terça-feira, 29 de março de 2016

   



CASCATA PERIGOSA


Já desesperançoso quanto à sua capacidade de articular politicamente e impedir o fim do apoio do PMDB, de quem tanta precisa, o governo Dilma partiu logo para uma operação compensatória, convidando pequenos partidos ao embarque, contentando-se com os cargos que ficarão vagos com a revoada peemedebista. Mesmo que isso lhe custe ter de engolir no Palácio deputados rigorosamente inexpressivos ou incompetentes. Mas esta é hora de fechar buracos e tentar garantir a base parlamentar a qualquer custo. A hora é de arrumar a viagem com a tropa possível.

O caminho, para quem está pisando o lodaçal da incerteza, nessa crise sem precedentes, é esse mesmo. Contar quantidade e não qualidade.

Há, contudo, um problema que pode vir a furo proximamente.  Na verdade, esses partidos nanicos chamados a agarrar o remo do barco presidencial são os mesmos que, sem nenhum remorso, darão adeus à comandante, e a abandonarão se sentirem que o poder corre para as mãos de Michel Temer. Portanto, o que se está conseguindo nada mais é que adesão circunstancial. Nada mais se pode esperar desses pequenos que jamais sonharam com um ministério e a ele são alçados como marinheiros únicos na hora do naufrágio.   



AO SACRIFÍCIO

Considerada a delicadíssima situação em que se encontra o governo, quando amigos saltam fora e bem em cima das cabeças palacianas zumbe o fantasma do impeachment, a presidente Dilma precisa muito mais do que adesões momentâneas e ocasionais. Ela precisa ter ao lado alguém com dedicação inquestionável, capaz de dar a vida para evitar o desastre.  Alguém que se ponha à frente dela para receber os impactos da crise que atira por todos os lados. Um verdadeiro herói, depois do fiasco de confiar em Lula, cuja fragilidade atual se compara àquela que ela escolheu para sucedê-lo.

Nessa guerra quem vai ser o escudo inexpugnável da presidente? Herói?. Que raça rara de gente!. Só se conhece o marechal Machado Bitencourt, que em 1897 entrou na frente de Prudente de Morais e morreu ao receber a punhalada que Marcelino Bispo de Melo endereçava ao presidente.


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