domingo, 21 de agosto de 2011

Dia do Folclore

O folclore, como patrimônio da cultura popular, merecia maiores comemorações, não só neste 22 de agosto, seu dia, mas em todas as épocas do ano. Na região de Juiz de Fora, que já foi rica nessas manifestações, o que resta, além das juninas cada vez mais descaracterizadas, são as Folias de Reis, que também já perderam muito de seu conteúdo.
O professor Antônio Weitzel, bravo defensor das tradições populares, criador do Museu do Folclore e autor de meia dúzia de livros sobre o assunto, já estudou todas as ramificações do folclore. Na semana, no Instituto Santo Tomás, ele fez palestra sobre a morte nas manifestações religiosas, populares, crendices e superstições. Na região de Juiz de Fora foram raras no passado e hoje inexistem as carpideiras nos velórios, mas ainda há quem mantenha a tradição de sempre deixar o defunto com os pés virados para a porta, e varrer a sala depois do sepultamento. É para não se seguirem logo outras mortes....


Incursão sindical

Numa hora em que a preocupação dos partidos é evitar e êxodo, o PSDB mineiro parte para ganhar a simpatia dos sindicatos de trabalhadores e suas federações, numa evidente tentativa de puxar para si um naco dessas forças, até agora vinculadas quase sempre ao PT. O presidente da executiva estadual do partido, Marcus Pestana, empenha-se nesse projeto, e já soma algum resultado. Na semana passada, ele conversava com entidades que representam cerca de 250 mil trabalhadores. É o braço sindical do partido, com o qual parece simpatizar-se também o senador Aécio Neves.
Um diálogo produtivo entre tucanos e sindicatos poderia ter acontecido há bem mais tempo, mesmo que para manter divergências essenciais. O que impediu foi o estigma do neoliberalismo com que foi rotulado o PSDB.


Capricho
do destino

O destino, mestre em produzir ciladas e surpresas para os políticos, deixou Itamar Franco ser eleito senador para fechar uma longa e vitoriosa carreira, e ceifá-lo no quinto mês de um longo mandato de oito anos. Quem o substituiu no
Senado, Zezé Perrella, não tinha plano essa sucessão, mas em 2006, concorrendo como titular, lutou com todas as forças para se eleger, e fracassou. Agora, sem luta, chegou lá, praticamente com todo um mandato inteiro pela frente. Capricho do destino.
Sem embargo de garantir que quer cumprir todo o seu tempo, e a ele incorporar alguns projetos que animavam Itamar, Perrella já é lembrado pelo PDT para representá-lo na disputa da prefeitura de Belo Horizonte em 2012. Ideia que ele diz repudiar.

Chegados ao
governador


Ainda não se completaram duas semanas desde que anunciaram seu desligamento do bloco de oposição, e alguns dos dez deputados do PMDB que se declararam independentes mostram-se sensíveis à aproximação com o governador Antônio Anastasia. Um acerto de apoio ao governo na Assembleia, cujas bases poderão ser conhecidas até meados de setembro.
Ao que parece, e pelo que insinuam dois deputados peemedebistas, o que se pode acordar, pelo menos por hora, é o apoio da bancada a projetos relevantes de interesse do Palácio da Liberdade. Ainda não se trata do ano eleitoral, sem que se desconheçam as dificuldades para o PMDB caminhar ao lado do partido do governador em grandes colégios eleitorais. Juiz de Fora é bem um exemplo dessa dificuldade.



Ficha Lima cada vez mais distante

A Lei da Ficha Limpa já devia ser cumprida em 2010, sem ferir o dispositivo que exige 12 meses de antecedência do ano eleitoral. Ela em nada altera a legislação eleitoral vigente, porque só exigia que o candidato não fosse ladrão, o que é imposição para qualquer atividade, em todas as épocas. Boa conduta é para todos, qualquer que seja o ano em que esteja vivendo.
Sob o espanto de juristas e frustração dos eleitores sérios, o Supremo Tribunal Federal entendeu diferente, o que permitiu que a corja se candidatasse e se elegesse. A mais alta corte do País prometeu, então, que a Lei contra os políticos bandidos ou os bandidos políticos ficaria para 2012. Agora, de novo o espanto, quando o presidente do TSE, Ricardo Lewandowisk, confessa que provavelmente não se possa aplicá-la nem em 2012, porque há uma sobrecarga de processos, cerca de 800, sem que a Ficha Limpa encontre vaga nessa pauta. Ficaria para 2014; mas, considerando-se que em dois anos a pauta objeto de pretexto não estará esgotada, outros adiamentos poderão acontecer.
Definitivamente, essa lei de limpeza e moralização não caiu na simpatia dos poderes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário