sábado, 17 de maio de 2014

Sobre a Copa

Mais que qualquer outro campeonato mundial em que o Brasil tenha jogado seu prestígio no futebol, desta vez predomina a expectativa de que a performance da seleção terá influência nos destinos da eleição presidencial de outubro. Bem entendido: se o Brasil perde, o governo se dará mal, para não se falar na hostilidade de manifestações de procedências diversas. Se a seleção se impuser diante das demais, uma onda de alegria misturada com otimismo poderia socorrer o projeto de reeleição da presidente Dilma. Não é uma previsão de fácil elaboração. Acreditam alguns que, muito mais influentes que os resultados dos jogos, podem ser prejudiciais os protestos e o vandalismo, capazes de sangrar o já arranhado prestígio do governo no Exterior. Sintomática, por exemplo, a recomendação das autoridades da Suíça para que os turistas considerem as precárias condições de segurança em que estamos vivendo hoje no Brasil.
Fato é que assessores do Planalto andam preocupadíssimos, e isto não pode ser negado. Seja como for, continua no ar a pergunta: a Copa pode influenciar nas urnas? Há dias, em artigo no “O Globo”, Zuenir Ventura afastava o fantasma, garantindo que essa influência nunca existiu: “Em 98, o Brasil perdeu, e Fernando Henrique se reelegeu no primeiro turno; em 2002, a seleção ganhou, e o presidente não fez o sucessor, José Serra; em 2006, foi a vez da Itália, e Lula se reelegeu. Em 2010, perdemos para a Espanha, e mesmo assim Lula elegeu Dilma”. Agora é esperar para ver.
Sem risco
Estimulado por amizades que criou no PMDB, o médico João César Novais entra hoje na fase final de avaliação da possibilidade de disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa, o que já tentou em passado recente, quando chegou aos 40 mil votos. Tem pesado a necessidade de um estudo cuidadoso do custo financeiro da campanha. Sem um mínimo de segurança é impossível enfrentar essa competição, cada vez mais cara.
Belo presente
A Pinacoteca da São Paulo, considerada uma das mais importantes do continente, pede emprestadas 43 telas do acervo do Museu Mariano Procópio, como parte de uma exposição que realizará em outubro. A cessão já foi autorizada pelo Conselho de Amigos da instituição. Além de ser excelente oportunidade para a divulgação do acervo, o diretor do Museu, Douglas Fasolato, obteve a promessa da Pinacoteca de receber restauradas todas as peças que exigirem esse cuidado.
Em memória
A imprensa de Juiz de Fora teve papel importante no episódio de 64, quando a Quarta Região Militar se levantou contra o governo João Goulart. Não apenas pela cobertura do fato no momento em que nascia e prosperava, como também porque a direção dos jornais apoiou claramente, com entusiasmo, um golpe que estenderia suas consequências pelos vinte anos seguintes. É com base no papel dessa imprensa que a Funalfa montou uma exposição no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, aberta até o dia 31 deste mês. Vale a pena ser visitada.
Garras da inflação
É nas pequenas coisas, não apenas no empobrecimento daqueles carrinhos que as pessoas arrastam nos supermercados, que são sentidas as garras da inflação, sempre mais alta que os índices mostrados pelo governo. Até na carrocinha de amendoim torrado. No mês passado ele custava R$1,00 e subiu para R$ 1.50, Portanto, aumento de 50%. A aposta mínima da Mega Sena, no mesmo ritmo, subiu de R$ 2,00 para R$ 2,50. O engraxate, para não nadar contra a correnteza inflacionária, não lustra mais os sapatos por R$ 4,00, mas cobra R$ 5,00, aumento do 25%.
E assim vai.