quinta-feira, 17 de março de 2016



PARA REFLETIR



1 – Uma boa parte do novo capítulo dessa sucessão de crises teria sido evitado se a presidente Dilma não usasse, na conversa telefônica com Lula sobre a nomeação dele para ministro, a expressão “se necessário”. Ficou explícito: para ele usar o ato de nomeação se o japonês da Polícia Federal batesse na porta. Questão de linguagem. Mas foi o suficiente para ficar demonstrado que a Casa Civil passa a expedir salvo-conduto para quem não quer circular no sítio do juiz Moro.

As relações da presidente com a língua portuguesa são distantes e cerimoniosas.



2 -  Nos momentos difíceis na política, já se sabia nos tempos do presidente Tancredo, nada de importante se diz ao telefone. Como no caos dos nossos dias, no máximo é Boa Páscoa, mesmo assim com o cuidado de não acirrar ânimos do Império Romano.



3 – Eis a dúvida atroz. Com a gloriosa subida da Operação Lava Jato na rampa do Planalto, o que pesa mais: os prejuízos da presidente Dilma, que se prejudica e divide poderes, ou o ex-presidente Lula que se fortalece e ganha um macacão de bombeiro para enfrentar o incêndio?  



4 – Mesmo diante desse caudal de incertezas – (vamos ter clima e ambiente para a eleição?) - avançam as conversas sobre alianças em torno dos futuros candidatos a prefeito. Duas coisas a considerar: o que inspira, rege e define uma aliança é a indicação do nome do vice e o tempo dos partidos na TV.



5 -  Se neste fim de semana o PMDB desembarca do governo Dilma, farejando o grande desastre que se aproxima, como fica o partido em Juiz de Fora?



6 – Neste sábado, às 10 horas, em ato presidido pelo prefeito Bruno Siqueira, o deputado Isauro Calais assina a ficha de inscrição no PMDB, deixando de lado o PMN, que há anos lidera na cidade. Há interesse em conhecer a explicação do deputado para justificar a mudança.




7 - Diante de uma angustiante entressafra de lideranças, tirar Dilma e colocar quem no lugar? Uma dúvida muito próxima das dúvidas ditas shakespeareanas.



8 – Uma sugestão no momento em que a cidade se prepara solenemente para receber a tocha olímpica. Deviam incluir entre os convidados para conduzi-la um descendente de Hermógenes Neto, o ciclista juiz-forano que em julho de 1936 foi às Olimpíadas de Berlim como integrante da delegação brasileira. O que aconteceu há 80 anos!
 



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