quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Voto sob comando

Há dias, chamava-se a atenção para o fato de que em 2012 candidatos e partidos terão de estar atentos à importância que a internet vai exercer sobre o voto, um fenômeno que já foi sensível na eleição do ano passado. O que certamente voltará a ocorrer; mas não apenas a internet.
Os partidos e os marqueteiros não poderão ignorar, por exemplo, o peso do voto evangélico, e para isso há um dado bem recente: no ano passado a essas igrejas foram apresentados 32 candidatos a deputado, elegendo-se 75%. Comparando com o PT: 334 candidatos e 26% eleitos. Vê-se, pois, a força de comando.
O apelo que se faz ao voto do crente é em nome de Deus, e não acompanhar a orientação do pastor seria quase uma blasfêmia. Diferentemente do pudor cívico de católicos, metodistas e protestantes, que chamam o eleitor a votar de acordo com a consciência.


Provocação

O doutor Nélson Jobim, ministro da Defesa, parecia mesmo empenhado em criar pretextos para deixar o cargo, sem dar à presidente a chance de mantê-lo. Primeiro, sem qualquer necessidade, confessou que na eleição passada votou em José Serra, não em Dilma, embora dela recebesse e aceitasse convite para participar do Ministério. Logo depois, com intenção provocadora, ele dispara gratuitamente contra as ministras Ideli Salvatti e Gleise Hoffmann. Perdeu as condições de permanecer no governo.


Reajuste

A Câmara analisa, em fase conclusiva, o projeto que vai reajustar os subsídios do prefeito e dos vereadores, mas para vigorar em janeiro de 2013, quando estarão nos cargos não os atuais, mas os que se elegerão em outubro do próximo ano. O reajuste deverá ser inferior a 10%.


Participante

Houve quem lembrasse ao governador Antônio Anastasia o conteúdo político dos últimos pronunciamentos que fez em Juiz de Fora. E dele recebeu, como resposta, que virá à cidade quantas forem as vezes necessárias para prestigiar a campanha de reeleição do prefeito Custódio Mattos.


Precedente

Certamente que se estenderá a várias atividades a decisão que acaba de ser tomada pelo Supremo Tribunal Federal, determinando que os músicos exerçam sua profissão sem dependerem de filiação à Ordem dos Músicos do Brasil. Considerou-se que o exercício de uma atividade para sobrevivência não pode sofrer qualquer tipo de limitação.
O Brasil é o país em que os trabalhadores são mais reféns de suas entidades de representação.


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Com a morte de Itamar Franco, apenas dois ex-governadores de Minas – senador Aécio Neves e deputado Eduardo Azeredo – continuam exercendo atividade política. Francelino Perreira, que acaba de completar 90 anos, dedica-se à Academia Mineira de Letras, e Hélio Garcia chega aos 80 anos vivendo dois desgostos: o alzheimer e a briga familiar pelo controle de sua fortuna.



(( publicado também na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

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