PARA REFLETIR
1
– Uma boa parte do novo capítulo dessa sucessão de crises teria sido evitado se
a presidente Dilma não usasse, na conversa telefônica com Lula sobre a nomeação
dele para ministro, a expressão “se necessário”. Ficou explícito: para ele usar
o ato de nomeação se o japonês da Polícia Federal batesse na porta. Questão de
linguagem. Mas foi o suficiente para ficar demonstrado que a Casa Civil passa a
expedir salvo-conduto para quem não quer circular no sítio do juiz Moro.
As
relações da presidente com a língua portuguesa são distantes e cerimoniosas.
2
- Nos momentos difíceis na política, já se sabia nos tempos do presidente
Tancredo, nada de importante se diz ao telefone. Como no caos dos nossos dias,
no máximo é Boa Páscoa, mesmo assim com o cuidado de não acirrar ânimos do
Império Romano.
3
– Eis a dúvida atroz. Com a gloriosa subida da Operação Lava Jato na rampa do
Planalto, o que pesa mais: os prejuízos da presidente Dilma, que se prejudica e
divide poderes, ou o ex-presidente Lula que se fortalece e ganha um macacão de
bombeiro para enfrentar o incêndio?
4
– Mesmo diante desse caudal de incertezas – (vamos ter clima e ambiente para a
eleição?) - avançam as conversas sobre alianças em torno dos futuros candidatos
a prefeito. Duas coisas a considerar: o que inspira, rege e define uma aliança
é a indicação do nome do vice e o tempo dos partidos na TV.
5
- Se neste fim de semana o PMDB desembarca do governo Dilma, farejando o
grande desastre que se aproxima, como fica o partido em Juiz de Fora?
6
– Neste sábado, às 10 horas, em ato presidido pelo prefeito Bruno Siqueira, o
deputado Isauro Calais assina a ficha de inscrição no PMDB, deixando de lado o
PMN, que há anos lidera na cidade. Há interesse em conhecer a explicação do
deputado para justificar a mudança.
7
- Diante de uma angustiante entressafra de lideranças, tirar Dilma e colocar
quem no lugar? Uma dúvida muito próxima das dúvidas ditas shakespeareanas.
8
– Uma sugestão no momento em que a cidade se prepara solenemente para receber a
tocha olímpica. Deviam incluir entre os convidados para conduzi-la um
descendente de Hermógenes Neto, o ciclista juiz-forano que em julho de 1936 foi
às Olimpíadas de Berlim como integrante da delegação brasileira. O que
aconteceu há 80 anos!
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