Perdido o mês de fevereiro, por causa do carnaval e o resto do período de férias, muitos dirigentes de partidos fixam março como a partida de seu projeto eleitoral, que vai dominar suas atenções nos próximos 200 dias. Quanto a esse calendário há exceções, como comentam assessores do prefeito Custódio Mattos, que não esperam a abertura do processo antes da Semana Santa.
Mais dia, menos dia, vai chegando o momento em que os partidos passam a tratar exclusivamente das eleições – a majoritária, para prefeito; a proporcional, para vereadores. E aí entra logo uma escala de decisões, sendo a mais delicada delas a triagem dos nomes que vão compor as chapas da vereança. Há muitos candidatos para vagas limitadas, estas nunca além de duas vezes e meia o número de cadeiras da Câmara.
As chapas na eleição proporcional ganham outra complicação nas coligações, porque essa também é a hora de colocar os mais fracos a serviço dos mais fortes.
Em junho vêm as convenções. O maior trabalho em relação a elas é fazer com que os filiados continuem se contentando com seu papel de simples homologadores das decisões, que vêm prontas dos gabinetes dos dirigentes.
Se cada partido tem seus problemas particulares, há um desafio que pertence a todos; e exatamente por exigir ações conjuntas, acaba esquecido. Trata-se da motivação do eleitorado, através do combate à abstenção, e a convocação do eleitor jovem a participar de um processo, que ainda não conseguiu atraí-lo.
Está garantido
Entre os muitos problemas que a cidade enfrenta no setor de transportes, assessores do prefeito Custódio Mattos reconhecem que neste mandato ele não terá como concluir tudo que desejava, mas pelo menos três grandes obras estariam garantidas: viaduto, ponte e o início de uma passagem de nível inferior. Há um ponto da zona urbana que continua sendo a principal referência: a Avenida Francisco Bernardino, entre a Praça da Estação e a Rua Benjamin Constant.
Ainda de acordo com a mesma fonte: são parte de um conjunto de obras destinadas a melhorar o tráfego, a primeira das quais é a reurbanização da Rio Branco, que estará concluída em março.
Semanas perdidas
Em Brasília, o Congresso Nacional vota matérias nas terças e quartas-feiras, porque são raros os parlamentares que retornam na segunda; e mais raros ainda os que permanecem na capital nas quintas e sextas. Mas, desta vez os expedientes foram mais difíceis, porque a aproximação do carnaval já foi suficiente para derrubar qualquer quórum.
Impossibilitados Senado e Câmara de votar matérias que estavam em pauta, conclui-se que são duas as semanas perdidas, pois ninguém vai aparecer na quarta-feira de Cinzas; muito menos no resto de uma semana de ressaca.
Urna sem dúvidas
A Justiça Eleitoral pretende eliminar, de uma vez por todas, eventuais dúvidas sobre vulnerabilidades das urnas eletrônicas que serão utilizadas em outubro, e para isso vai promover entre os dias 20 e 22 de março a Edição dos Testes Públicos de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação, “em busca da colaboração da sociedade brasileira para o aperfeiçoamento da urna eletrônica utilizada nas eleições do País”, segundo o portal do TSE, que abre inscrições a todos os interessados.
O objetivo dos testes, informa o Tribunal, é dar mais transparência ao sistema eletrônico de votação e demonstrar sua confiabilidade e segurança. “Para tanto, o evento dará aos participantes a oportunidade de utilizar métodos e técnicas para tentar atacar a urna eletrônica e todos os seus componentes internos e externos, visando explorar eventuais vulnerabilidades do sistema relacionadas à violação da integridade e/ou ao sigilo do voto”.
Portanto, aberto o desafio aos que ainda alimentam dúvidas sobre o sistema.
Fumaças de uma rebeldia
O PR antecipa sua disposição de renegociar, e o MPDB, segundo Michel Temer, é naturalmente alinhado, mas o governo sabe que está diante de algumas dificuldades para conviver com a base aliada, um problema que deve ser tratado com atenção logo após o carnaval, para que não comece a afetar os esquemas das eleições de outubro.
Há um descontentamento que se generaliza, mas é preciso considerar que a presidente Dilma está isenta de culpa, porque os aliados a colocam diante de dois problemas insolúveis: querem negar à presidente o direito de contemplar o PT com os cargos mais expressivos, tendo sido ele o carro-chefe de sua eleição; e, segunda cobrança: os pequenos partidos nunca se contentam. Cada vez que se promove alteração nos cargos estabelece-se uma corrida para conquistá-los.
Uma dificuldade adicional está na bancada evangélica, onde, além do interesse pelas posições, cria-se um novo conflito quando entram em discussão temas com os quais mantêm uma relação fundamentalista, como o caso do aborto.
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(( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))
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