“Hoje em Dia”, jornal de Belo Horizonte, acha que é preciso melhorar o serviço de táxi em Juiz de Fora, e vê como um dos problemas o fato de apenas 1,9% da frota estar adaptada para os usuários com deficiência física.
Outra queixa: se o IBGE informa que a cidade tem 497.778 habitantes, com 517 táxis, deduz-se que é média de um táxi para 962,8 pessoas. Uma frota fora dos padrões exigidos para esse tipo de serviço.
Segurança
Admite-se que o governo passará a examinar com interesse uma sugestão levada pelos secretários das áreas de segurança pública, entre eles o mineiro Lafayette Andrada, para que as questões ligadas ao policiamento estadual tenham o mesmo tratamento que a Constituição confere à educação e à saúde; isto é, sólidos recursos orçamentários e verbas carimbadas. Lafayette, que defende a ideia, lembra que a segurança é hoje uma pauta privilegiada da população.
Há outra questão, esta mais polêmica, nas pauta dos secretários: a internação compulsória em clínica dos dependentes de drogas.
Aliança certa
Entre os acontecimentos políticos esperados para depois do carnaval está a possibilidade de o Partido Verde antecipar seu projeto de aliança com o PSDB para a eleição de prefeitos e vereadores nas principais cidades de Minas. É o que também deve acontecer em Juiz de Fora, com a diferença de que aqui os verdes chegarão aos tucanos pela via do PPS.
Enxugamento
Pode ser até que a oposição não tenha direito de formular sugestões administrativas ao governo a que se opõe. Seja como for, está sobre a mesa da presidente Dilma um elenco de conselhos, um dos quais altamente pertinente, venha de onde vier. É a necessidade de ser reduzido o número de ministérios. Não apenas para que seja contido o custo da máquina de governo, mas para a facilidade operacional. Os ministros se atropelam nos corredores, não raro uns se queixando dos outros por interferências ou choque de atribuições.
Disponível
O senador Demóstenes Torres, entrevistado domingo à noite pela Band, reafirmou que mantém a disposição de disputar a presidência da República, em 2014, desde que seu partido, DEM, confirme o convite que lhe foi feito. O Democratas pode se deixar sensibilizar pela sensação que vêm experimentando alguns setores do PPS: eliminar a ausência de alternativas. Hoje, quando se fala em presidência o assunto fica restrito ao PT e PSDB.
Bucha de canhão
É uma constatação possível de confirmação em vários partidos da cidade: mais atentos que os candidatos a vereador de outros tempos, os novatos de hoje observam a formação das chapas e querem avaliar os favoritos com quem vão concorrer. Muitos já ficaram sabendo que estarão entrando só para ajudar a somar legendas, pois os partidos não têm interesse real em sua eleição. Há os favoritos e em favor deles os votos têm de ser canalizados pelos menos votados. Por isso, as vítimas são chamadas de buchas de canhão.
Em certos partidos são visíveis as preferências. E estas, quanto mais evidentes mais estimulam os pequenos a não entrar numa corrida para a qual já estão condenados a raias menores. Os bobos são cada vez mais raros.
Região Metropolitana, um
velho assunto esquecido
Há quinze anos, tomada por base uma iniciativa do deputado Sebastião Helvécio, a Assembleia Legislativa ensaiou as primeiras discussões em torno da criação da Região Metropolitana de Juiz de Fora, que seria formada, além da sede, por doze outros municípios. O projeto tinha como premissa a extensão aos vizinhos dos serviços urbanos e sociais locais, eficientemente utilizáveis com base em um novo sistema de transportes, este considerado o ponto de partida para as demais iniciativas.
Não se falou mais nas metropolitanas, que acabaram reduzidas a Belo Horizonte e à Zona do Aço. Agora, nove anos depois de estar esquecido, volta à discussão o projeto de Montes Claros, que englobaria vários municípios da região. Mas ainda não surgiu quem desse garantia de que esse e os outros projetos de metropolitanas possam evoluir.
Há no governo quem combata a ideia com argumentos técnicos. Mas a resistência, na maioria das vezes, parte é de deputados, temerosos de perder o controle dos votos de seus redutos, independentemente dos benefícios que possam ser alcançados pelas populações.
O projeto de Juiz de Fora, que ficou esquecido no nascedouro, não seria diferente dos demais: planejamento e execução de obras e serviços de interesse comum da região, com a força política não apenas do município, mas dos doze que tomariam parte na sua metropolitana.
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De Memória
Preconceito
Em março de 1975 algum assessor do presidente Ernesto Geisel viu, em meio à correspondência, a carta de uma jovem de Juiz de Fora, chamada Maria Aparecida da Silva, denunciando ter sido barrada na boate Vivabela, por ser negra. O assessor viu nisso uma chance de o governo ganhar simpatia, e levou o presidente a se escandalizar com o caso. Mobilizou ministros, procuradores e a Polícia Federal. Nos dois meses seguintes Geisel cobrava depoimentos e resultados. Em junho, veio o julgamento. O juiz José Guido de Andrade absolveu o proprietário da boate, mas condenou o porteiro racista a 15 dias de prisão, por concluir que foi iniciativa dele a ofensa a Maria Aparecida. Ela, agradecida a Geisel, filiou-se ao partido do governo, a Arena.
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((publicada na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))
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