segunda-feira, 22 de junho de 2015




Superficialmente


Os primeiros passos da reforma política no plenário do Congresso não têm sido suficientes para aguçar a esperança dos que nela acreditam sinceramente. Os pontos atacados deixam transparecer temores para a tomada de decisões profundas, como, por exemplo, o que se pretende com a Cláusula de Barreira. Dar direitos a todos os partidos, nanicos que sejam, desde que tenham um representante em cada casa é o mesmo que elaborar no nada, quando se sabe que ideal é que lhes seja limitado o poder de negociação dos tempos de propaganda política no rádio e na televisão.

Outro ponto que garante a reforma na galeria das superficialidades é não mais exigir mínimo de 30 anos para candidato a governador. Agora ele pode ter 29! Para efeito de legislação eleitoral, um ano de vida o que representa na competência de um executivo?



Maioridade


Se a partir de agora o deputado federal tem sua maioria eleitoral reduzida de 21 para 18 anos; se prefeito e vereador podem se eleger com 18 anos, não mais com a exigência de 21; se a maioridade eleitoral do senador cai de 35 para 29 anos, por que um garotão de 16 anos, que pode votar, não deve responder pelos graves delitos que comete?



Madureza


Na mesma linha de indagações, o que leva as lideranças políticas e seus partidos a negar o direito ao voto facultativo e se justificarem com a alegação de que a sociedade brasileira ainda não se encontra suficientemente “madura”. Em que argumento se baseiam para garantir que “maduro” é o cidadão obrigado por lei a ir à seção eleitoral.



Linha aberta



Bastou a confirmação de que a regra eleitoral será mantida na sucessão municipal em 2016 para que o PMDB abrisse a programação de reuniões e articulações com vistas ao lançamento da candidatura do prefeito Bruno Siqueira a um segundo mandato. 



segunda-feira, 15 de junho de 2015



Para assustar


Do jeito como caminha a violência urbana, principalmente quanto aos homicídios,  Juiz de Fora poderá chegar ao fim do ano esbarrando em uma estatística altamente preocupante, não apenas em relação aos números, que são elevados, mas também quanto aos agentes e sua faixa etária.


1 - Os centros de reabilitação (sic) de menores delinquentes não estão  conseguindo êxito em sua proposta. Pelo contrário, os jovens ”infratores” costumam sair de lá em condições piores que aquelas com  que entraram.

 2 - Serão devidos a eles 65% dos homicídios registrados na cidade, caso as páginas policiais do segundo semestre tenham situações  semelhantes ou iguais às que estão sendo registradas pela crônica policial neste primeiro.

 3 – Superlotados, os presídios tendem a explodir.

4 - É insuficiente, quase um fracasso, a política de combate ao tráfico de drogas, que, por sus vez, é o que alimenta o crime e pratica a eliminação cruel e fria dos que tentam detê-lo.
       
5 - Cada vez mais se vê o envolvimento de meninas nas brigas de gangues, e tem sido decisivo seu papel  na organização do crime dos meninos.
      
 6 - A eliminação de jovens e entre os jovens se faz geralmente com o emprego de motos, e os ocupantes raramente podem ser identificados, por causa do uso obrigatório de capacetes.
       
7- A polícia, por mais equipada que seja, pode muito, mas pouco pode fazer no campo da prevenção.
       

Escudo urgente
 

Preocupado em defender os costados do governo federal, obra hercúlea, por causa do volume dos escândalos, o PT ainda não se mostrou suficientemente interessado em construir uma blindagem para o governador Fernando Pimentel, em Minas. Mais que qualquer outro governador, ele tem sido bombardeado com denúncias de irregularidades, e seu partido ainda não se mostrou interessado em entrar na briga para defendê-lo; mesmo sendo do conhecimento de todos, mas principalmente dos petistas, que Pimentel é o favorito da presidente;


Portas fechadas


Notam todos, bastando que transitem pelas ruas e galerias, que cresce cada dia mais o número de imóveis fechados, que até há pouco eram ocupados para as mais diferentes atividades comerciais. O ânimo para investimentos retraiu-se e os aluguéis dispararam, agravados com a audácia que se vê na cobrança de luvas. Tirantes os bancos e as vendedoras de celulares não há quem aguente.



Para esclarecer


Se é verdade que perguntar não ofende, ainda que por simples curiosidade, seria oportuno que os responsáveis pelo setor expliquem a razão, se é que possam explicar, de às 3 ou 4 horas da madrugada as ambulâncias trafegarem pelas avenidas Rio Branco e Itamar Franco com as sirenas no mais alto volume, sabendo-se que nessa hora não há tráfego a ser advertido. Na intenção de socorrer uma pessoa, acordam uma população inteira nas suas horas de repouso.

Há um juiz-forano que serviu durante algum tempo na embaixada brasileira no Iraque que não consegue entender: as ambulâncias de Juiz de Fora são mais barulhentas que as de Bagdá, onde a média diária é de 35 mortos ou feridos.


segunda-feira, 8 de junho de 2015


Almir de Oliveira


A morte do professor Almir de Oliveira, na terça-feira passada, pôs termo à vida de uma das personalidades mais expressivas de Juiz de Fora nos últimos 100 anos. Sem exagero: um século.

Poucos, em todos os tempos, puderam ombrear sua obra à dele, quando se trata da atividade cultural, em que sempre ficou patente seu grande amor a esta cidade, à sua gente, à nossa história. Na história mergulhou como estudioso e pesquisador atento.

Com Almir e com as figuras luminosas, sua vida, ainda que longa, sempre parece prematura. Seu 98 anos de existência não foram suficientes para remover dos amigos a certeza de que podia ter ido mais longe.

Fica na lembrança e como permanente razão para torná-lo inesquecível sua obra, que vai desde membro atuante da Academia Mineira de Letras até os muitos livros que escreveu e as muitas entidades a que serviu, como Instituto Santo Tomás de Aquino, Instituto Histórico e Geográfico, Conselho dos Amigos do Museu Mariano Procópio e Faculdade de Direito. Não podemos esquecer que, como heráldico, foi também o criador da bandeira oficial de Juiz de Fora.


 Ponto negativo


Não foi oportuna a decisão da maioria dos vereadores de acrescentar R$ 1.500, 00 aos seus subsídios. Já não se discute se o aumento é ou não justo. Ocorre que a população está enfrentando momentos difíceis, os governos federal, estadual e municipal partindo para doloroso contingenciamento, e o mínimo que se poderia esperar de seus representantes é a respeitosa solidariedade. Ficou parecendo uma cena de total descompromisso com os representados.


Rota traçada


Depois da reunião regional que o PMDB promoveu em Juiz de Fora, no domingo passado, a militância já ficou sabendo, com mais de um ano de antecedência, que vai ser chamada a trabalhar no projeto de reeleição do prefeito Bruno Siqueira, o que não constituiu propriamente uma novidade. O  que ficou no campo das expectativas é o leque de alianças que ele e o partido terão de construir.


Volta ao passado


Se muita coisa ainda pode ser mudada nos itens da reforma política já aprovados no Congresso, o que se percebe é que se decretou de vez o fim do instituto da reeleição, um corpo estranho nas tradições republicanas. Ela só aconteceu uma vez na vigência da ditadura Vargas e, mais recentemente, com Fernando Henrique.