O médico e a vocação do vice

Na crônica política da cidade não seria a primeira vez que os médicos se credenciariam para figurar como candidatos a vice-prefeito. Vem de longe. Em 1947, quando o País retomava as eleições democráticas, o cardiologista Dilermando Cruz foi eleito prefeito tendo como vice o pediatra Eudóxio Infante Vieira. Adhemar Andrade e Olavo Costa não ficaram muito longe disso, pois tiveram como vice o dentista Arlindo Leite. Itamar Franco, no segundo mandato, optou pelo nefrologista Saulo Moreira, e Tarcísio manteve a tradição: três mandatos de prefeito e três vices que eram médicos. Ontem, a candidata do PT, Margarida Salomão, anunciou como seu vice Roberto Maranhas, médico do Tupi. Bem antes dela, o prefeito Custódio Mattos, candidato à reeleição, havia decido manter na chapa seu atual vice, o médico Eduardo Freitas. E Bruno Siqueira? Seu vice é assunto que pode ser decidido hoje ou amanhã. Com a hipótese de seu companheiro de chapa ser do próprio PMDB, aventou-se a possibilidade de ser o pediatra Antônio Aguiar, mas ele opta por manter sua candidatura a vereador, que é das mais promissoras. Mas o PMDB tem outro médico em disponibilidade, unânime no partido: Pedro Lessa, que foi prefeito de Chácara e, disputando a vereança em Juiz de Fora, em 2008, teve 2.500 votos. Se não se elegeu foi por culpa da legenda.

Pestana ausente

Ao contrário do que foi noticiado, o presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, não participará da convenção municipal, no sábado, porque terá de acompanhar o governador Anastasia e o senador Aécio Neves no encontro regional do partido, no mesmo dia, em Contagem, Ribeirão das Neves e Betim. Ontem, ele lamentava o fato de, pela primeira vez, não estar presente em uma convenção dos tucanos na cidade. Segundo Pestana, tentou-se junto a assessores do prefeito a antecipação da convenção para quinta ou sexta-feira, mas isso foi considerado impossível.

Itamar Franco

Ao se completar, na próxima segunda-feira, a passagem do primeiro ano da morte do senador e ex-presidente Itamar Franco, o metropolita, dom Gil Antônio, celebrará missa às 19h, na Catedral. A celebração será o segundo ato de um programa para marcar um ano de morte de Itamar. O primeiro, na sexta-feira, prevê a inauguração de um busto dele na sede do Clube de Engenharia, no Rio.

Convenções

No sábado, a sede do PPS servirá tanto para a sua convenção, a partir de 10h, como para reunir os convencionais do PR, este iniciando a votação às 8h. São partidos que caminham para apoiar a reeleição do prefeito Custódio Mattos. Há uma visível preocupação dos partidos em não deixar suas convenções muito distantes umas das outras, ainda que participando de um mesmo projeto político. Não querem estar sujeitos a surpresas de última hora.

Voto de legenda

Assunto que em todas as eleições passa à margem da agenda de interesse dos políticos é o chamado voto de legenda; isto é, o voto que o eleitor dá no partido de sua simpatia, sem indicar nomes de candidatos. É um voto importante, porque compõe o patamar exigido para que o partido eleja o vereador. Mas nem por isso sua influência é examinada com maior interesse. Tome-se por base a eleição de vereador em 2008, que veio confirmar a tradição de falta de expressão do voto de legenda. Naquele ano, PT do B e o PRTB foram os que tiveram pior desempenho, com 22 e 41 votos, respectivamente. Em apenas um caso, os votos de legenda (622) foram superiores aos votos nominais (425), caso do PSTU, o que significa que o votante tinha mais interesse naquela sigla de esquerda radical, quaisquer que fossem os candidatos. Os maiores partidos são, invariavelmente, os que recebem maior volume de votos de legenda. Ainda em relação aos vereadores de 2008: o campeão foi o PT, com 10.197, enquanto seus candidatos tiveram 19.966, seguindo-se o PSDB, com 5.996 legendas em coligação com o DEM e o PRB e os candidatos coligados ficaram com 18.746 votos. O PMDB veio em terceiro lugar com maior volume de votos de legenda, 4.385, e 30.823 nominais.

(( publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))