.
As comissões de relações exteriores do Senado e da Câmara deviam cobrar explicações. A política externa tem parecido insossa e descolorida.


Imposto


Pelo menos dois políticos mineiros, o senador Clésio Andrade e o deputado Marcus Pestana, manifestaram disposição de estudar e propor mudanças na legislação que trata das chamadas ”marinas”. Em carta que enviaram a um dos interessados em Juiz de Fora, Vanderlei Tomaz, solidarizaram-se com os que se que queixam da cobrança do imposto que o governo federal está aplicando sobre proprietários de terrenos situados a menos de 15 metros das margens dos rios, sob a alegação de que dentro dessa medida o imóvel pertence a União;portanto, estariam sob ocupação.
Diante da reação provocada pelo recadastramento desses terrenos, o governo decidiu retirar a cobrança.


Evangélicos

Matéria que corre o mundo, pela internet, mostra a razão de os evangélicas terem conquistado tamanho poder político. Suas igrejas não param de crescer, calculando-se que contam hoje com 35 milhões de fiéis, que frequentam 210.000 templos, têm 300 emissoras de radio, dezenas de televisões e 40 deputados no Congresso. Há uma previsão de que, na marcha em que vão, em 2020 a metade dos brasileiros será evangélica. Sociólogos e psicólogos estudam o fenômeno desse crescimento, apesar de serem conhecidos os escândalos de muitos de seus pastores e fundadores.


Compensação

Afastada a possibilidade de Minas ter um segundo ministério no governo Dilma, os governistas passaram a olha com simpatia uma forma de compensação no Congresso, ainda que sem comparação quanto à expressão que se desejou. O deputado Eduardo Azeredo deve ficar com a presidência da Comissão de Ciência e Tecnologia. Uma segunda presidência possível, a se definir hoje, situa-se na área de influência do PMDB. Seu presidente em Minas, Antônio Andrade, ficaria com a Comissão de Desenvolvimento Urbano, ou Saraiva Felipe teria a presidência da Comissão de Seguridade Social.
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De Memória

Um dia negro

O 23 de janeiro de 1990 foi desagradável para o juiz-forano, pois acabávamos de entrar na lista negra das cidades de porte médio do Brasil onde a carestia se fazia sentir mais pesada. Tratava-se de um dado obtido em pesquisa da Faculdade de Economia, que nos dava inflação de 69,29% no mês. O Centro Industrial reconheceu que éramos uma das cidades onde se pagava mais caro para viver, e seu presidente, Max Junqueira, diria que esse quadro sombrio resultava de dois fatores: a desordem da economia nacional e a decisão do comércio de elevar os preços aleatoriamente, “na suposição de que o governo Collor optará pelo congelamento nos primeiros dias que se seguirão à posse”.
Em menos de duas semanas alguns itens da cesta básica tiveram aumento acima de 100%.

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Deputado transfere título eleitoral para JF

O deputado estadual Carlos Henrique, do PRB, disse, no fim de semana, que decidiu transferir seu título eleitoral de Belo Horizonte para Juiz de Fora, dedicar suas atividades políticas à cidade e se integrar totalmente às questões que mais interessam à população. Como sinal de sua disposição, afirma que o passo inicial a seguir é mudar de domicílio eleitoral. Mas ele não é um desconhecido do eleitorado local, pois em 2010 elegeu-se ajudado por 4.500 votos juiz-foranos.
Henrique informa que também pesou em sua decisão “a possibilidade de o deputado Bruno Siqueira ser eleito prefeito proximamente, o que deixaria Juiz de Fora sem um representante na Assembleia”.
Na capital do estado ele tem atuado na adoção de medidas que ampliam os direitos e a defesa dos pedestres no trânsito, e acha que, considerado o crescimento urbano local, esta deve ser também uma preocupação nossa.
“Penso que há questões que não podem escapar à atenção de um parlamentar da cidade, e eu citaria entre elas a duplicação da BR-040”, concluiu.




PT- PMDB: uma
aliança para 2014

A próxima chegada do senador Clésio Andrade ao PMDB, o que deve ocorrer logo após o carnaval, está sendo indicada como fator capaz de robustecer o projeto aliancista da facção do partido que considera conveniente a aproximação com o PT, e com essa união construir uma base política sólida na disputa da sucessão do governador Antônio Anastasia.
Mas, por que a influência de Clésio? Porque ele seria o nome peemedebista mais credenciado para figurar como vice na chapa de Fernando Pimentel, este a opção indiscutível do PT para entrar na luta com os tucanos.
Para estimular essa aliança, que ainda não saiu do terreno das viabilidades, mas pode ser tratada objetivamente logo após a eleição dos prefeitos mineiros, deverão influir as relações que os dois partidos têm conseguido manter no governo federal.


Nossas pontes
que se foram

Já se falou sobre o estado em que se encontram as estradas de Minas, como dolorosa consequência das chuvas de janeiro. Tem-se como certo que as estradas constituem a primeira preocupação na longa escala de reconstrução, mas terão de dividir prioridades com as pontes, se tomarmos como reais os números que compõem o relatório de danos que chegou a Brasília no fim de semana. Os dados desanimam: 544 pontes estão parcialmente destruídas; outras 790 terão de receber algum tipo de reparo.
O recado de Minas ao governo deixou, como previsão inicial, que estamos precisando de R$ 1 bilhão. Agora, o desafio: para serem liberados recursos tão altos, as bancadas mineiras no Senado e na Câmara têm de jogar pesado, falar alto. Se não for assim, as pontes continuarão caídas.


Os mineiros
sem chance

Na semana passada, já armada a degola do ministro das Cidades, Mário Negromonte, a presidente Dilma retornou de seu périplo latino com a caneta preparada para nomear o substituto, sem que lhe fosse dada chance de dispor de alternativas, porque a cadeira, antes de ser do governo, é do PP, um partido em que Minas apita pouco; quase nada. Um dos nomes apresentados era o deputado mineiro Márcio Reinaldo, economista, com a credencial de ser um bom analista de orçamento. Mas ele nunca figurou como favorito na disputa com o paraibano Agnaldo Ribeiro, que vai assumir nesta segunda-feira, carregando dois processos de corrupção e os elogios de Paulo Maluf.
Reinaldo seria a oportunidade de o estado ampliar sua participação no ministério, onde apenas um mineiro, Fernando Pimentel, continuará com assento.



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De Memória

São Firmino sumiu

A Barragem de Chapéu D'Uvas, que foi criada para controlar as cheias do Rio Paraibuna e garantir o abastecimento de água a Juiz de Fora, começou a ser projetada em 1947. Dez anos depois, Juscelino iniciou as obras, que Itamar concluiria em 1992. Ao subir quase 30 metros, o que começou em meados da década de 80, elas custariam o afogamento de duas localidades, São Firmino e Dores do Paraibuna, onde viviam cerca de mil pessoas, custosamente transferidas para lugares não muito distantes, onde continuaram cuidando do leite e do milho.
Mas os moradores passaram meio século não acreditando nessa enchente planejada. O nome São Firmino foi devido ao homem mais antigo do lugar, o fazendeiro Firmino Cerqueira, que morreu não acreditando. “Esse negócio de barragem é conversa fiada da gente de Juiz de Fora”. Mas a água veio mesmo e a barragem virou realidade.

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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Em Minas uma aliança para 2014

As composições partidárias que estão sendo articuladas a partir de Minas podem se tornar um importante ensaio para a disputa presidencial que virá dentro de dois anos, a começar pela aproximação em torno do projeto de reeleição do prefeito de Belo Horizonte. Por esta razão, o resultado de outubro na capital mineira terá significado nos planos para a sucessão da presidente Dilma. O sinal mais evidente do entendimento que se arma entre PSDB e PSB, que são peças do projeto, está na boa convivência entre o senador Aécio Neves, pré-candidato tucano à presidência, e o governador do Pernambuco, Eduardo Campos. É o que torna o governador nordestino e seu partido uma espécie de noiva amplamente cotejada pelo tucanato, sobretudo as lideranças do partido que querem se desvincular da dependência de São Paulo. Em Minas, o que ainda não está definido, talvez nem mesmo cogitado, é se a união entre os dois partidos, que em Belo Horizonte se faz em torno de Márcio Lacerda, poderia ter reflexo no interior do estado. Mas esta é uma questão que virá à tona proximamente, pois já conduziria sua influência na eleição dos prefeitos das principais cidades.


Paraibuna é modelo
contra tributação

É quase certo que Juiz de Fora criou uma norma para a reação de proprietários de imóveis junto aos rios, sobre os quais o governo federal vinha pretendendo cobrar impostos atrasados, a título das “marinhas”, que consideram propriedade da União as áreas situadas nos primeiros 15 metros das margens. Como o caso local, há muitos em Minas em que os terrenos, hoje quase sempre com edificações, foram adquiridos há décadas. Em relação ao Paraibuna, não foram os proprietários os invasores, mas o rio que invadiu seus espaços, quando o leito teve seu curso corrigido. O prefeito Custódio Mattos e o coordenador da Biblioteca Murilo Mendes, Vanderlei Tomaz, foram as vozes que se levantaram contra a incidência do imposto, em cartas ao Palácio do Planalto, e já se sabe que quatro municípios da região vão se defender com base nos mesmos argumentos.


Tendência para
a polarização

Os políticos, e entre eles alguns vereadores mais experientes, já perceberam que a polarização na sucessão municipal entre PSDB e PT faz parte das estratégias dos tucanos, porque admitem que, nesse caso, chegado o segundo turno, poderiam levar vantagem sobre os petistas. Mas não falta quem avalie pela ótica do bumerangue: da mesma forma como o PSDB espera poder atrair os adversários da candidatura de Margarida Salomão, o PT pode ter o mesmo poder de atração sobre os que querem negar a reeleição do prefeito Custódio Mattos. Tão certo do esforço da polarização dos dois principais adversários, o PMDB, se acompanhar o raciocínio de deputado Bruno Siqueira, seu pré-candidato, vai argumentar em favor da renovação. Já se conhece um dos motes da campanha peemedebista: há 30 anos só três homens administraram a prefeitura.

Quórum fica
mais difícil

A tradição diz respeito a todas as casas legislativas, desde o Congresso Nacional até a câmara municipal mais modesta. Começa fevereiro, quando é ano eleitoral, e fica difícil a votação de matérias que dependem de dois terços para aprovação, porque vereadores, senadores e deputados estão cuidando da campanha, e sabem que voto só se consegue com empenho pessoal. O caso da Câmara de Juiz de Fora não será exceção, porque todos os vereadores vão disputar a reeleição. Em Belo Horizonte foi rechaçada a ideia do “vereador-tampão”, que serviria para entrar em exercício nessas épocas.


Grupo de Itamar
perde espaço

Oito meses depois sepultadas as cinzas do senador Itamar Franco, já vai se apagando a presença de seu grupo político em posições de destaque. O mais recente caso é a saída de Henrique Hargreaves da chefia da representação de Minas em Brasília. Ele esteve com Itamar durante toda a vida e foi seu chefe da Casa Civil. O ex-deputado Marcello Siqueira não é mais da assessoria de Zezé Perrella, que ocupou a vaga deixada por Itamar no Senado, onde os colaboradores diretos também foram substituídos, além de ter sido antecedido na morte por dois dos colaboradores mais prestigiados em todos os gabinetes por onde passou: José Aparecido de Oliveira e Jamil Haddad. Muito ligado ao ex-senador, José Pedro de Oliveira, que presidiu Furnas, não tem sido mais citado como possível ocupante de cargos no governo. Do grupo, permanece em destaque o deputado Bruno Siqueira, que o próprio Itamar já havia reconhecido como seu herdeiro político.

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De memória

O sonho do teleférico

Em 14 de março de 1973 o prefeito Itamar Franco abriu concorrência pública para a construção de um teleférico, cujo projeto estava dividido em duas etapas: a primeira ligaria o Parque Halfeld ao Morro do Redentor; a segunda, o Morro ao campus da Universidade Federal. No dia 11 de junho, abertas as propostas, venceu a alemã Pohling Heckel, com custo de 7,5 milhões de cruzeiros, contra a segunda colocada, representada pelo consórcio italiano Agual, que pediu 10,7 milhões. A empresa vencedora anunciou que a primeira fase do teleférico funcionaria dentro de nove meses. A obra nunca foi iniciada e não se tocou mais no assunto.

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