“O primeiro e principal objetivo do PDT na campanha eleitoral deste ano é trabalhar com todo vigor e entusiasmo na campanha para a reeleição do prefeito Custódio Mattos”, disse ontem o presidente do diretório municipal, Vítor Valverde. Esse apoio reedita o caminho que os pedetistas adotaram na eleição passada, quando também se aliaram ao candidato do PSDB, embora Vítor advirta que a adesão a Custódio agora independe de alianças ou acertos partidários; “é apoio à pessoa do prefeito”.
A participação na campanha, explicou, sendo inspiração política, é também “o reconhecimento à importância da obra que o atual perfeito vem realizando, como parte de uma proposta voltada para servir o povo”. Segundo o presidente do partido, a administração vem realizando e ainda realizará obras que transcendem a capacidade de uma visão momentânea, e “contemplam Juiz de Fora para o futuro”. E explica: toda vez que o prefeito olha para o amanhã, é natural certa incompreensão de quem se satisfaz apenas com o presente. Mas a faixa da população que compreende a responsabilidade da Administração Municipal é cada vez maior,”como indicam pesquisas de confiabilidade técnica”, disse Vítor.
O PDT tem hoje duas cadeiras na Câmara Municipal, e a esperança do presidente do diretório é manter as duas vagas com a eleição de outubro. E, sem que seja objeto de constrangimento para Custódio, o partido poderá reivindicar a indicação do nome do vice-prefeito. “Certamente poderíamos sugerir uns três ou quatro nomes, entre os quais o atual vice, Eduardo Freitas, do PDT, que tem sido um excelente companheiro”, concluiu.
Jogo muito duro
O deputado Marcus Pestana vem se revelando pessimista quanto ao futuro do projeto que, como desejam os prefeitos, altera o índice de correção das dívidas dos municípios com a União. Ele é relator do projeto, mas antes mesmo que chegue ao plenário, já sabe que a presidência da República vai preferir continuar discutindo os débitos, apesar de em vários casos a dívida já ser considerada impagável.
Pensava-se que com o crescimento da arrecadação, “com expressivo ganho real”, a situação dos municípios sensibilizasse o governo, que pretende continuar sendo credor, disse o deputado.
“ Sub judice”
Sobre nota publicada ontem, quanto a uma possível advertência ao PSL para o risco de disputar a prefeitura com um “candidato sub judice”, o presidente em Juiz de Fora, Carlos Araújo, informou que ele e o partido desconhecem qualquer sugestão nesse sentido, que estaria partindo de um filiado. A notícia se referia à candidatura do ex-prefeito alberto bejani, que se filiou em Juiz de Fora por decisão pessoal, não por via do diretório regional, outro esclarecimento do presidente.
Prazo não ajuda
Figurando entre os que mais aplaudem a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a validade da Lei da Ficha Limpa já para as eleições deste ano, o Ministério Público Eleitoral anunciou que vai se preparar para aplicar o texto com rigor, animado com a oportunidade que se abre para uma “limpeza geral na política”.
Mas surge uma ressalva, que é também a primeira preocupação que se levanta sobre os efeitos práticos da lei. Queixa-se do fato de que, feito o registro da candidatura, os promotores terão apenas cinco dias para oferecer as razões de impugnação, o que pode acabar beneficiando os candidatos fichas-sujas.
Em busca de acordos
No segundo e decisivo turno da eleição do prefeito, em 2008, o PT foi levado a disputar com o PSDB, com apoio do PMDB. Neste ano, a reedição dessa aliança seria natural já no primeiro turno se os peemedebistas não tivessem candidato próprio, possibilidade que já se considera afastada. Quanto a um acordo para o segundo turno, a ocasião só chegará no dia 8 de outubro, porque não há candidato que queira antecipar a negociação da derrota.
Mas nem por isso a ideia deixa de animar setores estaduais do PT que avaliam a eleição nos principais municípios com o mesmo pragmatismo com que defendem a aliança com o PSB em Belo Horizonte. Um bom acordo vale mais que os suores das disputas. Quando observam o quadro pré-eleitoral dos grandes centros, acham que quando dois exércitos se juntam há menos mortos e feridos e a vitória fica mais fácil.
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Em Memória
A grande frustração
Não estará errado quem disser que uma das grandes frustrações da cidade começou com a manchete do “Correio de Minas”, de 22 de agosto de 1936, que estampava estar localizada em Sarandy (hoje Sarandira) “a maior mina de petróleo do mundo”, notícia que correu logo, e o Brasil passou a se interessar pelo fato. Tudo começou quando, na fazenda Pedra Branca, apareceu uma camada de 10% de óleo na água, o que foi tido como confirmação de uma previsão de 1918 de Luiz Caetano Ferraz em seu ”Compêndio dos Minerais no Brasil”, para quem possivelmente estaríamos com os pés num grande lençol de petróleo. Um capitalista do lugar, Paschoal Pugliese, investiu logo 10 contos nas pesquisas. Paulo Bertoli recolheu amostras e anunciou a criação da Cia Brasileira de Petróleo Mineira. No auge das expectativas, a prefeitura encomendou ao engenheiro Francisco Álvares um estudo no local, concluindo tratar-se apenas de uma camada de gás metano. Nada mais do que isso.
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((publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))
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