segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ciúmes no ninho

Na elaboração do programa que vai apresentar em novembro, em rede nacional de televisão, o PSDB decidiu que não podem aparecer o senador Aécio Neves e o ex-governador paulista José Serra. Os dois, apontados como pré-candidatos à presidência da República em 2014, já andaram se estranhando, e, como cada qual suspeita que o outro leva vantagem, a solução é não permitir que os dois apareçam na tela para falar.
Essa decisão serve para desabonar os tucanos que garantem não haver luta interna com vistas à sucessão de Dilma.


Nova escalação

Duas são as motivações que devem levar a presidente a reorganizar seu ministério nos últimos dias deste ano ou nos primeiros de 2012. A primeira é a queda de seis ministros, todos acusados de prática de irregularidades, o que acabou deixando um vácuo na máquina administrativa, e vários de seus substitutos resultaram de improvisações. A segunda motivação é que, ao menos quatro titulares querem disputar a prefeitura em seus redutos e precisam se desincompatibilizar.
Outro aspecto a considerar é que, dependendo da duração do tratamento do câncer sofrido pelo ex-presidente Lula, ele terá de se afastar das atividades políticas, interferindo menos nas coisas dos ministérios, onde muitos dos que lá se encontram são mais lulistas e menos dilmistas.

Entre famílias

Mas para ajudar a complicar a missão presidencial, considerem-se também os laços de parentesco no primeiro escalão. Paulo Bernardo, ministro das Comunicações, é marido da senadora Gleisi Hoffmann, chefe da Casa Civil. Já Gilberto Carvalho, Secretário-Geral da Presidência da República, é irmão de Mirian Belchor, ministra do Planejamento, que já foi casada com Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, que morreu assassinado. , ;

Resto a pagar

O Tribunal Regional Eleitoral detectou uma irregularidade na demostração de despesas realizadas pelo PSDB na última eleição realizada em Minas. São despesas feitas com recursos do fundo partidário, mas sem documentos de comprovação. O partido tem 60 dias para repor os R$ 70 mil não demonstrados.

Grande desafio

Os governos, não é de hoje, enfrentam altos custos de obras públicas, muito mais caras do que podiam custar, por causa dos grandes interesses, e demoram na conclusão, até porque obra demorada é que dá mais lucro às empreiteiras. Há uma estrutura de poder tão influente e poderosa, que nem a honestidade pessoal do presidente ou dos ministros é suficiente para conter a gulodice. Há uma comparação entre duas pontes, uma no Brasil e outra na China, para mostrar como o contribuinte brasileiro é espoliado. Por exemplo: a deles, com 42 km, custou R$ 2,4 bi e demorou quatro anos para estar concluída. A nossa, em Guaíba, com extensão de 2,9 km, custou R$ 1,16 bi, e também quatro anos para terminar.


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domingo, 30 de outubro de 2011

Finados, só para refletir

Ideal que o Dia de Finados, depois de amanhã, não servisse apenas para os churrascos com os amigos ou as visitas atropeladas aos cemitérios, mas, antes de tudo, que se prestasse a uma cuidadosa reflexão sobre a morte, para onde caminhamos todos, por mais que queiramos nos imaginar como fantástica exceção. A vida do homem e as relações com outrem se aperfeiçoam na valorização da morte, o que há dois mil anos tem levado os cristãos a aprender e ensinar que o verdadeiro sentido da experiência humana é estar preparada para o que vem depois. Não obstante, alguém já teria dito que bom mesmo é morrer jovem, com a idade bem avançada...
E se a morte é eterna, sem retornos e sem avanços, a duração do viver é o de menos, principalmente “depois de se contemplar o voo dos pássaros, a alegria das flores ao sol, as cores e linhas de um quadro de Velasquez, qualquer que seja a duração da nossa vida”, no dizer de Mauro Santayana.
Olhando melhor esse grande mistério vivido pelos que nos antecederam, não há quem possa desautorizar o teólogo Leonardo Boff, quando escreve que somos inteiros, mas não prontos. Porque vamos nascendo lentamente, até acabar de nascer. É quando estamos morrendo.
Volta-se então à natureza. Nesse passo, ouça-se Darcy Ribeiro:
“Morte é quando a pulsão da vida que está na carne se apaga; então a carne volta a ser o que ela é; volta à natureza cósmica”. Por isso, poder-se-ia dizer que a grande coisa que há na vida é o nascimento da morte. Fato soleníssimo, tanto que no momento da partida os familiares e os melhores amigos nunca abrem mão de segurar as argolas do caixão, “um dever cordial e intransferível”, como explicou Machado de Assis, em suas ”Histórias sem Data”.
Mas, se a questão está em refletir no Finados que chega, interessante é notar que a literatura e os melhores pensadores alternam-se entre os mais elaborados e os simplistas. Quanto aos que adotam a simplicidade para explicar coisa tão complicada e misteriosa, ninguém foi mais direto que Fernando Pessoa: “Morrer é só dobrar a esquina, não ser visto mais”.



Essa insegurança é fogo!


O assunto da semana, ainda fumegante e sinistro, foi o incêndio que destruiu meia dúzia de prédios comerciais, o que perturbou a vida da cidade, provocou desemprego de dezenas de pessoas e prejuízos materiais que ainda não puderam ser calculados em toda a sua extensão.
Ficaram disso as visíveis deficiências de um serviço que devia ter tudo a ver com a segurança da população, não apenas quanto aos recursos para o combate a incêndios mas também ações para impedir que eles aconteçam. Trata-se, portanto, do que o Corpo de Bombeiros pode e deve fazer preventivamente, isto é, antecipar-se ao fogo, saber onde mora o perigo, agir com rigor no caso de empresas que trabalham em regime de total descuido, atropelando normas minimas de segurança. Cobrar, autuar os negligentes, e, se preciso, recomendar que seus estabelecimentos sejam interditados.
Não há fiscalização em relação ao cumprimento das normas. Se houvesse, certamente aqueles prédios estariam isolados há algum tempo. Espanta saber que os bombeiros militares geralmente agem só quando são demandados; quer dizer, quando o proprietário pede para ser multado...
Há cerca de vinte anos foi celebrado um convênio entre prefeitura e bombeiros para que, juntos, mantivessem permanente fiscalização preventiva contra incêndios. Onde anda esse papel?



PCdoB com
a bola toda

A estes primeiros meses do governo Dilma não têm faltado surpresas e solavancos, além de seis ministros naufragados nos mares da corrupção; e, agora, o menos esperado, o câncer para preocupar seu primeiro e principal patrono, o antecessor Lula. Nessa linha dos inesperados, insere-se a situação criada por um capricho da política, que mantém o PCdoB, o mais modesto entre os partidos da base parlamentar, no comando do Ministério dos Esportes. É um posto que poderá projetá-lo internacionalmente, graças a dois eventos notáveis: a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Esperava-se coisa bem diferente. Com a crise financeira ameaçando o mundo, a expectativa era que a projeção no Exterior fosse do ministro Guido Mantega, que é da área, e o mundo sabe que ele tem as chaves de reservas que andam aí pela casa dos 300 bilhões.


ONGs sem
fiscalização


São antigas as suspeitas de que nem todas as ONGs – Organizações Não Governamentais – têm sincera e desinteressada disposição de ajudar o Brasil a resolver seus problemas. Sob o manto da filantropia ou da orientação religiosa, geralmente praticada em pontos distantes dos grandes centros (há um gosto especial pela Amazônia) elas já fizeram muito para justificar a fiscalização de suas ações. Mas o governo não revela ânimo para tanto, nem mesmo quando se denuncia que uma delas chegou a estimular índios do Pará a lutarem pela separação de suas aldeias, constituindo-se em nação independente.
Enquanto isso, as evidências vão se acumulando. Orlando Silva, ex-ministro dos Esportes, caiu por causa das relações suspeitas com uma ONG que lhe destina generosidades. Agora, o ministro Carlos Lupi é chamado a explicar o destino de outros recursos do Trabalho envolvendo ONG.

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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Referência

Citado algumas vezes durante a convenção municipal do PPS, o ex-presidente Itamar Franco, recentemente falecido, deverá ter sua vida e obra como uma das referências da campanha que o partido vai desenvolver no próximo ano. Quando chegarem as eleições, terão passados 15 meses da morte dele, mas ainda poderá estar na lembrança de seus eleitores, segundo avaliação que se ouve no partido.
Para o presidente do partido, Antônio Jorge Marques, essa campanha sabe as dificuldades que terá para promover a “reinvenção das expectativas” em Juiz de Fora.


Nova Manchester

O deputado George Hilton, muito votado aqui, graças ao apoio dos evangélicos, talvez candidato a prefeito de Contagem, diz que, se disputar, trabalhará para que ela se transforme na Manchester Mineira. Em outros tempos Juiz de Fora assim foi chamada, quando eram inúmeras as indústrias instaladas.



Donos do mandato

PMN e PPS são os dois partidos que, começando por Minas, pretendem reacender a discussão sobre a posse do mandato, alegando que o querem para si. Pretendem tomá-lo do deputado que levantou voo e foi para outra legenda. No PMN, a tentativa é desvestir o deputado Nacib Sechir.


JF SOS


A quem caberá a missão de mostrar ao governador Antônio Anastasia as carências do serviço de combate a incêndio? A prefeitura certamente o fará, mas e as entidades de representação da comunidade? E as que falam em nome do comércio, o que pretendem?


Quem é quem?

Do episódio da saída do ministro dos Esportes restam uma indagação e um espanto. A pergunta é onde estavam os assessores políticos da presidente Dilma, que não a advertiram a tempo de evitar que a Justiça passasse à frente e definisse o destino de Orlando Silva. Essa definição tinha de ser dela e não da ministra Cármen Lúcia.
Quanto à perplexidade: como pode caber a um ministro que acaba de cair, envolvido em subornos, anunciar o nome de seu substituto? Que ordem de competências é essa?


Dá na mesma


Na prática, nada muda no que diz respeito à eleição de deputados nas conclusões da relatoria da reforma política assinada pelo deputado Henrique Fontana. Pela proposta, a escolha dos deputados continuará seguindo o sistema proporcional, com o eleitor votando uma vez: na legenda ou no candidato, como se faz atualmente. Já a apuração - e aí vem o inusitado – a legislação brasileira seguiria a chamada Fórmula D´Hondt, na qual os votos dados à legenda são usados para fortalecer o resultado dos primeiros colocados da lista partidária. Na proposta conhecida anteriormente, o eleitor teria direito a votar duas vezes para deputado: na legenda e no candidato, sendo o resultado definido a partir de uma combinação de ambos.
Observe-se que o voto em legenda manifesta desinteresse do eleitor em relação a qualquer dos candidatos, embora simpático ao partido deles. A ideia de Fontana violenta a preferência do eleitor.

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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

As tendências

Só quando os pequenos partidos tiverem organizado suas comissões provisórias, com os dirigentes escolhidos e definidos, é que se poderá conhecer a base das alianças que vão compor a eleição do prefeito em 2012. Os grandes atraem os pequenos, porque também na física da política é assim que as coisas acontecem.
No caso previsto, PSDB e PT devem figurar como os que exercem maior força sobre os demais. O PMDB poderá atrair um pouco, desde que tenha candidato próprio.


Os custos

Mas, em relação aos candidatos e às alianças que vão apoiá-los, já se sabe, desde agora, que o primeiro assunto objetivo que terão de tratar é a ocupação do tempo de propaganda no rádio e na televisão, para que seja aproveitada ao máximo a grade disponibilizada pelo Tribunal Regional Eleitoral. Mas a campanha propriamente dita, a que vai às ruas, essa será adiada, tanto quanto possível, como solução para economizar gastos.


Diferentemente

Chama a atenção o rumo das conversações em torno da candidatura do prefeito Márcio Lacerda, em Belo Horizonte. Se a aliança a apoiá-lo tomar mesmo a forma que se delineia, vamos assistir a uma fusão esquisita: PSDB e PT juntos ao PSB e a vários outros, inclusive o PMDB, não por lhes faltarem recursos próprios, mas por conveniência circunstancial. E para mostrar que os partidos perderam sua identidade.



Quem são?

Na rodada de conversações que Dilma presidiu, com o objetivo de definir a situação do Ministério dos Esportes, que o governo transformou em feudo do PCdoB, ela bem que podia aproveitar a oportunidade e pedir a ficha dos comunistas. Quem são eles? O que têm feito pelo comunismo no Brasil? O que há de autenticidade ideológica nesses homens? Onde altos funcionários, como o ex-ministro Orlando Silva e Wadson Ribeiro, guardaram a foice e o martelo?
No Rio, Anita Leocádia, filha mais velha de Luiz Carlos Prestes, queixa-se da exploração que se faz da memória de seu pai. Aquele sim, era comunista.


Pé na estrada

Muitos deputados começaram a ensaiar suas pré-candidaturas a prefeito nos municípios onde foram majoritários ou tiveram votação expressiva. Todos os partidos já os conhecem.
Mas, no caso de essas candidaturas não vingarem, vão exigir deles atuação direta, animada e ostensiva nas alianças, com pé na estrada para arrancar votos. O que já foi exigido em ocasiões anteriores, e não faltou deputado que fizesse corpo mole, quando não eram candidatos.



Raia apertada

A notícia certamente não é das mais agradáveis para meio milhar de candidatos a vereador, que vão se aventurar nos mais diversos partidos. Mas é certo que não terão 19 ou 21 cadeiras para disputar, porque está confirmado: os atuais vereadores vão tentar a reeleição, com exceção de Isauro Calais e Flávio Cheker, se chegassem a disputar a prefeitura. Quando o vereador concorre estando no cargo, leva alguma vantagem, ainda que uma terça parte certamente não será reeleita. Alvíssaras!

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Pode-se tomar como modelo: toda vez que um ministro acusado de corrupção diz que não deixa o cargo de jeito nenhum é porque já está esvaziando as gavetas. E se disser que só sai morto é porque vai sair mais rápido que se espera.


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Contra a corrupção

Parte de S.Paulo e Brasília, pela internet, o apelo para uma nova com manifestação pública contra a corrupção política, quando se acumulam escândalos, agora com a denúncia de que no Amapá, representado por José Sarney, servidores, deputados e altos funcionários já somaram roubos que vão a R$ 1 bilhão. O que se pretende é uma mobilização geral, na primeira quinzena de novembro, maior que as realizadas neste mês, como uma tentativa de despertar os brios do governo. A expectativa é que esse clima evolua, ao poucos, tal como se deu em 1992 com os caras-pintadas, que foram às ruas pedir o impeachment de Fernando Collor. Também agora, as massas produziriam uma situação insustentável para o Planalto.
Os protestos já realizados resultam, principalmente, dos apelos da OAB e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, mas é preciso agregar mais. Bom se aderissem a União Nacional dos Estudantes e os sindicatos, mas, diferentemente de outros tempos, essas entidades são hoje generosamente financiadas pelo governo, e não têm ânimo para protestar.


Investimento

No balanço dos resultados da viagem que o governador Antônio Anastasia acaba de realizar ao Exterior, os políticos têm pouco o que dizer, mas para os meios econômicos foi importante ele garantir aos empresários europeus interessados no Brasil que a Cemig e a Light vão continuar investindo na ampliação de seus negócios.


Os índios

Quando o sistema de votação biométrica chegar aos índios, o que pode ocorrer dentro de uns seis anos, deve aumentar o interesse deles pelas eleições nacionais, segundo a expectativa do presidente do TSE, Ricardo Lewandowisk. É que em muitas aldeias eles têm se recusado a votar por causa das fotos, tanto no título como na tela da urna eletrônica. Acham que a foto rouba a alma.


Disputa

O PMN tem trabalhado para chegar ao ano eleitoral comandando uma volumosa aliança partidária. Sabendo-se desde já que a maior corrente deverá estar com o PSDB, o partido de Calais estaria disputando o segundo lugar com o PT entre os que mais investiram nas alianças.


Questão fechada

Ainda sobre a reunião do PMN, na segunda-feira: quando a presidente em Minas, Thelma Zaira, revelou que o partido não pode prescindir de candidatura própria a prefeito nos grandes municípios, os olhares do auditório se voltaram para Isauro Calais e José Eduardo Araújo, que compunham a mesa. Quem mas se não eles ?


Confissão

Demóstenes Torres, que tem se revelado a voz mais influente do DEM no Congresso, que nunca pôde ser acusado de faltar com a franqueza, concordando-se ou não com o que ele diz, identifica e denuncia o mal maior do Senado: a maioria dos senadores é muito dependente e subjugada pelo Executivo.


Convenção

Mesmo atuando intensamente no momento político, já em aliança com o PPS e tratando de organizar a chapa de candidatos a vereador, o Partido Verde não tem data estabelecida para sua convenção municipal. O presidente Sidnei Scalioni diz apenas que a reunião será antes de 30 de dezembro...



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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Estelionato

A Polícia mineira sabe que foram muitos os políticos vítimas do estelionatário Nilton Monteiro, mas ainda não precisa exatamente quantos foram. É uma questão complexa, que deve exigir longas investigações.
O lobista confeccionava títulos de crédito fraudulentos que, somados, passam de R$ 300 milhões e tem, entre suas vítimas, o ex-presidente de Furnas Dimas Fabiano Toledo, o ex-governador e senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e o presidente do PSB, Walfrido dos Mares Guia. O “Jornal do Commercio” informou ontem que Monteiro é apontado como o responsável pela elaboração da "Lista de Furnas", com nomes de 156 políticos de 12 partidos que teriam recebido recursos da empresa para a eleição de 2002.
A prisão de Monteiro só foi possível quando se provou que uma assinatura dele estava falsificada. O lobista cobrava uma dívida de mais de R$ 3 milhões do advogado Carlos Felipe Amadeu. Na data em que Amadeu assinou, ele estava internado, em estado grave, no Rio de Janeiro, e lá morreu. "Fizemos a perícia técnica e descobrimos que a assinatura não era dele. Outra perícia também constatou que, na situação em que Amadeu estava, não seria possível que assinasse o documento. Amadeu atuou como advogado de Dimas Fabiano Toledo, informou o delegado
Márcio Nabaki.

Pela legenda

Ontem à tarde, no Hotel Constantino, na reunião em que o PMN apresentou o vereador Isauro Calais como seu pré-candidato à sucessão de Custódio, o ex-prefeito José Eduardo Araújo, recém-filiado, elaborou uma previsão: o partido pode fazer três vereadores. Mais importante que essa expectativa: propôs uma campanha paralela para o voto de legenda, porque o PMN tem um número fácil de ser memorizado – 33.
O voto puro de legenda andava muito esquecido. O MDB fez uso dele com grande empenho nos anos da ditadura.


Em apuração

Senadores oposicionistas estão empenhados em saber se realmente a decisão da presidente Dilma de manter no cargo o ministro Orlando Silva resultou de uma ordem expressa de Lula, como publicou, em manchete, o jornal O Globo. Caso afirmativo, vão se sentir à vontade para interpelá-la: afinal, quem está mandando neste País ?

Boa impressão

O deputado Roberto Freire sempre lembra que ao se candidatar à presidência da República, em 1989, Juiz de Fora foi o colégio eleitoral que, proporcionalmente, lhe deu o maior número de votos, quando promoveu uma campanha de renovação de hábitos políticos, tendo o sanitarista Sérgio Arouca como seu vice. Na semana passada, ao pronunciar conferência na OAB, ele voltou a falar dessa performance.


Ex-vereadores

Na composição de seu diretório municipal, no domingo, o PPS teve registrados três ex-vereadores no colegiado diretor: Marcos Pinto, Rose França e Antônio Jorge, que foi eleito presidente da executiva.


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domingo, 23 de outubro de 2011

Privatização na maioridade

Qual o balanço desapaixonado da política de privatização que está completando vinte anos hoje? O que têm a dizer os especialistas, desde que o presidente Fernando Collor privatizou a Usiminas, de Ipatinga?
Há alguns pontos nos quais parece não haver dúvida. É quanto à inconveniência de confiar à iniciativa privada dois serviços essenciais, água e energia. Quanto a esses itens, considerando-se, em tese, que têm de ser eficientes, sem almejar lucros, é bom que fiquem sob o controle do estado.
No caso das privatizações que se seguiram à Usiminas, o governo lucrou, pois deixou de viver com déficits intermináveis; mas também perdeu, porque não teve mais fontes generosas de emprego para afilhados políticos.
Os privativistas têm a seu favor a inquestionável eficiência das grandes empresas que saíram do controle estatal. O que autoriza garantir aos saudosistas que a Vale do Rio Doce nunca mais será estatal, por mais que sonhem com isso.


Aparando
as arestas


O objetivo capital do PSDB mineiro, a partir do painel político que será criado para a eleição do próximo ano, é confirmar e consolidar a candidatura do senador Aécio Neves à presidência da República em 2014. Os novos prefeitos terão, portanto, um papel importante, principalmente se forem escolhidos para administrar municípios com mais de 50 mil eleitores. Quanto mais coesos melhor para o projeto.
Mas não é só isso. Também a partir da campanha que se aproxima os dirigentes tucanos vão pretender num primeiro passo, ainda com vistas ao futuro de Aécio, criar condições para que sobrevivam as alianças e não se diluam depois de eleitos os prefeitos.
Na semana passada, esse foi o objetivo revelado pelo presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, ao propor às alianças que começam a ser construídas agora, que revelem, o quanto antes, suas diferenças e divergências, para que sejam resolvidas. Além disso, esses partidos aliados poderão logo “mapear suas prioridades e expectativas”, como explica o presidente estadual.


Os poderes
masculinos


Alguém precisava mostrar disposição para estudar os fundamentos de uma pesquisa, publicada na semana passada, indicando que em Juiz de Fora (provavelmente mais que em qualquer outra cidade brasileira) 80% das mulheres agredidas por seus companheiros desistem das ações que promovem contra eles. É muito expressivo o volume dessa desistência para que passe sem um estudo, e não morrer nos números de uma estatística.
O que estaria acontecendo com os casais em conflito? As mulheres tendem mesmos a esquecer a humilhação e a dor, quando os hematomas vão embora? Seria o temor de ver rompido o elo da sobrevivência? Ou – pior ainda – as queixosas acabam desistindo por causa de novas ameaças dos agressores, que só temem a Justiça?
A violência contra a mulher não cessa. É preciso conhecer melhor as razões que a levam a tolerar.



Planos em
quarentena

A crise que envolveu o Ministério dos Esportes respinga, pelo menos por um breve tempo, nas primeiras conversações que vêm se processando entre correntes políticas de esquerda da cidade. Um dos principais assessores do ministro Orlando Silva, Wadson Ribeiro, tem alimentado expectativas de uma união dessas correntes e seus partidos, e com base nela disputar o primeiro turno. Mas agora, também ele denunciado por ter sido beneficiado com verbas destinadas a ONGs, essas articulações terão de esperar algum tempo.
Wadson não era desconhecido em Juiz de Fora no ano passado, quando entrou disputando cadeira de deputado federal, mas sem tradição eleitoral. Promoveu campanha pesada e custosa, dando ao PcdoB uma das boas estruturas de campanha no ano passado. O partido (onde estão seus comunistas?) ficou devendo a ele a melhor performance eleitoral de sua história: 20.879 votos.



Renovar é
preciso?


O jornal ”O Tempo”, em matéria publicada ontem, avaliou temas que poderão ter presença frequente na campanha eleitoral de 2012, incluindo entre eles a renovação no comando administrativo das principais prefeituras do estado. Depois de lembrar que nos últimos 28 anos Juiz de Fora teve apenas três prefeitos, o jornal ouviu a opinião de Custódio Mattos, que será candidato à reeleição.
Para ele, a proposta de renovação tem um componente de relatividade. Renovar o quê? Com quem? Para quê? O fato de mudar os nomes, simplesmente por mudar, não é uma ideia que por si deva ser admitida.
A mudança de nomes em Juiz de Fora vai mesmo ser incorporada ao discurso da oposição ao prefeito, mas ela também terá dificuldades. Não poderá ter como candidatos seus veteranos, sob pena de pagar pela contradição.



(( publicado também na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Generosidade

Se as coisas já andam sombrias para o ministro dos Esportes, Orlando Silva, enfrentando graves acusações, o quadro pode piorar ainda mais se o governo decide promover uma avaliação político-eleitoral do PCdoB, partido a que ele pertence. Orlando, o comunista (sic), fica ainda mais vulnerável e com o futuro incerto, porque, desde Lula e agora com Dilma, o PCdoB recebe mais do que merece, se a avaliação contar com seu desempenho nas urnas. Na verdade, sua maior expressão eleitoral está na Bahia.


Reunião do PMN

O encontro do PMN, na segunda-feira, quando o vereador Isauro Calais será apresentado como pré-candidato a prefeito, será no Hotel Constantino, não no Serrano, como foi noticiado. Mantido o horário (14h), como também confirmada a presença de Telma Ribeiro dos Santos, presidente do diretório nacional, Thelma Zaira, presidente em Minas, e do deputado Duílio de Castro.


Pra conferir

Muito importante se a Câmara desse ampla divulgação aos pareceres dos vereadores sobre a proposta orçamentária que o prefeito acaba de encaminhar, começando por podermos saber até que ponto eles dominam o assunto. Ainda que boa parte da população não disponha de poder crítico em relação à matéria, há pessoas com qualificação técnica para elaborar análises.
Quando se trata da tramitação da Lei de Meios, naturalmente vem à lembrança o vereador Raimundo Hargreaves. Ninguém o superou na intimidade com esse tema.


Faz diferença

Durante o seminário Agenda Parlamentar para Energia Elétrica, em Brasília, o deputado Luiz Fernando Faria (PP-MG), presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara, explicou que, apesar de os impostos e encargos responderem por 48,6% da tarifa de energia, ela continuaria sendo uma das mais caras do mundo, mesmo com o cancelamento do tributo. As tarifas estão em torno de R$ 329 por MWh e, sem impostos e encargos, ficariam em R$ 165,60/MWh. Mas, convenhamos, faria diferença.
Mesmo sem imposto, a brasileira não é competitiva, declarou o deputado, ao lembrar que o País tem altos índices de insolação, o que nos torna potenciais produtores de energia solar.

Prevenção

A partir de hoje e até abril do próximo ano Minas vai contar com os instrumentos para resistir às chuvas e suas consequências. O governador interino, Alberto Pinto Coelho, criou comissão permanente de defesa civil, que engloba ações de quase todos os setores da administração estadual com recursos para prevenir e socorrer.

Segunda versão

Depois que representantes do Fórum Permanente de Defesa dos Direitos Humanos visitaram o Centro Socioeducativo – Santa Lúcia, e anunciar que não viram graves irregularidades, surgiu outra versão, bem diferente. Após a visita apareceram novas informações. Denúncias de maus-tratos aos adolescentes, através agressões físicas, e, também, abuso sexual. Relato de caso da ineficácia da metodologia de reeducação ali desenvolvida, acarretando o agravamento nos erros de conduta de ex-interno.
Conhecidas tais denúncias, o Fórum diz que vai promover novas diligências e pedir ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente acompanhamento mais rigoroso do funcionamento daquela unidade.

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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A capa da Copa

O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, suspeita que ainda vamos conhecer graves irregularidades em relação às verbas destinadas a obras e serviços para a Copa do Mundo de 2014, e considera que os recentes escândalos envolvendo o ministro dos Esportes, Orlando Silva, na verdade estariam escondendo coisas muito mais graves. Há uma capa de suspeições cobrindo a Copa. E para favorecer irregularidades inevitáveis, o melhor cenário estamos conhecendo desde agora: as decisões apressadas, contratação de obras sem os procedimentos licitatórios, a par dos interesses secretos da FIFA, que nesse particular se assemelha muito à CBF, segundo Freire.


Pra conferir

Muito importante se a Câmara desse ampla divulgação aos pareceres dos vereadores sobre a proposta orçamentária que o prefeito acaba de encaminhar, começando por podermos saber até que ponto eles dominam o assunto. Ainda que boa parte da população não disponha de poder crítico em relação à matéria, há pessoas com qualificação técnica para elaborar análises.
Quando se trata da tramitação da Lei de Meios, naturalmente vem à lembrança o vereador Raimundo Hargreaves. Ninguém o superou na intimidade com esse tema.


Sob encomenda

De Sylo Costa, deputado em quatro legislaturas e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, que desconfia muito da sinceridade da França ao conceder a Lula o título de ”honoris causa”da Sorbonne:
Uma jogada do presidente Sarkosy, que faz qualquer negócio para vender ao Brasil os aviões Rafale.


Esbarrão

Se o Itamaraty persistir em seu projeto de ganhar espaços diplomáticos e comerciais com os principais países da África, tem de estar prevenido para esbarrar em idêntico projeto da China. Mais pacientes que nós, os chineses já vêm montando sua estratégia há anos.



Sob vigilância

O Ministério das Comunicações acaba de publicar a regulamentação dos serviços de radiodifusão comunitária, o que pode ser um primeiro passo para o combate à clandestinidade com que se opera nesse setor. É um problema que o governo se recusa a admitir como sério e grave, pois interfere nas comunicações e afeta a segurança dos voos, quando as transmissões são feitas em locais muito próximos das torres ou salas de comando dos aeroportos.


Irma Aglaé

Ontem à noite, na capela Senhor dos Passos, celebrou-se missa em memória de Irmã Aglaé, que morreu em Belo Horizonte, aos 93 anos. Nascida Nícia Paschoal, ela figurou entre os educadores e intelectuais de maior destaque em Juiz de Fora até fins do século passado, com toda uma vida ligada ao Colégio Stella Matutina e ao Instituto Santo Tomás de Aquino, onde pôde distribuir seus conhecimentos em áreas que dominava, como Pedagogia, Psicologia, Letras Clássicas, Geografia, Orientação Educacional, além de Catequética e Teologia Fundamental, cursos que realizou na Alemanha e Itália.
Em Juiz de Fora, além do Stella Matutina, Irmã Aglaé, lecionou na Faculdade de Educação e no Centro de Ensino Superior e publicou “O Jogo das Contas de Vidro à Luz da Filosofia”, sobre o romancista Herman Hesse, e um estudo sobre “ A Questão do Poder em Michel Foucault”. Antes de morrer, no dia 11, ela estava realizando estudos sobre energia quântica.

(( publicado também na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Hora de programar

Com um encontro regional por mês, para organizar seu projeto eleitoral de 2012, o PSDB quer reunir em Juiz de Fora, no final de outubro, prefeitos e vereadores da Zona da Mata. Cada município ou microrregião tem questões particulares a serem tratadas na campanha, mas também há propostas gerais, e em torno delas a direção do partido quer empenho geral.
Tratando-se da área local, uma das propostas dos tucanos é a duplicação da BR-267 no trecho Juiz de Fora – Leopoldina.


Sob pressão

Se a Assembleia de Minas continuar tendo problema para obter número regimental nas votações, talvez tenha de reconsiderar a suspensão do pagamento pelas sessões extras assistidas pelos deputados. Em outros estados onde se tentou a mesma medida moralizadora os parlamentares acabaram vencendo pelo cansaço.


Engolindo seco

O alto conceito a que ascendeu o arquiteto Oscar Niemayer, no Brasil e no mundo, não tem permitido que deputados e senadores o crucifiquem depois da cáustica e irreverente definição que ele elaborou sobre Brasília, a cidade que arquitetou. Milhares de panfletos que circulam na capital atribuem a ele o seguinte texto:
“Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá, foi como criar um lindo vaso de flores pra vocês usarem como pinico. Hoje, eu vejo, tristemente, que Brasília devia ter sido projetada não em forma de avião, mas de camburão”.



Mais uma

A crise de credibilidade que envolve o ministro dos Esportes, Orlando Silva, não podia chegar em hora tão imprópria para o governo. Ela veio se juntar a outros problemas que o Planalto vem enfrentando para se superar e garantir o Brasil como sede da Copa do Mundo em 2014. Sendo tão volumosas e graves as denúncias contra o ministro, o que inclui o recebimento direto de propinas, os organizadores da Copa se sentem ainda mais à vontade para questionar a competência brasileira para assumir tamanha responsabilidade.


Monitorando

A proposta da Lei de Meios, que o prefeito Custódio Mattos acaba de remeter aos vereadores, tem um detalhe que vale ser objeto de maiores atenções durante a tramitação. Trata-se da promessa de manter as despesas sob controle e permanente monitoramento, por causa da imprevisibilidade do quadro da economia internacional. O que significa, numa primeira análise, que as coisas, andando mal para o mundo, poderemos enfrentar uma cota de sacrifício.


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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Uma estátua

Confirmado: o governo investirá R$ 13 milhões para criar e instalar estátua com a imagem do ex-presidente Lula, em Brasília, e servirá como monumento do patrimônio público. No sábado, a presidente Dilma assinou a liberação da verba, com os aplausos do PT, mas o local exato da construção ainda será definido. O projeto, contudo, é levar o monumento para bem próximo do Palácio do Planalto, podendo ser visto de qualquer lugar de Brasília.

No primeiro estudo, Lula segura uma estrela, símbolo do PT. É preciso ver para acreditar.


Primeiras alianças

O PSDB é, pelo menos na cidade, o primeiro partido a puxar alianças, segundo a marcha das articulações desde agora conhecidas. Certamente estarão com os tucanos, mesmo que só na
majoritária, o PP, DEM, PTB e PV.


Estado verde

Os dirigentes do Partido Verde estão em festa. Confirmaram ontem, junto ao Tribunal Regional Eleitoral, que chegaram a metade dos municípios mineiros suas comissões provisórias, um recorde entre os partidos não tradicionais. O que significa que o PV terá prestígio suficiente para ajudar a colocar as cartas nas eleições do próximo ano.


Greve branca

Ainda ontem, a Assembleia mineira enfrentava dificuldades para reunir deputados suficientes
em número capaz de permitir a votação de matérias que não conseguem tramitar. O problema vem se arrastando há duas semanas, depois que a Mesa decidiu vetar o pagamento de sessões extras, cada uma delas valendo cerca de R$ 1.8 mil. Sem esse acréscimo eles se sentem desanimados.




Fórum Permanente

Amanhã, às 19h, na sede da OAB, será realizada a reunião mensal do Fórum Permanente de Defesa dos Direitos Humanos. Na pauta, avaliação da visita ao Centro Socioeducativo Santa Lúcia para verificar superlotação, o projeto de lei do Conselho Municipal de Políticas Integradas sobre Drogas, a substituição da atual representação no Conselho da Comunidade em Execução Penal, participação no seminário do Fórum Permanente sobre População de Rua e o projeto de apicultura na penitenciária.



Triagem futura

Sem imposição de leis, mas apenas por forças de fenômenos naturais na política, o pluripartidarismo tende a sofrer um processo de enxugamento, num futuro que ainda não se pode precisar. Os atuais 32, entre os quais ainda não são contados os que já pediram registro ao TSE, poderão, mais tarde, estar reduzidos a cinco, segundo previsão do prefeito Gilberto Kassab, líder do mais novo partido, o PSD.
Nessa avaliação, quando o tempo promover sua triagem, deverão restar PT, PSDB, PMDB, PSB e o PSD.


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domingo, 16 de outubro de 2011

Menos mal

É rara, quase inexistente, a possibilidade de a legislação eleitoral estabelecer limites para a farra das coligações partidárias, mesmo diante de todas as evidências de que elas se transformaram em balcão de negócios, principalmente para a venda de preciosos segundos no rádio e na televisão. As coisas vão ficar como sempre foram.
Já que é assim, o Tribunal Superior Eleitoral podia encontrar uma forma de exigir, pelo menos, que as coligações se restrinjam a partidos com um mínimo de identidade ideológica. É a forma de impedir que o eleitor seja enganado além do tolerável.


Saída honrosa

As relações dos estados com a União, no tange a compromissos acumulados, esbarram num estranho jogo de encenação. Os estados anunciam que vão honrar as dívidas e o governo federal finge acreditar nisso. Só do lado de Minas, os débitos para negociação imediata aproximam-se de R$ 1 bi.
Quando se deve muito, o problema já não é do devedor, passa a ser do credor, diz um ditado meio velhaco.
Ao governo federal, que a todo momento tem governador batendo à porta para pedir, só resta uma saída, aliás capaz de projetar enormemente seu prestígio: aplicar em obras nos estados o equivalente ao que cada um deles deve, estabelecidas prioridades definidas pelos ministérios, sem interferência da política dos governadores.


Além da ressaca


Está dito e visto que a reforma política vai permanecer nos armários e nas gavetas, sem que se saiba quando realmente estará em pauta. Mas, nos próximos dias, procurando mostrar que não está totalmente alheio, o Congresso tentará esconder a omissão com uma capa de verniz. Votará o menos importante de tudo que se tem falado dessa reforma: mudará a posse dos eleitos de 1º para l0 de janeiro.
Apoio geral dos candidatos que se elegem, não os que saem derrotados. Os que vencem se queixam de a posse ocorrer na manhã do um dia em que ainda é imensa a ressaca do revellion. A alegação oficial é um sofisma: alega-se que em 1º de janeiro os presidentes de outros países não podem estar presentes. Mas qual estadista viria para a posse de um prefeito?


Bio em 2018

Nas eleições de 2018, não antes disso mas não muito depois disso, os brasileiros votarão com a impressão deixada pelo dedo, diz o presidente do TSE, Ricardo Lewandowisk, que prevê para aquele ano a biometria estendida a todo o Brasil. Otimista, ele acha que isso será mais uma contribuição para modernizar o sistema eleitoral e, portanto, menos influência dos corruptos e dos “fantasmas” nas votações.
A se confirmar a previsão do ministro, não mais haverá necessidade de aperfeiçoar os títulos, que até lá já serão peça de museu.




Aniversário
do CDDH
O Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Juiz de Fora está comemorando 31 anos, completados no sábado. “A perenidade desta organização está ligada à contribuição de seus associados contribuintes e voluntários, aos funcionários do presente e do passado, ao patrocínio da ong alemã Misereor, ao apoio da Arquidiocese e aos inúmeros parceiros ao longo desta história”, explica seu secretário, Marcelo Frank do Nascimento.
Para marcar a data está no ar o site www.cddhjf.org.
Segundo Marcelo, “há muito trabalho para os defensores dos direitos humanos, pois as violações acontecem a todo tempo. Embora este tema tenha se tornado política pública, após a Constituição de 88, que veio assegurar direitos ao povo brasileiro, surgiram novos desafios. É necessária a efetivação desses direitos. Surge a necessidade de mais pessoas de boa vontade, para dedicarem parte de seu tempo às frentes de trabalho da entidade”, explica o secretário.

Uma dúvida
de 80 anos

Instituído no Brasil em 1931, depois de experiências permanentes ou momentâneas em vários países, o Horário de Verão nunca deixou de ser polêmico, elogiado por muitos e amaldiçoado por outros. Ontem, quando ao primeiro minuto da madrugada o ponteiro maior avançou 60 minutos, a discussão já havia ressuscitado, como acontece todos os anos neste outubro, geralmente um mês muito sem graça.
O argumento favorável não muda há 80 anos: economizar o consumo de energia e aproveitar mais a luz do dia. Desta vez, os técnicos preveem uma redução em torno de 4% nos gastos domésticos, mas ainda não houve quem pudesse calcular os prejuízos do relógio biológico que funciona em cada um de nós. Opiniões respeitáveis, como a do professor Elías Murad, suspeitam que as perdas são maiores que os ganhos.
Houve casos, na Europa, em que a “hora de economia de luz” se prestou apenas para períodos de guerra. Em outros, essa novidade nunca foi levada a sério.

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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Mineiros e paulistas invertem os papéis

Os políticos sempre viram diferenças essenciais nos métodos de mineiros e paulistas darem trato aos seus negócios. Eles, como Marte, mais impulsivos e mais guerreiros. Os de Minas, que na mitologia seriam como Vênus, comedidos e românticos. Agora, quando se tratar de discutir a eleição presidencial de 2014, os papéis podem ser os mesmos, mas os atores mudaram seus lugares no palco, pelo menos em se tratando do PSDB.
De Aécio Neves, de quem se esperava demora e adiamentos no processo, ao contrário, ele vem logo dizendo que é candidato à presidência, para disputar com Lula ou Dilma. Já os paulistas, em momentosa crise de mineirice, adiam, espiam e acham que é cedo demais para se falar da cadeira presidencial; é preciso esperar que novos fatos deixem o horizonte mais claro.
Alteradas as posição em relação ao quadro que se espera, a primeira diferença é quanto à hora mais adequada para se apresentar uma pré-candidatura. O senador mineiro, sem temer longa exposição às intempéries da política, revela publicamente disposição para o embate. Em São Paulo, onde as preferências nunca contemplaram Aécio, quando se fala que o PSDB deve esperar mais, o que realmente se espera é que o senador soçobre no tempo.
Mas há um componente na análise dos paulistas que não pode ser desconsiderado. Boa parte do que está para acontecer em 2014 fica na dependência do quadro que será traçado pela eleição dos prefeitos das grandes cidades em outubro próximo. Os tucanos de Minas não relegam esse detalhe, mas não o veem capaz de comprometer uma pré-candidatura presidencial, pois em 2014 predominaria a tendência pela renovação, isto é, nem Dilma nem Lula. E nem São Paulo, que já deu oito anos de Fernando Henrique e mais oito de Lula...
Quem se lançar agora nessa campanha, complicada e extenuante, não terá como ignorar que são vários os fatores que podem influenciar os eleitores no momento de considerar o novo presidente. É o caso da economia nacional, pois não se sabe como estará frente aos desafios da crise internacional. Os candidatos, sejam lá quem forem, terão de estar preparados a elaborar defesas e indicar soluções para preservá-la de dificuldades maiores.


Definições

Ainda que possam ter muitas dúvidas em relação às eleições futuras, de uma coisa os tucanos mineiros estão certos: o governador Antônio Anastasia será candidato a senador em 2014. Havia dúvidas quanto à sua disposição pessoal para essa campanha, mas ele acabou concordando.
No Partido dos Trabalhadores haverá dúvidas durante algum tempo, porque o nome para o Senado vai depender, na época, de como estiver o ministro Fernando Pimentel, que, antes de ser cogitado para o Congresso, tem tudo para se tornar o petista na disputa do governo estadual.
Entre outros grandes partidos, o PMDB não vai além de especulações. Fala-se, por exemplo, em Hélio Costa e Newton Cardoso.


Excesso


Iniciado pelos partidos o levantamento dos novos filiados, quase a unanimidade com pretensões eleitorais em 2012, constata-se facilmente que os maiores enfrentam excesso de nomes para compor chapas limitadas. Muitos nem puderam entrar. Repete-se então a situação de eleições anteriores: as pequenas legendas acertadas para participar das alianças absorveram os excedentes.


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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Voo tucano

Diz o presidente do PSDB de Minas, Marcus Pestana, que o tucanato mineiro planeja disputar e vencer em 200 municípios mineiros, privilegiando os que somam mais de 50 mil eleitores. Entre estes, cita os municípios politicamente estratégicos, como Juiz de Fora e Uberlândia. Em relação a JF, uma expectativa que está acima de divergências com o primeiro time dos tucanos locais.


A versão

Nota da edição de sexta-feira atribuiu constatação de moradores de Santa Teresinha de que uma obra da prefeitura ali estaria beneficiando terreno da família do vereador Noraldino Júnior. Depois de afirmar que a notícia parte de jornalista que não lhe dedica simpatia pessoal, ele, afinal, explicou que a obra apenas coincide com a travessa em que reside sua avó.


Apoiado

Não há como discordar do presidente nacional do PMDB, Valdir Raupp, quando recomenda que os ministérios sejam reduzidos de 38 para 28, o que a presidente Dilma pode fazer sem maiores dificuldades, a não ser enfrentar o azedume dos partidos da base que são contemplados no primeiro escalão.
Mais importante que reduzir as despesas com os excessos ministeriais, é a própria funcionalidade do governo: os ministros são muitos, vivem atropelando deveres e atribuições, causando prejuízo geral.



Fica para 2014

A fartura de siglas reconhecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral não é suficiente para desestimular novas aventuras. Não tendo sido aprovado a tempo para disputar no próximo ano, ficam para 2016 o PC, Partido da Transformação Social e o Partido Republicano Social.


Combatente

Conhecido como adversário da eleição proporcional, até porque tem sido vítima desse sistema, Vanderlei Tomaz confirma sua candidatura à vereança, pelo Partido Trabalhista Brasileiro, onde certamente será uma voz a favor da eleição majoritária em cargo legislativo, isto é, vença quem tiver mais votos, sem muletas e sem os ombros dos coligados.


Falsa realidade

Os números não mentem. Talvez, como exceção, a hora em que são formados os novos partidos. Nas últimas semanas, foram cinco novas legendas. Se cada uma tem de ser requerida por 430 mil eleitores, o total fica em torno de 2,1 milhões de brasileiros “interessadíssimos” nesses novos partidos políticos. Vê-se, facilmente, que assinaram por assinar, e em muitos casos as mesmas adesões em listas diversas para partidos diferentes.

Nada muda

Pergunta-se aos vereadores se as recentes alterações na composição dos partidos podem causar novidades nas relações da Casa com o Executivo. Nada muda, garantem.

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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Dinheiro escasso

Bem feitas as contas, conclui-se que Minas deve cerca de R$ 5 bilhões, culpa do ICMS que não vem rendendo o esperado. É o que faz prever que o próximo exercício ainda será de cinto apertado. Restam diante desse quadro duas preocupações. A primeira é do funcionalismo, que tem o prêmio de produtividade dependente da arrecadação, para não se falar, particularmente, dos professores, que há dias encerraram sua greve na expectativa de que os holerites vão engordar em 2011.
A mesma situação talvez acabe sendo motivo de preocupação para os candidatos a prefeito que são da base política do governador. Muitos deles esperam recursos do estado para realizar obras que lhes deem prestígio eleitoral.
Não só Minas, mas todos os estados da Federação têm débitos a quitar com a União. O melhor que fazem os devedores é seguir o passo do governador Anastasia: propor a mudança do sistema de cálculo do montante das amortizações.


Última esperança

O que o presidente do Superior Tribunal Eleitoral, Ricardo Levandowisk, diz ser sua última esperança em relação à reforma política está no Supremo, se a Ficha Limpa tiver aplicação já para o processo eleitoral de 2012. Mas, para que isso ocorra é preciso que o STF decida sobre a matéria ainda neste mês.


Uma chance

Os ecologistas andaram empenhados em descobrir um partido em que ancorassem seus ideais, e, afinal, fracassaram ao tentar criar uma legenda própria, o PEN – Partido Ecológico Nacional. Mas ganharam do TRE um prazo de tolerância: terão mais dez dias para coletarem 118 mil assinaturas de eleitores e completar as 491.641 em abono à causa.


Novo PTB

Terminada a fase de coleta de filiados com potencialidade para serem candidatos em 2012, observa-se que os diretórios dos partidos não sofreram grandes mudanças em sua estrutura municipal. Exceção talvez para o PTB, que saiu do controle do ex-vereador e médico Rogério Ghedin, que transferiu suas atividades profissionais para São Paulo.
A reorganização do partido está confiada a Ricardo Francisco, irmão do ex-deputado Roberto Jeferson.


Apoio indefinido

Nota da coluna informando que era intenção do novo PPL levar apoio à candidatura de Custódio Mattos a um segundo mandato foi considerada infundada pela tesoureira da comissão provisória, Janete Eklund, que disse representar o pensamento dos demais dirigentes. Segundo ela, agora o partido vai cuidar de sua construção, e apoio a candidatos só será definido após longo debate.


A conferir

No domingo, no Bar Dias, Rua Rui Barbosa esquina com Luiz Rocha, no bairro Santa Teresinha, pessoas ligadas à Administração foram chamadas a ler, bem em frente, placa da prefeitura anunciando obra de revitalização de uma travessa. Segundo frequentadores do bar, a travessa é na vila de casas pertencente à família do vereador Noraldino Jr, e duvidavam que essa relação teria sido informada a Custódio.


Cenário feminino

Embora feliz com a destinação do Prêmio Nobel a três militantes dos direitos femininos, a presidente Dilma Rousseff volta de seu giro pela Europa desafiada pelo desfalque que as próximas eleições e a reforma ministerial vão atingir exatamente as mulheres do primeiro e segundo escalões. Três já definidas e mais quatro ou cinco na rota da desincompatibilização.

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domingo, 9 de outubro de 2011

Dois tempos

Nos tempos da ditadura, alguns ministros mais conscientes do Tribunal Superior Eleitoral criticavam a imposição do governo pelo bipartidarismo, o que lhe dava melhores condições para coagir e policiar. Agora, como os tempos mudaram, o presidente do TSE, Ricardo Levandowisk, deplora o excesso de partidos, que já são 32. Como expressão de desencanto, ele disse, na televisão, que já não estamos mais no pluripartidarismo, mas no hiperpartidarismo.


Congresso em definições

Numa hora em que cai ao nível mais baixo o conceito dos parlamentares, há quem seja capaz de recordar que não é de hoje que se questiona o prestígio do Congresso Nacional. Carlos Lacerda lamentava constatar contrabandistas deputados e deputados contrabandistas. Meio século atrás Jânio Quadros o definia como “Clube de Ociosos”. Quase à mesma época, mais comedido, Gustavo Capanema disse que via ali uns 10% de idiotas. E Lula, que pouco depois faria parte dele, admitia que o Congresso era a casa de ”uns trezentos picaretas”.


Mais um

O PPL - Partido Pátria Livre, que fechou o ciclo dos novos registrados pelo Tribunal Superior Eleitoral, tem comissão provisória em Juiz de Fora. Vai anunciar apoio à candidatura do prefeito Custódio Mattos.
Não ocorreu, ao contrário do que se esperava, a criação da comissão provisória do Partido Trabalhista Nacional.


A indesejada

Não há mais razões para se duvidar do sincero desejo dos deputados e senadores de impedir que o projeto da reforma política avance e se torne a realidade tão necessária. Eles não vão ferir uma estrutura eleitoral da qual se beneficiam. Isso já ficou demonstrado quando criaram comissões separadas das duas Casas, ideia adequada para confundir e procrastinar.
Michel Temer, a voz política do governo, sugere uma consulta popular em 2014, para então o Congresso saber os rumos que deve tomar, como se já não devesse saber. Quer dizer, mais uns cinco ou seis anos de empurração.


Tese em tela

Já se vê que a oposição ao prefeito elegerá, como um de seus temas preferidos, a renovação, lembrado que nos últimos trinta anos a administração municipal ficou nas mãos de apenas três homens. Sem que falte um toque de ironia, os governistas poderão dizer que o melhor caminho para a renovação passa exatamente pela reeleição de Custódio: ele, um veterano, não poderá mais voltar; Tarcísio, já então com 80 anos, estará afastado; Margarida, se perder em 1012, teria dificuldade em sustenta-se como opção nos outros quatro anos. De acordo com esse raciocínio, tudo pronto para renovar, mas só em 2016.


Arquiinimigo

Oswaldo Braga, que a partir de Juiz de Fora lidera o movimento gay em Minas, proclama o deputado evangélico João Campos, do PSDB, como o mais pesado adversário da população homossexual. Atribui-se ao parlamentar a reação ao projeto que pretendia a introdução de uma política educativa nas escolas para o combate à homofobia.


Resistência

Terminou na sexta-feira o prazo para filiação de possíveis candidatos em 2012. Consta que, até o último minuto, um grupo de peemedebistas tentou obter a ficha de adesão do reitor da UFJF, Henrique Duque. Ele prefere continuar fazendo o que faz.


Clube veterano

O Clube Juiz de Fora, onde no passado se encontravam os políticos mais importantes da cidade, está de diretoria nova: presidente, José Márcio Ferreira; vice-presidente José Ibrahim Arbex; primeiro e segundo secretários, Roberto Mascarenhas e João Menezes Filho; primeiro e segundo tesoureiros, Aloísio Mendes Morais e Maurice Zaka; diretor cultural Willian Hallack. Presidente do Conselho, Mário Arcanjo Filgueiras.



Última chance

Os ecologistas andaram empenhados em descobrir um partido em que ancorassem seus ideais, e, afinal, fracassaram ao tentar criar uma legenda própria, o PEN – Partido Ecológico Nacional. Mas ganharam do TRE um prazo de tolerância: terão mais dez dias para coletarem 118 mil assinaturas de eleitores e completar as 491.641 em abono à causa.

((publicado também na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Falta um ano

A eleição do prefeito e dos novos vereadores vai ocorrer dentro de um ano: 7 de outubro de 2012. A data oficial é 3 de outubro, mas fica adiada para o domingo mais próximo, o que é determinado por lei, para que os eleitores possam ter mais tempo para votar e não se perca um dia útil de trabalho.
Quando falta um ano para os eleitores irem às urnas, a única coisa certa é que nada está certo, e os nomes de candidatos, por mais expressivos que sejam, ficarão sujeitos ao imponderável; ao menos até junho, quando são lançados pelas convenções partidárias.
Mas há alguns dados que podem ser tomados desde já. Como tarefa interna, os partidos vão entrando, desde agora, na temporada delicada de formar suas chapas de candidatos a vereador, o que significa passar pela peneira dezenas de pré-candidatos. Em quase todos os partidos, há mais postulantes que vagas, estas em torno de 60 para cada chapa.
Quanto à prefeitura, faltando um ano, mantém-se a tendência da polarização entre PSDB e PT, o que não seria novidade, se se olhar para 2008, quando foi eleito Custódio Mattos. Ao PMDB, partido que tem a mais antiga experiência na política municipal, caberá a tentativa de romper aquela polarização, o que havia tentado, sem êxito, em 2008.


Lista fechada

O TSE aceitou o registro de mais um partido, o PPL, o que faz subir para 32 o número dos que estarão em condições de participar do próximo processo eleitoral. Até o final da noite de ontem outros pedidos de registro aguardavam manifestação dos ministros, mas em quase todos denunciava-se a ausência de documentação capaz de habilitá-los.
O eleitor brasileiro confere pouca importância aos partidos, salvo os mais tradicionais. Não fosse isso, teria tudo para fazer confusão com o excesso de siglas, muitas delas parecidíssimas.


Sempre adiada

Deputados que se manifestavam ansiosos em relação à votação dos primeiros itens da reforma política, prevista para quarta-feira, frustaram-se de novo. Acaba que o material da relatoria ainda dependia de alguns dados, e o encaminhamento não foi possível.
Ontem, a comissão especial que trata da matéria informou que ela estará de volta dentro de duas semanas. Ocorre que logo o Congresso terá suas atenções concentradas na Lei de Meios da União, o que faz prever que a reforma ficará para o próximo ano.


Reação imediata

O novo PSD não pode se queixar da ausência de exposição na mídia e nos meios políticos, considerando-se que ainda não completou uma semana o seu registro no Tribunal Superior Eleitoral. Já com meia centena de deputados filiados, ele consegue também levar intranquilidade ao Congresso ao anunciar, como uma de suas principais bandeiras, a imediata convocação da Constituinte exclusiva.
O senador José Sarney reagiu contrariamente, por achar que o País está muito bem servido com a Carta de 88, que ele ajudou a escrever.


Estratégia


Os tucanos paulistas têm avaliado a decisão do senador Aécio Neves de apresentar ao partido sua disponibilidade para disputar a presidência da República. Dividem-se em duas correntes. Uma, quer que o mineiro fique solto, na expectativa de que se desgaste; outros, ao contrário, acham que São Paulo deve entrar logo com sua alternativa.

(( publicado também na edição desta sexta-feira do TER OTÍCIAS ))

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Fim de safra

Até amanhã, os partidos políticos terão concluída a temporada de inscrição de futuros candidatos, porque se encerra o prazo estabelecido em lei para que estejam registrados, um ano antes, os que pretendem disputar. A corrida atrás de nomes, sejam os potencialmente viáveis ou que apenas vão entrar como figurantes, começou há dois meses e não são mais esperadas grandes surpresas; de forma que se pode considerar que os quadros de pré-candidatos estão compostos. Gente importante que tinha de entrar já entrou.
Essa campanha em busca de filiações não passa sem deixar alguns problemas de convivência que terão de ser superados com o passar do tempo. Por exemplo, os pequenos partidos que se sentiram sufocados pelos maiores, tirando deles nomes de maior expressão. No PT ficou a crítica de alguns à liberalidade com que foram tratados novos filiados, considerados oportunistas.


Passo seguinte

O esforço dos pré-candidatos não termina com a filiação. Na próxima semana certamente haverá tentativas de impugnação, mas apenas se estiverem baseadas nos casos de dupla filiação, pois ainda não há candidaturas; elas só serão conhecidas nas convenções, que acontecerão antes de junho.
Para os partidos, a fase que se segue é das articulações internas, que antecedem a triagem de nomes para compor as chapas de candidatos a vereador. Nem todos os que entraram serão chamados, e tão logo percebam isso poderão criar problemas.


PV confirmado

Com base em ações políticas em Brasília, junto ao comando nacional do PV, foi tentada, sem êxito, a reformulação do novo comando municipal do partido, iniciativa de grupos interessados em assumir o controle. Mas os verdes continuam sob a presidência de Sidnei Scalioni, vinculado ao grupo do secretário estadual de Saúde, Antônio Jorge Marques.


Príncipe em JF

Para participar, como convidado de honra, do jantar de fundação do Lions Clube "Camélia Branca", vem hoje à cidade o Príncipe Dom João Henrique de Orleans e Bragança, trineto do Imperador Dom Pedro II. Esse jantar pretende obter recursos para as campanhas de ajuda às crianças autistas ou portadoras da
síndrome de down. O Príncipe tem uma filha, Maria Cristina, de 22 anos, que é portadora da síndrome de down, e apoia todas as ações que venham a beneficiar as crianças especiais.


Boa ideia

Onde se planta a coca ou a maconha na Colômbia, Peru e Bolívia que se plante arroz, soja e feijão, segundo sugestão feita ontem pela Comissão Especial de Combate às Drogas. Para tanto, pede-se a intervenção da Organização das Nações Unidas, como parte do combate às drogas nos países andinos. Partiu do deputado Valtenir Pereira (PSB-MT) a ideia de recomendar ao Ministério das Relações Exteriores acionar a ONU no sentido auxiliar aqueles países a produzir alimentos nos mesmos campos onde floresce a maconha.



Cinto apertado


Não são poucas e modestas as dívidas e os compromissos do estado para o próximo exercício, com uma receita prevista de R$ 57,3 bilhões, dos quais R$ 24,8 bilhões comprometidos com pessoal, encargos sociais, juros e encargos da dívida pública. Soma-se a isso a exigência do mínimo de 12% para Saúde.
Parte dos desafios previstos cai no campo da articulação política do governador Antônio Anastasia. É a divida de Minas com a União, hoje acumulada em R$ 54,9 bilhões, que precisa ser renegociada, com substituição do indexador de IGP-DI pelo IPCA.


(( publicado também na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))

terça-feira, 4 de outubro de 2011

'Tiro no pé'

É o que muitos pensam no PT, mas até agora Vandeson Castelar foi a única voz que se levantou publicamente contra a inscrição de novos possíveis candidatos a vereador, e se confessa “contrariado com a estratégia adotada pela direção do PT em Juiz de Fora de inflar a chapa de vereadores. A importação de candidatos é um tiro no pé. Além de nos igualar aos demais partidos, a decisão inusitada desestimula a candidatura de petistas com trajetória consolidada”, afirmou.
Para Castelar, a virtude do PT tem sido recusar a prática dos partidos tradicionais. “Nossas chapas são modestas, mas autênticas, e não podemos nos transformar numa federação de candidatos, onde o programa e a coesão política são substituídos por interesses meramente pessoais e eleitoreiros”, denunciou.

PSB não sabia
O ex-vereador Juraci Scheffer, que já soma uma experiência como candidato a deputado estadual,deixou o PSB para se inscrever no PT. O PSB não procurou demovê-lo, nem imaginava que fosse tão temido, embora soubesse que ele dispõe de um manancial de votos na região de São Pedro, como também alimenta expectativa de votação em bairros onde os atuais vereadores já se consolidaram.
Sem embargo do protesto, o PT fica como o partido que menos inscreveu candidatos potencialmente viáveis.

Aécio em campo
Pela segunda vez em menos de quinze dias o senador Aécio Neves anuncia disposição de disputar a presidência da República em 2014, sem temer excesso de exposição e sem tomar em conta aquela velha precaução de políticos mineiros: candidatura antecipada é candidatura queimada.
É evidente que o senador conhece os riscos de uma candidatura tomando sol e chuva durante dois anos. Mas o que certamente ele deseja, e vai conseguir, é forçar os adversários tucanos a se apresentarem logo, sob pena de perderem espaço.

Fôlego do PSD
Recentemente registrado no Tribunal Superior Eleitoral, o PSD, que já conta com 55 deputados, caminha para os 60, quer eleger 450 prefeitos e vereadores em 1.200 municípios. Raramente se viu tamanha disposição entre os novíssimos. Em Juiz de Fora a ambição da comissão provisória é uma chapa completa para disputar a vereança, talvez puxada por Vanderlei Tomaz, que já esteve na Câmara e até ontem inscrito no DEM.

Pressão tardia
O ex-presidente Lula desembarcou em Brasília, para tomar parte nas pressões sobre o Congresso e forçá-lo a aprovar a reforma política. Faltou dizer por que não fez isso nos oito anos em que esteve na presidência?, comandando deputados e senadores obedientes.


Ornitológico

O viveiro de candidatos a vereador em 2012, que já tem garantida a presença de Pardal e Tico-Tico, vai ser ampliado pelo PMN, que acaba de inscrever o Xororó, que divide com Bigode o império do torresmo.


( publicado também na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Balanço

Restando apenas quatro dias para se inscrever quem deseja disputar eleição em 2012, muitos partidos promovem verdadeira corrida em busca de filiações. Qual deles terá chegado ao fim da semana com maior número de fichas? O PMN certamente estará entre os primeiros, e o PT já vinha se revelando o menos animado a engordar seus quadros.


Pra compensar

Sobre nota de ontem, informando que o PSDB vai pedir a seus candidatos a prefeito um discurso programático, de olho na sucessão de Dilma e Anastasia, tucanos confidenciam que de forma alguma isso seria ruim para a campanha de reeleição de Custódio. Se vão pedir é porque também vão dar prestígio apoio em obras. A velha lei da reciprocidade.


Pela reforma

O PSB e mais oito partidos promovem hoje, a partir de 13h, um Ato Político com o tema “Reforma Política para Ampliar a Democracia”, no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados. O encontro ocorre em véspera da votação do relatório da reforma política, apresentado pelo deputado federal Henrique Fontana (PT).
“O PSB é favorável ao relatório, ressalvados os destaques em plenário. O importante é não encerrar a discussão. Se o relatório não for aprovado, a reforma política será prejudicada”, afirmou Carlos Siqueira, primeiro secretário nacional do PSB e presidente da Fundação João Mangabeira.


Consenso

Para tristeza dos que sonham com a reforma política ampla e profunda, o que deve ficar como único ponto consensual, se o Congresso realmente votar a matéria nesta semana, é a transferência da data de posse de 1º para 10 de janeiro. Exatamente o menos importante.


Anistia

Ainda não é uma decisão, mas ideia que se levou ao Tribunal Superior Eleitoral: os que deixaram de participar dos últimos pleitos e não justificaram a ausência, estariam perdoados das multas que sofreram, desde que possam comprovar presença nas urnas do próximo ano.
O que tem estimulado a ausência, além dos desencantos e restrições que se fazem aos políticos, é a multa simbólica que se aplica a quem deixa de votar: nada mais que o valor de duas latinhas de cerveja.


Velha dúvida

O Horário de Verão, que estará vigorando de novo a partir do dia 16, comemorou 80 anos ontem, sem que tenha conseguido convencer a maioria dos brasileiros, a não ser que se trata de uma chatice, de discutíveis resultados para a política de redução do consumo de energia elétrica.


União

Há dias, falando sobre as expectativas do seu PCdoB em relação à disputa municipal de 2012, o suplente de deputado Wadson Ribeiro dizia que um projeto de poder tem de passar, necessariamente, pela unidade dos partidos de esquerda. Ainda não apareceu quem se anime a liderar essa causa.


(( publicado também na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))

domingo, 2 de outubro de 2011

Gotardelo centenário

Três gerações de ginasianos de Juiz de Fora ficaram devendo ao professor Augusto Gotardelo o que aprenderam de Português, a partir da década de 40. Gerações privilegiadas, porque tiveram à sua disposição um dos homens mais cultos que já passaram pela cidade, além de autoridade inconteste no idioma. Ontem, ele estaria completando 100 anos.
Ensinou Português, Letras e Latim no Granbery, Machado Sobrinho, Escola Normal e Colégio Estadual. Mineiro de Monte Sião, onde nasceu em 1911, lutou demais para estudar, pois, ainda jovem, era padeiro em sua cidade. Em 1946 transferiu-se para Juiz de Fora e aqui viveu até morrer, em 1995. Integrou a primeira turma da Faculdade de Filosofia e Letra.
Para comemorar o centenário, Vanderlei Tomaz, coordenador da Biblioteca Murilo Mendes, abre uma exposição de obras e opúsculos do professor, que ainda hoje são referência para os estudiosos do idioma, como O emprego da vírgula, A crase nos bons escritores, Acentue corretamente, Português pela redação, Ceifa Tardia, Cristo – Centro das Escrituras e da Vida e o clássico Português para pregadores evangélicos.


Semana decisiva

Esta é, segundo a legislação, a semana derradeira para a filiação partidária de quem pretende disputar as eleições. Quem ainda não se filiou ou quer mudar de partido deve decidir até sexta-feira, exatamente um ano antes. É dispositivo da anualidade, pois as eleições vão ocorrer em 7 de outubro de 2012.
A maioria dos que estão diretamente interessados no processo já veio se definindo nas últimas semanas. Mas ainda podem assumir vida partidária alguns dirigentes sindicais, como acaba de fazer o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Cosme Nogueira, que ingressou no PMDB pelas mãos do deputado Bruno Siqueira.
Outra novidade que está para ocorrer nas próximas 48 horas é o ressurgimento do PTN, sob a liderança do ex-deputado Amílcar Padovani.


Via indireta

Insiste o PMDB mineiro em cobrar ajuste de contas com os diretórios do interior, que no ano passado cruzaram os braços e não apoiaram a candidatura de Hélio Costa ao governo de Minas. Sessenta deles já foram extintos, vários da Zona da Mata, o último dos quais o de Ponte Nova.
Muitos estranham a severidade dos dirigentes estaduais. A penalidade, praticada em bloco, não encontra antecedente, porque em eleição, contados os votos e empossados os eleitos, os ressentimentos e desejos de vingança vão para as gavetas. Mas é possível que a intenção do PMDB, antes de punir infidelidade, seja uma advertência sobre as eleições de 2012. Intimida-se, desde agora, o peemedebista potencialmente infiel.
O partido estaria fazendo o que dizia o coronel José Eulálio, também peemedebista do sertão: bate na cangalha para o burro entender.


Maus negócios

Não é de hoje que o Brasil tem se dado mal nos negócios com os Estados Unidos e Inglaterra, o que agora se dá mais acentuadamente na sobretaxação dos nossos produtos e a cobrança de preservação das nossas florestas, depois que eles destruíram as suas. A partir da Segunda Guerra Mundial acentuou-se o jogo desfavorável para os brasileiros como se ouviu, na quinta-feira, com dados bem sustentados na palestras do professor José de Souza Terror, no Instituto Histórico e Geográfico.
Além de termos 39 embarcações afundadas ou danificadas pelos alemães, sob o pretexto de estarmos suprindo a indústria ianque, estivemos na iminência de ver o Nordeste invadido e ocupado por 100 mil soldados americanos, tivemos nossas forças navais e aéreas sob controle branco, e fomos excluídos da conferência de reparação de guerra. O Brasil ainda teve de abrir mão de US$ 1 bilhão para o Banco de Reconstrução e US$ 877 milhões retidos para indenizar ferrovias inglesas já então em fase de sucateamento.
A História geralmente silencia sobre os assaltos que temos sofrido.


Carteira falsa

Dois fatos não coincidentes salvaram os bancos de possíveis problemas a partir desta segunda-feira: a greve de seus empregados, que reduz consideravelmente os serviços de atendimento, e as manchetes do fim de semana sobre a avalancha de falsas carteiras de habilitação de motorista. Porque, a partir de hoje, mais que o CPF e outros documentos, o financiamento de veículos passaria a ter como garantia básica a carteira de habilitação. Muitos dos tomadores de financiamento poderiam ser portadores desses documentos ”esquentados”.



Fé no programa


Estão em alta os colégios eleitorais em que votam mais de 200 mil pessoas, entre os quais nos incluímos. Primeiro, foi o PMDB a querer que nesses casos haja candidato próprio a prefeito. Agora, argumentando com base no mesmo patamar, o PSDB informa que vai exigir que o discurso de seus candidatos privilegie o programa do partido, suas propostas e prioridades.
Em ambos os casos, identificada a tentativa de impedir que a eleição de 2012 se restrinja ao embate municipal, os partidos revelam estar de olho em 2014, e para isso é essencial que, num primeiro passo, estejam bem estruturados nos grandes municípios.





Nos anos 60, a Arena, partido de sustentação da ditadura, exercia fascínio sobre os políticos que não ousavam tomar posição contra o governo dos generais. Eram multidões que disputavam espaço sob a sigla governista, o que permitia prever o que depois se confirmaria: a luta interna por vagas num partido congestionado. Oceano Soares, que liderava os arenistas, disse, certo dia, para os correligionários o que continua valendo para os que hoje correm para se filiar: “seus verdadeiros inimigos não são aqueles que vocês deixaram lá fora, mas os que vão encontrar aqui dentro”.





(( publicado também na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))