quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Plebiscito para adiar reforma

Este pós-carnaval deve confirmar a tendência de Câmara e Senado chegarem a um acordo para adiar a reforma política por mais dois anos. Para tanto, bastará acolher a sugestão do deputado Miro Teixeira, colocando a matéria como objeto de um plebiscito a ser realizado juntamente com a eleição do presidente da República, em 2014. A consulta ao eleitorado é um pretexto para tirar a responsabilidade da atual legislatura, porque a reforma, sob vários aspectos e em muitas pontos que sugerem mudanças, incomodam parlamentares já acostumados com um modelo político-eleitoral em que se dão bem. Por que mudar?
Há mais uma razão para explicar novos adiamentos: estamos em pleno ano eleitoral e o Congresso considera que não teria tempo para tratar de reforma. E, mesmo que tivesse tempo, não teria quorum, porque deputados e senadores estarão em campanha.



Sub judice

Membros do PSL vão propor à direção uma reunião nas próximas horas a fim de avaliar a declaração do ex-prefeito alberto bejani de queimar todas as etapas na Justiça, para estar em condições de disputar em outubro. O temor de alguns militantes são os riscos que o partido poderia correr, disputando com um candidato sub judice. É possível que se peça um posicionamento estadual, até porque a filiação dele foi imposição de Belo Horizonte, apesar de ter sido protagonista do momento mais abjeto da história política de Juiz de Fora, como agente de corrupção.
O que diz a lei sobre o candidato que espera pronunciamento da Justiça? Na Lei 9.504/97, artigo 16-A, lê-se: “O candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica, enquanto estiver sob essa condição, ficando a validade dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por instância superior”.


Escapando do corte

Muitos deputados passaram o carnaval preocupados com a decisão do governo de aplicar cortes no orçamento, sob o pretexto de que é preciso conter os gastos. Embora saibam os veteranos que sempre foi assim, para enquadrar as bancadas e depois é retomada a liberalidade, fica sempre o temor quanto à contrapartida que o Planalto vai cobrar.
O deputado Reginaldo Lopes, coordenador da bancada mineira, afirma que os recursos para obras iniciadas não serão afetados, o que pode ser um bom sinal para a BR-440.


Ordem e prioridade

O PMDB, ensina seu presidente em Minas, Antônio Andrade, confere prioridade às candidaturas nas principais cidades; entre elas, prioridade absoluta àquelas que somam mais de 50 mil eleitores, como se dá em Juiz de Fora. E recomenda que se cumpra essa ordem, sem que os diretórios se dediquem, antes, à formação das chapas de vereadores. Há que se começar pelo principal. Os bois à frente dos carros.
O presidente entende que a chapa de candidatos a vereador deve ter intimidade com quem vai disputar a prefeitura.

Edmar no comando

A mudança que acaba de ocorrer no comando do PR, com o deputado Aracely de Paula na presidência, assumindo a vaga do senador Clésio Andrade, que vai para o PMDB, não altera as relações do comando estadual com a direção em Juiz de Fora. Já se apurou que o ex-deputado Edmar Moreira continuará presidindo o partido na cidade, e na próxima semana será convidado para uma reunião em Belo Horizonte, a fim de tratar da posição do partido na eleição de outubro.


Bloco de apoio

Partidos representados na Assembleia que apoiam isoladamente o governador vão trabalhar, a partir de hoje, como bloco oficialmente organizado. Liderado pelo PSDB, o grupo conta com o PTB, PHS, PPS, PR, PRP, PRTB e PTdoB, além do PSD, a mais nova adesão.
Os tucanos, que pretendem dar tratamento especial aos grandes colégios eleitorais, querem estender essa aliança para a eleição municipal no interior. No caso de Juiz de Fora, ela já está acertada com PTB, PTdoB, PRTB e possivelmente PPS.


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Em memória

Paisagem europeia

Numa época em que tanto se fala nos estragos causados pelo mau tempo, convém lembrar que a situação realmente ficou feia para Juiz de Fora na tarde de 5 de setembro de 1985, quando ocorreu a maior precipitação de granizo de nossa história. Gelo caindo e ventos calculados em 90 quilômetros arrastando janelas e placas de lojas. Não houve vítimas, mas cerca de 2.000 casas e indústrias tiveram telhados destruídos. Só nas ruas centrais, os operários da prefeitura encheram 40 caminhões de gelo, que em alguns pontos tinha quatro metros de altura. No TER NOTÍCIAS de hoje, uma interessante foto mostrando como ficou a esquina das ruas Padre Café e Manuel Bernardino.


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Como sugeriu e previu o editorial do TER NOTÍCIAS da última sexta-feira, 24 horas foram suficientes para que o governador Antônio Anastasia determinasse aos órgãos de segurança pública que reconsiderassem a decisão de censurar estatísticas sobre a violência urbana em Minas. Não é empurrando o problema para debaixo do tapete que ele vira solução.

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