quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Castigados

Os dirigentes do PMDB mineiro, que ainda não digeriram a derrota do ano passado, confirmam, dez meses depois, que vão começar a aplicar penalidades aos diretórios municipais que se colocaram contra a candidatura de Hélio Costa ao governo do estado. Nove já estão na lista para sofrer intervenção.
O partido parece preocupado apenas com os que ficaram contra, e são poucos. Mas calam sobre os diretórios que nada fizeram pelo candidato. E são muitos os que preferiram se omitir.


Esquecidos

Setenta por cento dos eleitores brasileiros não foram capazes de dizer, em pesquisa realizada nas ruas, em que candidato a deputado votaram no ano passado. O que revela que o Congresso tem que agir muito muto para divulgar o trabalho dos parlamentares, se tiverem o que mostrar.


Pudor


Mesmo aos criminosos mais frios e aos assassinos de coração empedernido costuma sobrar uma nesga, uma réstia de pudor. Por exemplo, não cometem os delitos sob o olhar dos outros. Os deputados que absolveram a colega Jaqueline Roriz também tiveram o pudor de cometer esse crime escondidos em sessão secreta. Jaqueline, como se sabe, foi flagrada e filmada recebendo propina. Não há hediondez capaz de falar aos brios desse Congresso.


O menor

Serra da Saudade, na região central, continuará sendo o menor colégio eleitoral de Minas, com 1.034 títulos confirmados. Nesse município, cinco sessões são suficientes para colhe os votos, o que geralmente se faz em menos de duas horas.


Falta mineiro

Não passa um dia sem que se ouçam queixas sobre o reduzido número de técnicos e políticos mineiros em altas funções do governo federal, ainda que se leve em conta que no estado os tucanos são maioria. Já falaram sobre isso os senadores Aécio Neves e Clésio Andrade. Às suas vozes soma-se agora a de Eduardo Azeredo. Disse Azeredo que nas recentes homenagens que Fenando Henrique recebeu em Belo Horizonte estiveram presentes dez mineiros que serviram em seu Ministério. E lembrou que no primeiro escalão da presidente Dilma toma parte apenas um.


Professores

Deputados estaduais estão preocupados com o impasse em que mergulharam as negociações entre governo e professores em relação ao piso da classe decretado por leio federal. Diante dos temores de que a paralisação da escolas comprometa o ano letivo em Minas, projeta-se na Assembleia a formação de uma comissão apartidária para tentar negociar uma saída honrosa para as pastes.

(( PUBLICADO TAMBÉM NA EDIÇÃO DESTA QUINTA-FEIRA DO TER NOTÍCIAS ))

domingo, 28 de agosto de 2011

PSDB de olho em 2012 e na sucessão de Dilma

No encontro que promoveu em Juiz de Fora, no fim de semana, com cerca de 200 militantes na região, entre os quais 19 prefeitos, o PSDB anunciou três preocupações imediatas para vencer as eleições do próximo ano, e com elas partir para fazer Aécio Neves o sucessor da presidente Dilma: reestruturação, definição do discurso e modernizar a comunicação, explorando mais a internet e seus recursos correlatos, chamando-se atenção para o que significado da interação com os internautas, como se dá ainda agora na Inglaterra, Espanha e Egito.
O deputado federal Marcus Pestana, e o vereador José Laerte, que presidiu a reunião, veem o partido “vivendo um bom momento” em Minas: os tucanos acham-se organizados em 800 municípios, tem 156 prefeitos, mais de 1.000 vereadores, oito deputados federais e 13 estaduais. No âmbito nacional, Pestana considera que o quadro vai se tornando “cada vez mais favorável”, e, como exemplo, citou recente carta de Dilma a Fernando Henrique, reconhecendo nele o pai da estabilidade econômica e os avanços na política social, o que o deputado considera ter sido pá de cal nas velhas críticas do PT ao antecessor de Lula. Ainda assim, ele advertiu que os tucanos têm um caminho a percorrer para acentuar a autenticidade do PSDB, até porque a inautenticidade é marca presente na estrutura partidária brasileira.
Mas as preocupações e projetos têm um alvo prioritário, que o vereador José Laerte deixou claro no encontro regional de Juiz de Fora: começar a trabalhar, desde já, para se viabilizar a candidatura de Aécio Neves à presidência em 2014. Pestana, em apoio, disse que o senador mineiro é a maior liderança política que Minas produziu nos últimos 60 anos.



Bola cheia


No fim de semana, na inauguração da Almaviva, o governador Antônio Anastasia não poupou gestos e expressões para exaltar Custódio Mattos. Todos perceberam, como também anotaram que Anastasia alimenta disposição de entrar firme na campanha de reeleição do prefeito.
O governador vê Juiz de Fora dando passos largos para retomar o desenvolvimento, depois de reorganizar a finanças, o mesmo que, segundo ele, se fez no estado com Aécio Neves.


As mudanças

No dia 7 de outubro expira o prazo para quem quiser mudar de partido, se tiver planos de disputar eleição em 2012. Não há previsão de mudanças na lista dos prováveis candidatos a prefeito, mas elas ocorrerão, em grande número, entre os que entram no páreo de vereança, o que se explica no jogo das probabilidades. Os candidatos examinam em que partidos suas chances podem ser maiores. Em geral, as facilidades crescem nas legendas mais modestas, mas não há aí segurança absoluta, porque muitos pequenos são atraídos pelos grandes, e nesse caso tornam-se apenas escada para seus aliados.


Criminosos

Instigante a conclusão de alguns desembargadores de São Paulo, onde as estatísticas revelam que os crimes aumentam não apenas na incidência como também na violência. Garantem eles que os assaltantes só existem porque não têm família, não têm onde morar, não estudaram. Mas o que dizer então dos ministros, juízes e altos funcionários, que têm família, moram em mansões, estudaram, são doutores? e ainda assim assaltam os cofres públicos.


Esperteza

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado, onde ainda não se sente maior entusiamo pelas questões essenciais da reforma política, vai recomendar um cerco aos prefeitos e vice-prefeitos reeleitos, que não podem disputar um terceiro mandato. O projeto é para impedir que durante o mandato mudem de partido, disputando o caso em município vizinho.
Têm ocorrido muitas fugas espertas desse tipo. Seria o caso, por exemplo, se o prefeito de Simão Pereira estivesse em segundo mandato e se transferisse seu domicílio eleitoral para Matias Barbosa, onde poderia ser candidato.


Sem confronto

O Partido dos Trabalhadores, sejam quais forem suas razões, não parece animado a bater confronto com a administração municipal. Foi o que se notou na semana passada, durante reunião em que se discutiam interesses da Zona Norte, promovida pelos moradores. O secretário de Administração, Vitor Valverde, fazia exposição sobre obras e serviços realizados na região, onde garantiu que a gestão do prefeito Custódio Mattos detém o recorde de realizações, qualquer que seja o antecessor a que seja comparado nesse particular.
Candidata à prefeitura, convidada a participar, a professora Margarida Salomão preferiu esteve no local, mas preferiu não participar. Outro petista, o vereador Wanderson Castelar, que tem reduto na região, ouvia a exposição, mas não interferiu.


Olho no cofre

O Sistema de Administração Financeira do Estados terá, a partir de hoje, todos os seus dados à disposição da Justiça Eleitoral, já liberadas as senhas de acesso. O objetivo dessa exigência é permitir quo o TRE conheça prazos e critérios dos convênios celebrados com as prefeituras durante a campanha eleitoral do ano passado, e ver se ocorreram irregularidades.
O Tribunal dá curso a uma ação de investigação pedida pelo ex-ministro Hélio Costa, que disputou o governo de Minas e se sentiu prejudicado por favorecimento ao candidato governista.


(( publicado também na edição desta segunda-feira do TER NOTICIAS ))

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Jânio sem mistério

Ontem se falou muito sobre os 50 anos da renúncia de Jânio Quadros, atitude que levaria o Brasil a uma sucessão de desassossegos. Meio século depois, a História já pôde remover algumas dúvidas em relação àquele gesto:

1 – Ao contrário do que se pensava, sua decisão, oito dias antes, de condecorar Che Guevara com a Ordem do Cruzeiro do Sul não significou adesão ao regime de Fidel Castro, com quem realmente Jânio não simpatizava. O que pretendeu foi abrir diálogo com Cuba para salvar opositores e liberdade para a Igreja Católica na Ilha.

2 - O que se chamou de “as forças ocultas”, que teriam inviabilizado seu governo, eram, na verdade, pretexto para obter autorização do Congresso e governar com autonomia, tipo Mendes-France na França ou Gamal Nasser no Egito, a quem admirava. Perto de morrer, ele confessou a um neto que esse foi realmente seu objetivo.

3 – A intenção secreta da carta-renúncia do dia 25 era ser recusada pelo Congresso, que, consequentemente daria grandes poderes ao presidente para governar. Ele não contava com a esperteza do opositor José Maria Alkmin, ao recomendar que a renúncia não fosse objeto de discussão, por se tratar de um ato unilateral. Ela foi aceita sem que houvesse tempo para os panos quentes.


Outros tempos

Houve épocas, distantes e recentes, em que qualquer lista que indicasse os melhores deputados não ficava sem uma meia dúzia de mineiros. Em muitos casos ponderou a oratória; em outros, a competência em plenário e nas comissões técnicas. Neste ano Minas ficou fora da lista que é elaborada por assessores parlamentares e jornalistas. Luíza Erundina e Romário foram os campeões.


Patrimônio


O estado está concluindo o levantamento das condições em que se encontram os imóveis que compõem seu patrimônio em Juiz de Fora. Ao todo são 95. Conhecido o relatório final, estará aberta uma excelente oportunidade para que o governo promova restaurações, onde elas se tornarem necessárias. Exemplo é a sede da Delegacia Regional da Educação, um dos belos imóveis do conjunto arquitetônico do bairro Mariano Procópio.

Fracassou

A comissão especial do Senado que debateu a reforma política e ofereceu sugestões, fracassou em sua tentativa de ver aprovado o financiamento público como forma exclusiva de cobertura dos gastos de campanha eleitoral. A Comissão de Constituição e Justiça examinou a proposta e, sem maiores explicações, determinou que fosse arquivada.
Os ventos continuam desfavoráveis para a reforma política, a mais reclamada e menos votada.


Novo começo

O PSL – Partido Social Liberal começa a se movimentar com vistas a 2112, primeiramente para cuidar da chapa de vereadores, depois a possibilidade de ter candidato próprio à prefeitura. Vai promover reunião no dia 13, às 19h, no Restaurante Colher Mineira. Comenta-se que é nessa reunião que vai ressurgir o ex-prefeito alberto bejani, que tem preferido não circular.


Encontro tucano

O PSDB tem, amanhã, reunião em 45 cidades do porte médio. Em Juiz de Fora, será às 10h, na Câmara, quando se abre uma discussão sobre o ano eleitoral, com a novidade de que o partido vem procurando atrair forças sindicais. Prefeitos, vereadores e membros de diretórios municipais da região foram convidados. Quem comanda a pauta da reunião é o presidente estadual dos tucanos, deputado Marcus Pestana.



((publicado também na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

O impacto da renúncia de Jânio


Mesmo acostumados aos solavancos e revezes de sua acidentada República, foi enorme o susto dos brasileiros na manhã de 25 de agosto de 1961. Era possível esperar tudo, menos a renúncia do presidente Jânio Quadros, que assumira há sete meses, e vinha se importando com coisas que o povo gostava de ver, como proibição de biquinis, rinhas de galo e o slack, horrível uniforme a que estavam sendo obrigados os funcionários de Brasília.
Manhã de festa militar do Dia do Soldado, Jânio se submete às honrar de estilo, e logo depois manda seu secretário Pedroso Horta levar ao Congresso a carta-renúncia. Quando, às 10h30m, o Noticiarista T-9 da Rádio Industrial soltou a bomba pelo alto-falante que dava para a Halfeld, a primeira reação de quem estava no que hoje é o Calçadão foi não acreditar. Mas logo acreditaria, quando policiais subiram as escadas que davam para a emissora, onde houve uma censura branca: o locutor, que hoje redige esta nota, pôde divulgar todos os “telegramas” das agências de notícias, desde que assumisse responsabilidade pessoal pelo que transmitia. Esse controle refletia o temor das forças de segurança quanto a uma impossível reação popular. Mas a cidade era apenas perplexidade, sem saber exatamente o que estava acontecendo.
A Rua Halfeld parada, algumas lojas ameaçando descer as portas, temendo tumulto. A União Democrática Nacional, que apoiava o presidente, pretendeu reunião extraordinária, sugestão de José Teixeira Brandão e Olinto Alvim, mas logo desistiu. Reunião para quê ? A mesma conclusão foi de outros partidos da base, como o PDC de Adhemar Andrade e o PL de Amauri Caldas. O PTB também se preservou, mas por outro motivo: chegaria ao poder, porque o vice que assumiria, João Goulart, era o chefe do partido. Ainda não se fazia ideia da reação contrária dos militares.
Diante da possibilidade do agravamento da crise, o que não aconteceu, mantiveram-se de prontidão a Quarta Região Militar e as Polícias Civil e Militar. Seu trabalho foi apenas a vigilância discreta dos “ agitadores” de sempre, jovens jornalistas sempre prontos a contestar, os comunistas de carteirinha e Níason Campos Mota, que criava colagens críticas e caricaturas de políticos para afixar nos postes da Rua Halfeld. E, ainda, a Ação Nacionalista, que se reunia na Galeria Azarias Vilela. Acaba que ninguém foi preso, ninguém morreu.

O que não é mais mistério


Meio século depois, a História já pôde remover algumas dúvidas em relação ao gesto de Jânio Quadros:

1 – Sua decisão, oito dias antes, de condecorar Che Guevara com a Ordem do Cruzeiro do Sul não significou adesão ao regime de Fidel Castro, com quem realmente não simpatizava. O que Jânio pretendeu foi abrir diálogo com Cuba para salvar opositores e liberdade para a Igreja Católica na Ilha.

2 - O que Jânio chamou de “as forças ocultas”, que teriam inviabilizado seu governo, eram, na verdade, pretexto para obter autorização do Congresso e governar com autonomia, tipo Mendes-France na França ou Gamal Nasser, do Egito, a quem admirava. Perto de morrer, ele confessou a um neto que esse foi realmente seu objetivo.

3 – O objetivo secreto da carta-renúncia do dia 25 era ser recusada pelo Congresso, que, então daria grandes poderes ao presidente para governar. Ele não contava com a esperteza do opositor José Maria Alkmin, ao recomendar que a renúncia não fosse objeto de discussão, por se tratar de um ato unilateral.

((publicado também na edição de hoje do TER NOTICIAS ))

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Duas correntes


Os dirigentes do PMDB já sabem que em Juiz de Fora o partido fica dividido em duas correntes, quando está em pauta a sucessão do prefeito Custódio Mattos. Uma delas considera aconselhável acompanhar a orientação estadual, lançando-se candidato próprio. Outra corrente opta por uma composição, de forma que um peemedebista seja indicado vice na chapa do PT ou do PSB. São alternativas que ainda comportam longos debates.


Blindados

Os noventa anos dos blindados no Exército brasileiro, “um longo e árduo aprendizado”, são o tema da palestra mensal promovida pelo Instituto Histórico e Geográfico, quinta-feira, às 19h30m. Quem fala é um estudioso da matéria, Expedito Stefani Bastos. As reuniões do Instituto são realizadas em sua sede, no 4º andar do edifício Credireal.


Monarquia 1

Está sendo retomada a campanha destinada a abrir novo debate sobre a volta da monarquia. Com esse objetivo, o príncipe Bertrand Orleans e Bragança, da Casa Imperial do Brasil, acaba de visitar Pouso Alegre e Belo Horizonte.

Monarquia 2

No dia 6 de outubro, para participar de um encontro no Marcelu's, virá a Juiz de Fora dom João Orleans e Bragança, outro membro da Casa Imperial. Vem para prestigiar campanha feminina do Lions destinada a promover atenções a crianças autistas e portadoras da Síndrome de Down. Haverá um almoço de adesão, com renda revertida para a campanha.


Plebiscito

O Supremo Tribunal Federal deve decidir, hoje à tarde, quem poderá votar em dezembro sobre a criação de novos estados, com o desmembramento de áreas que hoje pertencem aos imensos Amazonas e Pará, discussão que se arrasta há mais de dez anos. A ideia da redivisão é importante para facilitar a administração dos estados, ao mesmo tempo em que permite manter sob vigilância uma região alvo de cobiça internacional.
O que se revela discutível é o colégio eleitoral a ser definido pelo STF, onde a tendência é serem convocados apenas os habitantes das regiões afetadas, excluído o direito dos demais brasileiros. O jurista Dalmo Dallari protesta, com razão. Temos todos os direitos, como parte de uma mesma Federação. Também devíamos votar.

(( publicado também na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Divergentes

Não faltam razões para que divirjam os tucanos mineiros e paulistas. A mais recente são os afagos que a presidente Dilma vem recebendo de Fernando Henrique e Geraldo Alkmin, enquanto em Minas Aécio Neves se revela implacável nas cobranças e críticas. Há um objetivo de especial relevância para o PSDB de São Paulo: o fortalecimento de Dilma pode enfraquece a ação de Lula no esquema que vai disputar a prefeitura da capital.


Candidatos

Já se fala muito sobre nomes para disputar a prefeitura em 2012, sem que faltem especulações e muito “achismo”. Entre os dados consistentes de que se dispõe hoje: a certeza de que são candidatos em potencial todos os deputados com reduto eleitoral na cidade e o prefeito, que disputará a reeleição.


Dois pesos

O município adotou uma postura de dois pesos e uma medida, em relação ao novo nome da Avenida Guadalajara, que agora se chama Prefeito Mello Reis. Em 2007 o então vereador Bruno Siqueira sugeriu que a nova denominação fosse “Pedro Rezende de Andrade, e, dois anos depois, idêntico projeto foi apresentado por Júlio Gasparette, mas em ambas as vezes as propostas foram vetadas, sob a alegação de que a avenida já tinha nome. Mas, no ano passado, Câmara e prefeitura consideraram viável a mudança da Guadalajara para Prefeito Mello Reis.
Pedro Andrade foi um dos pioneiros da aviação em Juiz de Fora. Sua família nem de longe questiona a homenagem ao ex-prefeito nem a autonomia do Poder Público para decidir, mas vai à Justiça, representada pelo advogado Stanley Alves Affonso, para questionar tratamentos diferentes dados a uma causa idêntica.


Crimes na internet

Se no Congresso tudo caminha a passos de cágado, não haveria de ser diferente com o projeto de lei que definiu os crimes praticados pela via da internet. A matéria foi aprovada há 11 anos pela Câmara, mas o Senado introduziu mudanças na redação, e ela teve de retornar aos deputados. Como em uma década a internet mudou muito, a Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara promove, amanhã, um seminário para retomar as discussões em torno do projeto defasado.

Zona Norte

Um fórum sobre a Zona Norte, realizado no fim de semana, iniciativa dos próprios moradores, teve como um dos expositores o secretário de Administração, Vitor Valverde, que não deixou por menos: nesta segunda passagem de Custódio Mattos pela prefeitura, disse ele, está se fazendo mais que qualquer outra administração, principalmente em educação, saúde, obras viárias e desenvolvimento social. Sem perguntas e sem ser questionado pelas duzentas pessoas que o ouviam, entre as quais militantes da oposição, o secretário deixou a impressão de que não agrediu a verdade dos fatos.
Para ele, essas realizações da prefeitura têm um mérito além delas mesmas. Explicou que, quando Custódio assumiu, a prefeitura estava de tal forma quebrada, “que nem dinheiro tinha para pagar o telefone; e hoje nada deve, como podem confirmar os fornecedores”.
Uma explicação para o volume de obras na Zona Norte: compõem-na 84 bairros, 17 regiões rurais, 150 mil habitantes e 6.500 empresas.


Sem contestação

O senador Pedro Simon, em entrevista ao jornal “O Tempo”, disse duas coisas das quais não se pode discordar: 1) no Brasil só se prende ladrão de galinha; 2) se o povo não for para as ruas, Dilma não terá fôlego para combater a corrupção.

(( publicado também na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))

domingo, 21 de agosto de 2011

Dia do Folclore

O folclore, como patrimônio da cultura popular, merecia maiores comemorações, não só neste 22 de agosto, seu dia, mas em todas as épocas do ano. Na região de Juiz de Fora, que já foi rica nessas manifestações, o que resta, além das juninas cada vez mais descaracterizadas, são as Folias de Reis, que também já perderam muito de seu conteúdo.
O professor Antônio Weitzel, bravo defensor das tradições populares, criador do Museu do Folclore e autor de meia dúzia de livros sobre o assunto, já estudou todas as ramificações do folclore. Na semana, no Instituto Santo Tomás, ele fez palestra sobre a morte nas manifestações religiosas, populares, crendices e superstições. Na região de Juiz de Fora foram raras no passado e hoje inexistem as carpideiras nos velórios, mas ainda há quem mantenha a tradição de sempre deixar o defunto com os pés virados para a porta, e varrer a sala depois do sepultamento. É para não se seguirem logo outras mortes....


Incursão sindical

Numa hora em que a preocupação dos partidos é evitar e êxodo, o PSDB mineiro parte para ganhar a simpatia dos sindicatos de trabalhadores e suas federações, numa evidente tentativa de puxar para si um naco dessas forças, até agora vinculadas quase sempre ao PT. O presidente da executiva estadual do partido, Marcus Pestana, empenha-se nesse projeto, e já soma algum resultado. Na semana passada, ele conversava com entidades que representam cerca de 250 mil trabalhadores. É o braço sindical do partido, com o qual parece simpatizar-se também o senador Aécio Neves.
Um diálogo produtivo entre tucanos e sindicatos poderia ter acontecido há bem mais tempo, mesmo que para manter divergências essenciais. O que impediu foi o estigma do neoliberalismo com que foi rotulado o PSDB.


Capricho
do destino

O destino, mestre em produzir ciladas e surpresas para os políticos, deixou Itamar Franco ser eleito senador para fechar uma longa e vitoriosa carreira, e ceifá-lo no quinto mês de um longo mandato de oito anos. Quem o substituiu no
Senado, Zezé Perrella, não tinha plano essa sucessão, mas em 2006, concorrendo como titular, lutou com todas as forças para se eleger, e fracassou. Agora, sem luta, chegou lá, praticamente com todo um mandato inteiro pela frente. Capricho do destino.
Sem embargo de garantir que quer cumprir todo o seu tempo, e a ele incorporar alguns projetos que animavam Itamar, Perrella já é lembrado pelo PDT para representá-lo na disputa da prefeitura de Belo Horizonte em 2012. Ideia que ele diz repudiar.

Chegados ao
governador


Ainda não se completaram duas semanas desde que anunciaram seu desligamento do bloco de oposição, e alguns dos dez deputados do PMDB que se declararam independentes mostram-se sensíveis à aproximação com o governador Antônio Anastasia. Um acerto de apoio ao governo na Assembleia, cujas bases poderão ser conhecidas até meados de setembro.
Ao que parece, e pelo que insinuam dois deputados peemedebistas, o que se pode acordar, pelo menos por hora, é o apoio da bancada a projetos relevantes de interesse do Palácio da Liberdade. Ainda não se trata do ano eleitoral, sem que se desconheçam as dificuldades para o PMDB caminhar ao lado do partido do governador em grandes colégios eleitorais. Juiz de Fora é bem um exemplo dessa dificuldade.



Ficha Lima cada vez mais distante

A Lei da Ficha Limpa já devia ser cumprida em 2010, sem ferir o dispositivo que exige 12 meses de antecedência do ano eleitoral. Ela em nada altera a legislação eleitoral vigente, porque só exigia que o candidato não fosse ladrão, o que é imposição para qualquer atividade, em todas as épocas. Boa conduta é para todos, qualquer que seja o ano em que esteja vivendo.
Sob o espanto de juristas e frustração dos eleitores sérios, o Supremo Tribunal Federal entendeu diferente, o que permitiu que a corja se candidatasse e se elegesse. A mais alta corte do País prometeu, então, que a Lei contra os políticos bandidos ou os bandidos políticos ficaria para 2012. Agora, de novo o espanto, quando o presidente do TSE, Ricardo Lewandowisk, confessa que provavelmente não se possa aplicá-la nem em 2012, porque há uma sobrecarga de processos, cerca de 800, sem que a Ficha Limpa encontre vaga nessa pauta. Ficaria para 2014; mas, considerando-se que em dois anos a pauta objeto de pretexto não estará esgotada, outros adiamentos poderão acontecer.
Definitivamente, essa lei de limpeza e moralização não caiu na simpatia dos poderes.

Nação calada



Pergunta-se a razão de a sociedade brasileira não estar nas ruas reagindo contra a corrupção desenfreada que se instalou nos ministérios. Era de se esperar que, mobilizado, o povo mostrasse sua indignação e exigisse intolerância zero com os corruptos.
A resposta é uma só, sem risco de errar: as entidades que representam a sociedade supostamente organizada estão todas amarradas ao governo federal e dependem dele, subsidiadas por verbas generosas. Onde estão os sindicatos e as confederações? Onde está a União Nacional dos Estudantes?, igualmente financiada pelo governo. E os caras pintadas?, que ajudaram a derrubar o
governo Collor, esse que, comparado com o último, não seria condenado nem no Juizado de Pequenas Causas.
As grandes entidades sindicais são parte da base aliada. Portanto, boca fechada.


Dá pro gasto

A base parlamentar que apoia a presidente Dilma no Congresso é composta agora de 16 partidos com a retirada do PR, que era o 17º. Pode ser que venha a perder mais alguns. Ainda assim, vista apenas sob o aspecto aritmético, a bancada da situação tem votos suficientes, pois lá permanecem o PMDB e o PT. Outro detalhe que pode tranquilizar o governo é que nos pequenos partidos as negociações são mais fáceis, porque se opera no varejo.


Teste no toque

Esperava-se, com interesse, o momento em que a faxina comandada pela presidente Dilma atingisse o PMDB, que tem indiscutível importância na estabilidade política do governo. O momento chegou, quando o ministro Rossi, da Agricultura, não teve como se sustentar. Todos os olhares, esperando reação, se voltaram para o vice-presidente Michel Temer, condestável e fiador do partido junto a Dilma. Pois o ministro caiu e o PMDB engoliu seco. Ficou claro que Temer não tem disposição de queimar todos os cartuchos por causa de um único ministro, mas espera para ver como as coisas vão evoluir. É a história do bom cabrito.


Caso a caso

O PMDB está mesmo disposto a recomendar que nos municípios com mais de 50 mil eleitores seus diretórios indiquem candidato próprio à prefeitura. Mas há casos em que as circunstâncias políticas locais haverão de recomendar outros rumos, buscando-se alianças mais favoráveis.
Há uma preocupação antecedente. Pode ser que o diretório esteja muito dividido, sem possibilidade de se unir em torno de uma candidatura própria. Nesse caso, para não agravar a cisão poder-se-ia pensar na aliança com outros partidos.


(( publicado também no TER NOTÍCIAS ))

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Papel da Cemig


Na solenidade em que inaugurou o sistema de aproveitamento da energia solar nos serviços da Santa Casa, o presidente da Cemig, Djalma Morais disse que o viés social que a companhia vem promovendo começou com Itamar Franco, continuou com Aécio Neves e vai progredindo com o governador Anastasia. Não adiantaria, disse ele, a Cemig aumentar seus ativos se lhe faltassem preocupações com o conforto dos mineiros.



Pela coluna

O deputado Newton Cardoso engrossa a multidão de mineiros que sofrem com os problemas de coluna e veem fracassado o tratamento médico no Brasil. Ele deixou, por alguns dias, suas rusgas com o PMDB e embarcou para a Europa, onde vai cuidar da saúde e tentar se livrar das dores.


Exceção

Pelo andar da carruagem, já se percebe que, entre as propostas para a formação de novos partidos (são 19 os processos) apenas o PSD, do prefeito paulistano Gilberto Kassab tem chace de ser admitido pelo Tribunal Superior Eleitoral. Quanto aos demais, o que se percebe é que eles têm em comum a inconsistência.


Obras na BR

Deve se estender a uma audiência pública, na Câmara Municipal, a campanha que está sendo encetada pelos deputados Bruno Siqueira e Bernardo Rossi, de Minas e Rio de Janeiro, respectivamente, para manter sob controle e fiscalização a Concer, que explora o trecho da BR-040 entre Juiz de Fora e Rio. Consta que a iniciativa será do vereador Júlio Gasparette.


Suor nas filas

Está entre as prioridades do programa municipal da promoção dos idosos premiar os bancos que não exige deles longas e dolorosas esperas nas fila das agências. O jeito é premiar os bons, porque não há como castigar os maus.
Conhece-se em Juiz de Fora o caso do cidadão que, tendo se sacrificado mais de 15 minutos em fila, moveu nada menos de 16 ações contra bancos, e perdeu todas. Queria indenização por danos, mas a Justiça decidiu que ele sofreu apenas desconforto.


Sem culpa

O Partido dos Trabalhadores ainda insistia, ontem, na queixa de que o Palácio da Liberdade atuou decisivamente para tirar o PMDB e o PRB da base da oposição na Assembleia Legislativa. Foram oito votos de deputados peemedebistas e dois do partido de Edir Macedo que se declararam independentes.
O governo nega que tenha desempenhado papel na desarticulação da bancada oposicionista.


((publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Hora do aperto




Para endurecer ainda mais o jogo com os atuais e futuros servidores grevistas em Minas o governador Antônio Anastasia tem a seu favor um recado que vem de Brasília: até que se dissipem as nuvens que estão se formado no horizonte da economia mundial, os gastos têm que se restringir ao estritamente necessário. Novos fatores que onerem as folha têm de ser mantidos à parte. Até quando, ninguém sabe. O governo quer ver como evoluem os riscos de recessão, que, se vier, terá os sinais da globalização, isto é, vai se espalhar pelo mundo.



Vagas confusas

O Tribunal Superior Eleitoral não poderá deixar apenas por conta das câmaras do interior e da interpretação da Lei de Organização Municipal a fixação do número de cadeiras de vereadores a partir de janeiro de 2013. É necessário que àquela Lei o Tribunal ofereça orientação básica, que sirva de norte para sua aplicação.
Veja-se o que se dá em Juiz de Fora: as cadeiras, que hoje são para 19 vereadores, podiam subir até 25. Depois foram calculadas em 23 e agora caíram para 21. Não só aqui. Em vários municípios o que se vê é uma dança de números e cadeiras, algumas vezes ao arrepio da sensatez.




Velhos inimigos

As relações da polícia com o jogo do bicho sempre se caraterizaram por uma incerteza: as diligências ocorrem de vez em quando, passam anos esquecidas, para voltar ao sabor dos chefes do momento. E por uma certeza: são presos apenas os apontadores das apostas, quase sempre aposentados ganhando um reforço salarial. A ação policial nunca vai além do pequenos peixes. Não se sabe da prisão de banqueiros, embora com nome e endereço conhecidos.
No último fim de semana várias bancas foram fechadas, espantando dezenas de apontadores, que em Juiz de Fora são mais de 1.200.



Força dispersa

O senador Aécio Neves também anda preocupado com a ausência de Minas nos postos de altas decisões da República. Refere-se, certamente, à inércia dos partidos e dos políticos que estão na base do governo, já que ele, como opositor, não teria mesmo como postular indicações. Pouco antes, outro senador, Clésio Andrade, formulara a mesma queixa. Minas não acontece em Brasília.
Mas a questão não deve ser vista apenas sob o aspecto shakesperiano, o ser ou não ser governo, ter ou não ter cargos. Antes, é preciso que todas as forças políticas se unam, como sugere Aécio.
O desejo de ver mineiros mandando em Brasília não dispensa, contudo, certos cuidados e avaliação em relação a conveniências. Ainda agora, circula que a ex-deputada Maria Elvira está entre pessoas sondadas para ocupar o Ministério do Turismo. Devia ser advertida pelos amigos de que não lhe faria bem esse cargo. Primeiro, porque é uma pasta repleta de suspeitas de irregularidades. Depois, não há verbas para avançar com projetos mínimos.


Não custa lembrar 92

Fernando Collor foi uma exceção, ao se eleger para a presidência da República desconsiderando os partidos políticos e só contando com o apoio popular. Mas, ainda assim, passados dois anos, precisou dos partidos e do Congresso. Não teve nem um nem outros, e sofreu o impeachment.
Por que se traz isso à memória? Porque a presidente Dilma também vem relegando a segundo plano os partidos, que sustentam o Ministério e seu governo no Congresso; e esse é um caminho que pode levar a dificuldades. Se não a dificuldades, ao menos a situações esquisitas, como se viu na semana passada: a própria bancada de Dilma obstruindo a tramitação dos projetos de interesse do governo. O fogo alastrando dentro de casa.
O fato de as pessoas de bem sentirem asco diante do despudorado jogo de interesses que rege as relações entre os poderes não impede que ele prospere e hoje esteja institucionalizado. O espírito público morreu no Congresso, servindo apenas para discursos e formalidades.
A presidente, assim como Collor, ataca os marajás do momento, mas precisa se preparar para a desforra, que vem a cavalo nos partidos.



Ontem como hoje

A filósofa Ayn Rand fugia da Revolução Russa, quando desembarcou nos Estados Unidos, lá pelos anos 20, e viveu tempo suficiente para desistir da capacidade dos governos de melhorar a vida das gentes. Corre na internet sua mensagem desacorçoada, que serviu no passado como serve, sem qualquer retoque para esta segunda-feira:

“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”.
 
 
 
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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Dilma na pesquisa


O governo não manifestou surpresa, muito menos descontentamento, com a pesquisa que acaba de derrubar oito ponto no apoio da população à presidente Dilma. A primeira e principal explicação é que ainda não houve tempo para se realizar obra. Nos seus sete meses de governo, ela suplantou todos os antecessores, quando se trata de crise ministerial.
Junta-se a isso o fato de a presidente caminhar sem apoio político, pois os partidos da oposição não querem assumir maiores responsabilidades num impasse mais grave, e os partidos da base pretendem mostrar que fora deles é impossível caminhar.
Sem obras e serviços para mostrar, sustentada por um apoio político circunstancial, não espanta que a presidente entre em baixa.


Para surpresa

Na sessão solene e conjunta do Congresso, realizada na quarta-feira em homenagem póstuma a Itamar Franco, faltou destaque para a presença de seu sucessor, Zezé Perrellla. Tendo ficado com 90 meses do mandato do titular, e confessado que seu projeto agora é dedicação total à política, o novo senador devia ter dito alguma coisa sobre a vida política e os projetos de seu antecessor.


Plano imediato

Se é preciso evitar que as dificuldades políticas se agravem para o governo, e se tudo mostra que outros problemas estão em curso, o fundamental agora é conter os furos nas relações com o Congresso. Seria um greve erro permitir que elas se deteriorem de tal forma, que o diálogo acabe se tornando impossível. Não está distante o exemplo do que ocorreu com o presidente Collor, que teria escapado de todas as dificuldades e até do impeachment se contasse com boas relações no Congresso.
No PT há muitas preocupações. José Dirceu, que era e ainda é altamente influente no Planalto, diz que nunca viu tanto erro político no governo como se vê agora.


Dia aziago


Não tanto como o senador José Sarney, para quem usar terno marrom e não sair pela mesma porta por onde se entrou dá azar, muitos políticos guardam um pouco de superstição. Ontem, em Brasília, não faltou quem aconselhasse o cancelamento das muitas reuniões que foram programadas para amanhã, destinadas a avaliar as dificuldades do momento político. Dia 13 de agosto nunca foi simpático aos supersticiosos. É um dia carregado de azares.

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Contou o colunista Cláudio Humberto que, apavorada com as dificuldades no Congresso, a ministra Ideli Salvatti implorou aos senadores para que votassem determinado projeto. Mas foi bruscamente interrompida por Dilma. A presidente advertiu que esse negócio de implorar é coisa da ministra, não do governo.



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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Com vara curta




A onda de investigações nos ministérios chegou ao PMDB, onde não se esperava que chegasse, dada a importância que o partido exerce na base do governo. Catucado com vara curta.
É um desafio, porque os dirigentes não foram previamente consultados, e o governo sabe que qualquer desagrado ao PMDB pode ter reflexos na base de apoio parlamentar.
O que cabe avaliar agora é se o partido pretende reagir logo ou se vai aguardar momento mais conveniente para revelar seu descontentamento.


E a base?

Hoje não havia outro assunto nos meios políticos. Só se falava sobre a base de apoio do governo no Congresso, depois que os partidos da situação entraram na ciranda das investigações. O primeiro reflexo dessa situação é que os partidos que têm sob suspeita os altos funcionários por eles indicados poderão negar esforços para impedir a criação de CPIs, o que o governo certamente não deseja.


Ressentido

É raro acontecer. Mas ontem, pela primeira vez, o PP não participou do almoço em que os líderes de bancadas de apoio ao governo Dilma debatem pauta das discussões. O deputado Lincoln Portella, líder, simplesmente não apareceu. Ele e seus colegas queixam-se do Palácio do Planalto por lhes ter negado tempo para a defesa dos pepistas acusados e corrupção no primeiro escalão.


O mesmo time

Entrado o segundo semestre, percebe-se que são escassas as possibilidades de o ano eleitoral contar com novos partidos constituídos e prontos para participar do pleito de outubro. O quadro deverá ficar com os 27 já organizados, que, segundo o pensamento dominante entre juristas e ministros do Tribunal Superior Eleitoral, são mais que suficientes para representar todas as correntes políticas.
São muitos os processos constitutivos levados ao TSE. Quase outro tanto em relação aos que já estão em funcionamento. Mas não lhes restam chances.


Risco de impasse

A decisão do governo do estado de convocar substitutos para ocupar as vagas dos professores grevistas estava sendo recebida com reservas por deputados da própria bancada situacionista na Assembleia. Temem que, se o governador Antônio Anastasia endurecer nas negociações, um impasse intransponível poderia acontecer, pois o magistério fica sem elementos para ir à mesa e acertar os ponteiros.

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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Teste de fogo





Com a determinação de não interromper a faxina nos ministérios, mesmo que ainda não tenha sido totalmente convincente nesse propósito, a presidente Dilma vai entrando agora nos terrenos do teste de fogo. Já não age mais apenas junto aos partidos menores, altamente dependentes, que têm de medir a intensidade dos protestos; agora ela vai mexer no PMDB, quando se anuncia que entram na fase de investigação os ministérios de Turismo e Agricultura, onde os cargos foram preenchidos de acordo com indicações dos peemedebistas. Isso em confronto com o que horas antes haviam dito assessores de Dilma, que a definiam como entediada com a sucessão de crises e a corrupção desenfreada, com o que se sinalizaria o abrandamento da caça aos corruptos.
O partido do vice Michel Temer tem experiência suficiente para saber que sem altos cargos um partido que sobrevive.


Peça fúnebre

Na tarde desta quarta-feira o Senado promove sessão solene para homenagear a memória de Itamar Franco, que morreu no mês passado. Até ontem não haviam sido definidos todos os oradores, a não ser Pedro Simon, que foi um dos principais consultores políticos de Itamar, quando presidente.
Mas a homenagem vai incluir a distribuição de um catálogo fúnebre narrando as manifestações oficiais e públicas que se tornaram conhecidas desde o momento em que se divulgou a notícia do falecimento em São Paulo.


Longa ausência


Coincidindo com o momento em que o partido está em baixa cotação, o senador Clésio Andrade, do PR, leva ao governo uma queixa quanto à ausência de Minas nos altos cargos de Brasília. O que serviu para sinalizar que, em novas vacâncias, é preciso que se pensem as opções mineiras. Clésio faz as contas e diz que há dez anos o estado vem sedo relegado no preenchimento de cargos federais.


As dívidas

Os deputados mineiros não têm revelado ânimo para discutir a questão que já foi indicada como a mais grave da pauta deste segundo semestre. É o volume das dívidas de Minas acumuladas, hoje em torno R$ 60 bi.
Mas, ainda que não firam o assunto, é quase unânime que os parlamentares a tratem como uma dívida impagável. O que lhes resta é imitar os grandes devedores, como ainda agora os Estados Unidos. Dúvida. Dívida, quando impagável, rola-se.


Modelo

A proposta do PMDB aos diretórios do interior para que indiquem candidatos a prefeito, quando o número de eleitores for superior a 50 mil, pode se tornar modelo também para outros partidos. Uma boa ideia, comenta-se nas rodas políticas em que não falta gente do PP, DEM, PV e PDT.


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Uma pesquisa encomendada pelo PT para ver como a população define o governo Dilma vem com uma novidade: além das perguntas tradicionais, pede-se à pessoa consultada que diga se Dilma é regular positiva ou regular negativa. O eleitor não pode mais ficar em cima do muro.


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A hora dos pré



A deputada Luzia Ferreira, que esteve na cidade para participar de reunião do PPS, está indicada como pré-candidata à prefeitura de Belo Horizonte. Ela acha que seu partido deve concorrer com candidato próprio, e considera que isso também deve ocorrer em Juiz de Fora, depois de sentir seus correligionários “muito entusiasmados”.
Luzia é dona de uma das 77 cadeiras da Assembleia, mas não a única a pretender as prefeituras. Nada menos de 26 deputados gostariam de voltar aos seus redutos como prefeitos.
Um caso que interessa particularmente a Juiz de Fora é o deputado Duarte Bechir, do PMN. Se ele se eleger prefeito de Campo Belo, assume o primeiro suplente, hoje vereador Isauro Calais.
Na lista das possíveis candidaturas está a de Bruno Siqueira, do PMDB. Mas ele prefere dizer apenas que estará à disposição do partido.


Pacificação

A presidente Dilma é aconselhada a convocar uma reunião ministerial, sob o pretexto de serem apresentados os novos titulares. Na verdade, seria a oportunidade para chamar os ministros a uma agenda positiva e novas propostas de trabalho, depois de tantas mudanças no primeiro escalão.


Gente nova

Na semana passada, para surpresa de muitos, Zezé Perrella despediu-se do futebol e do Cruzeiro, onde sempre foi o principal mentor, afirmando que a partir de hoje vai se dedicar totalmente ao mandato de senador, a cadeira que herdou da morte de Itamar Franco. Os políticos entendem que Perrella não está apenas interessado no mandato, mas fazendo projeções para um futuro em que tentaria saltos mais largos. Ele seria gente nova na mesa das grandes decisões mineiras.


De volta

Vários ex-vereadores têm sido citados como potenciais candidatos em 2012, retornando às cadeiras em que estiveram em legislaturas passadas. Estariam nesse caso Mauro Krepp, Juracy Scheffer, Sueli Reis, Luiz Sefair, entre outros.


Sob controle

A conduta do governo Dilma na política econômica foi elogiada pelo ex-ministro Delfim Netto, de quem, até então, eram esperadas críticas. Para o homem que mais tempo permaneceu no Ministério da Fazenda (14 anos) o ponto alto do atual governo é a blindagem do setor industrial frente à concorrência estrangeira. Nesse setor revela-se, segundo ele, um alto grau de competência.
Otimista, Delfim avalia que não há como alimentar maiores temores em relação à crise do Estados Unidos, que seria mais política que propriamente financeira.


Quando será?

Estava anunciada para o dia 4 de agosto a inauguração oficial do aeroporto regional em Goianá, depois de várias outras datas igualmente frustrantes. A festa não aconteceu e nem se falo sobre nova data.


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domingo, 7 de agosto de 2011

Como está a intimidade do poder?

Em sete meses de governo, a presidente Dilma ficou sem quatro ministros, começando com Palocci e agora chegando a Nélson Jobim, numa série de tropeços que a mantém sob permanente tensão e desgaste. É o que já vai autorizado a oposição a denunciar que, até agora, ela nada fez.

A substituição de ministros comprometidos, como Palocci, e inconvenientes, como Jobim, é necessária. Mas o seriado, a sucessão de uma crise atrás de outra, a quem pode interessar? Estaria alguém, dentro ou fora do governo, empenhado em dar continuidade a esse cordão de tensões?

Por que teria Jobim provocado de forma tão primária sua demissão? Por que o vice-presidente Michel Temer, primeiro cogitado, não aceitou o convite para assumir a Defesa?

No final da semana, a presidente deu sinais de preocupação. Chega de crise, teria dito a um assessor. Mas, seja por cansaço ou tédio, não há de ser apenas a disposição pessoal da presidente o suficiente para pôr ordem na casa.

É como acaba de discursar na Câmara o deputado Marcus Pestana: só será possível conter o processo de corrupção quando se promover a reforma do Estado; o que significa eliminar na estrutura os gargalos que facilitam os assaltos.




PMDB define

seus rumos


Candidato próprio a prefeito em municípios com mais de 50 mil eleitores. Eis um critério que o PMDB pode adotar na reunião de seus dirigentes, que acontece hoje à tarde, em Belo Horizonte. O número não é resultado de escolha aleatória. Na verdade, com esse colégio eleitoral as prefeituras têm importância política estratégica, embora não cheguem a meia centena.

O partido, se adotado o critério, estabelecerá também a primeira meta para se refazer no interior, depois de fracassar na disputa do governo do estado, no ano passado.





Na cidade, um

quase ministro


Quando esteve na cidade, no meio da semana passada, para receber homenagem da Ordem dos Advogados do Brasil - Quarta Subseção, o ex-chanceler Celso Amorim demonstrou, a quem o observava mais atentamente, não exatamente uma preocupação, mas inquietação. Talvez naquele momento ele já tivesse recebido convite para substituir Nélson Jobim no Ministério da Defesa. Em Juiz de Fora estaria apenas esperando o capítulo final do desentendimento do governo com Jobim.

Aproxima-se o momento de se promover a avaliação das relações dos chefes militares com o Ministério da Defesa. Os ministros foram, sucessivamente, senador, empresário, jurista e diplomata. É preciso saber, na caserna, em que, individual ou coletivamente, eles contribuíram para a elaboração de uma política de defesa nacional.



A energia

que sobra


Ainda não chegou a temporada das águas, as chuvas ocorrem isoladamente, mas os reservatórios que servem às hidrelétricas já têm 40% acima dos volumes médios desta época do ano. Quando chover, a partir de novembro, a disponibilidade deverá subir para 80%. O que, num primeiro momento, permite concluir que está afastado o risco de desabastecimento de energia, ainda que eventualmente.

Talvez não seja bem assim. Os tempos andam de tal forma desorganizados, que, se hoje os reservatórios estão cheios por causa das águas fora de hora, pode ser que as chuvas não venham em seus meses tradicionais. Afinal, o clima entrou em parafuso aqui e em todos os cantos do mundo. Nada é impossível.




Vigaristas

e inocentes


O noticiário policial das últimas semanas andou repleto de novos casos de golpes praticados contra os incautos. É quando se associam as más intenções dos bandidos com a falsa esperteza dos tolos que querem ficar ricos num átimo.

O perfil desses tolos, que se deixam levar pela conversa de estranhos, ressalta nos relatórios policiais um dado interessante: a maioria das vítimas do chamado conto do bilhete, ou bilhete na ponta do pé, é formada de aposentados. Mais ainda: quando os golpistas têm êxito, esses aposentados perdem cinco mil, oito mil, dez mil reais. Na semana passada, a velhinha perdeu vinte e três mil!

Que inativos são esses com benefícios tão altos? Há alguma coisa mal conta nessa história. Pressupõe-se que uma aposentada com essa quantia em banco tenha sido uma alta funcionária, suficientemente esclarecida para não se deixar levar por falsas propostas de vigaristas. Como pode?



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Quando procuram explicar a persistência do governo em eliminar os focos de corrupção nos ministérios, alguns dirigentes petistas, na ânsia de serem agradáveis a quem já se foi e a quem acaba de chegar, dizem que Dilma está limpando a casa e preparando a volta de Lula. Estranha a explicação. Se Dilma está limpando é porque Lula sujou...


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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Voto sob comando

Há dias, chamava-se a atenção para o fato de que em 2012 candidatos e partidos terão de estar atentos à importância que a internet vai exercer sobre o voto, um fenômeno que já foi sensível na eleição do ano passado. O que certamente voltará a ocorrer; mas não apenas a internet.
Os partidos e os marqueteiros não poderão ignorar, por exemplo, o peso do voto evangélico, e para isso há um dado bem recente: no ano passado a essas igrejas foram apresentados 32 candidatos a deputado, elegendo-se 75%. Comparando com o PT: 334 candidatos e 26% eleitos. Vê-se, pois, a força de comando.
O apelo que se faz ao voto do crente é em nome de Deus, e não acompanhar a orientação do pastor seria quase uma blasfêmia. Diferentemente do pudor cívico de católicos, metodistas e protestantes, que chamam o eleitor a votar de acordo com a consciência.


Provocação

O doutor Nélson Jobim, ministro da Defesa, parecia mesmo empenhado em criar pretextos para deixar o cargo, sem dar à presidente a chance de mantê-lo. Primeiro, sem qualquer necessidade, confessou que na eleição passada votou em José Serra, não em Dilma, embora dela recebesse e aceitasse convite para participar do Ministério. Logo depois, com intenção provocadora, ele dispara gratuitamente contra as ministras Ideli Salvatti e Gleise Hoffmann. Perdeu as condições de permanecer no governo.


Reajuste

A Câmara analisa, em fase conclusiva, o projeto que vai reajustar os subsídios do prefeito e dos vereadores, mas para vigorar em janeiro de 2013, quando estarão nos cargos não os atuais, mas os que se elegerão em outubro do próximo ano. O reajuste deverá ser inferior a 10%.


Participante

Houve quem lembrasse ao governador Antônio Anastasia o conteúdo político dos últimos pronunciamentos que fez em Juiz de Fora. E dele recebeu, como resposta, que virá à cidade quantas forem as vezes necessárias para prestigiar a campanha de reeleição do prefeito Custódio Mattos.


Precedente

Certamente que se estenderá a várias atividades a decisão que acaba de ser tomada pelo Supremo Tribunal Federal, determinando que os músicos exerçam sua profissão sem dependerem de filiação à Ordem dos Músicos do Brasil. Considerou-se que o exercício de uma atividade para sobrevivência não pode sofrer qualquer tipo de limitação.
O Brasil é o país em que os trabalhadores são mais reféns de suas entidades de representação.


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Com a morte de Itamar Franco, apenas dois ex-governadores de Minas – senador Aécio Neves e deputado Eduardo Azeredo – continuam exercendo atividade política. Francelino Perreira, que acaba de completar 90 anos, dedica-se à Academia Mineira de Letras, e Hélio Garcia chega aos 80 anos vivendo dois desgostos: o alzheimer e a briga familiar pelo controle de sua fortuna.



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Sinal verde

Sobre os compromissos do Ministério dos Transportes em relação a obras no interior do País, apurou-se em Brasília que são poucos os casos afetados pela crise que se instalou naquele setor. Juiz de Fora, tudo indica, escapou dos problemas e as obras viárias que dependem de recursos federais poderão ser iniciadas dentro de 60 dias. Em Minas, quando a questão são verbas do DNIT, os problemas parecem localizados em Belo Horizonte.

Degrau de cima

O deputado Newton Cardoso é membro do diretório nacional do PMDB, o que, por imposição hierárquica, impede que seja julgado pelo conselho partidário de ética em Minas, onde é acusado de ter tumultuado a campanha peemedebista do ano passado. É no degrau de cima que pode ser julgado; aliás, como se previa. Também de acordo com a previsão, o veterano Newtão vai sair ileso.


Sem trocas

Três semanas depois de ter assumido no Senado, ocupando a cadeira que ficou vaga com a morte de Itamar Franco, Zezé Perrella não removeu os assessores de confiança que, sendo do gabinete, estão lotados em Juiz de Fora. E, até agora, nada falou a respeito.


Olho no mapa

É para as próximas semanas a vinda a Juiz de Fora de deputados do PMN para uma primeira aferição do campo político. Saber onde se pode pisar em chão sólido e onde os candidatos podem ser surpreendidos com areia movediça. Essa visita faz parte de um mapa em que o partido pretende pontuar as prefeituras que pode disputar. No caso local, se pretender a prefeitura, o PMN terá que se acertar com o vereador Isauro Calais, com que está débito: não fez o suficiente para levá-lo à Assembleia, onde é primeiro suplente.


Os impunes

Os imprevistos e a coincidência de fatores favoráveis à quadrilha do mensalão têm contribuído para dar mais tempo à impunidade. Uma sucessão da interferências protelatórias. Ainda agora, novo adiamento dos processos no Supremo Tribunal Federal, por causa da licença médica de trinta dias concedida ao ministro Joaquim Barbosa, que padece horrores na coluna.


Ineditismo

Ao trabalhar para que seis ministros sejam levados ao Congresso, onde falariam sobre denúncias de irregularidades em suas pastas, a oposição pode obter algo inédito: meia dúzia de altos funcionários chamados à responsabilidade. Na grave crise de 1954, nas horas que antecediam suicídio de Vargas, Carlos Lacerda quase conseguia lavrar tento idêntico. Hoje, os ameaçados são dos Transportes, Agricultura, Cidades, Desenvolvimento, Meio Ambiente e Minas e Energia. O novato Paulo Passos , de Transportes, seria outro recordista: convocado com menos de um mês no cargo.

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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Conferindo

Diante da situação criada em alguns municípios, em que o número de eleitores é maior que o número de habitantes, o TRE terá de promover, nos próximos meses, o recadastramento eleitoral. Talvez aproveite para introduzir um progresso contemporâneo, o voto biométrico. Nem sempre esses casos refletem fraude, porque há milhares de pessoas que saem de sua cidade, porém mantêm ali o título.
Na Zona da Mata, Divinésia tem mais eleitores que habitantes.


Mês fatal

Já se sabe que em setembro vários partidos estarão alterando a composição de suas comissões provisórias em Juiz de Fora, entre eles o PP, PTN e DEM. A escolha do mês vem a propósito, porque antecede outubro, quando começa a contagem regressiva para a eleição municipal.


Sigla nova

Está protocolado no Tribunal Superior Eleitoral o mais recente pedido de registro de novo partido, o PDN – Partido do Desenvolvimento Nacional, que deseja estar organizado para abrigar descontentes do PR e de outras siglas desgastadas nas relações com o governo. Mas o TSE não tem prazo determinado para tomar decisão a respeito.


MP inviolável

As medidas provisórias, que são o instrumento do Executivo para passar por cima do Congresso, e legislar segundo seus interesses, já foram objeto de dezenas de tentativas de senadores para conter o ímpeto dos presidentes da República. Hélio Costa tentou quando esteve por lá. Mais recententemente, Aécio Neves propôs soluções conciliatórias entre os dois poderes. E José Sarney promete atuar para remover a grave distorção. Como anuncia que vai se recolher ao ostracismo em 2014, o velho rei do Maranhão prestaria dois bons serviços ao País.


Nosso guia

O novo guia telefônico de Juiz de Fora que os assinantes estão recebendo traz para ilustrar a capa uma paisagem dos buritis de Conceição das Alagoas, nas margens do Hidrelétrica de Volta Grande. Duas perguntas: 1 - o que temos a ver com aquela bela paisagem? 2 - o catálogo das Alagoas tem o Parque Halfeld na capa?


Para esquecer

O PMDB, ao acusar o deputado Newton Cardoso de trabalhar contra os interesses do partido, concedeu-lhe prazo para se defender do pedido de expulsão. Dois meses são tempo suficiente para que o caso caia no esquecimento.
Newton também é acusado por companheiros de irregularidades na prestação de contas de campanha eleitoral. E os outros?


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Uma velha história contada em Minas dizia que se o fazendeiro devia mil cruzeiros ao banco estava liquido. Se devesse duzentos mil o banqueiro é que estava liquidado. É o caso do presidente Obama: seu país deve, de imediato, 700 bilhões, Esse dinheiro os credores nunca verão, porque o que há são papéis trocados. Dívida, quando cresce muito vira ficção.



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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Falta o elo

Interessante o programa transmitido no fim de semana pela TV Canção Nova sobre dificuldades e perspectivas para a identidade entre os agentes políticos e seus representados. Numa troca de ideias entre um teólogo respeitado, frei Antônio Moser, e o cientista político Sabino Fleury, concluiu-se que, ainda que sejam muitos os problemas e o aceno do desânimo, é bom acreditar que nossa democracia representativa vai melhorar.
Para o frei, certamente que um desafios é superar a ausência da intermediação. Ele se refere à inexistência de entidades que possam exercer a ligação entre os eleitores e os agentes políticos, que geralmente se afastam quando terminam as eleições.
O professor Fleury joga mais na capacidade de mobilização da juventude para interromper o processo de crescente desinteresse do brasileiro pela política, que há cinco anos foi detectado em 70% e agora subiu para 75%. Segundo ele, uma iniciativa que deve ser imitada é a da Assembleia de Minas, que criou o Parlamento Jovem.


Formalidade


O Partido Verde cumpre, nesta semana, junto ao Tribunal Regional Eleitoral, as últimas formalidades para sua nova comissão provisória em Juiz de Fora. A direção vai ficar com Sidnei Scalioni. Logo o partido começa a tratar das candidaturas a vereador, já com a certeza de que não faltarão pretendentes. Não só no PV, mas em quase todos os partidos os pré-candidatos são muitos, desde agora.


Homenagens

Acumulam-se as homenagens à memória do ex-senador Itamar Franco, além da apresentação, pela Universidade, do projeto do memorial que terá seu nome. Hoje, às 19h, na igreja de Santa Teresinha, é celebrada missa pela passagem do trigésimo dia de seu falecimento. No dia 10, o Senado realiza sessão solene em sua memória e, no dia seguinte, também em Brasília, a Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil vai homenageá-lo.



Bom humor

Importando o bom humor dos cariocas, que são especialistas na matéria, os brasilienses andam dizendo que, do jeito como as coisas andam no Ministério dos Transportes, onde 20 foram demitidos sob acusação de corrupção, a presidente Dilma faria bem se mudasse o nome do DNIT para DMIT...


Na Assembleia

Com a previsão dos deputados de que será possível aumentar a produtividade em relação ao primeiro semestre, a Assembleia entra, nesta terça-feira, na pauta dos poucos projetos que passaram pelas comissões.
Já em Belo Horizonte, o deputado Bruno Siqueira, que chegou de Paris na semana passada, depois de ter sido surpreendido por um cálculo renal, quando ainda se encontrava a bordo.


Motobob

Ontem à tarde, no Cascatinha, reconhecido por poucos, estava o ex-deputado Roberto Jefferson, a quem se ficou devendo vir a furo o tumor do mensalão, embora isso também lhe custasse o mandato. Desta vez, com todos os apetrechos dos motoqueiros, ele e os companheiros de equipe pararam para abastecer. Sua máquina, uma Harley Madison. Vinham de Brasília, em uma longa viagem rumo ao Rio.
Jefferson, que continua filiado ao PTB, ainda não tem definido seu futuro político. Provavelmente sem incluir Juiz de Fora, onde os que foram por ele ajudados estão fora de cena.


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