quarta-feira, 16 de março de 2016





PARLAMENTARISMO


Caminho ideal e adequado para abrir ao País um caminho que o leve ao futuro desejável, o parlamentarismo, afora pronunciamentos de estudos isolados dos bem intencionados, só é lembrado nas horas mais inconvenientes ou aflitas, como remédio caseiro para graves enfermidades. Em 1961, por exemplo. Lembrado também em outras ocasiões, logo esquecido quando as circunstâncias mostram que a fórmula medicamentosa não serve. O parlamentarismo não é analgésico para as tão frequentes dores de cabeça da nossa política, como se vê hoje. É remédio que muitos países ministraram, exitosos, mas para longas e profundas enfermidades, como deixou sobejamente demonstrado o maior entre seus defensores no Brasil, o velho Raul Pila.

Pois agora, sem direito de dizer que ignora a recente História política brasileira, o senador Renan Calheiros, presidente do Congresso, propõe mágica emergencial, querendo arrancar um pedaço do falido presidencialismo para costurá-lo num parlamentarismo de laboratório, certamente procurando se impor como salvador do mandato de dona Dilma e do ex-presidente Lula, e desse estranho conluio ganhar prestígio suficiente para salvar a própria pele.

Os verdadeiros parlamentaristas têm obrigação de repudiar essa mágica, que serve para travestir más intenções. Entre avançar de muletas, aleijado, imperfeito, e continuar sendo um sonho, melhor é o regime de Gabinete permanecer guardado para o futuro, no dia em que as consciências e o verdadeiro patriotismo se aperfeiçoarem, sem a chancela de patronos como Renan e outros que tais.



Um comentário:

  1. Isso mesmo, chefe. Que bom poder ler seus artigos aqui. Abracos! Ana Goulart

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